Sem contar com nenhum apoio, nem logístico, da Prefeitura Municipal e cansado de dar murro em ponta de faca, Edmar Bernardes, presidente do Campinas Futebol Clube, está prestes a dar cabo no clube. Existe uma negociação em fase final para a fusão com o recém-criado Sport Clube Barueri, formado para substituir o Grêmio Barueri, que se transferiu para a cidade de Presidente Prudente.
Recentemente, na Copa São Paulo de Futebol Júnior, Edmar Bernardes enfrentou novos problemas de infra-estrutura. E não contou com nenhum apoio do secretário municipal de esportes, Gustavo Petta.
O próprio Edmar Bernardes se viu obrigado a brigar com o governo do Estado, que detém posse do Cerecamp, local da sede da cidade. E também não contou com apoio logístico e nem financeiro do mesmo Gustavo Petta, que teria se comprometido diretamente a ajudar para divulgar a cidade.
Poucos detalhes
Com a mudança, o Sport Barueri já disputaria o Campeonato Paulista da Série A3, que começa daqui a 10 dias, justamente, ocupando a vaga do Campinas.
Edmar não quis confirmar o negócio, que depende de alguns pequenos detalhes. Mas só mesmo uma grande mudança nas tratativas iniciais poderá melar o negócio. O acordo depende, por exemplo, da aprovação da Federação Paulista de Futebol (FPF). No momento, a entidade cobra uma taxa de transferência, que gira em algo próximo a R$ 500 mil.
Edmar Bernardes foi procurado por duas vezes nesta semana, e negou ao ser perguntado sobre o assunto. “Não estou sabendo de nada. Por enquanto não ouvi nada a respeito do assunto”, disse o presidente na primeira entrevista, no dia 20 de janeiro. Na segunda, o discurso do presidente não mudou muito, mas deixou uma dica ao dizer que “agora prefiro não falar, quando tiver eu falo”.
Barueri apóia o futebol
Em Barueri, o sigilo é a arma adotada pelos dirigentes para efetivar o negócio. Os dirigentes do Barueri não comentam o assunto. Mas ambos têm carta branca do prefeito Rubens Furlan, idealizador do “Projeto Barueri” e que levou adianta a construção da bonita Arena Barueri.
O prefeito é um amante do futebol. O presidente do novo clube é o esportista Adir Leme da Silva e que é empresário bem-sucedido do ramo imobiliário. Ele já tem aval do prefeito Rubens Furlan para mandar os jogos dentro da moderna Arena Barueri. Ao contrário de Campinas, a prefeitura de Barueri dá apoio total ao futebol, além de outros esportes olímpicos. É uma cidade menor do que Campinas, mas com uma estrutura esportiva bem maior e melhor.
Técnico definido
A negociação está tão adiantada, que o novo técnico já está praticamente definido. Trata-se de Toninho Moura, que mora na cidade de Taubaté. Coincidentemente ele jogou com Edmar no Taubaté, no final década de 80. Ano passado, Moura chegou a dirigir o Baureri no Paulistão, numa experiência inédita, quando o time teve três treinadores. Além dele, Luis Carlos Goiano e Diego Cerri.
“Não temos muita noção de tudo o que pode vir de novidade. A expectativa é grande. O negócio não está fechado, está a nivel de diretoria. Estão correndo atrás, estão se reunindo”, disse.
Em termos de elenco, uma fusão também seria feita imediatamente. O Campinas disponibilizaria alguns de seus jogadores, que seriam agrupados a outro grupo de atletas já contratados pelo Sport Clube Barueri. Tudo agora é questão de tempo.
Fonte futebolinterior
Julio e amigos
Concordo que estamos falando de futebol profissional e o lucro é fundamental para manutenção da estrutura.
Em minha opinião, o que vem sendo feito nos últimos anos e a ingerência da grande rede de TV na busca de uma aundência nacional, para que seus anunciantes de âmbito nacional patrocinem. Poucos times, pouca variedade de torcida e concentração de audiência.
Mas o futebol procipia lazer e saúde a todos os níveis e idades, e agora, gênero. E sem duvida, é preciso na sua estrutura os pequenos e infinitos clubes. É a raiz, é a base, todos torcem e praticam o esporte, seja no gramado, no terrão, na praia, no campo society, na praça ou na rua.
Assim é preciso dividir o bolo. A volta de um campeonato estadual maior com 5 meses, como era antes. O clube “pequeno” terá mais sustentação se tiver mais jogos e espaço na mídia. Que no caso é a crescente mídia regional. A TV Tribuna pode ter mais audiência se a Portuguesa for bem. Mas aí a Rede Globo tem que dividir o tempo de programação com a filiada. Existem empresas médias de cunho regional que precisa anunciar seu produto na região.
Estou falando para todos os estados, o fortalecimento regional e distribuído torna um país mais forte e justo. Daí uma Copa Brasil com propósito de integração nacional e fortalecimento regional.
