Canhoteiro, o ponta que tinha o corpo inteiro torto.

Para quem ouviu falar vagamente. Eu cheguei a ver o final de carreira do Canhoteiro, ponta esquerda do São Paulo  e seus duelos com o lateral direito Idário do Corinthians.
Renato Pompeu fez em seu livro sobre o Canhoteiro, ilustrado no blog Futemoney a história deste que ficou conhecido como ‘O Garrincha da ponta esquerda’, que era um espetáculo a parte naquilo que se define como um jogo de futebol, fazendo com que seus marcadores virassem meros espectadores de sua habilidade. Era um ponteiro na essência, driblava a todos, brincava com a bola, mas como muitos de sua época acabou levando sua vida para um rumo que não era o da glóra merecida.

José Ribamar de Oliveira, o Canhoteiro, após iniciar carreira no América de Fortaleza, chegou ao São Paulo em 1954, onde virou um ídolo e uma lenda. Pelo tricolor paulista disputou 415 jogos e marcou 103 gols. Porém sofreu uma séria lesão em um lance com o zagueiro Homero do Corinthians, em uma lance comum, mas que lhe custou a carreira. Em 1963 foi vendido para o futebol mexicano, onde ficou por 3 anos, até que retornou para o Brasil apenas para se aposentar. já que não tinha mais condições físicas.

Comparação com Garrincha:

A comparação de Canhoteiro com Garrincha muito provavelmente seja feita mais para que todos que não conheceram Canhoteiro tenham idéia de seu futebol, já que a Anjo das pernas tortas tem uma história mais conhecida e mais vitoriosa.

Os dois ponteiros nunca jogaram juntos, porém chegaram à seleção na mesma época. Canhoteiro disputou apenas 16 partidas com a amarelinha, marcando somente um gol, na sua estréia contra o Paraguai no Pacaembu em 1955.

Segunto Renato Pompeu, autor do livro, Canhoteiro não chegou a ser convocado para a Copa de 1958 pois tinha medo de que fosse um fracasso como foi a Copa de 1954 e não como supostamente é dito, que ele não teria sido convocado pelo estilo leviano com que levava sua vida.

Renato também diz que Canhoteiro teria uma certa vantagem em relação a Garrincha, pois ao mesmo tempo em que Mané tinha as pernas tortas para confundir seus adversários, o ponta esquerda tinha o corpo inteiro torto, e com isso ninguém sabia para qual lado ele iria.

Reconhecimento:

Ao mesmo tempo que driblou a glória, Canhoteiro conquistou milhares de admiradores, foi um dos primeiros jogadores a ter um fã-clube no mundo e até hoje é lembrado por torcedores e profissionais do futebol como uma lenda.

Exemplos disso são as composições de Chico Buarque em ‘O Futebol’ e de Zeca Baleiro em ‘Canhoteiro’.

A primeira delas é sempre lembrada pelo trecho “Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para Didi para Pagão para Pelé e Canhoteiro”

Análise técnica

Cabeceio – Notabilizou-se, também, como um eficiente cabeceador.

Chute

Pé direito – Bom.

Pé esquerdo – Forte, embora às vezes um pouco precipitado.

Velocidade – Excelente.

Habilidade – Excepcional: ele é considerado um Garrincha do lado esquerdo do campo.

Posicionamento – Excelente.

Marcação – Não era a dele: preferia ser marcado.

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