Em 1985, de tanto ouvir falar que alguns colegas do Metrô de São Paulo jogavam futebol soçaite aos sábados no clube do São Paulo Futebol Clube, e em vista da promoção na venda dos títulos, acabei ficando sócio do clube.
Aos sábados formávamos vários times e para continuarmos jogando necessitávamos de dois gols ou vinte minutos. A outra hipótese seria o único gol após os vinte minutos.
Um conselheiro do clube, de nome Toninho falava-me que eu era um corintiano de alma branca e que podia deixar seus pertences perto de mim que ele confiava. Falava até mais, quando o Corinthians jogava no Morumbi ele deixava as janelas da casa aberta porque durante o jogo não tinha perigo. Brincadeiras como se faz em todo lugar.
Este preâmbulo se faz necessário haja vista o relato a seguir.
Durante a semana normal de trabalho pagávamos algumas contas o que é corriqueiro. Pedi para meu amigo Domingos, torcedor do São Paulo, hoje pastor evangélico, para ir ao Bradesco pagar a manutenção bimestral do clube São Paulo Futebol Clube. O carnê evidentemente ostentava o escudo e as cores do clube.
Mas, o meu talão de cheques tinha em suas folhas no espaço ao lado da assinatura uma chancela, ou seja, eu carimbava com um carimbo do escudo do Corinthians.
Assinei o cheque e entreguei o carnê.
Quando o Domingos chegou à boca do caixa, tinha uma japonesa empertigada, séria, de camisa branca de mangas compridas e fechada até o último botão no pescoço.
Figura impassível, nada parecia distrar a atenção desta filha do sol nascente.
O Domingos entregou o carnê e a japonesa arregalou os olhos, tendo visto o escudo. Pegou o cheque e…….desandou a rir. Olhava o carnê com um distintivo e o cheque com outro distintivo. Ela queria parar de rir e não conseguia, está certo que ela dava risos contidos.
Na volta o Domingos que riu junto à japonesa me contou em detalhes.
Só mesmo o futebol para trazer certar passagens.