Com empresas regionais mais fortes o monopólio das grandes diminui propiciando uma diminuição de preços ao consumidor.
O futebol pode ser um catalisador da economia.
Cidades como Piracicaba, com uma população de 400 mil hab., com o tradicional XV, não consegue manter um time, assim tem que consumir o “Geral” produzido pela Grande Rede. Aumentando o numero de flamenguistas em Piracicaba, que não vai mais ao Serra Negra, mas vai ao bar assistir na TV com os amigos.
No entanto, uma cidade como Monte Azul tem um time, terá até um bom estádio, mas para poucos consumidores.
O espaço só esta aberto para empresário, e isto é ruim. Tem que estar aberto a todos.
Outra, a Federação Paulista tem que rever o amadorismo de montagem das divisões inferiores no estado. Tem que olhar com uma visão do consumidor (torcedor), sem perder a essência do futebol, na visão democrática para ser para todos.
Os grupos devem ser montados com as TVs Regionais, fechar parcerias com elas, como vem ocorrendo lentamente no Norte-Nordeste e Sul com os campeonatos estaduais.
A TV Tem (Bauru, Sorocaba, SJ Rio Preto e Itapetininga), de propriedade do J. Ávila, e da Desportiva Brasil de Porto Feliz, acompanha os times da região seja em que divisão está. O Noroeste, o Marília, o Linense, o Oeste que trazem audiência a TV Regional, atrai patrocinadores regionais (exemplo: RGC material elétrico de Garça, Arroz Pacini, Ogata veículos, entre outros). Com um campeonato mais longo mais espaço na mídia para os patrocinadores da TV Regional e dos clubes.
Este exemplo é para todo o país. O fortalecimento da mídia regional fortalece a economia regional e o país com um todo.
Tenho certeza que a TV Regional de Natal transmite os jogos do RN, assim aumentando o estadual, aumenta também o lucro da TV Regional.
A volta dos clubes institucionais com estatutos democraticos, associando com as empresas esportivas profissionais em parceria com as TV Regionais fortalecerá o futebol com um todo. Para tanto, tem que fortalecer os campeonatos estaduais, aumentando o calendário para que o São Bento tenha mais jogos em Sorocaba junto com sua torcida e poder sustentar sua equipe por todo o ano, mesmo sendo uma equipe pequena. (Que pode muito bem ser média ou grande, pois Sorocaba comporta um grande numero de consumidores, na qual me incluso por estar na região e poder assistir os jogos em Sorocaba.
Era assim, e pode voltar. E uma questão de decisão politica das Federações e dos Clubes.
Ielo
concordo com voce em termos, mas após ver o artigo do Marcos Galves sobre a média de público da série A-2, começo a questionar se existe o torcedor fiel ao clube.
Com as médias que vi neste artigo, qual equipe consegue fazer futebol profissional ? Tenho esta experiência nos úiltimos anos aqui da Portuguesa Santista, onde o público mal passa de 200 pessoas. Como pagar as contas no final do mês ? Por isso que os pequenos clubes estão quebrados.
Voce falou que os clubes deveriam respeitar os torcedores, mas na hora de se pagar a conta, o torcedor não ajuda. Por isso estes clubes hoje vivem na esperança de revelar um bom jogador e vende-lo para cobrir o rombo que existe.
Temos que fazer um futebol profissional, onde os resultados financeiros devem ser colocados em primeiro lugar, senão caímos no problema dos grandes clubes com dívidas imensas com o INSS e sabemos que não vão pagar, ao passo que se nós não pagarmos sofremos uma série de consequencias.
Também não sou a favor desta mudança de cidade, pois muda-se o prefeito o clube perde o apoio financeiro (que não deveria ser usado, pois está se usando dinheiro público em uma empresa particular) e tem que mudar de cidade.
Infelizmente o futebol está caminhando para ficar na mão dos empresários (ou já está), só espero que não comece aquela coisa terrível que existe no futsal, basquete ou volei, que são os mais diversos nomes nas equipes, por exemplo Colgate/Bradesco/São Caetano !!!
Ielo acompanhei o inicio do Campinas diretamente, conversei muito com Edmar e Careca a época, hoje se desentenderam com isso o Edmar perdeu força com a prefeitura de Campinas, mas seguindo suas palavras clubes que – são empresas e não são clubes (vide caso Gremio Barueri) não fidelizam torcedor portanto são nomades e vão para aonde quizerem, sem o menor comprisso exceto com o fazer dinheiro, amo futebol, ainda assisto jogos de menor expressão in loco mas sou do tempo que ir ver meu time no campo ou ouvir alucinadamente no rádio era tudo, hoje sequer passo em frente o estádio em jogos de grande torcida a não ser que va a um camarote especial….rsrsrs
Meu caro Jorge, alia jacta est!
