Foto de 1930, do Clube Atlético Mineiro, Campeão dos Campeões, quando bateu espetacularmente o Bangu. O famoso esquadrão composto de:
Veado, Humberto, Orlando, Didico, Jací, Milito, Jairo, Naná, Dario, Geraldino, Mauro, Mario Gomes, Jaime, Murilo, Mauricio e Armando, além do diretor esportivoIvo Melo e do técnico, presentemente estão todos ou quase todos formados por escolas superiores.
Em 1930, o Atlético Mineiro estreou na temporada, na terça-feira, do dia 07 de janeiro, derrotando o combinado carioca por 3 a 2. No domingo, do dia 18 de maio, venceu a equipe carioca do Sport Club Вrаsil, por 5 a 1.
No domingo, do dia 22 de junho, empatou com o Clube de Regatas Flamengo, também do Rio, por 2 a 2. No sábado, do dia 30 de agosto, na cancha da Barroca, derrotou o Botafogo/RJ, por 3 a 2. Os três gols dos mineiros foram assinalados por Mário de Castro.
No sábado, do dia 06 de setembro, goleou o Bangu por 7 a 2. No sábado, do dia 20 de setembro, venceu o São Christóvão carioca por 3 a 1.
Por fim, na revanche, na sexta-feira, do dia 24 de outubro, o Botafogo/RJ venceu por 6 a 3, no Estádio de General Severiano, no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro.
A vitória do Cruzeiro Esporte Clube, no Campeonato Mineiro de 1959, que fez vibrar intensamente a alma cruzeirense da cidade, foi, sem dúvida, o resultado do harmonioso trabalho de uma equipe de homens devotados à gloriosa agremiação esportiva do Barro Preto.
Porque na verdade, não basta, no futebol, o entrosamento da equipe integrada pelos jogadores que se desdobram, em campo, para vencer o adversário, mas é necessária também a coesão da grande equipe representada por todos quantos, nos setores administrativos, técnicos e esportivos, contribuem com sincero esforço através de entusiástico espirito de luta para a grandeza do clube.
A grande vitória cruzeirense de 1959 resultou dessa harmonia total, constituindo-se num feito tão expressivo que, numa reportagem ligeira, como homenagem ao campeão do ano, não poderíamos deixar de evocar a gloriosa história desse grêmio cujas atuações vêm empolgando, desde o longínquo 1921, os aficionados do futebol em Minas.
O Cruzeiro Esporte Clube é a esplêndida continuação da Societá Sportiva Palestra Itália que, sob o patrocínio da colônia italiana de Belo Horizonte, surgiu em janeiro de 1921, para honra e glória dos esportes nacionais. Teve, depois, o clube recém-fundado, outras denominações: Sociedade Esportiva Palestra Itália, Sociedade Esportiva Palestra Mineiro e, por fim, Ipiranga.
Foi por ocasião da grande guerra mundial em1941, que surgiu a substituição da palavra Itália por Mineiro, modificada, novamente, no ano seguinte, por força de decreto-lei para Ipiranga, nome que não resistiu uma semana, vindo a ser substituído pelo belo nome que hoje tem.
Durante os 39 anos de sua existência, marcada por várias vitórias inesquecíveis, que ficaram memoráveis na crónica futebolística de Minas Gerais, a raposa do Barro Preto conseguiu, com a camisa palestrina, o tricampeonato (28-29-30) o campeonato de 40 e, já no regime do profissionalismo, ostentando a camisa cruzeirense, alcançou novo tricampeonato (43-44-45) que consolidou o prestigio da querida agremiação.
Todos os presidentes entre 1921 a 1960
Na sua existência, teve o clube do Barro Preto 22 presidentes, que foram os seguintes: Aurélio Noce, Alberto Noce, Braz Pellegrini, Antônio Falci, Américo Gasparini, Lidio Lunardi, José Viana de Sousa, Miguel Perrella, Romeu De Paoli, Osvaldo Pinto Coelho, Enes Ciro Poni, Mário Grosso, Antônio da Cunha Lobo, Divino Ramos, Manuel França Campos, Fernando Tamietti, Antônio Alves Limões, José Greco, Wellington Armanelli, Eduardo Bambirra, Manuel Carvalho e Antônio Braz Lopes Pontes.
Destaques na diretoria do clube em 1959
Na memorável campanha de 1959, três nomes se destacam, sem dúvida, dentro do grande e louvável esforço da totalidade dos cruzeirenses: Antonino Pontes, o presidente; Carmine Furletti, vice-presidente dos assuntos profissionais, e Felício Brandi, diretor de futebol. E, pode-se afirmar, os esforços desses três elementos, que a imprensa já cognominou de Três Mosqueteiros, obtiveram, no setor esportivo, absoluta ressonância em Leonisio Fantoni, o popular Niginho, que conduziu o team à vitória.
Outros desportistas merecem, também, citação, pela dedicação com que agiram sempre: Hélio Volpini, Joaquim Gramiscelli, Fábio Miranda, Celso Lovalho, Geraldo Faria e tantos outros cuja enumeração seria longa. Na administração do clube, devem ser citados os desportistas José Francisco Lemos Filho, Eduardo Bambirra, Nicola Costa, Harry Leite, Isac Federman, Miguel Morici, Geraldo Heleno, Adil de Oliveira, Américo Búfalo, José Azevedo e muitos outros que, por dedicação ao clube das cinco estrelas, fizeram da sede do Barro Prêto, um segundo lar.
Torcedor doa um terreno de 4 mil metros quadrados ao clube
A vitória que atualmente os cruzeirenses festejam, propiciou, neste início de ano, excelente clima para o prosseguimento da grande realização do Cruzeiro Esporte Clube: a Sede Campestre. Por desejo do saudoso homem público, René Giannetti, sua família doou ao Cruzeiro Esporte Clube uma área de 4 mil metros quadrados, no Jardim Santa Branca, na Pampulha.
Nicola Costa, expressivo nome cruzeirense, idealizou o plano e as obras já estão em pleno funcionamento, sob sua direção, sendo seus colaboradores vários paredros que constituem a diretoria da Sede Campestre: Nicola Costa, presidente; Adil Expedito de Oliveira, vice; Sebastião Morégula Campos, diretor de publicidade; Nicola Galicchio e Geraldo Moreira dos Santos, tesoureiros; e César Lovalho, secretário.
Projeto para construção da Sede e Estádio
Teremos, portanto, muito breve, na Pampulha, magnifico estádio de futebol, piscina olímpica, piscina para crianças, quadras de basquete, vôlei e tênis. Essa realização será o grande campeonato que o glorioso Cruzeiro Esporte Clube vencerá muito em breve.
Diretoria campeã do Cruzeiro em 1959
Presidente – Antonino Braz Lopes Pontes;
Vice-Presidente – José Francisco Lemos Filho;
Vice-Presidente de Futebol – Carmine Furletti;
Vice-Presidente Social – Antônio Harry Leite;
Vice-Presidente dos Especializados – Italo Becatini;
Diretor de Futebol Profissional – Felicio Brandi;
Diretor do Dep. Futebol Amador – Edson Crepaldi;
Diretor do Dep. de Finanças – Claro Flores Pinto;
Diretor de Patrimônio – Nicola Costa;
Diretor do Dep. Médico – Dr. José Greco;
Diretor do Dep. Jurídico – Luiz Carlos Rodrigues;
Diretor do Dep. Administrativo – Natalino Trigineli;
Diretores de Natação – Wellington Armaneli e Miguel Lovalho;
Tesoureiro – Américo Búfalo;
Secretário – Caetano de Oliveira Piló;
Diretores da sede social: Durval Serafim, Isac Federman, Rui Grossi, Gelson Aureliano Netgker, Sebastião Tostes e Nicola Galicchio (tesoureiro).
FONTE E FOTOS: Revista Alterosa (reportagem de maio de 1960)
O Esporte Clube Londrina foi a 1ª agremiação de futebol que existiu na cidade de Londrina (PR). O “Alvinegro Londrinense” foi Fundado em 1934, por pioneiros da Companhia de Terras do Norte do Paraná (CTNP) com o nome de Sport Club Londrina.
A sua Praça de Esportes ficava localizado na Avenida Paraná (atual: Avenida Celso Garcia Cid), na Vila Siam, em Londrina. Foi o 1º campo de futebol na cidade. Na década de 50, o campo de futebol deu lugar à antiga Cooperativa Cotia.
O 1º time do Esporte Clube Londrina tinha a seguinte escalação: Jacó Minatti (goleiro); Nicodemo, Leonino e Galvino (Beques); Mário, Américo, Fascio e Cézar Traballi; Celso Garcia Cid e Rafael Ferrari (Alfos); Aurélio Paglia (Center Alfo). Técnico: Alfredo Batini.
