ARTIGO DA SEMANA N° 43/2008 1941/1942 E 1943 OS ANOS DOURADOS DO GALICIA

A década que reservava grandes emoções para o torcedor galiciano começou com o Galícia tentando vencer o Campeonato Baiano do ano anterior. Devido a problemas estruturais e de organização, o Baianão de 39 terminou somente no dia de Yemanjá.

Dois de fevereiro de 1940 foi a data do jogo que deu o título baiano de 1939 ao Ypiranga. O Galícia ocupava o segundo lugar na tabela e precisava vencer o Botafogo para sagrar-se campeão. Chegou a estar à frente do placar, mas permitiu a virada do clube chamado de “glorioso” e perdeu o jogo por 3×2, ficando com o vice-campeonato.

Na década de 1940, o jogo Galícia x Bahia era considerado pela imprensa como o “Fla x Flu baiano”. Isso, porque as duas equipes quando se enfrentavam davam o melhor de si para conquistar a vitória. A rivalidade se assemelha ao memorável Ba x Vi, dos dias de hoje.

Porém, o acontecimento esportivo de mais notoriedade dos anos de 1940 foi à conquista do Tri-campeonato Baiano pelo Galícia. Os três anos seguintes a 1940 foram determinantes para sagrar o Azulino como um grande clube de futebol baiano. A mídia, que havia criticado os azulinos pelas campanhas não muito convincentes nos anos posteriores à conquista do campeonato de 1937, percebia que o Galícia teria destaque no início da década e alertavam que o clube lutaria para reconquistar o título de “O Demolidor de Campeões” – termo usado pela imprensa atribuído ao jornalista do jornal A Tarde, Aristóteles Gomes, a autoria do apelido.

Antes da empreitada em busca do que seria uma seqüência de conquistas do Baianão, o Galícia conquistou em 24/3/1941 o título de campeão do Torneio Relâmpago, vencendo o Bahia na final por 6×4. Os artilheiros do jogo foram Curto e Cacuá, que marcaram dois gols cada, Vevé e Tabaréo marcaram um, cada.

E não foi só isso! Os granadeiros realizaram a façanha de derrubar grandes clubes do eixo Rio-São Paulo, como narra o Diário de Notícias de 31/3/1941: “Não desmerecendo a sua tradição e o seu valor, após 90 minutos de luta equilibrada, disputada palmo a palmo, deixou o campo com as honras do triunfo o ‘Demolidor de Campeões’ – O Galícia soube corresponder à confiança do público esportivo baiano realizando ontem a façanha de derrotar o Vasco da Gama por 2×1. Gols de Reginaldo e Cacuá”.

O Campeonato Baiano de 41 iniciou no dia 12 de maio, com o Galícia vencendo o Fluminense de Salvador, por 2×1. Daí em diante foi só alegria. O Galícia se manteve invicto até as últimas rodadas do campeonato. 2×1 no Vitória e no Bahia, e 5×2 no Botafogo, foram algumas das brilhantes vitórias da equipe galiciana.

Até um empate em 1×1 com o Ypiranga, contando com apenas nove jogadores em campo [o Galícia], foi abrilhantada pela cobertura midiática. Como era o ano de intensas alegrias, fatos inusitados também ocorreram. Num jogo amistoso o Galícia detonou uma goleada de 13×1 em cima da equipe do Hipagriba. Novinha e Mário Porto foram quem mais marcaram, três gols cada. Curto fez dois gols e Carapicú, Palmer e Mimi fecharam a contagem.

Mas, pra variar, Cartolas baianos tentaram ofuscar mais uma vez o brilho inquestionável do azulino. O Bahia queria uma melhor de três contra o Galícia, na final. O azulino, por sua vez, não concordava e considerava-se com quatro pontos à frente do Tricolor na tabela. Depois de muita confusão e indefinição o Campeonato Baiano de 1941 encerrou no dia 25 de fevereiro de 1942, tendo o Galícia proclamado Campeão Baiano.

Já o bicampeonato não foi tão truculento. Depois de uma campanha invejável a equipe granadeira conquistou o Campeonato Baiano de 1942, vencendo o seu sempre freguês, o Bahia, por 3×1, no dia 31 de outubro de 1942. Gols de Palito (dois) e Reginaldo.

