Resolvi inserir este artigo pela lembrança dos jornalistas esportivos, curiosidades e dos fatos marcantes ao longo da história esportiva do rádio.
Ary Silva (1941-1946 / 1948-1949) – Nascido em São Paulo em 21 de junho de 1917, Ary Silva foi o idealizador da ACEESP. Responsável pela organização dos profissionais que participaram da aprovação do estatuto da entidade em 1942. Em assembléia foi eleito o primeiro presidente. Formado em direito, trabalhou nas Emissoras Associadas, na Rádio Bandeirantes, onde cobriu a Copa de 1938, e nas organizações Globo. Atuou também como diretor do departamento de árbitros da federação paulista de futebol. Como político elegeu-se vereador e deputado estadual. Fundou o jornal Gazeta da Zona Norte, com circulação até os dias de hoje. Faleceu no dia 6 de abril de 2001 aos 83 anos de idade.
Rebelo Júnior (1946-1948) – Um dos mais importantes narradores da história do rádio. O homem do gol inconfundível, o primeiro a anunciar o gol com uma emissão longa de voz, ou seja, o “goooooooooooooool”, incorporado depois por outros narradores esportivos. Participou do surgimento da ACEESP e foi o segundo presidente da entidade dando seqüência ao trabalho de Ary Silva.
Blota Júnior (1949-1952) – Nascido em Ribeirão Bonito em 3 de março de 1920, José Blota Júnior formou-se em direito pela Universidade de São Paulo. Começou sua carreira na Rádio Bandeirantes como locutor. Trabalhou por 45 anos na Rádio e TV Record. Exerceu dois mandatos de deputado estadual e um de deputado federal. Seu último cargo político foi a Secretaria de Comunicação no governo Paulo Maluf. Atuou como apresentador de programas nas tevês Bandeirantes e SBT. Foi locutor esportivo em Copas do Mundo e Olimpíadas e chegou a ser vice-presidente da Associação dos Pioneiros de Televisão. Como presidente da ACEESP, atuou por três anos. Primeiro substituindo Ary Silva, e depois em mandato próprio. Faleceu em 22 de dezembro de 1999 aos 79 anos.
Caetano Carlos Paioli (1952-1953) – Jornalista ligado aos esportes amadores, foi redator de esportes do jornal A Gazeta Esportiva, onde trabalhou em grande parte de sua carreira. Realizou um mandato importante à frente da entidade, sendo responsável pela mudança de sede para a Avenida do Estado. Já havia sido tesoureiro na gestão de Blota Jr e foi o primeiro presidente ligado aos esportes amadores.
Geraldo José de Almeida (1954-1957) – Nascido em 12 de março de 1919, este importante locutor esportivo começou sua carreira na Rádio Record. Trabalhou nesta emissora por 28 anos. Esteve também na Rádio Jovem Pan, além da Rádio e TV Excelsior. Narrou as Copas de 1970 e 1974 pela TV Globo, de onde saiu para morar em Porto Alegre, atuando na Rádio Difusora. Sua gestão à frente da ACEESP foi marcada pela criação do jantar comemorativo, logo em seu primeiro ano comandando a entidade. Seu filho, Luís Alfredo, seguiu seus passos como narrador esportivo. O último grande evento narrado por Geraldo José de Almeida foi a Olimpíada de Montreal. Faleceu um mês depois aos 57 anos.
Flávio Iazetti (1958-1961) – Um dos mais importantes jornalistas de todos os tempos. Nasceu no dia 18 de agosto de 1916. Começou sua carreira em 1938, já no ano seguinte criou o jornal O Esporte onde ficou até 1960. Em 1961 chegou à Gazeta Esportiva onde permaneceu até o seu falecimento. Atuou na rádio Panamericana e nas tevês Record e Gazeta. Foi um dos fundadores daACEESP. Com Paulo Machado de Carvalho e Ary Silva, fundou a Escola de Árbitros da FPF que hoje leva o seu nome, por resolução e homenagem póstuma. Foi auditor e secretário do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da Federação Paulista de Futebol. Com os jornalistas Ary Silva e Paulo Planet Buarque, mais o técnico Vicente Feola, integrou a comissão que elaborou o “Plano Paulo Machado de Carvalho”, que levou o Brasil ao seu primeiro título mundial em 1958 na Suécia. Faleceu em 9 de março de 1990, aos 74 anos.
