Arquivo do Autor: Cicero
DONA DALVA DO FLORESTA/AC
Portuguesa, brasileira, acreana e florestana: assim que se define Dalva Ferreira de Sales, aos 88 anos. Gerada em Lisboa – Portugal, ela chegou ao Acre em 1927, ainda na barriga de sua mãe. Filha de portugueses, tem uma história de vida invejável. Uma mulher guerreira em todos os sentidos e que, sem pretensão, tornou-se a primeira mulher a comandar uma equipe no futebol acreano. Dalva Sales além de fundadora, ocupou todos os cargos na diretoria do Floresta Futebol Clube, um time esmeraldino que, por causa da cor, passou também a ser apelidado por “periquito do futebol acreano”. Por tudo isso, ela é reconhecida como a matriarca do time esmeraldino.
RELATOS:
Um certo dia a torcida do Andirá Esporte Clube, também conhecido como time do morcego, era muito metida, mexia com todas as demais, e numa partida decisiva entre as duas equipes, a torcida das meninas do time morcegueiro, ao verem o Floresta entrar em campo, com os jogadores todos de verde, os taxaram de periquitos. Foi o suficiente para passar a procurar entre os vizinhos no bairro quem criava aquela avezinha até juntar juntar 11 unidades do referido animal e no domingo seguinte fazer os atletas do Floresta entrar em campo cada com um periquito no dedo, devolvendo-os depois para a torcida.
“Assim, provamos nos éramos realmente o time periquito, como nos taxaram”
“O Floresta faz parte da minha vida e nunca imaginei me tornar personagem, porém a história nos leva a este caminho. Mas o que fiz foi por amor. São tantas as pessoas que nos ajudaram que se eu for relatar todos não cabe num jornal inteiro”.
“Quando não tinha como comprar o material a gente saía pedindo, batia nas portas dos comerciantes, dos deputados. O importante era o time entrar em campo. Vencer ou perder fazia parte do jogo. O bonito era ver todas aquelas pessoas reunidas, uns jogando, outros torcendo e nos confraternizando. Infelizmente alguém torou esta alegria deste povo, acabando com o time do Floresta e deixando órfão uma gama de pessoas e parte de uma cidade inteira”.
Guarda a primeira bandeira e a primeira camisa do time esmeraldino.
Expressando-se com voz trêmula e, deixando cair lágrima nos olhos a histórica senhora que comandava o time periquito, exibe com orgulho a primeira bandeira medindo apenas 50 centímetro e vestindo a primeira camisa esmeraldina acrescenta: “Tudo começou pelos anos de 1941, 1942. Jogavam sem noção. Colocavam a bola no campo e saíam feito doidos correndo atrás. Depois disso o futebol começou a crescer. Agora em 1966 foi que o time do Floresta foi federado para as disputas da Federação Acreana de Desportos (FAD). O grupo de pessoas que fundou o Floresta Futebol Clube já morreram quase todos. Figuras importantes como: Augustinho, Heitor, Pedrinho da Olga, ele começaram a jogar aqui, depois, foram jogar no Oswaldo. O futebol mesmo nasceu num campo onde hoje é o Via Verde Shopping, no terreno da dona D ilma Leão. Ela era viúva. Era casada com Raimundo Paxiúba. Eles tinham esse lugar. Vendo a aluta daquela juventude ela deu aquele lugar para fazer o campo de futebol”, explica D. Dalva.
Ela foi a primeira presidente de um time no futebol acreano
A primeira mulher dirigente no futebol acreano diz que o começo foi por demais complicado mas tudo era feito com amor. “O Ruela vinha para cá, no bairro Floresta, e patrocinava jogos amistosos, as famosas peladas organizadas, contra times do Papoco ou da Capoeira. O Ruela pagava como prêmio para os meninos sorvetes e picolés. O deputado Taumaturgo vinha e ajudava. Quando um atleta nosso, o Teotônio, quebrou a perna jogando contra o Juventus, ele foi internado por conta do Taumaturgo. Fui na Assembleia pedir ajuda e teve um deputado, não lembro bem o nome, que disse não tenho nem para mim. E eu retranquei: pois eu tenho saúde e amigos e força para pedir. O Darci Fontenelle também nos ajudou. Reinaldo Moreno também ajudou”.
Eu solicitava um jogo de camisa, pedindo a um e a outro. Eu tinha direito a 30 entradas gratuitas, por tudo que a gente fazia. Eu pedia patrulhamento e outras coisas mais para dar segurança a minha equipe. O presidente da Federação de Futebol que mais me ajudou foi o Alberto Zaire. Ele colaborava com incentivo, proteção e apoio, tanto com os jogadores quanto com a torcida.
“Tivemos um empate contra o Juventus, onde fomos roubados pelo juiz”
“Um certo dia o nosso time, depois que tinha disputado a divisão C, subiu para o disputar o estadual e fez uma grande partida contra o então todo poderoso Juventus. O Moacyr Moura era um goleiro que eu gostava muito. Mas morreu e depois veio Moacyr Tranca Rua. Não me lembro o dia, o nosso time colocou 2 a 0 no Juventus, aí a coisa começo a preocupar e o juiz passou a roubar contra nós, até o Juventus empatar. Ave Maria se eles tivessem perdido”, especula.
Conseguimos tudo e acabaram vergonhosamente
Depois de participar do estadual, a partir dos anos 1970, com o esforço de uma gama de pessoas e ajuda de outros, o Floresta Futebol Clube construiu, com muita dedicação de todos, uma bela sede social. Tudo crescia. O clube chegou a vender até 70 caixas de cerveja por noite. Levantaram uma sede que após várias mudanças de diretoria o clube faliu por completo. Para a matriarca do Floresta o responsável pela destruição do Floresta foi o então presidente Martins Bruzugu. “Ele endividou o clube, acabou com tudo e sequer prestou constas. Colocou fim numa história da parte de uma cidade. Sim, porque, toda aquela parte dos bairros, pegando do cemitério e seguindo sentido bairro, era envolvido com o Floresta. Todo este povo ficou desiludido. Ele acabou com a esperança do povo, tirou o time de campo, e deu fim ao patrimônio da agremiação esmeraldina sem prestar contas”, reclama D. Dalva.
Alguns dos jogadores que defenderam o Floresta Futebol Clube:
Abraão, Pingonça, Laureano, Moacir Conde, Marcos Montenegro, Edson Gonçalves, Edson Vieira, Ely Roberto, Dinda, Tarzan, Carlinho Chita, Audicélio, Osmar, Aldemir, Wanderley, Pipa, Eládio, Pixilinga, Borges, Pantinha, Caçarola, Moacir Moura, Pimpão, Azulão, Luiz, Polanco, Regino, Aluízio, Paulo, Ary, Abacate, Erivaldo, Mário, Chiquim Sambudo, João Tibúrcio, Teles, Jurandir, Edgar, Luiz Carlos, Mundoca, Artur, Geraldo, Carlinho, Chico Cuiú, Adãozinho, Jair, Silva, Sobrinho, Cícero, Piaba, Ramirez, Zé Palito, Carlão, Adâozinho, Valtinho, Vidal, Curica, Delegado Barbosa, Carlos Alberto, Louro, Amaral, Teotônio, Evaldo, Elson Barbosa, Timbal, Pelé e outra dezena de jogadores que vestiram a camisa esmeraldina e fizeram parte do time periquito.
Dona Dalva ainda guarda com carinho a primeira bandeira do time esmeraldino
Dona Dalva guarda com carinho a primeira bandeira e a primeira camisa do Floresta Futebol Clube.
Escrito por Raimundo Fernandes.
