Arranca – Toco : O primeiro time de futebol de Araraquara

Dr. Otávio de Arruda Camargo foi um médico, político e estudioso da história de Araraquara, que se destacou pela competência e dedicação. Segundo ele, o primeiro time de futebol de Araraquara foi o Arranca-Toco, que é visto na foto acima, de 1906.

Fonte:
O Imparcial, edição de 30 de julho de 1995
Vicente Henrique Baroffaldi
Paulo Luís Micali

C.A. XAVANTES – CACHOEIRINHA/RS

 
NOME: CLUBE ATLÉTICO XAVANTES
FUNDAÇÃO: 13/05/1980
SITUAÇÃO: AMADOR
CIDADE: CACHOEIRINHA/RS
 
 
FONTES:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=15928636241773641846
http://www.timesdelbrasil.com.br/RS/mais%20times/caxavantes-rs.htm
http://www.novohamburgo.org/blogs/futebol/?page_id=1323

 

Vaguinho

Ivagner Ferreira (Vaguinho) nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES), no dia 12 de junho de 1924. Iniciou a carreira no futebol muito cedo, e como goleiro, o que aconteceu por bom tempo. Depois, seria um centroavante de muitos gols. Foi reserva de Dias III na seleção do estado capixaba. Começou sua vida esportiva profissional no Flamengo do Rio. De lá para o Madureira, com o qual excursionou a primeira vez pelo estrangeiro, jogando na Colômbia. Passou para o América de Belo Horizonte, sendo depois cedido por empréstimo ao Atlético Mineiro. Com o grande clube de Minas, conquistou legítimas glórias para o futebol brasileiro, sendo que das várias excursões de quadros brasileiros só foi superado pelo Paulistano, em 1926. Nessa época de galo mineiro foi que Vaguinho granjeou mais nome.

Passou depois pela Portuguesa Santista, pelo Palmeiras e por fim chegou à Ferroviária de Araraquara, onde se integrou de maneira brilhante. Pela Segunda Divisão do Campeonato Paulista, Vaguinho assinalou, em defesa das cores avinhadas, 14 gols no certame de 1952 (já em 53) e 7 no de 1953. Vaguinho defendeu a Ferroviária em 1953 e 1954.

Sua estreia na AFE deu-se no dia 4 de janeiro de 1953, em jogo oficial válido pela Segundona bandeirante, assinalando um dos tentos grenás na vitória por 5 a 0 sobre o Olímpia, na Fonte Luminosa, em jogo arbitrado por José Cortezia. Luiz Rosa (2), Dirceu e Omar completaram o placar. Formação da AFE: Sandro; Sarvas e Espanador; Tiana, Gaspar e Pierre; Omar, Luiz Rosa, Vaguinho, Zé Amaro e Dirceu.

Ferroviária 1953

O último registro que apuramos de Vaguinho defendendo a Ferroviária data de 11.07.1954, um domingo, na Fonte Luminosa, no jogo amistoso entre Ferroviária e Palmeiras, vencido pelo Verdão por 2 a 1, gols de Tec para a AFE e de Manoelito e Elzo para o Palmeiras. João Etzel foi o árbitro e a renda somou Cr$ 61.590,00. Formações: Ferroviária – Basílio; Pierre (Elcias) e Pixo; Dirceu, Gaspar e Henrique (Izan); Afonso (Omar), Tec, Vaguinho, Zé Amaro (Toledinho) e Boquita. Técnico: Armando Renganeschi. Palmeiras – Cavani; Manoelito e Cardoso (Cação); Valdemar Fiúme (Gérsio), Tocafundo e Dema; Ney (Moacir), Moacir (Berto), Mattos, Jair e Elzo.

“Vai, vai… Vaguinho!”

Conforme relata, em crônica, Wilson Silveira Luiz (destaque da mídia esportiva de Araraquara, locutor que narrou número incontável de gols da Ferrinha, hoje assessor de imprensa da Secretaria de Esportes e Lazer de Araraquara e da Fundesport), havia, naquela época (década de 1950), uma senhora, torcedora grená, que ficou na história pelo que proporcionou de inusitado.

Diz Wilson Luiz:

“Nas antigas arquibancadas sociais, havia uma senhora (residia na Rua Três, em frente ao Parque Infantil) que tinha um grito de guerra inconfundível e que ecoava não só pelo estádio, mas nas esquinas, nos bate-papos sobre futebol.

