A SUDERJ informa:

O Maracanã não tem mais o seu grande locutor. O estádio, antes da nova reforma para a Copa,  ganhou cadeiras, camarotes, mas estava mal vestido. Um locutor bilíngue, contratado pela organização  anunciava as escalações como em qualquer em outra parte do mundo.

Era como se o estádio trajasse smoking, sem gravata. Faltava o detalhe que fazia de um jogo ali algo solene e imponente: o locutor Victório Gutemberg Volpato, a voz do Maracanã desde 1962. Pela 1ª vez, não foram ouvidos ecos do bordão “A Suderj informa” naqueles dias quentes de janeiro.

Na mesma cabine em que assistiu ao milésimo gol de Pelé e aos melhores momentos de Zico e Romário, o radialista logo trocou a mágoa pela paixão por seu trabalho. Após o Mundial era o Victório, de sempre, alegre e espirituoso, que entrava nas cabines com estatísticas, trocadilhos e bordões, aproveitados em seguida nas transmissões dos colegas e amigos, como o locutor José Carlos Araújo e o comentarista Luís Mendes.

Seu ritmo pausado pelo suspense, a entonação vibrante e reverencial ao anunciar a escalação de um craque embalavam os tempos românticos no velho estádio. Saíram de cena Didi, Pelé e Zico. O bom futebol e os grandes públicos foram se afastando dali, mas aquela voz era onipresente. E enigmática. Poucas pessoas sabiam que vinha daquele capixaba franzino, nascido há 71 anos, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), que começou a carreira no rádio como disc-jóquei.

Praticamente anônimo, Victório chegava mais cedo ao estádio em dias de jogos para dar comida aos gatos e aos patos que vivem no Maracanã. Afastado do rádio, fato que lhe causava tristeza, tinha dificuldades financeiras e morava com a filha no Centro. Além de animais e de música, era apaixonado pelo Fluminense.

FONTE: Jornal ‘O GLOBO’

2 pensou em “A SUDERJ informa:

  1. Thelma Gonçalves da Silva

    NÃO SEI A RAZÃO DE OMITIREM A VDD SOBRE O GUTH, POIS EU SOU A VERDADEIRA ESPOSA DELE, MEU NOME É THELMA E FUI CASADA COM ELE. TIVEMOS UMA FILHA QUE SEMPRE CONVIVEU COM ELE. DAÍ MEU ESPANTO. INCLUSIVE ESTIVE COM ELE NA SRA CASA ATÉ HORAS ANTES DE ELE PARTIR. ACHO, SINCERAMENTE, QUE ELE MERECIA MAIS ATENÇÃO DA IMPRENSA. OBRIGADA PELA OPORTUNIDADE DO MEU RELATO. ABRAÇOS.

  2. MAURO GONÇALVES DA SILVA

    Meu comentário é o seguinte Victorio Gutemberg era meu cunhado pois ele foi casado com a minha irmã THELMA DA SILVA VOLPATO em 1959 tiveram uma filha única que se chamava Rose Yasmim Volpato que veio a falecer com 30 anos e deichou um filho Rafael da Silva Volpato que também veio a falecer com 29 anos Victorio mais conhecido na família como “GUTE” tinha só este neto o meu desabafo é que vocês da imprenca só se refere na segunda mulher que eles nunca moraram juntos só tiveram uma filha este foi o meu comentário e desabafo. GRATO.

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