Disponivel na integra em: http://www.jornalopiniao.net/editorias/esporte/2131-a-primeira-mulher-dirigente-do-futebol-acreano-nasceu-em-1927
PERI DE MAFRA/SC – 95 ANOS: DA GLÓRIA AO ESQUECIMENTO
1920 – O INÍCIO
O Pery Sport Club, de Mafra, cidade no Planalto Norte de Santa Catarina, foi fundado em 18 de setembro de 1920, e foi o primeiro clube de futebol a surgir na então jovem cidade, instalada em 8 de setembro de 1917, graças ao desmembramento do núcleo urbano da cidade paranaense de Rio Negro, por conta da vitória do Estado de Santa Catarina na Questão de Limites com o Paraná, que se arrastava desde 1894.
Os fundadores do Pery eram todos trabalhadores da ferrovia São Paulo Rio Grande, que em 1917 havia inaugurado um importante entroncamento ferroviário na região, ligando-a á importantes centros como Joinville e Porto União, além da ligação com Ponta Grossa e Curitiba, já existentes.
Dentre estes ferroviários destacavam-se as figuras de José Madureira Correia, primeiro presidente; Egidio Piloto, vice-presidente; Joaquim Simião e Gutemberg Ferreira, tesoureiros; Salvador Correa e João Pompeu Ribas, secretários; Leopoldo Goelbecke, Jacob Haymussi, Osvaldo Amaral e Antônio Baggio, sócios fundadores.
Foram escolhidas as cores verde e branco para o clube, que teve o seu nome inspirado na obra “O Guarani” de José de Alencar, que trata do romance entre Ceci e Peri, este, um índio que concentra as virtudes de coragem, generosidade e valentia.
Primeiro escudo
1921 – O CAMPO
O primeiro ano de vida do Pery foi de muito trabalho e pouca diversão, sendo os maiores esforços empregados na construção de seu campo, localizado nos fundos da estação ferroviária, numa região conhecida como Baixada Mafrense. O terreno fica ás margens do rio negro, que divide as cidades gêmeas. Mais tarde, com a construção de arquibancadas, o local recebeu o nome de estádio Ildefonso Mello, que mesmo em ruinas, resiste até hoje no mesmo local.
Os jogos contra o experiente Rio Negro S.C., da vizinha cidade paranaense de mesmo nome, também movimentaram o clube e á medida que o Pery ia crescendo, seu adversário ia minguando, já que “Rio-Mafra” ainda não comportava dois clubes.
1922 – AS PRIMEIRAS EXCURSÕES
Sem uma liga oficial para organizar campeonatos, os primeiros anos de atividade do Pery resumiram-se á realização de jogos amistosos. Neste ano, pela primeira vez o clube aventurou-se em jogos fora da sua cidade, tendo vencido o União S.C. em Jaraguá por 3×2 e perdido para o Caxias F.C. em Joinville por 3×0.
1923 – FRANCO PROGRESSO
Os amistosos seguiram-se e no jogo revanche diante do Caxias, o Pery causou surpresa ao bater o forte adversário joinvillense por 4×1.
Ampliando seu alcance, também visitou o município de Porto União, onde foi derrotado pelo União S.C. por 3×2.
Este ano tambem marcou a retomada da rivalidade com o Rio Negro S.C que após um período inativo, remontou seu time e abateu o Pery pela primeira vez na historia, por 3×2. A revanche acabou não acontecendo, devido as picuinhas da imprensa local, que informou que o Pery reforçaria seu time com três jogadores do América de Joinville, o que desagradou os rio negrenses e estremeceu a relação entre ambos.
1924 – GOLEADAS
Aplicou uma goleada de 10×0 sobre o Rio Negrinho F.C. e também venceu por 3×0 o Lapa F.C. da cidade paranaense de mesmo nome.
1925 – FORTE DIANTE DO COXA
Recebeu o time principal do Coritiba F.C. e perdeu apenas por 3×1, demonstrando estar no mesmo nível dos grandes clubes do Paraná. Também se manteve invicto em jogos contra o Caxias F.C. e o Rio Negro S.C.
1926 – PELA PRIMEIRA VEZ EM CURITIBA
O Pery esteve pela primeira vez em Curitiba onde fez um jogo sensacional contra o Palestra Italia, sendo derrotado por 7×5, num jogo que serviu de preliminar para um duelo entre Paraná e São Paulo.
Em dezembro recebeu o time médio do Atletico Paranaense e conseguiu empatar em 2×2, sendo, porém, derrotado no dia seguinte por 4×3.
1927 – UM PERYENSE NA SELEÇÃO CATARINENSE
Neste ano o Pery não foi feliz nos amistosos que realizou, tendo sido goleado em casa pelo modesto Jahu F.C. de Curitiba por 6×0.
As relações com o Rio Negro S.C. que estavam estremecidas foram reatadas neste ano e no primeiro jogo entre ambos, após muito tempo, o Pery amargou uma derrota por 4×3.
Embora ainda não estivesse devidamente filiado á Federação Catarinense de Desportos, cedeu pela primeira vez em sua historia um jogador para a Seleção Catarinense, tratava-se de Carlos Pires, que oficialmente, estava inscrito pelo Avahy F.C. de Florianópolis. Ele foi ponta-direita titular no jogo realizado no Rio de Janeiro, onde os catarinenses foram eliminados pelos baianos ao perderam por 8×5.
1928 – IMBATÍVEL DIANTE DA SELEÇÃO CATARINENSE
Manteve-se soberano diante do Rio Negro S.C. e visitou novamente a cidade de Joinville, desta vez para enfrentar o América F.C. pelo qual foi derrotado por 1×0.
Teve a sua filiação aceita pela F.C.D., porém, não conseguiu organizar-se para a disputa do Campeonato Estadual.
No final do ano, causou surpresa geral ao empatar em 1×1 com o Selecionado Catarinense que após ser derrotado em Curitiba, em jogo valido pelo Campeonato Brasileiro, esteve de passagem por Mafra.
1929 – 3º LUGAR NO CAMPEONATO CATARINENSE
Neste ano as oficinas da Estrada de Ferro foram transferidas de São Francisco do Sul para Mafra, sendo instaladas bem próximas ao seu campo. Isto trouxe mais ferroviários á cidade e mais sócios ao clube, que aumentou ainda mais seu poderio esportivo e financeiro.
Acertando algumas pendencias junto á Federação Catarinense de Desportos, participou pela primeira vez do Campeonato Estadual. Sua estreia foi diante do Porto União F.C. o qual venceu por 2×1. Na segunda fase, jogada somente em janeiro de 1930, perdeu por 2×1 e foi eliminado pelo Caxias, que assim foi á final e sagrou-se campeão após vencer o Adolpho Konder F.C. de Florianópolis.
1930 – POUCA ATIVIDADE
Por estar filiado á Federação Catarinense de Desportos, o Pery tinha que pedir a permissão da entidade máxima dos esportes catarinenses para a realização de qualquer jogo amistoso, deste modo, acabou tendo poucas aparições neste ano, já que não haviam outros clubes filiados na sua região. Com isso, restou ao Pery fazer alguns jogos contra o Caxias e América, de Joinville.
1931 – SENSAÇÃO EM FLORIANÓPOLIS
Neste ano o Peri voltou com mais vigor aos gramados, tendo inicialmente abatido o Caxias por impiedosos 5×0, consolidando-se assim, entre os grandes times do futebol catarinense.
Nesta altura todos desejavam conhecer o poderio do time serrano, e não por acaso, a Federação Catarinense fez um convite para que viesse se apresentar em Florianópolis. Após muitas negociações o convite foi aceito e assim pela primeira vez o Pery exibiu-se na capital catarinense onde venceu o Figueirense por 4×2 e o Atletico Catarinense por 3×0, sendo derrotado apenas pelo Avai, por 4×3. No retorno desta excursão, passou por Itajai, onde empatou com o Lauro Muller (futuro campeão estadual deste ano) em 2×2.
