Mesa redonda sobre futebol através dos tempos

Esta expressão, mesa redonda, é usada para denominar programas de televisão onde são mostradas discussões e comentários sobre esportes, em sua maioria sobre futebol. Portanto resolvi pesquisar e fazer um breve relato do início da trajetória na televisão, durante seus vinte primeiros .

Por emblemática e histórica eis a foto da primeira (ou de uma das primeiras) mesa-redonda esportiva da TV brasileira. A foto, tirada no dia 12 de abril de 1961, de autoria do saudoso Sarkis, é emocionante pela presença de ícones do mundo esportivo, à época, do sumido e importantíssimo homem de rádio e TV Clóvis José de Azevedo e da… mesinha!!! Ali, nasceu a expressão ´´mesa-redonda´´ e a mesinha era… retangular!!! O flagrante nos antigos estúdios da TV Paulista, Canal 5, na região da Rua da Consolação, abriga Pedro Luiz, Paulo Planet Buarque, Edson leite, Clóvis Azevedo, Leônidas da Silva e Vicente Feola. Só fera.
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CLOVIS DE AZEVEDO
Sua participação foi marcante para a história das transmissões esportivas na televisão. Especialmente pela idéia da inclusão de um comentarista durante as partidas, função até então inexistente. “Na TV Paulista, contratei o Leônidas da Silva, que conhecia o futebol como poucos. Era necessário que o telespectador tivesse alguma referência para explicar o comportamento tático das equipes”. Tempos depois, inovou mais uma vez ao participar da primeira mesa redonda esportiva de TV em nosso país, ao lado de Pedro Luiz, Paulo Planet Buarque, Edson leite, Leônidas da Silva e Vicente Feola.
A foto foi tirada nos estúdios da saudosa TV Paulista, canal 5 (antecessora da Rede Globo), no início dos anos 60. A incrível mesinha e as cadeiras eram aquelas que as cervejarias ainda cedem para os barzinhos do Brasil.

MILTON PERUZZI E A MESA REDONDA É COM A GAZETA
Ele comandou por anos e anos, como ninguém, a nitroglicerínica “Mesa Redonda Futebol é com 11”, na TV Gazeta de São Paulo e o programa esportivo radiofônico “Disparada no Esporte”, na Rádio Gazeta da capital paulista. Seu auge aconteceu durante os anos 70 e 80.
Além disso, Peruzzi inventou a expressão “Tudo terminou em pizza”, quando retratou um momento político conturbado do Palmeiras nas páginas de “A Gazeta Esportiva”. É que o conflito político palmeirense terminou nas mesas de uma pizzaria próxima ao Parque Antártica. Hoje, o jornalismo brasileiro, político, econômico ou esportivo, sempre registra a frase “patenteada” por Peruzzi quando quer definir que alguma situação polêmica não teve um final feliz, principalmente quando a opinião pública exige uma punição exemplar acabando por se decepcionar.

GRANDE RESENHA FACIT
O programa contava com grandes personalidades, como o Luiz Mendes, João Saldanha, Armando Nogueira, José Maria Scassa, Nélson Rodrigues, Vitorino Vieira, Alain Fontain e Hans Henningsen – que Nélson Rodrigues apelidou de “O Marinheiro Sueco. Foi a melhor porta de entrada para o debate esportivo na TV, revestido, ao mesmo tempo, de inteligência e de paixão. Esse binômio foi irresistível para perenizar a atração, dirigida pelo saudoso companheiro Augusto Melo Pinto, que deu forma a uma idéia de Walter Clark.
Durante o programa, os comentaristas eram torcedores fanáticos dos clubes cariocas. Eram constantes as discussões acaloradas entre o botafoguense Saldanha e o tricolor carioca Nelson Rodrigues, por exemplo. Até hoje esse modelo está presente em várias emissoras, em diversas formas.
Entre tantos momentos memoráveis, houve o dia em que viu Nelson Rodrigues se referir a uma vitória do Fluminense como sendo “uma vitória santa do tricolor”, provocando uma reação do Scassa. Ele interrompeu a fala de Nelson dizendo que a vitória se devia à competência da equipe e não tinha nada a ver com religião. Nelson prosseguiu, como se não tivesse sido interrompido. Encerrou o assunto de forma inesquecível, clamando: “Vejam só, amigos. O Scassa está querendo proibir a entrada de Deus no Maracanã como se ele fosse um carona abominável.”

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