Dorival Knipel começou no futebol aos 18 anos como goleiro do Flamengo, onde jogou até 1944. Ganhou o apelido de Yustrich por sua semelhança física com Juan Elias Yustrich, famoso goleiro argentino, do Boca Juniors. Neste período conquistou os títulos cariocas de 1939 e o tricampeonato de 1942 a 1944. Em 1944 foi para o Vasco da Gama, transferindo-se depois para o América, também do Rio de Janeiro.
Na década de 1950, já era técnico de futebol, com fama de disciplinador e durão: não permitia que atletas sob seu comando fumassem, deixassem a barba por fazer e usassem cabelo comprido. Não tolerava atrasos e falta de empenho nos treinamentos.
Arrogante e de temperamento explosivo, gostava de exibir sua valentia. Era chamado de Homão por causa de sua alardeada macheza e pelos seus quase 1,90 m de altura e seu físico avantajado ou, segundo um cronista esportivo, paquidérmico. Envolvia-se em constantes atritos com jogadores, colegas, dirigentes e a imprensa.
Em Portugal
Em 1953, foi expulso do Atlético Mineiro pelos próprios jogadores, descontentes de verem alguns colegas preteridos pelo técnico. Em 1955, estava no Futebol Clube do Porto, de Portugal , para fazê-lo campeão em 1956, após um jejum de 16 anos. No mesmo ano, o Porto venceu a Taça Portugal e pela primeira vez fazia a chamada dobradinha, ao conquistar no mesmo ano os dois maiores títulos daquele país.
Mesmo com essas conquistas, Yustrich era antipatizado por alguns de seus jogadores, entre eles Hernani Silva, o ídolo do time. Em 1958, o Porto goleou o Oriental por 5 a 0 e Yustrich mandou os seus jogadores agradecerem ao público o apoio que lhes tinha sido dado. Hernani foi o único a não cumprir a ordem porque não estava para «alimentar as palhaçadas do treinador», Foi o suficiente para se iniciar uma discussão áspera que culminou com um troca de socos. No final da temporada, Yustrich foi dispensado.
Suspeita-se que a saída de Yustrich tenha sido exigida pela PIDE, a temida polícia secreta do então ditador Oliveira Salazar. O regime salarazista tinha seu clube preferido, o Sporting, de Lisboa, e não via com bons olhos o sucesso do Porto, conduzido por um brasileiro.
De volta ao Brasil e ao Atlético
Em 1959, dirigiu o Vasco da Gama. Em 1964, estava no modesto Siderúrgica, da cidade mineira de Sabará e conquistou o título estadual, quebrando a hegemonia dos grandes clubes. O Siderúrgica havia arrebatado um título estadual pela última vez em 1937. Do Siderúrgica, foi para outro time do interior, o Villa Nova, de Nova Lima.
Em seguida, foi dirigir novamente o Atlético Mineiro e foi responsável por uma das melhores fases do Galo, várias vezes campeão mineiro sob sua direção.
Yustrich se tornou técnico da seleção brasileira por uma única partida e de uma maneira peculiar. Em dezembro de 1968, o Atlético foi convidado a representar o Brasil num amistoso contra a antiga Iugoslávia. Vestindo a camiseta canarinho, o Atlético venceu por 3×2.
Em 1969, na preparação da seleção brasileira para a copa de 1970, então dirigida por João Saldanha, foi programada uma partida contra a seleção mineira., no Estádio do Mineirão. Mas quem entrou em campo, vestindo a camiseta vermelha da Federação Mineira, foi o Atlético, que venceu a seleção que se tornaria campeã do mundo por 2 a 1. Ao final da partida,. Yustrich obrigou seus jogadores a darem a volta olímpica no gramado, usando a camisa alvinegra do Atlético que vestiam por baixo da vermelha da Seleção de Minas. O Mineirão quase veio abaixo. Isto lhe valeu a inimizade de João Saldanha.
No Atlético Mineiro, Yustrich deu uma atenção especial a um jovem jogador vindo do Rio, de nome Dario, que se consagraria com o maior artilheiro do Galo até então. Com treinamentos especiais, Yustrich deu ao jovem Dario as condições técnicas e a autoconfiança que lhe faltavam, fato que o próprio jogador reconhece publicamente.
No entanto, com o jogador uruguaio Cincunegui, Yustrich teve desentendimentos que culminaram com seu afastamento do Atlético. Criticado pelo treinador por haver retardado por uma semana seu retorno de férias, o uruguaio e Yustrich passaram a ter discussões cada vez mais fortes. A certa altura, Cincunegui teria apontado um revólver para Yustrich.
No Flamengo: incidente com Saldanha
Em 1970, Yustrich foi para o Flamengo cercado de grandes expectativas e começou o ano arrasador. Em fevereiro, pelo Torneio de Verão, a vitória de 6×1 sobre o Independiente da Argentina, com cinco gols no primeiro tempo, deixou a torcida empolgada com o novo treinador. Mas os resultados seguintes decepcionaram. Com apenas oito vitórias em 25 partidas no primeiro semestre de 1971, a diretoria rubro-negra atribuiu a má fase do clube aos métodos rígidos de Yustrich e optou por demiti-lo.
Mas o fato mais marcante de sua passagem pelo Flamengo foi vivido fora de campo. Convencido de que seria convocado para comandar a seleção brasileira, caso João Saldanha, que estava em baixa, fosse demitido, Yustrich começou a carregar nas críticas ao treinador.