Na formação inicial dos núcleos urbanos planejados pela CTNP, havia o interesse dos colonizadores apresentarem um ideal de urbanidade ligado à vida esportiva. Isto talvez pelo fato de que para os próprios funcionários da CTNP fosse interessante manter atividades que preservassem a cultura nativa dos seus poucos funcionários ou ainda para auxiliar no empreendimento atraindo futuros compradores por meio da imagem de uma cidade planejada e próspera não apenas economicamente, mas também sociocultural do ponto de vista da sua organização e distribuição espacial de práticas de passatempo e esportivas. E dessa forma, destacamos o sentido atribuído ao campo de Football por parte dos colonizadores e do poder público local.
Mesmo relegado às determinadas áreas marginais, o futebol se desenvolveu de uma maneira que a interação social entre grupos com diferentes parcelas de poder denunciasse a questão de distinção social expressa pela distribuição e organização espacial do centro urbano.
Assim, a introdução do campo de Football na planejada cidade de Londrina é marcada por um discurso que condicionou e encarregou a área destinada a tal prática esportiva e de passatempo nos anos 1930.
Houve discurso higienista corroborando com os interesses da CTNP e dos representantes do poder público por meio da racionalização dos espaços, isto desde a sua concepção de núcleo urbano até a execução do projeto de cidade.
Embora a cidade de Londrina em sua fase inicial apresentasse uma paisagem rural, não podemos deixar de frisar que o empreendimento inglês era um projeto moderno de exploração de terras e consequentemente de modelos de núcleo urbano planejado, sendo o campo de Football um elemento constitutivo da vida sociocultural.
Por fim, a representação do futebol dentro do projeto de núcleo urbano da CTNP, indica, por um lado, abertura a um possível lugar onde as diferenças deveriam conviver; por outro lado, a quadra de tênis indica o lugar de convívio daqueles que se julgavam pertencentes de uma elite social e condutora da cidade planejada e em urbanização.
ARTE: desenho dos escudos e uniformes: Sérgio Mello
FOTOS: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss – Acervo Nair Paglia Piantini – Londrina Foto Memória
FONTES: Paraná Norte (PR) – “O Enquadramento do Football na Cidade Planejada – Londrina dos anos 30”, de autoria de André Xavier da Silva e Tony Honorato – Aurélio Paglia
O Operário Futebol Clubeé uma agremiação da cidade de Campo Grande (MS). A suaSede socialfica localizado na Rua Dr. Eduardo Olímpio Machado, nº 300, no bairro de Monte Castelo, em Campo Grande (MS).
O “Galo” foi Fundado no domingo, do dia 21 de agosto de 1938, por representantes da construção civil liderados pelo pintor Plínio Bittencourt. O time foi criado por cidadãos comuns que buscavam espaço na sociedade brasileira regida pelo Estado Novo.
Operário do Povo
Operários criavam um clube de origem popular, combatendo o preconceito para disseminar o esporte bretão que na época era praticado apenas pela elite. A instituição do povo, mostraria o seu valor durante o período do futebol amador da cidade com as conquistas da Liga Campo-Grandense em 1942 e 1945 e mais tarde, dando fim ao enorme jejum de 21 anos, levantando a taça de 1966 a última da era amadora.
Uma “seca” de títulos, que o Operário voltaria a enfrentar mais de 30 anos depois desse feito. Após o Bicampeonato Sul-Mato-Grossense (em 1996 e 1997) o Operário ficou 21 anos sem levantar o título do campeonato estadual e só voltou a soltar o grito de campão “entalado na garganta” em 2018, justamente no ano das comemorações dos 80 anos de existência do clube.
O atual Presidente do Conselho Deliberativo do Operário, Estevão Petrallas se lembra de uma história envolvendo a torcedora símbolo do Operário que esteve presente durante todo esse jejum.
“Eu me lembro do último episódio na cidade de Rio Brilhante, quando nós recebemos o Operário com uma dívida de 12 mil reais perante a justiça desportiva e a perda de mando de seis jogos. Estávamos jogando a Série B e eu assisti ao jogo, atrás do gol juntamente com Dona Maria Preta. E ela dizia, ‘seu Petrallas, eu vou morrer e não vou ver esse operário campeão’ e eu disse, Dona Maria não morre não, que nós vamos ser campeão”, se lembra Estevão.
A comemoração realizada no Rádio Clube Cidade, foi um verdadeiro marco para o Operário Futebol Clube, que enfim, pode reescrever a sua própria história apagando as injustiças cometidas com aqueles operários da construção civil que fundaram o clube e que foram impedidos de jogar futebol naquele mesmo lugar ainda no período do amadorismo.
O Operário nasceu de um clube social chamado Clube dos 30, que era visto como o clube para o povão bailar. Já que o Rádio Clube pertencente a elite, acabou sendo fechado por perseguição política e por conta disso, muitos dos seus integrantes, mais tarde, ajudariam a fundar o Operário Futebol Clube. Estevão se recordou desse fato inusitado durante a comemoração dos 80 anos do Galo.
“O clube surgiu na Mato Grosso onde hoje é o Sinduscon, Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e a festa foi no Rádio Clube porque era onde os operarianos não tinham espaço para que pudesse adentrar, porque era o clube da elite e o Operário era o clube do povão, então não tinha como ter acesso. E lembramos desse fato rapidamente durante a comemoração, claro sem causar nenhum constrangimento, porque não era o foco”, lembra Estevão.
Seu eterno rival, o Esporte Clube Comercial foi fundado por comerciantes e estudantes do Colégio Dom Bosco juntamente com o esportista Etheócles Ferreira tempos depois, em 15 de março de 1943.
O escritor Reginaldo Alves Araújo que escreveu o livro: Futebol Uma Fantástica Paixão, a história do futebol campo-grandense tomo 1, cita a definição da Liga Municipal de Campo Grande de 1951.
Na ocasião, o Operário perdeu o título para o Comercial e a torcida operariana atribuiu a derrota, as cores do uniforme que foram modificadas pelo então Presidente do Operário, Silvio Andrade, justamente no embate decisivo. Após o apito final, o lado “preto e branco” das arquibancadas ficou tão irritado que arrancou o conjunto vestido pelos jogadores para atear fogo, numa demonstração de enorme insatisfação com o resultado, o que de modo geral, mostra um pouco do tamanho da dimensão da rivalidade que envolve o clássico Comerário.
Na década de 70, o Colorado se profissionalizou para a disputa da Seletiva para o Campeonato Brasileiro, se tornando o primeiro clube do estado do Mato Grosso a disputar a elite do futebol brasileiro em 1973. No mesmo ano em que seu arquirrival disputou a primeira divisão do nacional, o Galo da Bandeirantes conquistou o seu primeiro torneio internacional. Operário campeão da Taça Seleção União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Foi nessa época que o Operário uniu forças para poder competir no ano seguinte.
“O clube de trabalhadores que talvez não tivesse condições nem de fazer o seu documento. E a gente tem histórias de um diretor da época em que sua mulher estava gravida, e ele aguardando o nascimento do filho, ele investiu todo esse dinheiro na Federação Mato-Grossense de Futebol”, relembra Estevão.
Em 2023 o clássico Comerário completou 50 anos de rivalidade profissional. Foi no dia 20 de janeiro de 1973 pela tradicional Taça Campo Grande, que o estádio Morenão foi palco da partida histórica entre o Operário Futebol Clube e Esporte Clube Comercial, segundo registros do jornalista Marcelo Nunes.
“Esse jogo foi num sábado à noite, começou às 21h30 e teve 6 mil e 71 pagantes para uma renda de 51 mil e 35 cruzeiros. Esse jogo foi 1 a 0 para o Operário e gol foi marcado pelo Pinho, aos 30 minutos do segundo tempo em um chute de fora da área. O árbitro foi o Mário Vinhas e os assistentes foram o Ladislau de Oliveira e Agnaldo de Barros, o trio do Rio de Janeiro”, relata Marcelo.
Marcelo Nunes é jornalista e tem mãos o maior acervo de registros da história do clássico Comerário com mais de 20 anos de pesquisa intensas computados, incluindo os jogos da era do amadorismo e partidas amistosas entre os dois clubes. Pesquisa que segundo ele próprio teve o apoio dos companheiros, Ricardo Paredes, Edna de Souza, Artur Mário, Elson Pinheiro e Marquinhos. Marcelo ainda tem o desejo de publicar o livro: “História dos Comerários”, obra na qual começou a escrever, mas que ainda não foi finalizada.
Ao todo o Operário conta com 10 participações na 1ª Divisão nacional, tendo como marcante a campanha de 1977, quando o Galo derrubou gigantes dos gramados e terminou com um honroso e inesquecível 3 º lugar.
Criação de Mato Grosso do Sul
A Lei Complementar 31, que previa a divisão do estado do Mato Grosso foi oficializada em 11 de outubro de 1977. Porém, a lei sancionada pelo então Presidente da República Ernesto Geisel, só entraria em vigor em 1979. Com isso, o Operário foi impedido de ser hexacampeão estadual, justamente por conta da criação do estado de Mato Grosso do Sul. O Operário conquistou 6 títulos consecutivos em 76,77,78 (Mato-grossense) e 79,80,81 (Sul-mato-grossense).