Jorge Farah e amigos
A reportagem do site futebolinterior esta sendo tendenciosa em pró ao prefeito Rubens Furlan e a Edmar. É bom lembrar que em seu primeiro ano de governo Furlan brigou com Wagner, dono majoritário do Grêmio Barueri, que transferiu sua empresa para Presidente Prudente.
O Campinas FC foi criado como clube empresa na tentativa de construir uma torcida unificada para Campinas, utilizando o nome da cidade de 1 milhão de habitantes. O projeto não decolou. Foi uma aposta na decadência dos clubes tradicionais como Guarani e Ponte, que tem grandes torcidas e consumidores. Realmente as diretorias destes clubes quase afundaram seus clubes, mas a paixão das torcidas, de uma forma ou outra mantiveram fieis nos anos de crise. As novas diretorias recuperaram os times. O Guarani esta novamente na 1ª divisão brasileira e a Ponte mantém seu time guerreiro na 2ª divisão.
Assim a Empresa Campinas FC aceitou a oferta do Prefeito Rubens Furlan para gerenciar o Sport Club Barueri criado por ele, com recursos da Prefeitura de Barueri e de patrocinadores, ao mesmo tempo obtendo a vaga na serie A3. Novamente fica clara a intenção de chegar à primeira divisão em 2012, ano de eleição. Apagando a imagem política de ter expulsado o Grêmio Barueri.
Estamos vivenciando o comportamento dos clubes empresas que tem donos, tomam decisões em proveito próprio na defesa de sua lucratividade, independente de sua torcida criada, iludindo o torcedor. Como ficam os torcedores do Campinas FC? Ou os torcedores do Grêmio Barueri? Como um pai de família que levava seu filho para assistir o jogo de seu time explicaria que o clube não joga mais em sua cidade?
Observamos outros clubes empresas que se instalaram em cidades estrategicamente escolhidas, como Itu, Guaratinguetá, Porto Feliz, Hortolândia, Ribeirão Preto, entre outras.
O tempo está mostrando o equivocou cometido na Lei Pelé, e depois Lei Zico, em incentivo ao Clube Empresa, penalizando os clubes institucionais pelos erros dos “cartolas”. Não eram as instituições sem fins lucrativos que era o problema e sim a estrutura não democrática dos estatutos destas instituições. Venderam “gato por lebre” para a população em geral. Diziam toda a imprensa nacional que o modelo de clube empresa seria a salvação do futebol, acabariam a corrupção no futebol e os jogadores, “os verdadeiros artistas”, receberiam melhores salários e deixariam de serem escravos. Copiando o modelo do “Cosmos” de Pelé, que não existe mais. Coincidentemente “Zico” é um dos empresários do ramo.
Fica a dúvida cruel. Se for verdade que o clube empresa melhoraria os salários de todos os jogadores, porque isto não aconteceu?
Na verdade, os jogadores que ganharam muito dinheiro com seu talento viraram empresários, criando seus próprios times e detentores dos “ditos escravos” jogadores. Sempre preocupados em revelar talentos como ele, vender para o exterior e lucrar como seus empresários lucraram com ele.
Em uma instituição sem fins lucrativos, por tem um principio de sociedade, propicia a garantia democrática de tomada de decisão, mesmo que seja tardia devido aos estatutos deformados.
O que precisávamos na época da Lei Pelé, não era importar modelo de clube empresa para encher os bolsos dos investidores, sem respeitar a vontade do torcedor ou “consumidor” desta empresa. Precisamos sim padronizar os “Estatutos” dos clubes, democratizando e fiscalizando, dando poder aos seus sócios e também a sua torcida, avançando democraticamente, dando ao torcedor o direito de decisão, no voto direto da escolha de seu presidente e conselho fiscal. Estes clubes deveriam prestar contas anualmente ao Tribunal de Contas específico e ao Ministério Público. O Clube deveria remuneram seus dirigentes de forma legal, profissionalizando a diretoria de forma transparente. Poderia também fazer parcerias ou contratar empresa particulares dentro das leis vigentes. Assim os empresários lucrariam com o “show” proporcionado pelo futebol, mas as decisões seriam democráticas de seus sócios e sua torcida, errando menos conforme a decisão da maioria, fiscalizando e punindo os dirigentes corruptos e ruins.
Se o Grêmio Barueri e o Campinas FC fossem instituições democráticas sem fins lucrativos não mudariam de sede, pois seus sócios e torcedores não permitiram. Não colocariam a culpa na falta de investimento das prefeituras nas suas empresas e ao mesmo tempo prefeitos não comprariam os serviços destas com o dinheiro público.
O Lucro é bom e saudável para o desenvolvimento de uma sociedade, mas as decisões não devem ser movidas por ele, e sim pela maioria dos envolvidos: dirigentes, sócios e torcedores.