No Brasil, o hábito de colecionar figurinhas de futebol é comum. Na Europa, a mania é outra: o torcedor pode levar para casa miniaturas dos jogadores, chamadas por aqui de mini-craques. Antes da Copa do Mundo de 1998 era até possível achar facilmente os bonequinhos de cabeça grande nas cidades brasileiras, mas hoje em dia os colecionadores têm que apelar para a importação.
O maior mercado é na Inglaterra, onde a empresa Corinthian se especializou na comercialização dos mini-craques e tornou-se referência. Bancas e lojas de brinquedos vendem os bonequinhos, mas grande parte das negociações são feitas pela internet, em sites de leilão. Alguns brasileiros importam os produtos e os revendem também pela grande rede, mas em páginas de leilão nacionais. É o caso do publicitário Carlos da Silva.
– Geralmente, quem vende também é colecionador. Comecei a colecionar e a comprar lá fora. Como saía mais barato pedir mais bonecos, acabei vendendo os que comprava a mais. Hoje, as pessoas que negociam comigo são geralmente as mesmas sempre, e compram de lote também. Raramente o colecionador leva só um mini-craque – diz Carlos.
Novas versões dos jogadores são lançadas todas as temporadas, de acordo com as mudanças de uniformes das equipes e as negociações de atletas. Na internet, é possível comprar, por mais irônico que seja, uma versão de Eto’o com a camisa do Real Madrid, por exemplo. Há também coleções históricas, com atletas que já pararam de jogar
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Craques de todas as épocas são representados pelos bonecos ‘cabeçudos’. Procure o seu preferido na foto!
Quanto mais raro, mais caro. Edições limitadas, e já encerradas, costumam liderar a lista das mais valiosos. Como a dos vencedores da Bola de Ouro da France Footbal. Os jogadores são caracterizados como se estivessem na festa de gala, com terno e o troféu na mão. Há Van Basten, Zidane, Beckenbauer, Rivaldo, Ronaldo e os outros ganhadores do prêmio. Já existe até o bonequinho de Kaká, que venceu em 2007 e está à venda no maior site de leilão da Inglaterra por cerca de R$ 25.
Uma busca no maior site de leilão do Brasil mostra que o mini-craque mais caro hoje não foi craque de bola: o árbitro italiano Collina, à venda por R$ 340.
A Corinthian faz também pacotes especiais. Atualmente, a empresa vende em seu site oficial uma caixa com o time do Milan vencedor da Liga dos Campeões.
Os fãs brasileiros andam carentes de mini-craques. Há apenas uma coleção de jogadores com camisas dos times nacionais. Foi lançada na metade dos anos 90, pela Gulliver (em parceria com a Corinthian) e hoje em dia é uma raridada. Os jogadores escolhidos foram: Sávio e Romário (Flamengo), Denílson (São Paulo), Palhinha (Cruzeiro), Giovanni, Müller e Zetti (Santos), Marcelinho Carioca (Corinthians), Paulo Nunes (Grêmio) e Cafu (Palmeiras).
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– Os preços variam de acordo com o estado do boneco e da negociação do vendedor. Há gente que chega a pedir R$ 50 por um mini-craque brasileiro, mas outros vendem por menos. Comprei o do Marcelinho por R$ 15, por exemplo – diz o bancário Elias Ramos, que coleciona brinquedos.
A coleção de maior sucesso no Brasil é uma lançada pela Coca Cola antes da Copa do Mundo de 1998. Foram 25 jogadores caracterizados (incluindo Ronaldo, que vinha em um trio especial com Romário e Dunga). Alguns foram para o Mundial, como Edmundo, Júnior Baiano e César Sampaio. Mas muitos ficaram de fora, como o Baixinho, Renato Gaúcho e Oséas. A coleção completa é vendida no maior site de leilão do país por R$ 129.
Na época, a empresa de refrigerante fez a mesma promoção na Argentina, com troca de tampinhas por bonecos. Lá, os mini-craques são chamados de “cabezones”. Nome que não precisa de explicação.
O modo mais fácil – mas não tão seguro – de comprar as miniaturas é pelos sites de leilão na internet. Em alguns casos, os bonecos têm preços fixados. Porém, principalmente nas páginas estrangeiras, a maioria das vendas é feita por lances. O maior leva.
O site oficial da Corinthian também vende com entregas para o Brasil. É mais seguro, mas a empresa não tem muita variedade em sua loja virtual.
Fonte:Globoesporte.com
Em 1999 eu ganhei um bonequinho do Marcelinho Carioca. Não sabia que já é artigo raro.
Gilberto