No polêmico ano de 1987, o Alvinegro fez história e se tornou o primeiro time do MS a vencer uma competição nacional. O Módulo Branco do Brasileiro daquele ano, ainda não é reconhecido pela CBF, mas, segue sendo motivo de orgulho para os operarianos. Até hoje, o Operário Futebol Clube é o maior do estado de Mato Grosso do Sul com 12 títulos estaduais.
A Liga Municipal de Desportos de Divinópolis (LMDD) é a entidade máxima da cidade de Divinópolis, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Localizado a 120 km da capital mineira, conta com uma população de 231.091 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) de 2022.
Fundado na sexta-feira, do dia 03 de abril de 1936, a LMDD possui a sua Sede própria situado, na Rua Sion, n° 150, no bairro Esplanada, em Divinópolis/MG.
Divinópolis no 1º Campeonato do Interior Mineiro de 1947
A Seleção de Divinópolis, organizado pela LMDD (Liga Municipal de Desportos de Divinópolis), era praticamente o time do Ferroviário Atlético Clube, que na época era octacampeão municipal. Para se ter uma ideia, o selecionado titular contava com nove jogadores do Ferroviário: Voldack, Geraldinho, Palmiro, Bico-Fino, Bacharel, Pauzinho, Valtinho, Carmelinho e Torres.
A equipe se inscreveu para disputar o no 1ºCampeonato do Interior de 1947, chancelado pela Federação Mineira de Futebol (FMF). O Selecionado Divinopolitano ficou na 3ª Região, da 10ª Zona. A competição, com jogos de ida e volta de caráter eliminatório.
Preparação para o torneio
No domingo à tarde, do dia 21 de setembro de 1947, ensaiou pela segunda vez o selecionado divinopolitano, para seus compromissos no 1ºCampeonato do Interior de 1947. Os treinos vêm agradando plenamente, não só aos técnicos, mas também à grande assistência que tem comparecido ao campo da Esplanada.
O quadro Azul, ou seja, o titular, tem se exibido bem, mostrando boa fibra, técnica e ótima disciplina, acontecendo o mesmo com os suplentes. O escore do ensaio de domingo foi de 8 a 3 para os titulares.
Fizeram os gols: Pauzinho, três vezes; Torres e Piloto, dois tentos cada, e Valter, um gol; marcando para o team Branco: Rolô, duas vezes e Carmelinho, um tento.
Quadro Azul: Voldack (Jairo e depois Albertinho); Militão e Cuim; Silvio, Osvaldo e Bacharel; Pequeno, Valter, Piloto, Pauzinho e Torres.
Quadro Branco: Orácio (Jairo e depois Albertinho); Piola e Otacílio; Ascânio, Bico-fino e Didi; Baldo, Tiãozinho, Rolô, Toninho e Carmelinho.
O Campeonato do Interior terá início no domingo, do dia 5 de outubro de 1947, com jogo Formiga x Divinópolis. Lembrando que os jogos do Campeonato de Interior eram eliminatórios.
Divinópolis arranca empate no fim
Pelo 1ª Campeonato do Interior Mineiro de 1947, na estreia, no domingo, às 15h30min., do dia 05 de outubro de 1947, o Divinópolis após ir para o intervalo perdendo por dois a zero, conseguiu o empate “no apagar das luzes”, arrancando o empate em 2 a 2 com o Selecionado de Formiga, no Estádio Benjamin de Oliveira (propriedade do Ferroviário), em Divinópolis/MG.
No primeiro tempo, Guita e Cabaça marcaram para Formiga. Na etapa final, Pauzinho e Torres (marcou aos 35 minutos) deixaram tudo igual para o Selecionado Divinopolitano. Pela primeira vez, em Divinópolis, ocorreu uma partida intermunicipal em que todos os divinopolitanos presentes torcessem para o clube de sua terra.
Crônica do Jogo
O jornalista Oliveira Neto, do Divinópolis-Jornal fez a crônica dessa partida:
“Primeira Etapa – De Orácio a Carmelo só se salva o zagueiro Geraldo que desde o início ao final, foi dinâmico mostrando muita fibra e classe. A equipe de Formiga não jogou melhor que os nossos, pois, encontraram um selecionado completamente desnorteado, não tendo em absoluto controle da bola.
Poderia o quadro de Formiga produzir mais e assinalar muitos tentos na fase inicial o que só não fizeram pela pouca produção de sua equipe que não correspondeu à expectativa.
Os locais não foram os que vimos frente ao Tupi (foi o último amistoso, uma semana antes, no qual Divinópolis goleou por 11 a 0). Não queremos com isto dizer que não encontraram resistência por parte dos cajuruenses, mas sim que tiveram mais domínio da pelota e compreendiam-se muito bem. Na partida de domingo fracassaram completamente, passando bola a torto e a direito.
Segundo tempo – Os defensores da jaqueta alvi entraram em campo para o tempo complementar, ainda um pouco descontrolados, mas firmando, à medida que o tempo passava. Com os visitantes aconteceu o contrário. Nessa fase, sua defesa jogava melhor e o ataque falhou quando era preciso, não se organizando quase nenhum a- taque de valor”.
ATUAÇÕES
DIVINÓPOLIS
Orácio,não teve culpa alguma nos dois gols, mas teve atuação falha, é fraco. Geraldo, o melhor em campo, jogando como verdadeiro mestre.
Otacílio, menos firme que seu colega, só firmando na fase final.
Silvio, fez um primeiro tempo péssimo, sobressaindo apenas um gol certo que tirou, executando uma bicicleta quando o arco estava completamente desguarnecido.
Bico-fino, fez um 1º tempo regular, melhorando sensivelmente no final. Bacharel, nas mesmas condições de Bico-fino.
Torres,teve boas jogadas.
Valter,foi dinâmico, mas nada conseguiu, pois, estava numa tarde negra. Pauzinho, mais uma vez jogou mal, não satisfazendo embora com espanto geral, pois, sendo ele um grande jogador fez duas partidas péssimas, esperando, no entanto, seus admiradores, que faça ótima partida em Formiga.
Jocaesteve irreconhecível, não sendo o mesmo insider de domingo atrasado. Carmelinho, o elemento em quem nenhum dos esportistas locais depositava confiança foi o melhor da linha atacante, o 1º tempo, mas também é fraco,
FORMIGA
Marándola, um grande arqueiro, tendo efetuado uma grande partida.
Marico, muito falho.
Busina,regular.
A linha média, formada porCarlos, Nesir e Zezé, todos jogaram bem, sobressaindo o centro médio.
No ataque,Guita,o melhor.
Machado,foi um elemento de fibra que mostrou bom padrão de jogo.
Os demais no mesmo nível.
O JUIZ – O árbitro da partida foi o sr. Alcebíades M. Dias, o popular Cidinho agiu bem tendo algumas falhas. O sr. Cidinho é árbitro de categoria, pertencente ao quadro de juízes da F. M. F.
DIVINÓPOLIS (MG) 2 X 2 FORMIGA (MG)
LOCAL
Estádio Benjamin de Oliveira, em Divinópolis (MG)
CARÁTER
1º Campeonato do Interior Mineiro de 1947
DATA
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
HORÁRIO
15 horas e 30 minutos (de Brasília)
RENDA
Cr$ 4.135,00
PÚBLICO
Não divulgado
ÁRBITRO
Alcebíades M. Dias, o Cidinho (FMF)
DIVINÓPOLIS
Orácio; Geraldo e Otacílio; Silvio Azevedo, Bico-fino e Bacharel; Torres, Valtinho, Pauzinho, Joca e Carmelinho. Técnico: Antenor Torres
FORMIGA
Marândola; Marico e Busina; Carlos, Nesir e Zezé; Machado, Guita, Pedro, Milton e Cabaça.
GOLS
Guita e Cabaça (Formiga), no 1º Tempo. Pauzinho e Torres aos 35 minutos (Divinópolis), no 2º Tempo.
Divinópolis sofre a virada e dá adeus ao Campeonato do Interior de 1947
Crônica do Jogo
O jornalista Oliveira Neto, do Divinópolis-Jornal fez a crônica dessa partida:
“Solenidades – Pelos 22 homens e todos os presentes foi cantado o Hino Nacional Brasileiro, sendo nesta ocasião hasteado o pavilhão Nacional pelos Drs. Edson Pinto Coelho e José Adolfo Pereira, promotores de justiça de Divinópolis e Formiga, respectivamente. O chute inicial foi dado pelo Dr. Antônio Noronha, juiz Municipal de Formiga.
Coube a Pauzinho movimentar a pelota. Logo de início, fizeram os visitantes forte pressão ao arco contrário. O marcador de 5 a 2 não refletiu bem o que foi a partida. Os divinopolitanos jogaram bem, dominando por completo o seu adversário, no 1º tempo e aos 20 minutos iniciais da fase complementar.
Não tiveram chance os azuis em assinalar maior quantidade de gols o que sobrava demasia no quadro local. Os ataques dos visitantes eram mais coordenados com passes calculados, entendendo-se as mil maravilhas, mas sempre falhavam noarremate final. Faltou ainda no time divinopolitano mais preparo físico.