Emílio Colella (1962-1965 / 1968-1971) – Importante cronista esportivo e um dos mais ativos presidentes da história da entidade. Ao todo foram quatro mandatos à frente da Associação. É o segundo presidente na história há ficar mais tempo no cargo. Em oito anos conseguiu inúmeras realizações numa época de crescimento da entidade. Fez parte de uma célebre geração de jornalistas.
Milton Galdão (1966-1967) – Cronista esportivo de grande importância. Sucedeu Emilio Collela dando seqüência ao seu trabalho. Realizou apenas um mandato à frente da associação. Destacou-se pela seriedade e comprometimento. Fez parte do Conselho Superior daACEESP. Falecido, tem seu nome gravado pela ótima e importante participação nos rumos da associação.
Mauro Pinheiro (1972-1973) – Conhecido como Senador, foi um dos mais importantes e conceituados comentaristas de todos os tempos. Trabalhou por quase vinte anos na rádio Bandeirantes, na famosa equipe do escrete do rádio, ao lado de grandes nomes como Fiori Giglioti. Passou também pela Rádio Jovem Pan, onde trabalhava quando faleceu em 25 de janeiro de 1982. Comandou a entidade por dois anos, em substituição a Emilio Collela.
Milton Camargo (1974-1975) – Nascido em Cafelândia, interior de São Paulo, Milton Camargo César começou sua carreira em 1947 na Rádio Clube de Marília. Em 1950 chegou a São Paulo para trabalhar na rádio Tupi onde ficou até 1982, sendo o chefe do departamento de esportes da inesquecível equipe 1040. Também foi comentarista da Tv Tupi e nesse período fez brilhante carreira igualmente nos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Escreveu diversas colunas em jornais como Mundo Esportivo e Diários de São Paulo e da Noite. A sua gestão à frente da ACEESP foi marcada pela luta, ao lado do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, junto ao Ministério das Comunicações, para impedir que aqueles que não tivessem o registro profissional desempenhassem funções jornalísticas. Hoje está aposentado como jornalista e assessor de imprensa do Tribunal de Contas do Município.
Carlos Aymard (1976-1977) – Um dos mais importantes comentaristas esportivos da história do rádio. Paulistano, nascido em 28 de dezembro de 1934, Aymard Del Carlo trabalhou na extinta rádio Nacional de 1969 a 1977. Depois se transferiu para a Rádio Globo, onde ficou até 1989. No comando da ACEESP passou por situação difícil quando o Torneio Inicio, que tinha renda revertida para a entidade, foi extinto. Com isso a Associação passou a depender de uma indenização proveniente das rendas dos jogos do Paulistão. Faleceu de câncer em 5 de agosto de 1989, aos 54 anos, quando exercia a função de comentarista principal da Rádio Globo. Deixou esposa, duas filhas e quatro netos.
Flávio Adauto (1978-1979) – Nascido em 4 de janeiro de 1948, Flávio Adauto Iório Lopes atuou como repórter, redator, chefe de reportagem, editor, consultor, colunista, entre outras atividades profissionais nos seguintes órgãos de comunicação: Folha de São Paulo (de 1968 a 1976); Jornal da Tarde (1977 a 1986); O Estado de S.Paulo (1977 a 1986); Rádio e TV Bandeirantes (1977 a 1994); além da Rádio Jovem Pan, Folha da Tarde, Diário Popular, Última Hora e Gazeta Esportiva. Trabalhou na cobertura de sete Copas do Mundo, cinco Jogos Olímpicos, quatro Panamericanos e dezenas de outras coberturas internacionais como chefe de equipe, diretor, repórter, produtor. Como presidente da ACEESP marcou sua gestão com a compra da sede atual, na Avenida Paulista. Atualmente exerce a função de empresário de comunicação.