Escudo á partir de 1931
1932 – IMBATIVEL
Mantendo a excelente fase, venceu o Marcilio Dias, de Itajai por 4×3 e empatou com o Guarany de Ponta Grossa por 2×2 e com o C.A. Ferroviário de Curitiba por 3×3.
O resultado mais espetacular em jogos amistosos foi conquistado em Joinville, diante do América, que foi abatido por inacreditáveis 7×5.
Nesta época também contava com um bom time de basquete, que costumava acompanhar o time de futebol nas excursões para enfrentar adversários das cidades vizinhas.
1935 – VITORIAS E DERROTAS
Venceu todos os rivais locais e também o União S.C. de Porto União por 3×0, porém, amargou duas derrotas para o Caxias por 3×0 e Ypiranga de São Francisco por 4×0.
1936 – VICE-CAMPEÃO CATARINENSE
Filiou-se a A.C.D. – Associação Catarinense de Desportos, entidade fundada no ano anterior em Joinville, dissidente da Federação Catarinense de Desportos.
Sagrou-se campeão da 3. Zona do Campeonato da A.C.D. (Zona Serrana), credenciando-se para a final do campeonato desta entidade, onde foi vice-campeão ao ser derrotado pelo Ypiranga de São Francisco por 4×3.
Ainda neste ano ganhou a alcunha de Leão da Fronteira ao empatar um jogo que estava perdendo de 5×0 para o Rio Negro S.C. e ao bater o Operário Esporte Clube, local, por 15×2.
1937 – 3º LUGAR NO CAMPEONATO CATARINENSE
Em conjunto com o Operário E.C. e América F.C. de Mafra, Tres Barras S.C., G.E. Rio Negrense F.C. e C.A. Canoinhense foi um dos clubes fundadores da Liga Esportiva Catarinense, mais conhecida como Zona Serrana, entidade subordinada á Federação Catarinense de Desportos.
Como campeão da Zona Serrana, credenciou-se a jogar o campeonato catarinense, onde novamente foi eliminado pelo Caxias que o venceu por 3×2 em jogo único e se credenciou á final contra o Figueirense, que foi o campeão.
1938 – MUDANÇA DE NOME
Mudou a sua denominação para Peri Ferroviário Esporte Clube, evidenciando seus fortes laços com esta classe.
Por divergências, não disputou o campeonato da Zona Serrana, ficando restrito aos jogos amistosos, nos quais bateu o Tres Barras S.C., que foi o campeão regional deste ano.
1939 – O MAIOR TIME DE TODOS OS TEMPOS
Neste ano o Peri voltou a disputar e ganhar o campeonato da Zona Serrana, credenciando-se mais uma vez para disputar o Campeonato Catarinense.
Em jogo único diante do Caxias, venceu por 2×1 e credenciou-se para disputar a final contra o Figueirense, em Florianópolis, onde foi derrotado por 5×3 e amargou mais um vice-campeonato estadual.
O time vice-campeão, formado por Caroço, Alfredo e Cordeiro; Ataide, Rosalvo e Juvencio (ou Tonico); Cana, Bode, Abreu, Pedro Urbano e Bodinho, foi o melhor já formado na história do futebol do Planalto Norte Catarinense.
Esquadrão de 1939
Figueirense e Peri entrando em campo para a final de 1939
O CRAQUE TONICO
Os craques deste time lendário de 1939 eram o goleiro Caroço e o atacante e presidente Cana, titulares desde 1922, além do artilheiro Pedro Urbano, no entanto, que mais brilhou em nível nacional foi o meia Tonico, que em 1940, defendendo o Coritiba, participou do jogo inaugural do Estadio Pacaembu e em 1942 foi convocado para a Seleção Brasileira. Fez muito sucesso no Coritiba F.B.C. onde foi campeão paranaense em 1941,1942,1946,1947 e 1951.
Tonico no Coritiba F.B.C.
1940 – 3º LUGAR NO CAMPEONATO CATARINENSE
Bicampeão da Zona Serrana, credenciou-se para a disputa de mais um Campeonato Estadual, onde foi eliminado em jogo único pelo Ypiranga de São Francisco, ao ser derrotado por 2×0. Com a vitória, os francisquenses, chegaram á final e foram campeões estaduais batendo o Avaí.
Nos jogos amistosos, bateu o Canoinhense por 8×0, o Marcilio Dias por 3×0, o Caxias por 4×3 e foi derrotado pelo Operário de Ponta Grossa por 5×3.
Neste ano foi fundado em Mafra o seu principal rival, o Clube Atlético Operário, que em pouco tempo, conseguiria montar um time competitivo e assim dividir a torcida na cidade.
1941 – 4º LUGAR NO CAMPEONATO CATARINENSE
Tricampeão da Zona Serrana, credenciou-se para a disputa de mais um Campeonato Estadual, onde foi eliminado em jogo único pelo Caxias de Joinville, ao ser derrotado por 4×1. Com a vitória, os joinvillenses chegaram á final onde foram derrotados pelo Figueirense.
Nos jogos amistosos causou furor ao bater o Ypiranga de São Francisco, que mantinha a base campeã estadual de 1940 por inacreditáveis 10×2.
1942 – 7º LUGAR NO CAMPEONATO CATARINENSE
Tetracampeão da Zona Serrana, credenciou-se para a disputa de mais um Campeonato Estadual, onde foi eliminado em jogo único pelo América de Joinville, ao ser derrotado por 5×1. Com a vitória, os joinvillenses alcançaram a fase semifinal, avançando depois para a final, onde foram vice-campeões por WO diante do Avaí.
1943 – 4º LUGAR NO CAMPEONATO CATARINENSE
Pentacampeão da Zona Serrana, credenciou-se para a disputa de mais um Campeonato Estadual, onde foi eliminado pelo América de Joinville, ao ser derrotado por 2×1 e 6×3. Com a vitória, os joinvillenses alcançaram a final onde foram derrotados novamente pelo Avaí.
1944 á 1954 – DIAS DE COADJUVANTE
Neste período o Peri deixou de figurar na disputa dos Campeonatos Catarinenses por ter perdido a condição de principal time da região para o Ipiranga F.C. de Canoinhas, campeão regional de 1945-46-48-49-50-51 e 52.
Também teve dificuldades para manter-se como o principal time da cidade, tendo em vista o crescimento do seu rival eterno, o Clube Atlético Operário, que foi campeão regional em 1947.
1955 – VOLTA MODESTA AO ESTADUAL
O Peri voltou a disputar o Campeonato Estadual em 1955, credenciado por ter vencido o Campeonato Regional, no entanto, não conseguiu avançar ás fases finais.
1957 – CAMPEÃO MAFRENSE INVICTO
O Peri conquistou de forma invicta o campeonato da Liga Mafrense de Desportos, competição que envolvia os principais time de Mafra e Região.
Também disputou o Campeonato Catarinense, que a partir deste ano foi dividido em Zonas Regionais. Alocado num grupo de clubes do Planalto Norte e Região Oeste, não conseguiu avançar para a Segunda Fase da competição.
1958 – UM ANO DE AMISTOSOS
Neste ano o Peri brilhou em diversos jogos amistosos realizados durante o ano. Nos duelos intermunicipais bateu o Ipiranga de São Francisco por 7×2, o Atlético São Francisco por 6×0, o Santa Cruz de Canoinhas por 4×1 e foi derrotado por Caxias e São Luiz de Joinville por 2×1.
Nos duelos interestaduais venceu o Avahi de União da Vitória por 4×1, o São Mateus por 6×2 e o União de Lapa por 6×3 e 4×1. Em contrapartida foi derrotado pelo Ferroviario de União da Vitória por 1×0 e empatou com o Britania de Curitiba em 3×3.
Nos duelos Peri-Ope, em 10 jogos, houve 4 vitorias para lado e 2 empates, porém, o Peri conseguiu duas grandes goleadas: 5×0 e 4×0.