É justo, no entanto, salientar a grande reação dos formiguenses, motivada pela grande influência da torcida feminina que não parou um só instante de incentivar seus craques, o que não vemos em nossos campos, isto é, quando acontece aparecer uma moça para assistir a uma partida de futebol.
ATUAÇÕES
DIVINÓPOLIS
Voldack, sem favor algum, o mais positivo de seus companheiros. Encaixou com segurança e defendeu pênalti bem colocado do direito de sua meta. Não foi culpado de nenhum dos gols, porquanto foram assinalados a menor de um metro do arco.
Geraldo, não foi o mesmo de domingo atrasado, não querendo com isto dizer que jogou mal. Aliás, jogou bem, mas não tanto como da primeira vez.
Otacílio, uma verdadeira barreira para a famosa ala Airton e Petito, não conseguindo a mesma uma atuação primorosa devido a vigilância.
Palmiro e Dô, os mais fracos, não se compreendendo o motivo do afastamento de Silvio, que, apesar de ter jogado mal, domingo atrasado, jogou bem melhor que Palmiro. Dô, completamente nulo, tomou um baile tremendo.
Bacharel, juntamente com Otacílio e Voldack, formaram uma autêntica ‘muralha da China’. Bacharel esteve soberbo. Firme na marcação e bom distribuidor. Quando este elemento quis avançar para auxiliar os atacantes nasceu o 2º tento formiguense.
Carmelo, fraco em excesso, perdendo nada menos de 3 gols um dos quais o arco de Marándola estava inteiramente desguarnecido.
Valter, Paulinho e Jocajogaram bem. Valter, mais uma vez brilhou mostrando sua invejável técnica.
Pauzinho, retificando suas péssimas exibições anteriores esteve infernal.
Joca, além do magistral gol assinalado de fora da grande área com um potente petardo que obrigou Maréndola a soltar a pelota o fundo das redes, fez uma partida de gala. O gol de Pauzinho surgiu também de um chute de Joca que o arqueiro formiguense soltou e Pauzinho finalizou marcando o 1º tento.
Torres, jogou bem e deu um tremendo bailado, sendo, desta vez, o dançarino, o famoso zagueiro Marico e depois Lulú, que não conformaram, deixando até a bola para atingi-lo.
FORMIGA
Maréndola, não jogou mal, mas deixou passar dois autênticos frangos.
Marico, teve algumas falhas, o mesmo acontecendo com seu colega de zaga. Carlos, deixou muito a desejar.
Nesir, dava ‘bolas com açúcar’, mas para os adversários. Completamente nulo.
Zezé e Niltinho, jogaram bem.
Machado, fez pivôDô, o que bem entendeu.
Guita, bem vigiado por Otacílio nada fez além do gol.
A infernal ala esquerda formada deAirton e Petito de trabalho constante para a retaguarda divinopolitana. São dois infernais.
O JUIZ – O árbitro foi o sr. Geraldo Fernandes da FMF, que teve uma atuação fraquíssima. Agiu com certo receio, prejudicando a quadro da L.M.D.D. (Liga Municipal de Desportos de Divinópolis). Vai mal o quadro de arbitragem da Federação Mineira. Dois gols foram assinalados em visíveis impedimentos.
FORMIGA (MG) 5 X 2 DIVINÓPOLIS (MG)
LOCAL
Estádio Juca Pedros, situado nas avenidas dos Viajantes e Paulo Lins, no centro de Formiga (MG)
CARÁTER
1º Campeonato do Interior Mineiro de 1947
DATA
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
HORÁRIO
15 horas e 30 minutos (de Brasília)
RENDA
Cr$ 4.000,00
PÚBLICO
Não divulgado
ÁRBITRO
Geraldo Fernandes (FMF)
FORMIGA
Marândola; Marico e Lulu; Carlos, Nesir e Zezé; Machado, Guita, Niltinho, Airton e Petito.
DIVINÓPOLIS
Voldack, Geraldo e Otacilio; Palmiro, Dô e Bacharel; Torres (Carmelinho), Valtinho, Pauzinho, Joca e Carmelinho (Torres). Técnico: Antenor Torres
GOLS
Pauzinho e Juca (Divinópolis); Petito (Formiga), no 1º Tempo. Petito, duas vezes; Guita e Airton, um tento (Formiga), no 2º Tempo.
Após a eliminação, o Selecionado divinopolitanoainda realizou um amistoso. Foi na quarta-feira, no dia 22 de outubro de 1947, quando enfrentou a Seleção de São João del Rei, fora de casa. A partida terminou empatada em 3 a 3. Os gols foram assinalados por Valter, duas vezes, e Pauzinho, um tento.
No final do ano de 1947, teve início a disputa do 1º Campeonato Mineiro do Interior, promovido pela Federação Mineira de Futebol (FMF). A competição na esfera amadora, foi disputada por clubes e seleções municipais, que teve a duração de 5 meses(entre o dia 05 de outubro de 1947 a 07 de março de 1948).
Esse movimento foi uma iniciativa do então presidente da Federação Mineira de Futebol, Saint-Clair Valadares, ainda no início do ano de 1944. Com isso conseguiu que várias ligas municipais fossem fundadas ou reativadas e em seguida devidamente filiadas à FMF.
A crença era de que essa competição seria o “divisor de águas” no futebol mineiro, e o número de inscritos comprovou isso: ao todo foram 42 seleções municipais(alguns foram representados por clubes da cidade) para a disputa, que só foi concluída no início do ano seguinte (1948), coroando a Seleção de Caxambu como a grande campeã. Abaixo as seleções distribuídas em quatro regiões:
1ª REGIÃO
1ª Zona:
Itabirito;
Nova Lima;
Caetés (José Brandão);
Barão de Cocais.
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
ITABIRITO
5
X
2
NOVA LIMA
JOSÉ BRANDÃO
3
X
2
BARÃO DE COCAIS
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
NOVA LIMA
1
X
1
ITABIRITO
BARÃO DE COCAIS
0
X
2
JOSÉ BRANDÃO
Domingo, do dia 19 de outubro de 1947
JOSÉ BRANDÃO
1
X
0
ITABIRITO
4ª-feira, do dia 22 de outubro de 1947
ITABIRITO
2
X
0
JOSÉ BRANDÃO
Domingo, do dia 26 de outubro de 1947
ITABIRITO
2
X
0
JOSÉ BRANDÃO
Itabirito foi o Campeão da Zona da 1ª Zona
2ª Zona:
Santa Luzia;
Pedro Leopoldo;
Sete Lagoas;
Sabará.
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
SANTA LUZIA
1
X
1
SABARÁ
PEDRO LEOPOLDO
0
X
2
SETE LAGOAS
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
SABARÁ
6
X
0
SANTA LUZIA
SETE LAGOAS
4
X
2
PEDRO LEOPOLDO
Domingo, do dia 19 de outubro de 1947
SABARÁ
0
X
1
SETE LAGOAS
4ª-feira, do dia 22 de outubro de 1947
SETE LAGOAS
7
X
0
SABARÁ
Sete Lagoas foi o Campeão da Zona da 2ª Zona
3ª Zona:
Curvelo;
Diamantina;
Pirapora;
Montes Claros.
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
MONTES CLAROS
2
X
2
PIRAPORA
DIAMANTINA
1
X
5
CURVELO
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
PIRAPORA
2
X
1
MONTES CLAROS
CURVELO
4
X
1
DIAMANTINA
Gols: Adilson, Cavaco e Caito, duas vezes.
Domingo, do dia 19 de outubro de 1947
CURVELO
5
X
2
PIRAPORA
Domingo, do dia 26 de outubro de 1947
PIRAPORA
2
X
2
CURVELO
Curvelo foi o Campeão da Zona da 3ª Zona
Pela Semifinal da 1ª Região
Domingo, do dia 30 de novembro de 1947
ITABIRITO
1
X
0
CURVELO
Domingo, do dia 07 de dezembro de 1947
CURVELO*
WO
X
–
ITABIRITO
Estádio Salvo Filho
* Apesar de ter vantagem de jogar pelo empate, a seleção de Itabirito não compareceu ao jogo, entregando a classificação para Curvelo que se sagrou campeão da 1ª Região.
2ª REGIÃO
4ª Zona:
Barbacena;
Juiz de Fora;
Santos Dumont.
Domingo, às 15h45min, do dia 05 de outubro de 1947 (Estádio Pareto)
SANTOS DUMONT
4
X
3
BARBACENA
Gols: Arinos aos 30 minutos (SD), do 1º tempo. Zizinho aos 6 minutos (Bar); Natalino aos 8 minutos (SD); Arinos aos 10 e 25 minutos (SD); . Levi, de pênalti, aos 29 minutos (Bar); Sapateiro aos 45 minutos (Bar), no 2º tempo.
Domingo, às 15h45min, do dia 12 de outubro de 1947
BARBACENA*
3
X
2
SANTOS DUMONT
* A decisão foi para a disputa de pênaltis. E Barbacena venceu por 3 a 1, avançando para a final. Como Juiz de Fora desistiu, Barbacena se sagrou campeão da 4ª Zona.