Loureiro Júnior (1980-1981) – Este importante comentarista esportivo nasceu em 1935, começou a carreira em 1953 e passou por muitas das mais importantes emissoras de rádio de São Paulo. Trabalhou nas Rádios Bandeirantes, Record, Globo, Panamericana, (hoje Jovem Pan) e Gazeta. Esteve na cobertura de oito Copas do Mundo. Chegou a parar em 1993, só atuando eventualmente em programas esportivos. Em 2006 retornou ao rádio para comentar na Rádio Capital, de onde já saiu. Está aposentado e morando em São Paulo. Sua gestão à frente da ACEESP ficou marcada pela reforma administrativa.
Lucas Neto (1982-1983) – Nascido em São Paulo no dia 23 de julho de 1939. Filho do ex- presidente da entidade, Flávio Iazetti. Iniciou carreira em agosto de 1959. Trabalhou na TV Tupi, Rádio Tupi, Última Hora, Diário da Noite, Diário de São Paulo, Popular da Tarde, Gazeta Esportiva, Rádio Gazeta, TV Gazeta. Presidente, vice e diretor da ACEESP em várias administrações. Foi um dos fundadores e diretor da Abrace (Associação Brasileira dos Cronistas Esportivos). Atuou como assessor de imprensa da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1986 (México). Sua administração à frente da ACEESP ficou marcada pela reforma da nova sede, que possibilitou a realização de diversos eventos sociais e culturais. Trabalha atualmente na Rádio Trianon e é membro nato do Conselho Superior daACEESP.
Mário Lúcio Marinho (1984-1985 / 1997-2004) – O jornalista Mário Lúcio Marinho, mineiro de Ribeirão das Neves, começou sua vida profissional nas oficinas da Imprensa Oficial e como jornalista no Diário da Tarde, de Belo Horizonte. Mudou-se para São Paulo, onde trabalhou no Jornal da Tarde, no Estado de S. Paulo, em revistas da Editora Abril, nas rádios Eldorado, Gazeta, Record, Atual, Nove de Julho e Capital. Nas televisões Gazeta, Cultura e Bandeirantes. Atualmente é comentarista esportivo da rádio Eldorado, além de diretor da revista O Mundo do Futebol. Ao todo presidiu por quase dez anos e teve sua passagem marcada pela criação do troféu Ford/ACEESP.
Aroldo Chiorino (1986-1987) – Começou sua carreira em 1945, três anos depois chegou à Folha de São Paulo, onde ficou até 1975. Nesse período foi repórter, redator e colunista. Cobriu as Copas do Mundo de 1950 até 1986. Foi também assessor de imprensa da Secretaria de Esportes e Turismo do Governo do Estado de São Paulo. Faleceu em 2 de março de 1995, vítima de câncer, aos 70 anos. Deixou dois filhos. Seu mandato foi marcado pela continuidade do prêmio Ford/ACEESP, até hoje um ícone da entidade
Sérgio Carvalho (1988-1989) – Nascido em São José do Rio Preto, interior do Estado de São Paulo. Começou a carreira na Rádio Difusora de Monte Aprazível como apresentador de programa esportivo. Em São José do Rio Preto foi repórter de campo da Rádio Independência e trabalhou nos jornais A Notícia e Diário da Região. Em São Paulo trabalhou na TV Record (como produtor e apresentador de programa esportivo) e na Rádio Bandeirantes (como repórter de campo). Esteve ainda nos jornais paulistanos A Gazeta, Folha da Tarde, Notícias Populares, Popular da Tarde (onde foi Diretor de Redação), Diário Popular. Cobriu seis Copas do Mundo de Futebol. Foi presidente da ACEESP e da ABRACE (Associação Brasileira de Cronistas Esportivos). Hoje escreve a coluna Toque de Bola para o site Futebol Interior, para o Shopping News de São Paulo e para a revista Caminhoneiro. Como ex-presidente, pertence ao Conselho Superior da ACEESP.