Cena de um clássico Peri-Ope
O CRAQUE LEOCÁDIO
Neste ano 1958, surgiu no time principal do Peri, contando com apenas 16 anos, um meia muito habilidoso chamado Leocadio Consul. Bastaram poucas aparições para que o garoto despertasse a atenção dos principais clubes do Paraná. Operário de Ponta Grossa, vizinho mais próximo, foi mais ligeiro e levou o jogador embora. Posteriormente, Leocadio brilhou no Londrina e no Coritiba F.C. onde jogou entre 1970 e 1974, conquistou os títulos estaduais de 1971-72-73-, o Torneio Internacional de Verão de 1971, o Torneio do Povo de 1973 e ainda realizou diversas excursões ao exterior.
Leocádio no Coritiba F.B.C.
1960 – DENOVO ENTRE OS GRANDES DO ESTADO
No extenso Campeonato Catarinense de 1960 foi vice-campeão de sua zona regional, colocando-se assim entre os 10 clubes que disputaram a fase final, onde não obteve sucesso. A derrota mais amarga ocorreu para o Caxias, que o venceu por 7×0.
1964 – MODESTA APARIÇÃO NO ESTADUAL
No Campeonato Estadual de 1964 não conseguiu colocar-se entre os 17 clubes da fase final, fazendo uma modesta campanha na 3ª Zona que classificava três clubes entre os oito disputantes.
1965 – OUTRA MODESTA APARIÇÃO NO ESTADUAL
Em 1965 não conseguiu colocar-se entre os 12 clubes da fase final, fazendo uma modesta campanha na 4ª zona, que classificava dois clubes entre os sete disputantes.
1966-1969 – OS ULTIMOS ANOS DE GLÓRIA
Neste período, mesmo afastado das disputas dos Campeonatos Estaduais, o Peri possuía muito prestigio no futebol local e regional, tendo sido campeão do concorrido campeonato da Liga de Futebol de Amador da cidade de Corupá em 1969.
Embora modesto no futebol estadual, o Peri ainda era um clube social muito bem estruturado, contando com quadras de tênis, basquete e até uma grande piscina, onde até Vera Fischer, então miss Santa Catarina, chegou a nadar.
1970-1982 – LENTA DECADENCIA
Com a falência do sistema férreo, o clube iniciou um lento período de decadência, com uma grande redução no numero de associados e na receita.
Neste cenário, restou ao Peri disputar os campeonatos amadores do norte catarinense, enquanto seu principal rival, o Operário, ensaiava o retorno ao Campeonato Estadual, o qual disputou sem grande sucesso em 1977 e 1978.
Buscando contar com o apoio do torcedor periense, em 1980, o Operário deu lugar ao Mafra Atlético Clube, que surgiu com o objetivo de unificar as torcidas da cidade, mas não foi bem sucedido.
1983 – GOLPE DE MISERICORDIA
O patrimônio do clube, que já vinha se deteriorando devido á grave crise financeira, foi tragicamente comprometido com a grande enchente que assolou a cidade e o Estado em 1983 e deixou debaixo d’agua o estádio e a sede, que nunca mais foram os mesmos. A fúria do rio Negro também levou embora grande parte dos troféus e documentos do clube, que assim, perdeu também grande parte de sua memoria.
O rio negro transbordado tendo em primeiro plano a histórica ponte de ferro e a o fundo o estádio do Peri.
“Rio-Mafra” debaixo d’agua, onde o centro de Rio Negro está na parte de baixo da foto e o centro de Mafra acima.
1984 Á 2005 – ESQUECIDO
Ao mesmo tempo em que o Peri seguia moribundo, uma nova versão do seu rival Operário, agora chamado de Sociedade Esportiva e Recreativa Operários Mafrenses, aventurava-se esporadicamente nos campeonatos regionais amadores e na disputa da Segunda Divisão de Profissionais.
Neste cenário, o Peri perdeu espaço, enquanto o Operário, mesmo sem sucesso dentro de campo, conseguia manter uma torcida fiel e se consolidar como o único clube da cidade.
Em 2001, seus antigos jogadores, inconformados com o abandono do clube, decidiram a Sociedade Esportiva Recreativa Veteranos do Peri, que passou a realizar jogos semanais no Estádio Ildefonso Melo, dando um pouco de vida ao local, que desde então também passou a receber cuidados.
2006 –UMA VOLTA INESPERADA
Neste ano, de forma surpreendente, o Peri retornou ao futebol profissional, tendo disputado a 3ª Divisão do Campeonato Catarinense, quando ficou em 5º lugar entre 10 clubes. A sua volta foi encabeçada pelos dirigentes e comissão técnica que haviam comandado o Operário nas duas ultimas temporadas e que não tiveram o apoio necessário para manter este clube em atividade no ano seguinte.
Sem estádio próprio para mandar os seus jogos e com o estádio do Operário em reforma, o Peri teve que mandar alguns jogos no estádio municipal de Rio Negro e embora isto não fosse um problema, a sua média de publico neste campeonato ficou bem abaixo da média que o Operário vinha tendo nos últimos anos, evidenciando que embora glorioso no passado, já não era um clube tão querido na cidade.
Escudo em 2006
Time de 2006, no estádio do Operário (Pedra Amarela).
Nos dias atuais o Peri já não tem sede social e campo próprio, já que os mesmos pertenciam á Rede Ferroviária Federal, e agora pertencem á União, sendo administradas pelo DNIT, que por sua vez, cedeu-a á Prefeitura de Mafra.
O campo segue servindo á comunidade e aos Veteranos do Peri enquanto a sede social é utilizada para abrigar uma repartição da prefeitura.
Resta ainda um bar e canha de bocha ao lado da sede social, que mantem vivas as lembranças do clube, graças á sua pintura verde e branca e o escudo do clube desenhado na parede.
Arquibancadas do Estádio Ildefonso Mello em ruínas (2006)
Antiga sede social do clube (2006)
MOCINHO ERA BOM DE BRIGA
O VILÃO
Um dos primeiros vilões do futebol catarinense foi o jogador Antonio Bezerra, natural da histórica São Francisco do Sul/SC, onde como que por tradição, os moradores se notabilizam muito mais por seus apelidos, e o seu, não podia ser mais insólito: Mocinho.
Mocinho, no centro da foto.
O INÍCIO DE CARREIRA
Mocinho começou sua carreira no Ypiranga Futebol Clube, de São Francisco do Sul, em 1924, atuando como ponta-esquerda. Tinha na velocidade seu principal atributo e entre 1925 e 1928 destacou-se em diversos jogos amistosos, tendo inclusive marcado gols diante dos poderosos America de Joinville e Hercilio Luz de Tubarão, que foram derrotados por 3×0 e 3×2, respectivamente, em jogos bastante tumultuados.
O Ypiranga era um clube de origem humilde, composto basicamente por trabalhadores do porto, por isso, não tinha a polidez dos clubes da elite. Com isso, Mocinho pode sempre colocar em pratica o seu jogo pesado, sem ser repreendido. Neste cenário, os jogos entre Ypiranga e clubes como América e Caxias, de Joinville, geralmente acabavam em confusão, e o pivô delas era sempre o mesmo: Mocinho, o quebra-canelas.
PONTAPÉS E TAPAS NA CARA
Em 1928, passando a atuar no meio-campo, Mocinho começou a arrumar ainda mais encrencas, pois agora tinha a função de marcar. Em 8 de Setembro, num jogo em que o Ypiranga venceu o Britania de Curitiba por 1×0, após incomodar tanto o jogador Basani, levou um pontapé e uma bofetada. Ao revidar na mesma intensidade, deu inicio a uma batalha campal que só terminou após a intervenção dos presidentes dos clubes e da policia, que com muito custo, conseguiram fazer com o que o jogo fosse terminado, bem como as festividades que o sucederam.
