Hoje, pela primeira vez, fiz uma ampla navegação pela internet para ver como a história do futebol de Santa Catarina está sendo contada via internet.
Fiquei triste. Existem muita gente se achando. A febre dos sites e blogs, que não têm a mesma seriedade de um trabalho como o “História do Futebol”, acabou criando informações e tornando fatos em meras opiniões clubísticas e parciais.
Vou dar uns exemplos:
1) Lista dos artilheiros – Nos anos 90, depois de uns 15 anos pesquisando o futebol catarinense, elaborei um rascunho dos goleadores. Antes de concluí-la, um órgão (jornal) pediu minha consultoria numa série de suplementos sobre futebol que iria publicar.
Colaborei com muito zelo e sem ônus. Mas acabei fazendo uma besteira. Esqueci alguns rascunhos na redação e fui buscar no outro dia. Até aí, tudo bem. Só que meses depois vi na revista Placar a lista dos campeões estaduais de Santa Catarina (eu tenho esta revista em meu acervo). Alguém lá dentro (eu sei quem foi) pirateou.
Esta listagem acabou sendo adotada por todos que tiveram acesso. Hoje é divulgada pelo mundo via web. A lista tem muitos erros.
2 – Não lembro o ano, mas nos anos 90 o pessoal da revista Placar ligou me perguntando quem foi o maior artilheiro de SC. Respondi, pelas informações que possuia, que foi Saul Oliveira, mas o número exato de gols era impossível afirmar. Muitos jogos, no período que Saul jogou, não existem registros de escalações e goleadores. Fui enfático: “foram pelo menos 200 gols”.
Resultado: a revista publicou: Saul (401 gols).
Hoje, escuto e leio com frequência que “Saul fez mais de 400 gols…”
3) O site RSSSF é um absurdo no que refere a Santa Catarina (tem até meu nome lá, mas nunca enviei nada). A Wikipédia, por incrível que pareça, foi onde encontrei menos erros.
4) Existem outros fatos, como cores erradas, escudos falsos ou conflitantes, data de fundação equivocada (exemplo: o Operário de Mafra surgiu nos anos 40, mas tem data publicada de 1894, se não me engano o ano). Seria um simples erro de digitação, se não houvesse a afirmação que é o “clube mais antigo de Santa Catarina”.
5) Gente já me alonguei e talvez não tenha atingido meu objetivo. Citei apenas poucos exemplos.
6) É uma pena que a vaidade de muitos transforme desta maneira uma história tão rica, ímpar (embora não muito gloriosa em nível nacional), como a do futebol catarinense.
7) Até o site da FCF (Federação Catarinense) publicou e publica alguns erros. Alguns, quando o assessor era o jornalista J.B Telles, corrigi e enviei as informações para retificação. Mas hoje percebo outros erros publicados pela Federação.
Faz a gente perder (se me permitem a palavra) o tesão por esta atividade.
A gente percebe que não é falha. É, como o Dunga costuma dizer, falta de “comprometimento” com os fatos por quem escreve ou divulga.
Amigo Adalberto, assino embaixo de tudo.