O JOGO DOS SABRES – PARTE FINAL

O jogo dos sabres-parte final

A atmosfera do jogo São Leopoldo, cidade de fácil acesso

Os jornais da capital únicas testemunhas existentes do acontecido trazem em bons relatos do que era o futebol na década de 20.dizia assim sobre a partida certo periódico existente na época;

As 20h (dia anterior) o Nacional, puxado pela banda de música do 8º B.C. foi ao Hotel Brazil cumprimentar a missão do SC Juvenil.

Prossegue o relato

Falou em nome do SC Nacional o advogado Octaviano de Paula, tendo este agradecido em termos elevados o Sr. tem Caldas Braga, em seguida o Nacional convidou a missão do Juvenil para tomar um copo de cerveja no Café Sport.

Vai decorrendo com raro brilhantismo e entusiasmo as pugnas do “campeonato do estado”, disputado pelo patrocínio da Federação Rio-Grandense de Desportos, entidade diretora dos desportos terrestres do rio grande do sul.

Sobre os clubes locais dizia assim o jornal;

Pelo valor dos combatentes, pelo preparo das duas turmas e sobre tudo pela velha rivalidade desportiva entre ambos existentes.

Dizia ainda o velho informativo;

Em Caxias e em São Leopoldo se faziam grandes apostas sendo uma nas cores alvirrubras outra nas cores auriverdes.

Ainda no preparo da atmosfera reinante visando ilustrar a importância da partida relata mais uma vez o “correio” porto alegrense.

Mas esta pugna não interessou apenas os desportistas das cidades campeãs, nos arredores destas cidades assim como na capital, todos se interessavam de maneira especial pelo prélio.

O jornal fala do estádio estar repleto de aficionados (falam se de 3 a 4 mil pessoas) devido ao fácil acesso a cidade de São Leopoldo, estiveram presentes pessoas dos distritos da cidade, dos municípios de taquara, Caxias, Novo Hamburgo e porto alegre; a partida começou as 15h 30, sendo arbitrada pelo senhor Manoel Marques de Souza; juiz da federação; auxiliado por Luiz Palhares e Joaquim Machado; por assim estavam postadas as equipes;

Nacional;

Bugio, Rubem, Waldemar, Puchulu, Menna, Conceição, Ivo, Ferraz, Encrenca, Toco e Cabrito

x
Picchi, Minguelli, Pesce, Tarouco, Victor, Casara, Cyrillo, Rodrigues, Darrigo, Gilberto e Monteiro

Juvenil

Primeiro tempo – um jogo parelho

Estavam também presentes nas tribunas de honra o presidente da federação, Sr. Antenor Lemos, o intendente municipal, membros da imprensa e demais graduados.
A partida começa agitada com grande pressão do Nacional sendo várias cargas repelidas pelo ótimo zagueiro Minguelli do Juvenil, mais aos 4 minutos de jogo Ivo escapa pela direita passa a bola para Ferraz este avança para dentro da área e cruza para Ivo de cabeça arrematar o primeiro tento da partida.um minuto depois a partida já toma ares de nervosismo quando Ferraz faz violenta falta no goleiro Picchi do Juvenil, a partir dali a partida fica equilibrada com defesas do goleiro Bugiu e do zagueiro Minguelli, aos 36 minutos Cabrito entra na área dribla Minguelli e marca o segundo tento da partida; dois minutos depois a Juvenil ataca sendo que o zagueiro do Nacional comete um “hand” este batido por Darrigo (tido como jogador aguerrido e briguento, porem atleta símbolo do Juvenil ao qual dedicou boa parte de sua carreira) resulta no gol do Juvenil terminando assim o primeiro tempo.

Segundo Tempo – O Peso Da Disputa

No segundo tempo o jogo torna-se pesado, com 5 minutos o arbitro pune o Nacional com 4 “fouls” e o Juvenil com 3. Aos 8 minutos Ferraz atira violento “shoot” Picchi tenta impedir a queda de sua cidade, não consegue. Assim está assinalado o 3º gol do Nacional, a torcida enlouquecida aplaude os “players” do Nacional. Ainda na ovação das palmas cabrito fecha a tampa do caixão do Juvenil, os caxienses duplicam seus esforços para descontar o escore porem o Nacional se encontra em grande tarde. Faltando 6 minutos para encerrar a partida, registra-se um incidente entre os atletas Puchulu do Nacional e Darrigo do Juvenil, sendo que os dirigentes de ambas as equipes entram em campo para conter os ânimos até o presidente da federação intervém, porem isso não termina por assim dizer.

Parte Final – Sabres E Espaldeiradas

Quando os ânimos já estavam quase serenados eis que entra em campo o delegado de polícia municipal de São Leopoldo, este apossa-se do sabre de um policial, com o sabre em riste, investe contra os “Juvenilistas”,o gesto e imitado pelos demais policiais, tal como uma carga de cavalaria, daquelas que vemos nos filmes de faroeste, os “brigadianos” agridem os caxienses com “espaldeiradas” sendo somente separados pelos próprios jogadores do Nacional na figura de seu “capitain”, Sr. Ruben Correa, que interpela em favor de seu rivais, a muito custo serenado os anseios dos combatentes, por nenhum momento se quer dos 6 minutos faltantes que foram disputados o Sr. delegado guardou o sabre que tirara do policial, não houve alternância no placar, Nacional 4×1 Juvenil. O fato foi muito mal visto pela crítica de época o Sr. Ten. Carlos Braga vice-presidente Da associação caxiense telegrafou a federação queixando se dos acontecidos porem nada a mais que uma advertência foi feita pela mesma aja visto que não era culpa do SC Nacional pela má conduta da polícia local. Entre os principais jogadores dos clubes foram destacados Darrigo e Minguelle, excelente zagueiro caxiense, pelo Nacional Ruben, Toco, Ivo e Ferraz.
O Nacional acabaria campeão da zona nordeste sendo eliminado pelo Inter nas finais, o Juvenil nunca mais disputou um regional decaiu nos dois anos seguintes e fechou em 1933. O Nacional também fechou em 1954 quando se fundiu com o GE Leopoldense, o tal delegado não sabemos o que dele foi feito por certo continuou espaldeirando por alguma cidade de interior, já o futebol do rio grande do sul, haaa!!!! Este continuaria com muitas espaldeiradas, sururus e histórias para contar.

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