Ainda neste ano integrou a Seleção Catarinense que em 4 de Novembro foi abatida pelos Paranaense por 8×0, em jogo valido pelo Campeonato Brasileiro.
UM CONTRA SETE
Em 1929 teve atuação discreta nos gramados, porém, em 1930 voltou com força total, agora defendendo o Lauro Muller Futebol Clube, de Itajaí, clube formado por operários de uma Fabrica de Tecidos e que era temido pela hostilidade que recebia seus adversários no seu campo, na Vila Operária.
Em 23 de fevereiro, quando seu time derrotou o Caxias por 3×2, em jogo amistoso, conseguiu a proeza de machucar sete jogadores caxienses e não ser expulso. A narrativa do Jornal de Joinville demonstra bem a indignação dos joinvillenses:
Os laurenses organizam um ataque mas o Caxias defende, Cylo ataca e Eurico defende, Mocinho dá uma violenta entrada em Cylo que jogou até o fim contundido. Dorotávio chuta forte e Chiquito ao tentar tirar faz gol contra, Lauro 1×0.O Caxias vai ao ataque e Lemos faz 1×1, Mocinho machuca Lemos com raiva e este é substituído por Andrade que joga 5 minutos e saiu machucado por Mocinho e por Lemos ter se recuperado.O Lauro Muller tem um escanteio, Paulo cobra Candinho defende mas Dorotávio faz Lauro 2×1.Mocinho que nem touro ataca de raiva, violentíssimo e o alvejado pela ferocidade é Raul Schmidlin que leva duas pancadas na boca do estômago, na segunda pancada Schmidlin revida e é agredido por brutamontes.Mocinho mostrou ser um elemento sem caráter e sem educação esportiva.Serenados os ânimos Dario faz penal e Marinheiro empata em 2×2.Mocinho e sua sinistra faixa de machucar dá seguidas entradas violentas.Começa o 2º tempo e o Caxias ataca e o Lauro defende, o Lauro ataca mas o jogo perde a beleza devido a Mocinho que machuca José, mas este porém continua a jogar,em seguida Mocinhovai agredir Cyrillo que se machuca, é uma verdadeira tourada.Vendo em Marinheiro a principal estrela da defesa caxiense, Mocinho depois de várias tentativas o machuca sendo que este foi levado a uma pharmácia onde foi medicado e levado ao Hotel, depois de bons lances ocorre um penalty de Chiquito que Dario cobra e perde.Começa a cair uma torrencial chuva e em um ataque o Lauro faz 3×2, depois de mais um ataque termina o jogo.Atuou de juiz Emilio Sada que foi muito criterioso e imparcial. Tomara que o Lauro Muller não apóie o jogo de Mocinho, o Caxias agradece a Pharmácia Santha Terezinha por tratar de Marinheiro.
UMA TERRIVEL MUTILAÇÃO
Depois deste polemico jogo, Mocinho seguiu atuando normalmente pelo Lauro Muller, sendo sempre um dos principais jogadores do time, que já era famoso em todo Estado, enfrentando em condições de igualdade e muitas vezes vencendo, os principais clubes de Joinville, Florianópolis e Blumenau.
Em Outubro de 1930 foi convocado pelo exercito para lutar no “Movimento Libertador” que conduziu o ditador Getúlio Vargas á presidência do Brasil e nesta ocasião, servindo em Florianópolis, teve a infelicidade de ser atingido por uma granada que lhe arrancou o braço direito.
A fatalidade comoveu toda a população itajaiense, principalmente a comunidade esportiva, onde tanto o C.N. Marcilio Dias e quanto o Lauro Muller F.C. organizaram jogos para arrecadar fundos para ajuda-lo na recuperação.
A VOLTA AO FUTEBOL
Para qualquer outro, perder um braço significaria o fim da carreira futebolística, mas não para Mocinho, que imitando os passos de Hector ‘Manco’ Castro, herói uruguaio do Mundial de 1930, deu sequencia a carreira, mesmo com a deficiência.
No inicio de 1931, Mocinho voltou ao posto de titular do meio-campo do Lauro Muller, que nesta ocasião, estava com o time cada vez mais afiado.
BENGALADAS E FACADAS
Como não podia deixar de ser, Mocinho, também continuou adepto de uma boa briga. Em 14 de junho de 1931, quando assistia a um jogo entre Brusquense e Lauro Muller, em Brusque, a confusão em que se envolveu por pouco não terminou em tragédia, conforme relatou o jornal ‘O Libertador’:
No final, quando os nossos rapazes preparavam-se para o regresso, houve uma desavença entre o chauffer João Pereira e um dos rapazes visitantes. Houve a intervenção de três outros presentes que o referido chauffeur tentou agredir a faca, tendo mesmo conseguido ferir de leve o nariz de um deles. Foi quando surgiu Antonio Bezerra, mais conhecido por Mocinho, que foi em socorro de um irmão, a quem Pereira também tentava ferir. Mocinho, que só tem o braço esquerdo, pois que o direito perdeu durante a revolução com a explosão de uma granada, entrara em luta armado de bengala, sendo esfaqueado pelo alludido chauffer, recebendo dois ferimentos, sendo um no braço esquerdo e outro no ventre. O criminoso refugiou-se num Hotel, sendo afinal preso, bem como o seu primeiro contendor. Mocinho, cujo estado não é grave, ahi fora assistir o match, acha-se internado no Hospital de Azambuja, daquella cidade.
NOVA VOLTA POR CIMA
Em Julho, mesmo ainda machucado pelas facadas, Mocinho voltou ao time principal do Lauro, que nesta ocasião, preparava-se para a disputa do Estadual de 1931, campeonato este, que após muita confusão por parte da Federação, terminou somente em janeiro de 1932, com o titulo sendo homologado ao Lauro Muller, devido a desistência do Athletico Catharinense. Embora não fosse mais titular do time, Mocinho fazia parte do plantel. Deste modo, colocou o seu nome no rol dos jogadores campeões do Estado.
O FIM DA CARREIRA ESPORTIVA
A partir de 1933 seu nome deixou de figurar no noticiário esportivo. Seu paradeiro fora do esporte é um tanto obscuro, embora existam evidencias que neste período tenha iniciado a carreira de Delegado de Policia na cidade de Penha.
FUTEBOL DO AMAPÁ EM 1951
CAMPEONATO CATARINENSE AMADOR (REGIÃO OESTE) 2005-2014
O Campeonato Catarinense de Futebol Amador da Região Oeste de Santa Catarina é subordinado ao Campeonato Catarinense de Futebol Não-Profissional, que além dos campões e vice-campeões desta região, conta também com a participação de clubes das regiões Sul/Norte e Capital.
Embora subordinado á competição estadual, o Campeonato do Oeste é atualmente o maior, melhor e porque não principal campeonato amador do Estado, contando neste ano de 2015 com a participação de 21 clubes de 21 cidades diferentes.
Entre as 21 cidades envolvidas na competição, apenas Chapecó possui um time de futebol profissional, ou seja, para as demais cidades esta é a principal competição do calendário esportivo.
A listagem e mapa abaixo detalham os participantes deste ano.