5ª Zona:
Mariana (Marianense F.C.);
Ouro Preto (E.C. Tabajaras);
Viçosa.
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
MARIANA
2
X
2
OURO PRETO
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
OURO PRETO
3
X
1
MARIANA
Domingo, do dia 19 de outubro de 1947
VIÇOSA
5
X
2
OURO PRETO
Domingo, do dia 26 de outubro de 1947
OURO PRETO
4
X
3
VIÇOSA
Domingo, do dia 02 de novembro de 1947
VIÇOSA*
0
X
0
OURO PRETO
* A decisão foi para a disputa de pênaltis. E o Viçosa venceu por 4 a 3 se sagrando campeão da 5ª Zona.
6ª Zona:
Aimorés (S.C. Comercial);
Governador Valadares (E.C. Democrata);
Itabira (Valeriodoce E.C.);
Resplendor (Nacional E.C.).
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
RESPLENDOR
3
X
2
GOVERNADOR VALADARES
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
GOVERNADOR VALADARES
3
X
4
RESPLENDOR
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
ITABIRA
1
X
0
AIMORÉS
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
AIMORÉS
3
X
1
ITABIRA
Domingo, do dia 19 de outubro de 1947
ITABIRA
1
X
0
AIMORÉS
Na final da 6ª Zona, Itabira (Valeriodoce) eliminou Resplendor (Nacional), ficando com o títuloda 6ª Zona.
VIÇOSA
2
X
3
BARBACENA
BARBACENA
4
X
2
VIÇOSA
Na primeira partida da final da 2ª Região, Barbacena e Itabira empataram em 1 a 1. No final, o Itabira ficou com o título da 2ª Região.
3ª REGIÃO
7ª Zona:
Uberaba;
Uberlândia;
Araguari;
Patos de Minas (URT – União Recreativa dos Trabalhadores).
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
UBERABA
4
X
2
ARAGUARI
Gols: Brandão, Anísio (2) e Helinho; Paulo Borges e Renato
PATOS DE MINAS
4
X
1
UBERLÂNDIA
Gols: Gilberto (Uberlândia)
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
ARAGUARI
1
X
2
UBERABA
UBERLÂNDIA
1
X
1
PATOS DE MINAS
Gols: Zé Martins (Uberlândia)
Sábado, do dia 15 de novembro de 1947
UBERABA
3
X
0
PATOS DE MINAS
Gols: Tercílio, Brandão e Helinho
Domingo, do dia 30 de novembro de 1947
PATOS DE MINAS
2
X
4
UBERABA
Gols: Helinho, Anísio e Ticrila (Uberaba)
Uberaba foi o Campeão da Zona da 7ª Zona
8ª Zona:
Bonsucesso;
Campo Belo;
São João del Rei.
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
BONSUCESSO *
1
X
3
CAMPO BELO
*A Seleção de Campo Belo se retirou de campo. Posteriormente acabou sendo eliminada. Com isso, o Bonsucesso avançou.
Domingo, do dia 19 de outubro de 1947
BONSUCESSO
1
X
4
SÃO JOÃO DEL REI
Domingo, do dia 26 de outubro de 1947
SÃO JOÃO DEL REI
6
X
1
BONSUCESSO
São João del Rei foi o Campeão da Zona da 8ª Zona
10ª Zona:
Formiga (Formiga F.C.);
Divinópolis;
Dores do Indaiá (Dorense F.C.);
Araxá.
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
DORES DO INDAIÁ
2
X
1
ARAXÁ
DIVINÓPOLIS
2
X
2
FORMIGA
Gols: Pauzinho e Torres; Guita e Cabaça
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
FORMIGA
5
X
2
DIVINÓPOLIS
Gols: Petito (3), Guita e Airton; Pauzinho e Joca
ARAXÁ
4
X
1
DORES DO INDAIÁ
Domingo, do dia 19 de outubro de 1947
ARAXÁ
2
X
0
DORES DO INDAIÁ
Domingo, do dia 26 de outubro de 1947
FORMIGA
2
X
4
ARAXÁ
Domingo, do dia 02 de novembro de 1947
ARAXÁ *
WO
X
–
FORMIGA
*A Seleção de Formiga(formada pelo Formiga Futebol Clube), não compareceu para o segundo jogo e acabou perdendo por W.O. Com isso, a Seleção de Araxá se sagrou Campeão da Zona da 10ª Zona.
Domingo, do dia 07 de dezembro de 1947
UBERABA
1
X
2
ARAXÁ
Gols: Anísio (Uberaba); Camarota e Nivaldo (Araxá)
Domingo, do dia 14 de dezembro de 1947
ARAXÁ
0
X
4
UBERABA**
** O jogo foi interrompido aos 32 minutos do 2º tempo, em razão das condições impraticáveis do gramado, devido à forte chuva que caiu durante toda a partida. Na data marcada para a finalização do confronto e disputa da prorrogação (11/01/1948), a seleção araxaense não compareceu ao gramado alegando não ter sido devidamente comunicada pela FMF, dando a classificação a Uberaba.
Domingo, do dia 1º de fevereiro de 1948
SÃO JOÃO DEL REI
1
X
1
UBERABA
Domingo, do dia 08 de fevereiro de 1948
UBERABA
4
X
0
SÃO JOÃO DEL REI
Gols: Anísio e Brandão, duas vezes cada um.
A Seleção de Uberaba foi a campeã da 3ª Região.
4ª REGIÃO
9ª Zona:
Caxambu;
Varginha;
Itajubá.
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
VARGINHA
0
X
4
CAXAMBU
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
CAXAMBU
7
X
2
VARGINHA
Domingo, do dia 19 de outubro de 1947
ITAJUBÁ
3
X
1
CAXAMBU
Domingo, do dia 26 de outubro de 1947
CAXAMBU
3
X
0
ITAJUBÁ
Domingo, do dia 02 de novembro de 1947
CAXAMBU
2
X
0
ITAJUBÁ
Caxambu foi o Campeão da Zona da 9ª Zona
11ª Zona:
Alfenas (Alfenense F.C.);
Cabo Verde (União F.C.);
Muzambinho.
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
CABO VERDE
2
X
3
ALFENAS
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
ALFENAS
3
X
1
CABO VERDE
Na final, o Muzambinho desistiu e, consequentemente, o Alfenas se sagrou campeão da 11ª Zona.
12ª Zona:
Machado (A.A. Machadense);
Parreiras;
Poços de Caldas (A.A. Caldense).
Domingo, do dia 05 de outubro de 1947
MACHADO
2
X
4
POÇOS DE CALDAS
Domingo, do dia 12 de outubro de 1947
POÇOS DE CALDAS
6
X
1
MACHADO
Em relação ao selecionado de Parreira não foi citado. Possivelmente tenha desistido de participar. Fato é que Poços de Caldas (Caldense) ficou com o título da 12ª Zona.
Sábado, do dia 15 de novembro de 1947
POÇOS DE CALDAS
5
X
4
CAXAMBU
Sábado, do dia 22 de novembro de 1947
CAXAMBU
3
X
2
POÇOS DE CALDAS
Domingo, do dia 30 de novembro de 1947
CAXAMBU
2
X
1
POÇOS DE CALDAS
Domingo, do dia 07 de dezembro de 1947
ALFENAS
2
X
3
CAXAMBU
Domingo, do dia 14 de dezembro de 1947
CAXAMBU *
WO
X
–
ALFENAS
* O selecionado de Alfenas não compareceu no jogo de volta e acabou eliminado. Com isso, a Seleção de Caxambu foi a campeã da4ª Região.
Com a conclusão das fases eliminatórias nas 12 Zonas, e, posteriormente, a definição dos campeões da 1ª, 2ª, 3ª e 4ªRegiões, foi definido as quatro seleções municipais que lutariam pelo inédito título do 1º Campeonato Mineiro do Interior, organizado pela FMF (Federação Mineira de Futebol). Os seis jogos da Fase Final, foram realizados no Estádio Juscelino Kubitschek de Oliveira, o JK (Capacidade para 15 mil pessoas), no bairro de Barro Preto, em Belo Horizonte/MG.
Sábado, do dia 28 de fevereiro de 1948
ITABIRA
0
X
3
CAXAMBU
Gols: Januário e Gravatinha, duas vezes.
CURVELO
2
X
1
UBERABA
Gols: Coquinho e Vicente (Curvelo); Brandão (Uberaba).
Sexta-feira, do dia 05 de março de 1948
UBERABA
6
X
2
ITABIRA
Gols: Ditinho, Jorginho, Tercílio, Anísio, duas vezes (Uberaba); Helinho e Alberto (Itabira).
CAXAMBU
4
X
0
CURVELO
Gols: Celinho, Cento e Nove e Wallace (Caxambu).
Domingo, do dia 07 de março de 1948
CURVELO
4
X
2
ITABIRA
Gols: Coquinho (duas vezes), Vicente e Quirino (Curvelo); Lourinho e Zé Neves (Itabira).