Odair Pimentel (1990) – Nascido em 1940, este importante cronista esportivo começou sua carreira como office-boy do Jornal Sport News. Posteriormente trabalhou no Diário da Noite, Folha da Tarde, Jornal dos Sports e Notícias Populares. No O Globo foi editor chefe de esportes da sucursal de São Paulo. Em 1986 sofreu um acidente que o fazia andar de bengala até os últimos anos de vida. Não pôde completar seu mandato à frente da ACEESP pois faleceu em 2 de maio de 1991.
Roberto Monteiro (1990-1992) – Polêmico e contundente repórter e comentarista, natural de Dois Córregos, interior de São Paulo, Paulo Roberto Monteiro foi a opinião forte de vários veículos de comunicação. Destacou-se principalmente na rede Bandeirantes, onde atuou na rádio e na TV. Também trabalhou na rádio Jovem Pan e TV Cultura. Assumiu a presidência da ACEESP em meio ao mandato de Odair Pimentel, de quem era vice. Hoje mora na Bahia, exercendo a função de jornalista com a mesma irreverência e seriedade dos tempos em que trabalhou na capital paulista.
Ennio Rodrigues (1992-1995)-Nascido em 20 de fevereiro de 1935, iniciou sua carreira na Rádio Cultura de Araraquara. Chegou a São Paulo vindo da Rádio a Voz da Araraquarense, onde era diretor e narrador. Em 1963 ingressou na Rádio Bandeirantes, permanecendo até 1990. Em 1991 e 1992 esteve na Rádio Tupi. Depois atuou na Rádio Gazeta onde foi chefe de esportes e narrador até 1996. Em 1997 ingressou na equipe Líder, comandada por Armando de Barros, onde está até hoje narrando na Rádio Terra. Participou da cobertura de oito Copas do Mundo. Foi presidente da ACEESP por dois mandatos e é membro vitalício do Conselho Superior da entidade.
Edison Scatamachia (1995-1996) – Nascido em São Paulo no dia 24 de outubro de 1946. Começou a carreira em 1971 como repórter esportivo da Folha de São Paulo. Entre 1974 e 1977 foi repórter do Jornal da Tarde e fez alguns trabalhos para o jornal Última Hora. De 1977 a 1983 atuou como chefe da equipe de esportes da Rádio Globo e da Rádio Excelsior . De 1983 a 1991 trabalhou como chefe das equipes esportivas da Rádio Record, Rádio Gazeta, TV Record e TV Manchete. De 1991 a 1994 foi pauteiro de esportes da Agência Folha, chefe de reportagem das equipes esportivas do Diário Popular, A Gazeta Esportiva e TV Bandeirantes. Nesse período também exerceu a direção de Jornalismo da sucursal de São Paulo da Rede OM (depois CNT, hoje JB) e assessor de imprensa da Dersa. De 1995 até a metade de 1996 exerceu o cargo de presidente da ACEESP, de onde se licenciou para trabalhar como roteirista do Domingão do Faustão, onde está até hoje.
Paulo Cezar Correia (2004-2007) – Nascido em 22 de novembro de 1955, começou sua carreira no Jornal da Tarde. Passou pelo Estado de São Paulo por duas vezes, Gazeta Esportiva duas vezes, inclusive como editor. Trabalhou por doze anos no Diário Popular. Foi assessor de comunicação do Ministério do Esporte. Atuou como coordenador do núcleo de esportes da TV Cultura. Atualmente é pauteiro de esportes da Rede Record de Televisão. Seu mandato à frente da entidade se caracterizou por ter abolido o beneficio financeiro da Federação Paulista de Futebol a ACEESP