Clube | Nome completo | Sede | População |
Abelardense | Associação Recreativa e Esportiva Abelardense | Abelardo Luz | 17.100 |
AFA São Carlos | Sociedade Esportiva Recreativa e Cultural AFA | São Carlos | 10.284 |
Ajap | Sociedade Esportiva e Recreativa Ajap | Pinhalzinho | 18.284 |
Cometa | Esporte Clube Cometa | Itapiranga | 16.253 |
CRM | Clube Recreativo Maravilha | Maravilha | 26.104 |
Cruzeiro | Sociedade Esportiva e Recreativa Cruzeiro | Itá | 6.427 |
Fraiburgo EC | Fraiburgo Esporte Clube | Fraiburgo | 34.606 |
Grêmio Guarujá | Grêmio Esportivo Guarujá | Guarujá do Sul | 4.908 |
Guarani | Clube Esportivo Guarani | S. Miguel do Oeste | 39.352 |
Guarany | Sociedade Esportiva Recr. e Cultural Guarany | Xaxim | 27.336 |
Harmonia | Esporte Clube Harmonia | Guaraciaba | 10.498 |
Independente | Sociedade Esportiva Independente | São Domingos | 9.496 |
Ipanema | Grêmio Cultural Ipanema | Mondaí | 8.432 |
Juventude | Sociedade Esportiva e Recreativa Juventude | Lindóia do Sul | 4.642 |
Oeste EC | Oeste Esporte Clube Chapecó | Chapecó | 202.009 |
Ouro Verde | Clube Esportivo Recreativo Ouro Verde | Descanso | 8.638 |
Ouro Verde/Curitibanos | CME Ouro Verde / Curitibanos Esporte Clube | Ouro Verde | 2.271 |
Palmitos | Associação Esportiva Palmitos | Palmitos | 16.266 |
Saudades | Associação Desportiva Saudades | Saudades | 9.016 |
Xanxerê FC | Xanxerê Futebol Clube | Xanxerê | 47.679 |
Ypiranga | Associação Ypiranga Futebol Clube | S. José do Cedro | 13.672 |
533.273 |
O Campeonato Regional de Futebol do Oeste Catarinense teve origem em 1959 quando pela primeira vez formou-se um grupo entre clubes da região para indicar um representante no Campeonato Catarinense de Futebol. Esta fórmula perdurou até a década de 1960. Na década de 1970 a competição tornou-se um tanto obscura, não sendo disputada continuamente. Na década de 1980, o campeonato voltou a ganhar força e até o final da década de 1990 foi organizado pela Federação Catarinense de Futebol. No início dos anos 2000 a organização da competição era revezada de um ano para o outro entre as Ligas Amadoras da Região. Á partir de 2009 a organização passou a ser confiada exclusivamente á LEOC (Liga Esportiva Oeste Catarinense), de Joaçaba, que ano após ano, vem conseguindo aumentar o interesse e o numero de participantes do campeonato.
Nos últimos 10 anos, a competição vem sendo marcada pelo equilíbrio, tendo sido vencida por 9 clubes diferentes, cabendo apenas ao Cometa de Itapiranga, a honraria de ter conquistado dois títulos neste período.
O sucesso da competição deve-se ao fato dos clubes mais tradicionais da região preferirem disputar as competições amadores, do que se profissionalizar. Deste modo, os valores que seriam gastos com transportes, taxas da Federação, folha salarial e encargos de um time profissional, são gastos na formação de grande times, repletos de jogadores de renome no Oeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A competição também sempre conta com jogadores conhecidos no cenário nacional.
Neste ano, o destaque é o volante Ademir Sopa, ex-Portuguesa e São Caetano-SC, que está defendendo o Independente-SD. No ano passado a estrela foi Josiel, ex Paraná Clube e Flamengo, artilheiro do Brasileirão-2007, que defendeu o Cometa. O lateral direito Patricio, ex-Gremio-RS defendeu o Olaria de Xanxere por varias temporadas. Alguns jogadores são figuras carimbadas na competição. O goleiro Pedro Paulo, ex Chapecoense e Portuguesa/SP já foi campeão com o Oeste-Chapecó e o atacante Tuto, ex Ponte Preta-SP, São Caetano-SP e futebol japones foi campeão em 2012 com o Ypiranga.
A listagem abaixo, detalha os participantes e suas respectivas colocações entre 2005 e 2014.
CLUBE | CIDADE | 2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 |
ABELARDENSE, A.R.E. | Abelardo Luz | 4F | SF | 1. | |||||||
ACEF/SOERCA | Campo Erê | 1F | |||||||||
AFA, S.E.R.C. | São Carlos | SF | 4F | 1F | SF | ||||||
AJAP, S.E.R. | Pinhalzinho | 1F | 2. | 2. | 4F | 8F | 1F | SF | |||
ASSOC. CORONEL FREITAS | Coronel Freitas | 1F | |||||||||
ATLÉTICO CN | Campos Novos | 4F | 4F | 8F | |||||||
BAVIAL, A.A. | Xanxerê | 1F | 1F | 1F | |||||||
CAÇADOR A.C. | Caçador | 4F | 1F | 8F | |||||||
CAÇADORENSE, E.C. | Caçador | 1F | |||||||||
CANARINHO, E.C. | Pinhalzinho | 1F | 8F | 8F | |||||||
COMETA, E.C. | Itapiranga | 1. | SF | 1. | SF | 2. | 2. | SF | 8F | ||
CONCÓRDIA A.C. | Concórdia | 8F | |||||||||
COOPERCAMPOS, A.A. | Campos Novos | 8F | 1F | SF | 8F | 4F | |||||
CRUZEIRO, S.E.R. | Itá | 1. | 4F | 8F | 8F | 2. | |||||
FLOR DA SERRA F.C. | Herval D’Oeste | 1F | |||||||||
FRAIBURGO | Fraiburgo | 1F | |||||||||
FRAIBURGO E.C. | Fraiburgo | 8F | 8F | ||||||||
FREI BRUNO, A.A. | Joaçaba | 4F | |||||||||
GIGANTINHO, S.E.C. | Chapecó | 1. | 4F | 4F | 1F | ||||||
GUARANI, C.E. | S. Miguel do Oeste | SF | 1. | 8F | SF | 4F | 2. | 8F | |||
GUARANI, E.C. | Maravilha | 1F | 4F | ||||||||
GUARANY, S.E.R.C. | Xaxim | 4F | 1F | 1F | 8F | 1F | |||||
HORIZONTE F.C., E.C.R. | Novo Horizonte | 1F | 8F | ||||||||
INDEPENDENTE, S.E. | Barra Bonita | 4F | 1F | 1F | |||||||
IPANEMA, G.C. | Mondaí | 1F | |||||||||
ITABIGA, C.R. | Faxinal dos Guedes | 1F | 1F | 4F | SF | ||||||
JUVENTUDE, S.E.R. | Lindóia do Sul | 1F | 1F | 4F | 2. | SF | SF | 4F | |||
JUVENTUS, C.A. | Seara | 2. | 1F | 8F | 1F | ||||||
MARAVILHA, C.R. | Maravilha | 1F | 8F | ||||||||
METROPOL, S.E.R.C. | São Carlos | SF | |||||||||
NACIONAL F.C. | Chapecó | 1F | |||||||||
OESTE E.C. | Chapecó | 2. | 1. | 4F | |||||||
OESTE F.C. | Chapecó | 1F | 1F | 1F | |||||||
OESTE E.C. / GIGANTINHO | Chapecó | 4F | |||||||||
OLARIA, E.C. | Xanxerê | SF | 4F | SF | SF | 4F | 4F | 1. | SF | ||
OLÍMPICOS, C.E. | Xanxerê | 1F | 1F | 8F | 8F | ||||||
OPERÁRIO / RODEIO BONITO | Águas de Chapecó | 8F | |||||||||
OURO VERDE, C.E.R. | Descanso | 1. | 8F | ||||||||
PALMITOS, A.E. | Palmitos | 4F | 4F | 8F | |||||||
PINHEIRO F.C. | Campos Novos | 4F | |||||||||
PINHEIRO PRETO / ABEC | Pinheiro Preto | 1F | |||||||||
PONTESERRADENSE, C.E.R. | Ponte Serrada | 8F | |||||||||
REAL PROMORAR, E.C. | São José do Cedro | 4F | |||||||||
RODEIO BONITO, S.E. | Chapecó | 4F | |||||||||
SÃO CRISTÓVÃO, S.E.R. | Quilombo | 4F | 4F | 1F | 4F | 4F | 8F | ||||
SERRA ALTA, C.M.E. | Serra Alta | 1F | |||||||||
SOERCA | Campo Erê | 1F | 1F | 1F | 1F | 1F | 1F | ||||
TABAJARA F.C. | Xanxerê | SF | 4F | 4F | 4F | 4F | 4F | ||||
TANGARAENSE, A.B.E.C. | Tangará | 1F | 8F | 8F | |||||||
TRÊS ESTRELAS, E.C. | Xanxerê | 1F | 8F | 4F | |||||||
UNIÃO CURITIBANENSE | Curitibanos | 1F | |||||||||
VINTE E NOVE DE JUNHO, A.A. | Bom Jesus | 8F | |||||||||
VIVA VIDA, A.C. | Santiago do Sul | 1F | 1F | ||||||||
XANXERÊ F.C. | Xanxerê | 4F | 4F | ||||||||
YPIRANGA F.C., A. | São José do Cedro | 4F | 2. | SF | 1. | 8F | 4F |
LEGENDA:
1. = Campeão
2. = Vice-campeão
SF = Semi-finalista
4F = Quartas de Final
8F = Oitavas de Final
2F = Segunda Fase
1F = Primeira Fase.