Dentre tantos craques que por aqui passaram, estava o centroavante Vaguinho. Ele em campo era sinônimo de gol. E aquela senhora gritava a todo instante: “Vai, vai… Vaguinho!”. E a torcida acompanhava. E o melhor de tudo: o Vaguinho ia mesmo… e fazia os gols tão aguardados pela exigente, mas feliz torcida da Associação Ferroviária de Esportes.”

Fontes:

O Imparcial, 08.03.1954 (artigo de Jacintho Simões, da Associação dos Cronistas Esportivos de Araraquara-ACEA);
Arquivo do Prof. Antônio Jorge Moreira (cópia do Museu do Futebol e Esportes de Araraquara);
Site: www.ferroviariadeararaquara.com.br (coluna Wilson Silveira Luiz)
Texto:  Vicente Henrique Baroffaldi
Edição:  Paulo Luís Micali
Foto: O Imparcial

Bazzani: o maior jogador da Ferroviária de todos os tempos

Quem chega à Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, vê, logo na entrada principal, o busto em bronze do maior jogador da Ferroviária de todos os tempos: Olivério Bazzani Filho, o meia-esquerda que detém o primeiro lugar em número de títulos conquistados, jogos disputados e gols assinalados em benefício das cores grenás.

Ainda na entrada da Arena, à esquerda, situa-se o Museu do Futebol e Esportes de Araraquara, onde se instalou um grande e destacado banner em homenagem ao Rabi, apelido de Bazzani. Nesse banner, lê-se:

“BAZZANI

O maior ídolo da Ferroviária

Olivério Bazzani Filho, o BAZZANI, também era conhecido como “Rabi”, e foi o maior artilheiro da Associação Ferroviária de Esportes, com 244 gols. Atuou em 758 jogos, entre 1954 e 1976.

Jogou também no Corinthians nos anos de 1963 e 1964.

Foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa do time araraquarense e o seu maior detentor de títulos.

Campeão dos acessos de 1955 e 1966, e tri-campeão do Interior em 1967, 1968 e 1969.”

Quando a Ferroviária conseguiu o primeiro acesso à Primeira Divisão do Campeonato Paulista, o jornal O Imparcial, de Araraquara (edição extra de 16.04.1956) assim se pronunciava sobre um dos heróis da conquista:

Bazani - 1955

“BAZZANI

Meia-esquerda, chegou a ser o ‘homem-gol’ do ataque grená. O ‘rosadinho’, como é conhecido pela torcida, a cada prélio mais se adapta ao trabalho de construir para seus companheiros, num verdadeiro milagre de Capilé (treinador da AFE, Clóvis Van-Dick).

Nome – Olivério Bazzani Filho

Naturalidade – Mirassol, SP

Idade – 20 anos. Nascido a 3 de junho de 1936

Estado civil – Solteiro

Peso – 67 quilos

Altura – 1,72

Clubes – O grande atacante grená iniciou no juvenil do Mirassol, indo mais tarde para o Mogiana, de Campinas. Daí para o Rio Preto E.C., depois no GEMA e finalmente na AFE.

Bazani - Time Juvenil do Mirassol

Títulos – O meia Bazzani possuía até aqui o título de campeão amador pelo GEMA.

Maior emoção – Todos lembramos como foi dramática a partida que a Ferroviária disputou em Ribeirão Preto, contra o Comercial. Já final, o empate de três tentos parecia permanecer quando Bazzani foi chamado para cobrar uma falta da altura da linha média. Bazzani cobrou a infração com um tremendo pelotaço, marcando o gol da vitória, que foi para ele a maior emoção de sua vida esportiva.”

 

BAZZANI EM TRÊS TEMPOS

1-    Estreia em jogos oficiais: Paulista de Araraquara 0 x 3 Ferroviária – 06.02.1955, domingo; Estádio Municipal de Araraquara (SP); Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Árbitro: Abílio Ramos. Gols: Antoninho, Bazzani e Paulinho; Expulsões (Paulista); Rafael e Binho; Paulista: Mingão; Ibaté e Binho; Bruno, Braga e Rafael; Ferraz, Lourenço, Desastre, Gonçalves e Tom Mix; Ferroviária: Fia; Pierre e Ferraciolli; Antoninho, Pixo e Itamar; Paulinho, Tec, Lambari, Jonas e Bazzani. Técnico: Armando Renganeschi. Obs.: Estreia oficial de Bazzani, autor de um dos tentos da Locomotiva.