CAXAMBU
2
X
1
UBERABA
Gols: Celso, duas vezes (Caxambu); Helinho (Uberaba).
Com esses resultados, a Seleção de Caxambu conquistou do 1º Campeonato Mineiro do Interior, organizado pela FMF (Federação Mineira de Futebol).
Classificação Final
Nº
CLUBES
PG
J
V
E
D
GP
GC
SG
1º
Caxambu
6
3
3
–
–
9
1
8
2º
Curvelo
4
3
2
–
1
6
7
-1
3º
Uberaba
2
3
1
–
2
8
6
2
4º
Itabira
0
3
–
–
3
4
13
-9
Algumas formações:
Barbacena: Valkir; Domingos e Olinto; Alvaci, Carmo e Carnot; Hélio, Zizinho, Sapateiro, Levi e Oitenta.
Caxambu: Viola; Mazinho e Zé Carlos; Xatara, Januário; Ernesto, Wallace, 109, Celso, Laláu e Gravatinha (Haroldo).
Curvelo: Ulisses; Bené e Beiçola; Malé, Quirino e Cavaquinho; Bastianinha; Caito, Adilson, Cavaco e Coquinho.
Divinópolis: Orácio (Voldack); Geraldinho e Otacílio; Silvio Azevedo (Palmiro), Bico-Fino (Dô) e Bacharel; Torres, Valtinho, Pauzinho, Joca Guimarães e Carmelinho. Técnico: Antenor Torres.
Formiga: Marándola; Marico e Busina (Lulu); Carlos, Nesir e Zezé; Machado, Guita, Pedro (Niltinho), Milton (Airton) e Cabaça (Pepito).
Santos Dumont: Chico Pão (Tigre); Parafuso (Mineiro) e Walter (Social); Marcelo (Tigre), Convence (Social) e Hipólito (Mineiro); Couri (Mineiro), Anísio, Arinos, Italiano e Natalino (Social). Entre parênteses os clubes de cada jogador.
COLABOROU: Fabiano Rosa Campos
Desenho do escudo e uniforme: Sérgio Mello
FONTES: Vida Esportiva (MG) – Gazeta de Paraopeba (MG) – Sol (MG) – Divinópolis-jornal (MG) – A Manhã (RJ)
Mauá é um município da Região Metropolitana de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. Pertence à região do ABC Paulista, na Zona Sudeste da Grande São Paulo, A densidade demográfica é de 6 753,01 habitantes por quilômetro quadrado. Porém a densidade urbana é bem maior, já que um terço do município é área industrial e 10% pertence à área rural e ao Parque Estadual da Serra do Mar. Em 2014, era o 20° município do estado em produto interno bruto. Com 418.261 habitantes (Censo 2022), Mauá é o 15° município mais populoso do estado de São Paulo, e o 57° município mais populoso do Brasil.
Etimologia
Ver também: Topônimos tupi-guaranis no Brasil
O tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro sugere que o topônimo “Mauá” pode provir de “Magûeá“, que era o nome de uma aldeia tamoia que se localizava na baía de Guanabara no Século XVI. Originalmente, o nome “Mauá” designava uma área onde hoje situa-se o bairro de Mauá, em Magé, onde Irineu Evangelista de Souza construiu um grande porto. O imperador dom Pedro II, reconhecendo a importância da obra, nomeou-o barão de Mauá.
Na criação do distrito de Mauá, durante o processo de emancipação, o nome “Mauá” passou a designar a estação local e o povoado que surgiu ao seu redor em substituição ao antigo “Pilar“, que fazia referência ao Caminho do Pilar (antigo nome da Avenida Barão de Mauá), que ligava a vila de São Bernardo à Capela de Nossa Senhora do Pilar, em Ribeirão Pires.
O Mocidade Futebol Clube do Jardim Zaíra, é uma agremiação da cidade de Mauá (SP). O “Tricolor do Zaíra” foi Fundado na quarta-feira, do dia 1º de abril de 1970. Em Mauá é uma das mais tradicionais equipes do futebol amador da região do ABC. Seu nome é uma homenagem à escola de samba carioca Mocidade Independente de Padre Miguel dado pelos fundadores Ademir Geremias Silva e Otaviano da Cunha.
Atualmente a equipe disputa o Campeonato Mauaense da 1ª Divisão, competição que o Mocidade FC já conquistou em três oportunidades:1977, 1979 e 2001. Em sua extensa galeria de títulos e troféus, também constam o título do Campeonato da 2º Divisão em 1989, a Copa Amizade de 1997 e os diversos títulos dos veteranos e do cinquentão, com destaque para o campeonato invicto conquistado pelos veteranos em 2008.
O primeiro jogo do Mocidade foi contra o Congregação Mariano e o placar de 2 a 0 para o cobra coral já era um indício de que nascia ali um time predestinado às vitórias. O Mocidade jogou com: Geraldinho; Cláudio Neri, Ezequiel, Pedro Luiz e Silvão; Garrinchinha, Otávio e Lula; Bilão, Natal e Geremias. O primeiro gol coube ao centroavante Natal, de cabeça.
A 1ª Diretoria da equipe, além de seus fundadores, foi composta com os seguintes nomes e cargos:
Presidente – Felício Garcia;
Vice-Presidente – Otaviano da Cunha;
Tesoureiro – Silvão;
Secretário – Nino;
Diretor Esportivo – Ademir Geremias Silva;
Presidente do Conselho – Manoel Alves;
Vice-Presidente do Conselho– Pata;
Conselheiros – Lula, Albino, Jessé e Rocão.
Outra curiosidade relacionada ao Mocidade FC é que a equipe quase tornou-se profissional e que poderia ter disputado a 2º Divisão de Profissionais do Campeonato Paulista de 1978. O então prefeitoDorival Resende da Silva havia prometido que colocaria o Mocidade na disputa, uma vez que, em 1977, a equipe vinha de conquistas tanto no principal como nos aspirantes, sendo o mais forte time de Mauá, na época. Mas tal promessa não se concretizou.
Mesmo com a negativa sobre a profissionalização da equipe, o “Tricolor do Jardim Zaíra” continuou revelando seus talentos, muitos dos quais atuaram no futebol profissional, entre os quais podemos destacar o ex-volante Valter, que jogou no Paulista de Jundiaí, o ex-lateral Dirceu, que jogou no extinto Saad, de São Caetano, o Caca, que jogou em Portugal e está na Alemanha e o zagueiro Bamba, que jogou no Grêmio Mauaense e no Oeste de Itápolis. Outro grande destaque foi o Coutinho, que foi da diretoria do Mocidade e jogou pelo União Bandeirante (PR), pelo Fluminense de Feira de Santana (BA) e encerrou carreira no Saad (SP). Outro importante atleta foi Cândido, que deu seus primeiros chutes como juvenil do Mocidade e depois brilhou com as camisas do Atlético Mineiro e do América de São José do Rio Preto.
PASSADO DE GLÓRIAS-FUTURO VENCEDOR.
A história de conquistas do Mocidade FC tem sua raiz na comunidade do jardim Zaíra, em Mauá. A relação da agremiação com o bairro vem desde sua fundação e ainda hoje é muito forte, conforme relata o presidente Evandro Fiorentini, o Picolé:
“Naquele tempo se jogava pela várzea mesmo, você defendia o time de seu bairro, da sua comunidade, jogava para representar a vila”, destaca. “Quem não lembra da famosa Maria Coquinha, a antiga torcedora-símbolo do Mocidade e das partidas em que reuníamos mais de 800, 1000 torcedores por jogo”, rememora Fiorentini.
A Sede social do Mocidade Futebol Clube está localizado na Rua Sebastião Antônio da Silva nº 51, no Jardim Zaíra, em Mauá/SP, onde a tradicional agremiação esportiva guarda suas relíquias, vivas na memória de seus simpatizantes, muitos deles ex-jogadores, como o Bilão, que conta com muita alegria como era o Zaíra do passado, na época do surgimento do Mocidade.
“O Jardim Zaíra tinha muito mato e ruas de terra, que dificultavam o acesso das pessoas para o fundo do bairro. O ponto final do ônibus ficava onde hoje está a sede do Juá Futebol Clube, no bar do Zé Pimenta”, relembrou Bilão.
A realidade do Mocidade FC é a mesma da maioria de nossos clubes amadores da região, ou seja, vivendo da abnegação de seus dirigentes e da relação com sua comunidade.
E assim segue o Mocidade FC, com sua tradição de revelar jogadores, com sua trajetória vencedora e repleta de glórias e conquistas e com sua profunda relação na comunidade do Jardim Zaíra, que continua com a mesma energia que o consagrou como uma das maiores equipes de futebol amador que a cidade de Mauá produziu.
ARTES: escudo e uniforme – Sérgio Mello
FONTES: Acervo pessoal – danielalcarria.blogspot – Facebook – Jornal Diário do Grande ABC
A história efêmera da Liga Sportiva Carioca (LSC) começou a esperança de sete clubes e quatro meses depois um final, sem nenhuma saudade. Assim poderíamos resumir essa entidade que utilizou da rigorosidade para “manter a linha”, mas acabou se perdendo até não ter ninguém mais interessado em prosseguir.