Saldanha, que andava irritado com Yustrich desde o jogo-treino no Mineirão, entrou armado de revólver na concentração do Flamengo, mas Yustrich não estava no local. Este gesto colocou Saldanha na berlinda e bastou um empate da seleção com o modesto time do Bangu, para que fosse demitido. Foi substituído por Zagallo.
Final de carreira
Depois do Flamengo, treinou o Corinthians e o Coritiba. Em 1977, estava novamente no futebol mineiro, desta feita no Cruzeiro, onde, já de início, tomou uma medida que desagradou aos jogadores: proibiu o jogo de sinuca na concentração. Mas naquele ano o Cruzeiro sagrou-se campeão mineiro.
Do Cruzeiro, Yustrich foi dispensado por conta de uma discussão em torno de um fato banal. Após um jogo em Araxá, um jogador deu a camisa para um garoto que invadira o gramado. Yustrich mandou o roupeiro buscar a peça. O presidente do clube não permitiu. Armou-se o bate-boca e o treinador foi demitido ali mesmo à vista de todos.
Este incidente teria sido apenas o pretexto para dispensar um treinador já desgastado. Yustrich tentara tirar o zagueiro Brito, campeão mundial em 1970, da equipe titular, por ter o hábito de fumar. Não conseguiu, porém, vencer a oposição dos outros jogadores e da diretoria. Daí, como forma de mostrar seu descontentamento, substituía Brito durante as partidas sempre que tinha oportunidade. O craque se irritou a tal ponto que, ao ser substituído pela enésima vez, jogou a camiseta suada no rosto do treinador diante do público.
Yustrich encerrou no Cruzeiro sua carreira de treinador. Retirou-se para o mais completo anonimato e só foi notícia novamente com sua morte, em 1990. Este isolamento é a razão de serem hoje incompletas e distorcidas as informações sobre ele, aliado ao fato de nutrir antipatia pela imprensa, a ponto de proibir repórteres de entrevistar seus jogadores e até de ficar nas proximidades dos vestiários. Alguns cronistas esportivos chegam a atribuir a ele a nacionalidade argentina, numa evidente confusão com seu homônimo do Boca Juniors, também já falecido.
Dorival Knipel nasceu em Corumbá a 28 de Setembro de 1917 e ganhou o apelido de Yustrich pelas semelhanças físicas com Juan Elias Yustrich, famoso guarda redes argentino do Boca Juniors. Dorival Yustrich notabilizou-se por ser um técnico exigente, disciplinador e arrogante. Na década de 1950, já como treinador com fama de disciplinador, não permitia que os seus atletas fumassem, deixassem a barba por fazer e usassem cabelo comprido. Não tolerava atrasos e falta de empenho nos treinos. No Brasil, ganhou a alcunha de “Durão” porque, além da arrogância que exibia, tinha uma compleição física que impunha respeito. Envolvia-se em constantes atritos com jogadores, colegas, dirigentes e até com a imprensa. Ainda no Brasil, em 1953, foi expulso do Atlético Mineiro pelos próprios jogadores, descontentes pela forma como Yustrich tratava alguns atletas.
Completamente surrealista a foto em cima, publicada no jornal A BOLA em 1958, em que Yustrich, já como treinador do FC Porto, salta do banco para insultar um árbitro acabando por espezinhar Hernâni (um ídolo do FC Porto na altura) que tinha acabado de ser expulso. Mas os atritos entre Yustrich e Hernâni já vinham de longe. Em 1958, o FC Porto goleou o Oriental por 5-0 e Yustrich mandou os jogadores agradecerem ao público o apoio que lhes tinha sido dado. Hernâni foi o único a não cumprir a ordem porque não estava para “alimentar as palhaçadas do treinador”, foi o suficiente para se iniciar uma discussão que culminou com um troca de socos. No final da temporada Yustrich foi dispensado.
Apesar do mau feitio, foi Dorival Yustrich que levou o FC Porto ao título nacional (1955/56) após um jejum de 16 anos.”O FC Porto é um elefante adormecido que não sabe a força que tem” comentou Yustrich depois de ser campeão.
Yustrich terminou no Cruzeiro a sua carreira de treinador. Retirou-se para o mais completo anonimato e só foi notícia novamente em 1990, ano do seu falecimento.
A verdade é que para o FC Porto voltar aos êxitos, depois de um jejum de 16 anos, foi necessário contratar…um louco!!!
Depois deste artigo sobre o “homão”, apelido dado ao forte técnico Yustrich, segue uma leve ilustração pinçada em um Blog sobre as características do referido técnico. Logicamente faz parte do folclore e não teria nunca aplicação na vida real.
– Um gerente de criação de uma agência de propaganda que era muito amigo e pouco chefe, não trazia para a empresa um resultado muito bom.. Pensou-se que o oposto também poderia ser complicado, mas resolveram arriscar. Foi sugerido um novo gerente de criação do tipo do Yustrich. Como seria a coisa?
E vem aquela menininha recém-formada apresentando o layout….. e o chefe Yustrich responde aos berros: “ Você tem coragem de me trazer esta m….? Precisa suar a camisa, minha filha! Você não está mais na casinha da mamãe não! Ou aprende a trabalhar, ou vai pra rua, porra!” E tome bofetão.
Pensando bem, sabe que poderia funcionar? rs
Fontes : Wikipédia e Blogs