O time do Vasco da Gama campeão carioca de 1952, tinha vários jogadores com o peito coberto de medalhas conquistadas em anos anteriores. Barbosa. Augusto. Danilo. Ademir. Maneca. Chico e Eli, eram sobreviventes do mundial de 1950. Mas havia ainda o experiente Jorge e o talentoso Ipojucan para reforçar o time vascaino. A rigor, tinha dois novatos. O zagueiro Haroldo e o atacante Edmur.
Para que se tenha uma idéia da dureza do campeonato carioca daquela época, a campanha teve 20 jogos disputados. O Vasco perdeu apenas um jogo e empatou dois. Venceu 17 partidas. O técnico dessa formidável equipe era o conhecido treinador Gentil Cardoso. Os vascainos terminaram o campeonato com seis pontos de vantagem sobre o vice campeão.
Gentil Cardoso, técnico eternamente discutido enquanto viveu, não escaparia de acrescentar mais um fato folclórico à sua carreira. Percebendo que a diretoria do Vasco já estava apalavrado com o treinador Flávio Costa, apesar da grande campanha do clube, foi aos jornais e revelou o que chamava de trama para derrubá-lo. Convencido de que fizera uma manobra acertada do ponto de vista político, a torcida ficou revoltada com a possibilidade de sua saída. Gentil estava feliz no dia da última partida o campeonato, em São Januário. Faixa de campeão no peito, carregado pelos torcedores, ele não se conteve e disse aos repórteres que estavam acompanhando a festa no gramado: O velho Gentil está com às massas. E quem está com às massas está com Deus…
Gentil poderia estar com às massas, poque a torcida gostava dele. Certamente também estava com Deus, porque era um homem de bom coração. Mas, na segunda feira, bem cedinho, Gentil estava no olho da rua, despedido pelo diretoria vascaina.
A bangunça no Vasco já é de longa data, onde já se viu mandar um técníco que acabou do ganhar um titulo, só lá pelos lados de São Januario mesmo quanta bagunça.