No final do mês de março de 1918, dirigentes do Aymoré Football Club e Sport Club Emulação, começaram a planejar a criação de uma Liga para dar um norte no futebol jogado na zona sul do rio.
As conversas continuaram e conseguiram mais clubes. Assim, na sede social do Sport Club Emulação, na Rua Buarque de Macedo nº 32, no Catete, reuniram-se na terça-feira (2 de abril de 1918), às 20 horas, a fim de tratar da organização de uma liga de desportos, os representantes dos sete clubes: Aymoré Football Club, Sport Club Emulação, AbrantesFootball Club, CombinadoHumayta, Sport Club Curupaity, Benjamin Constant Football Club e Glasgow Football Club.
Dessa forma, foi oficializado e fundadona quinta-feira, do dia 04 de Abril de 1918, Liga Sportiva Carioca (LSC). A reunião começou ás 20h12min. e terminou ás 22h12min. Os mesmos sete clubes voltaram a se reunir na Sede do Sport Club Emulação, a fim de ficar assentada, a fundação da LSC.
O sr. Carlos de Carvalho Rego propôs fosse presidir a sessão o sr. Waldemar de Carvalho, que aceitou e convidou para secretários os srs. Carlos de Carvalho Rego e Euclydes Silva, este representante do S. C. Curupaity.
Após estar a mesa organizada e o sr. Waldemar de Carvalho ter proferido palavras de agradecimentos, passou-se á ordem do dia:
O primeiro assumpto a tratar foi o nome que a Liga deveria ter; prevaleceu a proposta do sr. Saul Silva, representante do Glasgow F. Club, denominando Liga Sportiva Carioca o nome da novel e futurosa Liga.
Passou-se a eleição da 1ª diretoriaprovisória, que ficou assim organizada:
Presidente: Carlos Eulaio Lopes;
Vice-presidente: Saul Cardoso da Silva;
1° Secretario: Waldemar Lucas de Carvalho;
2° Secretario: Carlos de Carvalho Rego;
1º Thesoureiro: Matheus Gervasio (depois foi substituído pelo Alberto Level);
2º Thesoureiro: Octavio Cesar;
Conselho Geral: Nestor Duque Estrada de Barros, David Villela Guerra, Aristodemo Luglio, Raymundo Padilha, Reynaldo Carneiro Bastos e Paulo Heilborn.
A posse da nova diretoria foi feita, segundo a ordem do dia, após ser aclamado pelo sr. presidente de mesa. O presidente eleitoCarlos Lopes, nomeou os srs. Saul Silva, Waldemar de Carvalho e Carlos de Carvalho Rego para confeccionarem em tempo os estatutos da Liga. A Sede provisória seguiu na Rua Buarque de Macedo nº 32, no Catete.
Torneio Início da LSC de 1918
A tabela do 1º Torneio Início daLiga Sportiva Carioca (LSC), foi definido na noite dasegunda-feira, do dia 22 de abril de 1918. Uma novidade foi que: a cada intervalo das partidas a “Banda de Música do Patronato dos Menores”, entreteriam o público presente.
Ao campeão do torneio seria conferida uma artística taça, que estava exposta na vitrine da Casa Avenida, situado na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Também foi definido o preço dos ingressos: 1$000 (um mil réis).
A diretoria da Liga e os sócios dos clubes filiados terão entrada, acompanhados de uma senhora apenas, e com exibição do recibo do mês corrente em dia, gratuita. O torneio contou com a participação de oito equipes:
Aymoré Football Club (Laranjeiras/Catete);
Benjamin Constant Football Club (Rua D. Luiza, nº 28, atual Rua Cândido Mendes, na Glória);
CombinadoHumayta (Alvinegro – Humaitá);
Leme Athletico Club (Leme);
Paysandu Football Club (Botafogo);
Pedro Ivo Football Club (São Cristóvão);
Sport Club Curupaity (Catete);
Sport Club Emulação (Catete/Flamengo).
O 1º Torneio Início daLiga Sportiva Carioca (LSC), transcorreu na sexta-feira, às 13 horas, do dia 03 de maio de 1918, na Praça de Esportes da Estrada da D. Castorina, no Jardim Botânico. No final, o 1º campeão da LSC foi o Benjamin Constant Football Club que venceu S.C. Curupaity por 1 a 0.
Abaixo os resultados dos jogos:
1º Jogo – Aymoré Football Club bateu o Leme Athletico Club por 2 a 0 (2 a 0 em escanteios). O árbitro: David Guerra.
2º Jogo – após empate sem gols, o Sport Club Curupaity venceu o Paysandu Football Club, nos escanteios por 1 a 0. O árbitro: Reynaldo Bastos.
3º Jogo – após empate sem gols, o Benjamin Constant Football Club venceu o Sport Club Emulação, nos escanteios por 1 a 0. O árbitro: David Guerra.
4º Jogo – depois de uma prorrogação, o CombinadoHumayta derrotou o Pedro Ivo Football Club por 1 a 0. O árbitro: Waldemar Carvalho.
1ª Semifinal –Sport Club Curupaity bateu o Aymoré Football Club por 1 a 0. O árbitro: Gastão Botelho.
2ª Semifinal – após empate sem gols, o Benjamin Constant Football Club venceu o CombinadoHumayta nos escanteios por2 a 0. O árbitro: Waldemar Carvalho.
Decisão – o Benjamin Constant Football Club derrotou o Sport Club Curupaity por 1 a 0 (2 a 0 em escanteios). O árbitro: Waldemar Carvalho.
O Benjamin Constant F.C. foi fundado na segunda-feira, do dia 04 de março de 1918, sediado na Rua D. Luiza (atual Rua Cândido Mendes), nº 28, no bairro da Glória, na zona Sul do Rio. O seu 1º Presidente foi o Sr. Júlio Saldanha Marinho(ex-presidente do Club Athletico Itamaraty, que fez parte da 2ª Divisão da Liga Metropolitana de Sports Athleticos – LMSA).
Formações dos clubes:
O time do Aymoré Football Club: Antônio Monteiro (Reynaldo); Renato Werneck (Ignacio) e V. Martins (Cardaval); Pestana (Cavalieri), Braulio Mulier (Cerqueira) e Walter; Caiado (Japyr), José César, Gil Fonseca (Zacharias), Arthur Lobato Boulhosa e José Horta (Tatu).
O time do CombinadoHumayta: Euclydes (Theophilo); Enzo e Nestor (Cyro); Braga (Octaviano), Maciel (Mario) e Carvalho (Riva); Lessa (Manduca), Carlos Lopes (Cap.), Brown (Baptista Ortigão), Antonico (Correia) e Arthur (Waldemar ou Quincas).
O time do Emulação: Octavio Cesar (Cap.); Antônio e Roberto; Zezé L., Moreira e Murillo; Esteves, Osvaldo Leite, Oscar, Nicolau e Melido. Reservas: Deraldo, Calmon, Marino Braga e Jayme Amaral.
O time do Leme Athletico Club: Manoelito; Mariné (Lebre) e Salazar; Manhães (Gentil), Julinho e M. Maia; M. Cunha, Murillo, Fortes, Godó e Paulo Pinheiro.
O time do Paysandu Football Club: Toledo; Alvim e Annibal; Macedo (Cap.), Drummond e Abaeté; Vallim, Rubens, Carlos, Menezes e Gastão. Reservas: Mattos, Level, Mauro e Sete.
O time do Pedro Ivo Football Club: Francisco Valente; Renato Nunes e Carlos Nunes; Mundico Padilha, Jorge Nunes e Alkindar Castilho; Roberto Pinheiro, Jorge Pinheiro, Joubert de Almeida, Alcebíades Tamoio e Lucio Labuto.
O time do Sport Club Curupaity: Alberto Ramos; Francisco Peixoto e Edgard Andrade (Dudu); Dimas M. Castro (Victor), Carlos Santivi e Joaquim Travesedo; Chermon Brito (Sylvio), Reynaldo Cintra (Torquato), Francisco P. Figuereido (Chico), Jorge Merker (Guiol) e Edgard (Dedê).
Primeiro e único Campeonato Carioca de Football de 1918
Após o sucesso da sua primeira competição, o próximo missão da Liga Sportiva Carioca (LSC) seria o Campeonato Carioca de Football(Esse foi o nome oficial escolhido).
No Campeonato Carioca de Football, da Liga Sportiva Carioca, o 1º jogo da competição aconteceu no domingo, às 9h30min., do dia 05 de maio de 1918, entre o Leme Athletico Club e o Benjamin Constant Football Club (Campeão do Torneio Início da LSC), no campo da Barreira do Senado.
