Será que ia lotar o Pacaembú?

Quando garoto, anos 60, ia aos estádios ver jogos do meu time de coração. Na época, o SCCP mandava seus jogos contra times pequenos no Parque São Jorge  e os clássicos normalmente no Pacaembú.
Com o tempo fui entendendo a estimativa de  público que determinado jogo teria. Para isso bastava olhar os ônibus e carros do trajeto ao estádio.
Do bairro que morava saiam ônibus que passavam perto do Pacaembú. No meio do trajeto os ônibus já deveriam ter razoável quantidade de torcedores. Um bom indício era ver os carros normalmente com quatro passageiros, típico de torcedores indo ao estádio.
Outro indício era ver os torcedores caminhando a pé pela avenida Paulista já perto da avenida Angélica, Dr. Arnaldo e cercanias.
Como os tempos eram aqueles, não existia a informação de quantos ingressos já foram vendidos na semana, mormente porque era raro venda antecipada.
O início  da  ocupação da torcida do Pacaembu se fazia  em aproximadamente  70% na parte central e os demais se assentavam nas cadeiras verdes atrás do gol de entrada do Pacaembu.
Pelas fotos de jogos com público de 12.000 a 18.000 torcedores dava para ter bem a idéia.
Mas o termômetro principal para ver se teríamos lotação total, além da verificação dos ônibus lotados pelo caminho, era a ocupação da saudosa Concha Acústica no lado oposto dos portões monumentais, onde se situa hoje o Tobogã.
O torcedor somente se dirigia para lá quando já rareavam os lugares das arquibancadas, que iam desde a estátua de Davi até as numeradas.
Quando tínhamos duas fileiras de torcedores em pé no Tobogã, já tínhamos mais de 20.000 torcedores no estádio.
E quanto mais fileiras iam aumentando era o sinal que o estádio caminhava para lotação total.

8 pensou em “Será que ia lotar o Pacaembú?

  1. Gilberto Maluf Autor do post

    Acho boa a idéia da parceria com o Santos. Uma das soluções seria o time praiano jogar o Brasileiro no Pacaembú e o Paulista na Vila.
    abs

  2. Sergio Mello

    Gilberto,
    Espero que pelo rico histórico do Pacaembu, encontrem uma solução!
    Sei que não moro em Sampa, mas a minha sugestão seria a seguinte:
    Ou fechar uma parceria com o Santos ou montar uma Seleção Brasileira de Master,
    ideia esta criada pelo Luciano do Valle para servir como uma opção!
    Afinal, o Pacaembu ficar só para shows não seria o ideal.
    Enfim, pelo bem do Pacaembu… O momento de se pensar no futuro deve ser o quanto antes.

    Um grande abraço

  3. Gilberto Maluf Autor do post

    Sergio, acredito que o Pacaembu servirá mesmo de tampão quando do uso das Arenas para shows. Não sei qual será seu uso após as inaugurações dos novos estádios, ainda não ouvi nada a título de planejamento.
    E me parece que o estádio está tombado e pelo menos ficará a disposição.
    abs

  4. Sergio Mello

    Gilberto, como carioca fico com uma curiosidade sobre o charmoso Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, Pacaembu: o que será dele quando as Arenas do Palmeiras e Corinthians estiverem prontas?
    Pois o São Paulo tem o Morumbi, a Portuguesa o Canidé? O Pacaembu se resumiria a ser um tampão para quando um desses estádios estiverem fechado (obras, shows, etc)?
    Ou… O Santos poderia adotá-lo?
    Afinal, um estádio como o Pacaembu fechado iria gerar prejuízo para a Prefeitura de São Paulo.
    Há alguma estrategia para mantê-lo em atividade após as inaugurações das novas arenas?

    Abs.

  5. Gilberto Maluf Autor do post

    É que eu já tinha feito este artigo e fiquei meio sem jeito de colocá-lo nos comentários.
    Vicente, eu é que agradeço.
    abs

  6. Vicente Henrique Baroffaldi

    O rebate veio de pronto, com riqueza de detalhes. Belas lembranças. Silva e Nei fizeram muitos gols com a camisa do Corinthians.
    O artigo coube e valeu a pena.
    Obrigado, Gilberto, e parabéns.

  7. Gilberto Maluf Autor do post

    Não sei se cabe colocar aqui um artigo sobre o PSJ.
    Aí vai:
    O Corinthians tentava de tudo para vencer o Santos em jogos do
    campeonato Paulista. Resolveu Wadi Helu levar o jogo para o Parque São
    Jorge. O jogo aconteceu em 04 de novembro de 1962. Eu tinha quase 12 anos de
    idade. Meus pais deixavam eu ir ao Parque São Jorge porque os filhos do dono
    da padaria Record na rua Carneiro da Cunha iam comigo. Pois bem, fomos neste
    jogo.
    Pegamos o ônibus Parque São Jorge da Viação Tupi, que tinha o ponto final no
    final da rua São Jorge. Os ônibus daquela época eram menores, do tipo 28
    sentados e 32 em pé. Se for ver, no máximo 60 passageiros. Lembro-me que ao
    chegar no ponto final o trocador/cobrador falou ao motorista: Você acredita
    que trouxemos nesta viagem 105 passageiros? Gente, ninguém desceu pelo
    caminho. Estas coisas ficam gravadas na memória tão somente porque por trás
    disso estava o grande clássico.
    O público presente no campo do Corinthians foi de 33.000 pessoas, não sei
    como. O jogo começou e eu no alambrado, vendo aqueles jogadores tão perto,
    em especial os inimigos Pelé e Coutinho, com aquele uniforme branquinho. Aos
    16 do primeiro tempo, Cássio bateu uma falta no ângulo de Gilmar, 1 x 0 para
    o Corinthians, Só que aos 21 Coutinho empatou e aos 35 do mesmo primeiro
    tempo Pelé virou para o Santos, placar final de 2 x 1 para o Santos.
    Não tinha jeito mesmo. Resolvi contar esta passagem porque encontrei nosso
    centroavante da época no Rio , o Silva, que veio jogar
    no Rio de Janeiro. Ele não me conhecia e falei assim que o vi: Marcos,
    Silva, Nei e Lima ( era um ataque conhecido do Corinthians ) . O Silva ficou
    surpreso e falou: Não brinca, que saudades. Realmente ele ficou surpreso e
    feliz. Eu também ficaria se depois de anos alguém se lembrasse desta
    forma.
    O olhar de alegria de um antigo jogador de futebol é muito gratificante. Eu
    também fiquei muito contente.
    Para registro, informo o ataque do Corinthians do jogo de 04/11/62:
    Bataglia, Silva, Nei e Lima. Técnico Fleitas Solich. Pelo Santos todo
    sabemos o famoso ataque e seu técnico.
    Abs
    Gilberto Maluf

  8. Vicente Henrique Baroffaldi

    Taí uma manifestação de quem vivenciou, e muito, o futebol jogado no Pacaembu, com a análise do cenário. Gostaria de ler um outro comentário seu, Gilberto, sobre o Parque São Jorge (o Alfredo Schurig).
    Bela matéria.

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