Independiente – Rei de Copas

Certo vez fui á Vila Belmiro, quarta-feira à noite, ver Santos x Independiente pela Recopa. Creio que foi em 1996. O Edinho jogava no gol do Santos. Acontece que ganhei uma aposta de um amigo torcedor do Santos, que era ir ver um jogo na baixada e comer um peixe frito. Tudo por conta do perdedor. E ele veio querer pagar a aposta exatamente no jogo em referência. Falei: Começa às 22h, acaba meia-noite se não for para os pênaltis ( e foi ), temos que voltar para São Paulo e de manhã , 07h30min estar no trabalho. E ainda tem mais, o Independiente não é nem sombra do que foi. Vamos deixar para outra vez.
Sabe como o meu amigo me convenceu? Foi muito forte. Ele falou: Gilberto, você vai ver a camisa…esta camisa tem tradição, é de um time copeiro.
Sequer repliquei. Fui!
Não poderia deixar de relembrar o outro Independiente, o dos anos 70 :

Santoro, Comisso, Sá, López e Pavoni; Galván, Raimondo, Semenewicz e Balbuena; Bertoni e Bochini. Esses são alguns dos nomes responsáveis pelo esquadrão que dominou o futebol sul-americano nos anos 70. Com esses jogadores, o Independiente acabou com a hegemonia do Estudiantes e iniciou a sua própria “Era de Oro”.
Em 1968 a equipe de La Plata foi campeã depois de bater o Palmeiras no jogo-desempate, em Montevidéu, por 2 a 0. E em 1969, conquistou o bi vencendo o Nacional, do Uruguai, duas vezes: 1 a 0 no estádio Centenário, em Montevidéu e 2 a 0 no jogo de volta, em La Plata.
Na primeira edição dos anos 70, o Estudiantes enfrentou na decisão o Peñarol – até então único time a conquistar a competição três vezes – e não só igualou o clube uruguaio como se tornou o primeiro tricampeão de fato, com a conquista dos títulos em anos consecutivos.
Os argentinos ainda chegaram em sua quarta final seguida, em 71, mas acabaram derrotados pelo Nacional, do Uruguai. Foi o único título não-argentino de 1967 (quando o Racing foi campeão) até 1975, ano do sexto título do Independiente.
O começo desta Era Independiente na Libertadores impediu, inclusive, o sucesso na competição de um dos melhores times que o São Paulo já teve, com craques como Valdir Peres, Forlan e Pedro Rocha.
A equipe argentina até então bicampeã (64 e 65), conquistou o terceiro título em 1972 e, já nesta campanha, foi responsável pela eliminação do Tricolor Paulista, que terminou com o segundo lugar do grupo 2 da fase semifinal e assim não se classificou para a decisão.
Na grande final, o Independiente o Universitário, do Peru, que se classificou para a decisão graças ao saldo de gol, em um grupo que contava ainda com os uruguaios do Nacional e do Peñarol. Um empate por 0 a 0 em Lima e uma vitória por 2 a 1 em Avellaneda garantiram o título.
No ano seguinte, com o status de atual campeão, o Independiente entrou direto na fase semifinal, quando eliminou o San Lorenzo, também argentino e o Millonarios, da Colômbia, classificando-se para a decisão contra o Colo Colo, do Chile. Após dois empates nos jogos de ida e volta, o título foi decidido em Montevidéu e os argentinos conquistaram seu segundo bicampeonato com uma vitória por 2 a 1.
Em 1974, mais uma vez o time argentino começa nas semifinais e se garante facilmente na decisão. Sua campanha antes da decisão só não é melhor que a do São Paulo, que consegue 3 vitórias e 1 empate no grupo 2 da fase semifinal.
O Tricolor saiu na frente na decisão ao vencer por 2 a 1 no Pacaembu, mas no jogo de volta perdeu por 2 a 0 em Avellaneda. No jogo-desempate, em Santiago, no Chile, uma vitória por 1 a 0, com gol de Pavoni, bastou para que o Independiente alcançasse seu 5º título.
Em 1975, a vítima na decisão foi o Unión Espanhola, do Chile, que no jogo-desempate perdeu por 2 a 0 em Assunção, no Paraguai. Com isso o Independiente chegou ao tetracampeonato, marca até hoje não igualada e ao sexto título.
Coube a um time brasileiro acabar com esse domínio argentino, em 1976. O Independiente caiu na semifinal, eliminado pelo rival River Plate e, na decisão, o Cruzeiro se tornou campeão ao bater o time de Buenos Aires por 3 a 2 no jogo-desempate, no Chile, depois de vitória por 4 a 1 no Mineirão e derrota por 2 a 1 no Estádio Monumental.

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