UMA AVENTURA DO CAXIAS EM BLUMENAU/SC – 1928
Nos dias de hoje, uma viagem entre Joinville e Blumenau, distantes cerca de 100 km, demanda pouco mais de 1 hora e meia para ser concluída, seja seguindo pela duplicada BR-101 até se chegar á mortal BR-470, ou seja via BR-101, depois BR-280 e finalmente a SC-414 que corta uma belíssima serra entre os municípios de Guaramirim e Blumenau.
Estes trajetos, todos bem asfaltados, embora perigosíssimos pela falta de rodovias duplicadas, são bem mais acessíveis do que o caminho que Caxias Futebol Clube de Joinville encontrou quando resolveu fazer uma excursão até a ‘vizinha’ cidade em 1928.
Nesta ocasião, qualquer trajeto escolhido era feito por estradas sem qualquer tipo de pavimentação, o que transformava uma simples excursão esportiva numa verdadeira epopeia.
O relato abaixo, extraído do Jornal de Joinville, detalha uma das diversas aventuras futebolísticas registradas em terras catarinenses, lá pelos idos de 1920/30.
Domingo 16 de Setembro de 1928
Em Blumenau:
F.B.C. BLUMENAUENSE 1X4 CAXIAS F.C. (Joinville)
A SAÍDA NO SÁBADO
O Caxias chefiado por seu presidente Irapuan Leal seguiu para Blumenau, animado das melhores esperanças, numa caravana de sete automóveis escalonados, sendo o primeiro carro pertencente ao Sr. Palmyro Vidal, que levou o contador de anedoctas Bento. Além destes e dos atletas, acompanharam a embaixada o tesoureiro Jazer Vieira, o secretário João Lorenzi, os senhores Roberto Schmidlin, Henrique Meyer Jr., Julio Cribari, Otto Schoereder e o tenente Manoel Câmara, que foi como juiz.
A BOIADA ‘CAXIAS’
Todos passaram por várias peripécias até a chegada, devido às más condições do tempo e da estrada, que passava pelas margens do Rio Itajhay. Num dos trechos, a caravana deparou-se com uma boiada composta por onze bois pretos e brancos. Logo todos a apelidaram de boiada Caxias, e para os mais supersticiosos, era um indicio da vitória caxiense no jogo.
A CHEGADA DOMINGO DE MADRUGADA
O Caxias chegou às 3 horas da madrugada (de domingo) em Blumenau, e logo se hospedou no Hotel Wurger na Altona, distante 7 km do centro Blumenau. Faltava ainda o carro de Julio Cribari que trazia o Jazer, Candinho, Manequinho e Amorim.
O AGUACEIRO
Às 10 horas da manhã começou um forte aguaceiro, que pôs em dúvida a realização do jogo. A diretoria do Blumenauense foi buscar os representantes do Caxias, para juntos verificarem as condições do campo, e ao chegaram até ele, mal puderam distinguir o gramado, que estava coberto por um lençol d’água. A solução foi seguirem até o campo do Brasil, que embora também não estava bom, apresentava um melhor aspecto. Desta forma, foi combinado entre as três diretorias, a realização do jogo, no campo do Brasil.
A CHEGADA DO RESTO DO TIME
O Caxias ainda estava receoso pelo atraso do sr. Julio Cribari, já que sem ele, o time só poderia entrar em campo com 9 jogadores. No entanto, as 13:00 horas, todos chegaram são e salvos à Blumenau. O atraso foi motivado por um desarranjo no carro, logo que saíram de Joinville, que fez com que eles retornassem para repará-lo.
O JOGO
Às 16 horas depois do clássico bate-bola no gramado, era chegada à hora do jogo. A sorte de escolher o campo coube ao Caxias. A linha do Caxias que jogava num terreno pior, cheio de lama, não podia firmar-se bem, o que era aproveitado pelos locais. O jogo mais combinado porém, por parte do alvinegro, leva os seus dianteiros a assediar constantemente o arco. Desse modo, Calafate aos 20 minutos, de perto, conquista o primeiro ponto caxiense. Continuam os ataques por parte dos joinvillenses, que perdem mais duas ótimas oportunidades. Os de Blumenau reagem, mas não fosse a afobação, teriam conseguido empatar. O Caxias continua fazendo pressão e consegue mais dois pontos com Pedro Lemos. Não desanimaram os blumenauenses e alguns minutos depois, devido a uma furada de Candinho, que não pode firmar-se no terreno, fizeram seu único ponto. João saiu do arco, mas não impediu que fosse vasado, terminando assim o 1º tempo com 3×1 para o Caxias.
Reiniciado o 2º tempo, o Caxias entra a atacar, procurando aumentar a contagem. Os blumenauenses começam a desenvolver um jogo um tanto pesado, sendo marcadas varias penalidades. A partida foi interrompida duas vezes para atender os jogadores machucados. Prossegue o jogo, e é marcada uma penalidade contra os locais. Há esforço de parte a parte para aumentar a contagem. Num dado momento que se acha caído um jogador local, os blumenauense conseguem um ponto que é acertadamente anulado pelo juiz. Prosseguem os do Caxias com mais investidas, sendo ao faltar dez minutos, conseguem o ultimo ponto, com Pedro Lemos. Atuou de juiz o Sr. Camara que foi imparcial.
Á NOITE
A noite no Hotel, ocorreram brincadeiras com Bento, Manequinho e Candinho, que nos intervalos exigiam uma rodada de chopps. Os senhores Irapuan Leal e Willy Urban discursaram, os directores dos clubes locais também estavam presentes. A exceção de Henrique Meyer e seus acompanhantes, que voltaram na mesma noite, os demais regressariam apenas na 2ª feira pela manhã.
FUGINDO DA ENCHENTE
Conforme era previsto, a embaixada caxiense deixou Blumenau segunda-feira pela manhã, chegando a Joinville de tarde, após uma vigem sob forte chuva. Apenas Julio Cribari, que já teve problemas na ida, não pode retornar. Ao acordar, ele deparou-se com o Rio Itajahy cheio, inundando parte da Rua XV e impedindo que os automóveis passassem. Segundo alguns, foi cômico ver o sr. Jazer Vieira tentando colocar 12 pessoas no carro para não serem víctimas do Rio Itajhay.
