A torcida do Fluminense, o time mais antigo do Rio de Janeiro, retornou uma de suas maiores tradições (e do futebol brasileiro), o pó de arroz! A torcida do Flu sem o pó-de-arroz fica sem a sua identidade nas arquibancadas. Desde criança lembro-me de ver a torcida envolta numa nuvem de talco no Maracanã , quando o Canal 100 filmava a entrada do Flu em campo. Esta era uma forma diferente que uma torcida usava para saudar seu time de futebol. Para nós de São Paulo era um espetáculo diferente de ser visto.
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Qual a história e o por quê do torcida do pó de arroz? Veja o que diz o site do Globo Esporte.
O pó-de-arroz, que nada mais é do que talco inodoro, é uma marca registrada do Tricolor carioca. A origem é controversa e remonta ao ano de 1914. O Fluminense, numa época em que os negros não eram aceitos nos clubes da Zona Sul carioca – apenas o Bangu utilizava jogadores negros – contratou o meia Carlos Alberto, um mulato, que pertencia ao América. A história diz que o jogador passava pó-de-arroz no corpo para disfarçar a cor e ser bem aceito nas Laranjeiras, e que num jogo contra o seu ex-clube, os torcedores adversários perceberam o truque e começaram a gritar “pó-de-arroz”. Mas o feitiço teria virado contra o feiticeiro, pois os tricolores, em vez de se revoltarem com a brincadeira, teriam adotado o apelido.
Mas o goleiro Marcos Carneiro de Mendonça, primeiro grande ídolo do Tricolor, tem outra versão, disponível num documentário no Youtube. Marcos garante que Carlos Alberto não usava o pó-de-arroz para disfarçar nada, mas por que gostava de colocar após fazer a barba.
O engraçado de tudo isso é que o Urubu do Flamengo, o Porco do Palmeiras também eram xingamentos que as torcidas assumiram. Mas nem todas as torcidas aceitam, pois o Vasco não assumiu o bacalhau e o São Paulo nunca assumirá o Bambi.
Na foto ilustrada acima está a figura de um torcedor conhecido como Careca do Talco. Ele surgia por um dos tuneis de acesso e esperava o Flu entrar em campo e então lançava pequenas nuvens de pó-de-arroz por cima dos jogadores tricolores. Levava o talco em um saco que fazia parte de seu uniforme, junto com uma camisa branca com um grande escudo do Flu, uma bandeira , uma capa de super-herói e uma faixa na cabeça.
Em 1984, na semi final contra o Corinthians, no jogo de ida no Morumbi ele resolveu fazer diferente, e saiu do Rio já preparado para o jogo. Nas paradas pela Via Dutra ele jogava talco em quem se descuidasse, o jogo já havia começado pra ele.
Depois de 85 , pouco a pouco, o ritual foi desaparecendo. Talvez pela violência ou também pela proibição do uso do talco. Para a torcida era uma implicância inexplicável das autoridades, já que o talco, obviamente, não fazia mal como aquelas fumaças tóxicas, os fogos de artifício, etc.
Na verdade A Polícia Militar proibiu a entrada do pó-de-arroz em 1999, quando um policial acabou atingido por um saquinho de talco.
No frigir dos ovos, e pelo que tenho visto pelos estádios afora,sem dúvida alguma o talco é o que menos faz mal nas arquibancadas, sem contar que é uma tradição quase centenária. E acho que é bem-vindo!