O torneio contou com a participação de oito equipes:
Aymoré Football Club (Sede: Laranjeiras/Catete);
Benjamin Constant Football Club (Glória/Catete – Campo: Jardim Botânico);
CombinadoHumayta (Rua Capitão Salomão, nº 4 – Humaitá/Catete – Campo: Rua Jardim Botânico, na Lagoa Rodrigo de Freitas);
Leme Athletico Club (Leme – Campo: Barreira do Senado);
Paysandu Football Club (Botafogo);
Pedro Ivo Football Club (São Cristóvão – Campo: Rua Figueira de Mello);
Sport Club Curupaity (Catete);
Sport Club Emulação (Catete/Flamengo – Campo: Rua do Russel).
Troféu e medalhas, ok!
Na segunda-feira, do dia 15 de abril de 1918, a Liga informou que o campeão do Campeonato receberia a ‘Taça Carioca’ e mais 22 medalhas de ouro e prata, que seriam oferecidas aos primeiros e segundos times Campeões.
Na sexta-feira, do dia 19 de abril de 1918, LSC informou o novo endereço da Sede: Travessa Honorina, nº 34, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Nova Sede: uma novela!
Porém, no dia seguinte a Liga comunicou que “por não terem ficado concluído os trabalhos na nova sede”, sendo assim continuará a funcionar na Sede provisória” (de propriedade do SC Emulação).
Na quarta-feira, do dia 24 de abril de 1918, a nova sede passaria a ser usada. Porém, no final a Liga seguiu na sede do Emulação. Enfim, na terça-feira, do dia 07 de maio de 1918, foi informada que a nova Sede seria na Rua das Laranjeiras, nº 5, no bairro das Laranjeiras, na Zona Sul do Rio/RJ. E, de fato, passou a ser a nova casa do Liga Sportiva Carioca.
Punições, multas e expulsões!
O Campeonato foi marcado por fatos capitais, antes mesmo de começar, em junho de 1918, o Glasgow Football Club desistiu de disputar o certame da LSC. A desistência ocorreu por que os sócios não pagaram os recibos mensais, o que acarretou na falência da agremiação.
Em julho, foi a vez do Pedro Ivo Football Club (São Cristóvão) ter sido afastada da competição. O motivo foi por não ter quitado o débito com a LSC, e por isso foi impedida de jogar.
Tivemos também punições: multa de 10 mil réis ao CombinadoHumaytá (Humaitá), por ter retirado o time de campo, no jogo contra o SC Emulação, antes do fim da partida; outra multa de 10 mil réis ao Paysandu Football Club (Botafogo) por não ter comparecido para enfrentar o Aymoré Football Club (Laranjeiras/Catete); multa de 20 mil réis ao Leme Athletico Club (Leme) por não ter comparecido para enfrentar o CombinadoHumayta (Humaitá).
No segundo turno, a já combalida Liga Sportiva Carioca, além do Pedro Ivo, também não contava mais com o Paysandu, que desistiu, restando seis equipes para o restante do certame. Abaixo a tabela dos dois turnos:
1º TURNO
Domingo: 05 de maio
Leme A.C.
–
X
–
Benjamin Constant F.C.
Domingo: 12 de maio
Combinado Humaytá
–
X
–
Paysandu F.C.
2ª-feira: 13 de maio
Leme A.C.
–
X
–
Pedro Ivo F.C.
Domingo: 19 de maio
Benjamin Constant F.C.
–
X
–
S.C. Curupaity
Domingo: 19 de maio
S.C. Emulação
–
X
–
Aymoré F.C.
Domingo: 26 de maio
Paysandu F.C.
–
X
–
Leme A.C.
Domingo: 26 de maio
Combinado Humaytá
–
X
–
Pedro Ivo F.C.
Domingo: 02 de junho
Paysandu F.C.
–
X
–
S.C. Curupaity
Domingo: 02 de junho
Leme A.C.
–
X
–
S.C. Emulação
Domingo: 09 de junho
Benjamin Constant F.C.
–
X
–
Aymoré F.C.
Domingo: 09 de junho
Pedro Ivo F.C.
–
X
–
Paysandu F.C.
Domingo: 16 de junho
Combinado Humaytá
–
X
–
S.C. Curupaity
Domingo: 16 de junho
S.C. Emulação
–
X
–
Benjamin Constant F.C.
Domingo: 23 de junho
S.C. Curupaity
–
X
–
Leme A.C.
Domingo: 23 de junho
Combinado Humaytá
–
X
–
Aymoré F.C.
Domingo: 30 de junho
Paysandu F.C.
D
X
D
Benjamin Constant F.C. *
Domingo: 30 de junho
Pedro Ivo F.C.
D
X
V
Aymoré F.C. **
Domingo: 07 de julho
S.C. Emulação
2
X
1
Combinado Humaytá
Domingo: 07 de julho
Pedro Ivo F.C.
D
X
V
S.C. Curupaity ***
Domingo: 14 de julho
Aymoré F.C. ****
WO
X
–
Paysandu F.C.
Domingo: 14 de julho
Leme A.C.
–
X
WO
Combinado Humaytá *****
Domingo: 21 de julho
S.C. Emulação
–
X
–
Pedro Ivo F.C.
Domingo: 21 de julho
Aymoré F.C. ******
–
X
–
Leme A.C.
Domingo: 28 de julho
Benjamin Constant F.C. *******
V
X
D
Combinado Humaytá
Domingo: 28 de julho
S.C. Curupaity
3
X
2
S.C. Emulação
Domingo: 04 de agosto
Pedro Ivo F.C.
–
X
–
Benjamin Constant F.C.
Domingo: 04 de agosto
Aymoré F.C.
–
X
–
S.C. Curupaity
Domingo: 11 de agosto
Paysandu F.C.
–
X
–
S.C. Emulação
*Marcado zero pontos para as duas equipes por terem infringido o código do futebol. ** Marcado dois pontos para o Aymoré F.C. pôr o Pedro Ivo F.C. não efetuado o débito com a LSC. *** Marcado dois pontos para o S.C. Curupaity pôr o Pedro Ivo F.C. não efetuado o débito com a LSC. ****Marcado dois pontos para o Aymoré F.C. pôr o Paysandu F.C. não ter comparecido ao campo. ***** Marcado dois pontos para o CombinadoHumaytá pôr o Leme Athletico Club não ter comparecido ao campo. ****** Partida foi anulada entre o Aymoré F.C. e o Leme Athletico Club, devido às irregularidades (ambos não compareceram). *******Marcado dois pontos para o Benjamin Constant pôr o CombinadoHumaytá não efetuado o débito com a LSC.
2º TURNO
Domingo: 25 de agosto
Aymoré F.C.
–
X
–
S.C. Emulação
Domingo: 25 de agosto
Benjamin Constant F.C.
–
X
–
Leme A.C.
Domingo: 1º de setembro
S.C. Curupaity
–
X
–
Combinado Humaytá
Domingo: 08 de setembro
Aymoré F.C.
–
X
–
Benjamin Constant F.C.
Domingo: 08 de setembro
Leme A.C.
–
X
–
S.C. Curupaity
Domingo: 15 de setembro
Combinado Humaytá
–
X
–
Benjamin Constant F.C.
Domingo: 15 de setembro
S.C. Emulação
–
X
–
S.C. Curupaity
Domingo: 22 de setembro
Leme A.C.
–
X
–
Aymoré F.C.
Domingo: 22 de setembro
Benjamin Constant F.C.
–
X
–
S.C. Emulação
Domingo: 29 de setembro
S.C. Curupaity
–
X
–
Benjamin Constant F.C.
Domingo: 29 de setembro
Combinado Humaytá
–
X
–
S.C. Emulação
Domingo: 06 de outubro
S.C. Emulação
–
X
–
Leme A.C.
Domingo: 13 de outubro
Aymoré F.C.
–
X
–
Combinado Humaytá
Domingo: 20 de outubro
Combinado Humaytá
–
X
–
Leme A.C.
Domingo: 27 de outubro
S.C. Curupaity
–
X
–
Aymoré F.C.
A situação só piorava, pois dos seis clubes restantes, a LSC ganhou dois outros problemas com nome e sobrenome: Aymoré Football Club e CombinadoHumaytá que insatisfeitos com os desmandos da entidade optaram por abandonar a competição. Os quatro que sobraram também decidiram sair.
A última aparição nos veículos de comunicação referente a Liga Sportiva Carioca aconteceu na sexta-feira, do dia 30 de agosto de 1918. Na ocasião foi uma nota da LSC convocando os representantes dos clubes filiados para a Assembleia Geral e extraordinária (segunda e última convocação), que ocorreu no sábado, às 20 horas, do dia 31 de agosto de 1918.
Os principais temas eram a eleição para dos cargos vagos da diretoria e assuntos referentes a Liga. Fato é que após essa nota a Liga Sportiva Carioca desapareceu, com menos de quatro meses de existência, sem nenhum alarde e para os clubes, sem deixar saudades!
FONTES: A Época (RJ) – Correio da Manhã (RJ) – Jornal do Brasil (RJ) – O Imparcial: Diário Illustrado do Rio de Janeiro (RJ) – O Paiz (RJ) – Vida Sportiva (RJ)