O TRAJETO ATUAL
CAMPO DO COLÉGIO CATARINENSE – 100 ANOS
A INAUGURAÇÃO
Domingo 11 de Abril de 1915
Em Florianópolis:
No campo do Gymnasio, na Rua Esteves Junior, ás 14:50 horas, um match de foot-ball amistoso:
EXTERNATO ‘1º team’ 1×0 INTERNATO ‘1º team’
A CHUVA ATRAPALHOU O JOGO INAUGURAL DO CAMPO
Após dois anos de trabalho intenso, finalmente o Gymnasio Santa Catharina (atual Colégio Catarinense) conseguiu concluir a construção do seu próprio campo de futebol, localizado nos fundos do extenso terreno do estabelecimento de ensino.
Para inaugurar o campo com toda a pompa que o mesmo merecia, a diretoria do Gymnasio promoveu uma grande tarde esportiva, onde os seus alunos mais afeitos ao esporte, puderam demonstrar caprichados exercícios de ginastica e realizar o clássico jogo de futebol entre alunos internos x alunos externos, ou simplesmente Internato x Externato.
Foi um dia de muita expectativa e festa para todos no Gymnasio Santa Catharina, tendo o campo ficado repleto de alunos e alguns convidados para assistirem á programação.
As provas de ginastica transcorreram dentro do esperado, o que não aconteceu com o jogo de futebol, que por conta de um forte temporal que caiu de repente, teve que ser paralisado tão logo foi terminado o primeiro tempo.
Embora este evento fosse marcante para o futebol da capital, que acabava de ganhar outra praça de esportes além do campo do C.S. Florianópolis, a repercussão na imprensa local foi mínima. O único jornal que noticiou a inauguração do campo foi o ‘Ipiranga’, que não por acaso, era escrito pelos próprios alunos do Gymnasio.
‘Ipiranga’, Florianópolis, maio de 1915:
Foi escolhido para a direcção o distincto moço Gentil Silva que ás 14,50, mandou que os “players” tomassem as respectivas posições.
As equipes entraram assim em lucta:
Externato
J. Amorim Admastor Linhares Rude Celso
Perusca Floriano Algemiro
Iracy Altamiro
Nicanor
Internato
Cauduro Pinho Abelardo Sada Affonso
Edmundo Theodoro Jorge
Jayme Mario
Bruno
Convidada, a senhorita Cora Linhares, deu o “place kicke”. Durante alguns minutos correu o jogo sem dominio certo, feito só de shoots e rebatidas.
Porém Pinho, o veloz ontside righr do Internato de uma escapada passa alguns “driblings” nos “halves” do externato e consegue enviar uma “granada” ao rectangulo inimigo, dando occasião a uma bella defeza de Nicanor, o impertubavel goal-keeper.
Subito uma escapada de Amorim, habilmente cortada por Jorge, arranca dos espectadores anceios e freneticos enthusiasmos. Depois certo tempo, começou de pensar o temivel outside do Externato, Celso, a realçar a linha dos forwards, passando acolá ao Amorim driblando e enviando emfim vigorosos shoot ao goal adversario habilmente defendido por Bruno.
Á medida que lamentamos a falta de combinação dos players externos, devemos elogiar a combinação dos internos. Abelardo manteve-se no nivel dos seus companheiros, conseguindo atacar o goal de Nicanor, com shoots vigorosos.
Adamastor que até então estava desanimado, recobra a animação, vendo a bola manter-se, por algum tempo, no campo inimigo e, recebendo um passe de Celso, impelle a bola ao goal atirando-se sobre o goal-keeper – e abre assim a “score” do seu team, com o primeiro e unico goal do dia.
Os players internos não fraqueiam. Dada a sahida, investiram estes, em forte investida contra a defeza adversaria, e enviam varias “granadas” ao goal. Floriano, o “center-half” dos externatos, que sempre faz o seu jogo realçadamente, fel-o n’este dia muito obscuramente. Foi muito notada a perseverança de Edmundo, marcando Celso. Affonso e Sada, os excellentes “players” da ala esquerda fizeram, por ultimo, um jogo de passes estupendos.
D’um “corner” de Theodoro, se originou um “mellée” que, infelizmente, foi cortado devido a bola ter batido no “referee”. Iam os formados internos em veloz investida, quando o ‘refere” apita dando como terminado o jogo, devido a chuva. De um só half-time constou o jogo do dia 11, terminando com o seguinte resultado.
Externos – 1 gool
Internos – 0
TRAVE DE ENTRADA DO CAMPO – Década 1920
VISTA AÉREA – Década de 1920
PALCO ÚNICO DO CAMPEONATO DE 1925
Por conta de obras de melhoria no Campo da Liga, na Rua Bocayuva, (depois rebatizado de Estádio Adolfo Konder), o Campeonato de 1925 teve como único palco dos jogos o campo do Gymnasio Santa Catharina.
Não á toa, o título deste ano foi conquistado de forma invicta e indiscutível pelo Externato Futebol Clube, time formado exclusivamente por alunos do ginásio.
A conquista do Externato rendeu reclamações dos torcedores dos demais clubes da Liga, que alegavam que os jovens conheciam todos os buracos do campo e por isso foram favorecidos no campeonato. Replicavam os do Externato lembrando que o Internato, também composto de alunos do ginásio, havia participado do mesmo campeonato e terminou num modesto 5. lugar entre 7 participantes. Numa tréplica, os torcedores mais atentos lembravam que o Internato, embora tenha ido mal no campeonato principal, conquistou também de maneira invicta o título dos 2. quadros. Certo é que a discussão cessou no campeonato seguinte, quando o Campo da Liga voltou a ser o palco principal do futebol de Florianópolis.
EXTERNATO, CAMPEÃO DE 1925
O CAMPO DE FUTEBOL MAIS ANTIGO DO ESTADO
O campo do atual Colégio Catarinense, existe até os dias de hoje, sendo, portanto, o campo, ou estádio de futebol mais antigo ainda existente em Santa Catarina e um dos mais antigos do Brasil.
Se anteriormente o primitivo campo era cercado de morros e arvores, atualmente, devido ao enorme crescimento urbano de Florianópolis, pode-se dizer que o mesmo fica espremido entre os prédios e as instalações do próprio colégio, construídas no decorrer das décadas.
O campo também mudou muito em um século de existência, ganhando uma pequena pista olímpica ao seu redor e uma confortável arquibancada de cimento, localizada na lateral onde fica o barranco, que embora modificado, ainda persiste. Também existem alambrados e traves metálicas, itens comuns em qualquer estádio atual. O gramado, que no principio misturava-se á terra batida, pode ser considerado um dos melhores da cidade, cuidadosamente tratado para a utilização dos alunos, seja nas aulas de educação física, seja nos torneios de futebol de base que o colégio participa.
Pode-se dizer que o campo do Gymnasio Santa Catharina, até 1930, foi ao lado do campo da Rua Bocayuva, o principal palco do futebol florianopolitano. Neste período, geralmente por conta de obras que inviabilizavam a utilização do campo vizinho que ficava apenas há 1300 metros de distancia, o campo do Gymnasio foi utilizado para a realização de jogos intermunicipais, interestaduais, do campeonato catarinense e do campeonato da capital.
Á partir de 1930, com a construção do Estádio Adolpho Konder, o campo do Gymnasio ficou restrito a jogos sem maior importância, como jogos do campeonato interno do colégio e poucos jogos do campeonato da capital, geralmente aqueles onde o A.D. Colegial, fundado em 1944, sucessor de Internato e Externato, tomava parte.
Na década de 1960, quando o Colegial deixou de participar dos campeonatos da capital e o Figueirense inaugurou o estádio Orlando Scarpelli, o campo do Colégio Catarinense, denominação tomada á partir de 1942, passou a ser praticamente de uso exclusivo dos alunos.
VISTA DA ATUAL ARQUIBANCADA
VISTA AÉREA – atualmente
Pesquisa do autor ©
Fontes: jornal Ipiranga, Republica e O Estado. Colégio Catarinense. Livro 85 anos de Bola, de Maury Borges.