06.02.1955 -Estreia de Bazzani a AFE venceu o Paulista 3x0, de pé :Fia, Pixo, Pierre, Antoninho, Ferraciolli e Itamar; agachados: Paulinho, Tec, Lambari, Jonas e Bazzani.

2-    Despedida: Ferroviária 0 x 1 Guarani – 28.03.1973, quarta-feira; Fonte Luminosa, Araraquara (SP); Amistoso Estadual. Árbitro: Almir Ricci Peixoto Laguna; Gol: Clayton, 40 do 2º; Ferroviária: Sérgio; Batalhão, Fernando, Ticão e Zé Carlos; Muri e Bazzani (Ademir); Tonho, Mário Augusto, João Marques e Guará (Vagner). Técnico: Carlos Alberto Silva; Guarani: Tobias; Alberto, Amaral, Wilson e Bezerra; Alfredo e Flamarion; Jader, Washington, Clayton e Mingo. Obs.: Despedida de Bazzani, que atuou na Ferroviária de 1954 a 1973, exceto em 1963 e 1964, quando defendeu o Corinthians.

3-    Homenagem: Ferroviária 3 x 0 Corinthians B – 18.04.2007, quarta-feira, 20h30; Fonte Luminosa, Araraquara; Gols: Leandro Donizete, 33 do 1º; Marcelo, 23, e Ramon, 44 do 2º; Ferroviária: Cristiano; Leandro (Augusto), Wesley (André), Mauro (Thiago Costa) e Fernando Luís (Renato Peixe); Vagner (Guilherme Alves), Leônico (Da Silva), Leandro Donizete (Ramon) e Renato (Jaílton); Jó (Bruno Bastelli) e Douglas Richard (Marcelo); Técnico: Edison Só; Corinthians B: Rafael; Lewis, Renato Santos (Henrique); Diego e Vanderson (Renato Ribeiro); Marcelo, Milton, Araújo (Leandro) e Fabrício (Alex); Igor (Robson) e Johny (Alisson); Técnico: Jorge Saram. Obs.: Amistoso estadual entre as duas equipes defendidas pelo Rabi, em sua homenagem, com a inauguração do busto de bronze instalado na entrada do estádio.

Bazani - Gazeta Esportiva Ilustrada

O MAIOR ARTILHEIRO DA FERROVIÁRIA CONTRA OS GRANDES

Bazani com Pelé

Bazzani foi o maior e mais expressivo jogador da história da Ferroviária, justificando plenamente o busto de bronze colocado na entrada da Arena Fonte Luminosa. Não só estabeleceu o mais alto número de jogos em defesa da Ferrinha, como foi o seu artilheiro principal, além de exemplo dentro e fora de campo. Contra Santos, Palmeiras, São Paulo e Corinthians, Bazzani também lidera a relação dos goleadores grenás.

Contra o Palmeiras: 1º – Bazzani, 9 gols; 2º – Peixinho, 7; 3º – Tales, 6; 4º – Téia, 4

Contra o Corinthians: 1º – Bazzani, 7 gols; 2º – Peixinho, 5; 3º – Parada e Paulo Bim, 3

Contra o Santos: 1º – Bazzani e Peixinho, 6 gols; 3º – Baiano, Cardoso e Tales, 3

Contra o São Paulo: 1º – Bazzani e Douglas Onça, 5; 3º – Parada e Téia, 4; 5º – Dudu, 3

No cômputo geral contra os grandes paulistas:

1º – Bazzani, 27 gols;

2º – Peixinho, 19 gols

Também em matéria de permanência na agremiação avinhada, Bazzani é imbatível,  pois além de atleta  defendeu a AFE como treinador (em inúmeras oportunidades) e foi também seu funcionário.

Bazani - Como técnico da AFE

Fontes:

Museu do Futebol e Esportes de Araraquara;
O Imparcial (Araraquara);
Tópicos do Passado da AFE (Prof. Antônio Jorge Moreira)
Ferroviária em campo, Vicente Henrique Baroffaldi, Pontes/2010
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição e fotos: Paulo Luís Micali / Divulgação (internet)