Sérgio Neri, pegador de pênaltis

Sérgio Neri ganhou fama na década de 80 no Guarani ao defender algumas dezenas de pênaltis, principalmente no Campeonato Brasileiro. Em 1986, ele garantiu dois pontos ao Bugre na vitória de 1 a 0 sobre o Grêmio, em Porto Alegre, ao pegar a penalidade batida pelo atacante Valdo.
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NO CANTINHO – Sérgio Neri se estica todo para defender o pênalti cobrado pelo atacante Valdo, do Grêmio, na vitória bugrina por 1 a 0, em pleno estádio Olímpico, em Porto Alegre, dia 25 de janeiro de 1987, durante a segunda fase do Brasileirão de 1986

Dois anos depois, o “guarda-valas” também assegurou alguns “bichos” aos seus companheiros. Naquela edição, se ocorresse empate no tempo normal havia pênaltis e o ganhador somava um ponto extra na classificação. “Não me recordo com exatidão quantos jogos foram para os pênaltis, mas ganhamos a maioria”, diz. Apesar da estupenda campanha de 1986, Sérgio Neri não conseguiu dar o título ao Guarani. Nas duas primeiras fases, foram 17 vitórias, sete empates e duas derrotas, com 45 gols marcados e 11 sofridos. Obteve duas vitórias sobre o Vasco (3 a 0 no Rio e 2 a 0 em Campinas), nas oitavas-de-final. Despachou o Bahia nas quartas: 2 a 2 e 1 a 0, e na semifinal, liqüidou o Atlético-MG, empatando sem gols no Mineirão e ganhando por 2 a 1, em Campinas.

O time campineiro, que contava com Ricardo Rocha, Wilson Gottardo, Marco Antônio Boiadeiro, Evair, João Paulo, Tite – que hoje é treinador -, fez a final com o São Paulo. Empate de 1 a 1 no primeiro jogo, no Morumbi. Na épica decisão, no Brinco de Ouro, 1 a 1 no tempo normal, 2 a 2 na prorrogação, com Careca marcando o gol de empate do Tricolor, aos 14 minutos do segundo tempo, mas nos pênaltis os são-paulinos foram mais eficientes e venceram por 4 a 3. Sérgio Neri ainda defendeu a cobrança de Careca, mas Marco Antônio e João Paulo perderam para sua equipe.
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Time do Guarani que empatou em 0 a 0 com o Atlético-MG, no Mineirão, na semifinal do Brasileirão de 1986. No 2º jogo, o Bugre ganhou por 2 a 1 e se classificou para decidir o título com o São Paulo. De pé: Sérgio Neri, Gilson Jáder, Almir, Ricardo Rocha, Marco Antônio e Tosin; agachados: Chiquinho, Tite, Evair, Marco Antônio Boiadeiro e João Paulo. Vejam o atual técnico Tite no time campineiro.

No ano seguinte, com a dissidência do Clube dos 13, a CBF, respaldada pela Fifa, criou os módulos Verde e Amarelo, sendo que no final, os dois primeiros de cada módulo decidiriam o título. O Flamengo bateu o Inter-RS e foi campeão do Verde. Guarani e Sport dividiram o caneco do Amarelo. O Bugre fez 2 a 0 na 1ª partida e perdeu de 3 a 0 em Recife. Nos pênaltis, empate de 11 a 11 e as equipes resolveram dividir o título. Flamengo e Inter-RS se recusaram a enfrentar os times do Módulo Amarelo para decidir o Brasileirão de 1987. Sport e Guarani fizeram a final. No Brinco de Ouro, empate de 1 a 1. Na Ilha do Retiro, o Sport fez 1 a 0 e ficou com a taça. O estigma de pé-frio acompanhou Sérgio Neri no ano seguinte, quando foi vice-campeão paulista ao perder a final para o Corinthians por 1 a 0, gol do então desconhecido Viola.

Campeão no Bahia e no Vila Nova-GO
Titular entre 1986 e 1990, Sérgio Neri tem seu nome guardado na galeria do Guarani, porém, sem conseguir ser campeão pelo time campineiro. As conquistas vieram só quando ele deixou o clube no final de 1990, comprado pelo Bahia. Logo na 1ª temporada no Nordeste foi campeão baiano. No começo de 1993, transferiu-se ao Vila Nova-GO, onde também faturou o título estadual, atuando com o volante Tosin, o lateral-direito Alfinete, entre outros. No ano seguinte foi emprestado ao Botafogo, de Ribeirão Preto, mas não cumpriu o contrato em razão de divergências com diretores do Vila Nova e decidiu parar. “Houve uma discussão com relação a porcentagem cobrada pelo empréstimo”, diz. Em seu currículo, consta ainda ter ajudado a seleção paulista a quebrar um jejum de 12 anos sem título no Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais Sub-20, além da disputa da Libertadores de 87 e de 88 pelo Bugre. Pai de Harlen, Ana Carolina e Giovana, Sérgio Neri Santana é casado com Elaine Cristina. Quando parou de jogar, ele montou um restaurante em Marília, onde nasceu em 11/3/63. Aliás, seu 1º clube foi o Marília, que o vendeu ao Guarani em 1982. Ficou com o restaurante entre 1995 e 2004, retornando ao futebol como preparador de goleiros.

Fichas técnicas de jogos importantes com Sergio Neri:

Guarani 0 x 1 Corinthians
Guarani
Sérgio Neri; Marquinhos, Vágner, Ricardo Rocha e Albéris; Barbieri (Mário), Paulo Isidoro, Marco Antônio Boiadeiro e Neto; Evair (Careca Bianchesi) e João Paulo. Técnico: José Luiz Carbone.
Corinthians
Ronaldo; Edson Boaro, Marcelo Djian, Denilson e Dida; Márcio Bittencourt (Paulinho Carioca), Paulinho, Biro Biro e Everton (Wilson Mano); Viola e João Paulo. Técnico: Jair Pereira.
Gol: Viola aos 4 minutos do 1º tempo da prorrogação.
Árbitro: Arnaldo Cézar Coelho.
Expulsões: Paulinho Carioca e Paulo Isidoro.
Renda: Cz$ 17.543.200,00.
Público: 49.604 pagantes.
Local: Brinco de Ouro, em Campinas, domingo, 31/7/1988, na final do Paulistão, quando Sérgio Neri foi vice.

Seleção Paulista 1 x 0 Seleção Carioca
Seleção Paulista
Sérgio Neri, Heitor, Marco Antônio, Nenê e Carlinhos; Régis, Sidney e Paulo Sérgio; Marlon (Nereu), Valdir Lins e Luis Carlos. Técnico: Sebastião Lapola.
Seleção Carioca
Hugo; Catinha, Maurão, Souza e Ricardo; Mancieira, Giovane e Gilmar Popó (Antônio Carlos); Helinho (Mamão), Jairo e Pituca. Técnico: não obtido.
Gols: Luis Carlos aos 16 e Mamão aos 35 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Airton Bernardoni.
Renda e público: não obtidos.
Local: Morumbi, em São Paulo, sábado, 12 de março de 1983, na decisão do Campeonato Brasileiro de Seleções Sub-20, quando São Paulo, com Sérgio Neri no gol, quebrou um jejum de 12 anos sem conquistar o título da competição.

Sport Recife 1 x 0 Guarani
Sport Recife
Flávio: Betão, Estevam Soares, Marco Antônio e Zé Carlos Macaé; Rogério, Ribamar (Augusto) e Zico; Robertinho, Nando e Neco. Técnico: Jair Picerni.
Guarani
Sérgio Neri: Baiano, Luciano, Ricardo Rocha e Albéris; Nei (Carlinhos), Paulo Isidoro e Marco Antônio Boiadeiro; Catatau (Mário), Evair e João Paulo. Técnico: José Luiz Carbone.
Gol: Marco Antônio aos 19 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Luís Carlos Trindade (Fifa-RJ).
Expulsão: Evair.
Renda: Cz$ 4.905.000,00.
Público: 26.282 pagantes. Local: Ilha do Retiro, em Recife, domingo, 7 de fevereiro de 1988, quando Sérgio Neri foi novamente vice-campeão brasileiro pelo Guarani, referente a edição de 1987.

Guarani 3 x 3 São Paulo
Guarani
Sérgio Neri, Marco Antônio, Ricardo Rocha, Valdir Carioca e Zé Mário; Tosin, Tite (Vágner) e Marco Antônio Boiadeiro; Catatau (Chiquinho Carioca), Evair e João Paulo. Técnico: Carlos Gainete.
São Paulo
Gilmar, Fonseca, Wagner Basílio, Dario Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas (Manu) e Pita; Müller, Careca e Sidney (Rômulo). Técnico: Pepe.
Gols: Nelsinho (contra) aos 2 e Ricardo Rocha (contra) aos 9 minutos do 1º tempo. Pita a 1 e Boiadeiro aos 7 do 1º tempo da prorrogação. João Paulo aos 5 e Careca aos 14 do 2º tempo da prorrogação. Pênaltis: Guarani 3 x 4 São Paulo. Tosin, Valdir Carioca e Evair converteram para o Bugre. Marco Antônio e João Paulo erraram. Dario Pereyra, Rômulo, Fonseca e Wagner Basílio fizeram para o Tricolor. Careca errou.
Árbitro: José de Assis Aragão.
Expulsão: Vágner.
Renda: Cz$ 4.222.000,00.
Público: 37.370 pagantes.
Local: Brinco de Ouro, em Campinas, quarta-feira, 25/2/1987, quando Sérgio Neri foi vice-campeão brasileiro pelo Bugre

fonte:diarioweb de são jose do rio preto

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