A história do Tri, é, sem dúvida, cheia de emoção. O Campeonato de 1943 foi decidido em uma melhor de três contra o Botafogo. O Galícia chegou à disputa do título após está, quase todo o campeonato, na terceira colocação da tabela, e o Botafogo liderando.

A chegada para a reta final foi alcançada por mérito do próprio Galícia, que impediu a acelerada marcha do Botafogo rumo ao título. No jogo em que o Botafogo sagrar-se-ia campeão se vencesse ou empatasse, o Galícia derrubou-o por 3×0. Todos os três gols de Izaltino. E se lançou para a disputa do título.

No primeiro confronto o Galícia saiu na frente e ganhou o jogo por 4×2, no dia 18/4/1944, com gols de Izaltino, Pequeno, Louro e Curto. No segundo embate, no dia 25/4/1944, o Botafogo venceu por 2×1, dando mais emoção à final. Na última e decisiva partida do Campeonato Baiano de 1943 o time da Cruz de Santiago, o Galícia, venceu o Botafogo por 5×1, sagrando-se TRI-CAMPEÃO BAIANO, no dia 28 de abril de 1944, com gols de Pequeno (fez dois), Izaltino, Curto e Alberto.

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O time base desta conquista está guardado ainda vivo na memória do torcedor granadeiro e dos bons amantes do futebol, tenho o prazer da amizade de dois sobrinhos de Carapicu os meus amigos Walter Silva e MIlton Silva que foi campeão baiano de 1946 pelo Guarani, que me falam da magia de ver aquela equipe jogando um futebol vistoso e que derrotava qualquer equipe do Brasil ou da América do Sul.

Equipe de 1941: Nova , Carapicú, e Daruanda; Nevercínio, Falabaixinho e Nouca; Louro, Curto, Pequeno, Novinha e Isaltino. Reservas: Valter, Cacuá e Carola.

Campanha de 1941:

25/5/1941
Galícia Esporte Clube 2-1 Botafogo Sport Club

15/6/1941
Galícia Esporte Clube 2-1 Esporte Clube Vitória

29/6/1941
Galícia Esporte Clube 1-0 Esporte Clube Ypiranga

13/7/1941
Galícia Esporte Clube 2-1 Esporte Clube Bahia

17/8/1941
Galícia Esporte Clube 5-2 Botafogo Sport Club

7/9/1941
Galícia Esporte Clube 3-3 Esporte Clube Vitória

21/9/1941
Galícia Esporte Clube 1-1 Esporte Clube Ypiranga

05/10/1941
Esporte Clube Bahia 1-0 Galícia Esporte Clube

Equipe de 1942: Nova , Carapicú, e Daruanda; Nevercínio, Carola e Nouca; Louro, Curto, Pequeno, Cacuá e Isaltino.

Campanha de 1942:

14/6/1942
Galícia Esporte Clube 4-2 Esporte Clube Ypiranga

09/7/1942
Galícia Esporte Clube 5-4 Botafogo Sport Club

26/7/1942
Galícia Esporte Clube 6-4 Guarany Sport Club

06/8/1942
Galícia Esporte Clube 4-1 Esporte Clube Bahia

16/8/1942
Galícia Esporte Clube 2-1 Esporte Clube Ypiranga

07/9/1942
Galícia Esporte Clube 5-1 Botafogo Sport Club

27/9/1942
Galícia Esporte Clube 3-1 Esporte Clube Vitória

11/10/1942
Galícia Esporte Clube 5-1 Guarany Sport Club

30/10/1942
Galícia Esporte Clube 3-1 Esporte Clube Bahia

Equipe de 1943: Nova , Carapicú, e Palmer; Nevercínio, Carola e Nouca; Louro, Curto, Pequeno, Cacuá e Isaltino. Reservas: Valter, Falabaixinho e Daruanda, Tallas e Neiva.

Campanha 1943:

09/5/1943
Esporte Clube Vitória 4-3 Galícia Esporte Clube

13/6/1943
Galícia Esporte Clube 1-1 Esporte Clube Bahia

25/7/1943
Galícia Esporte Clube 4-1 Guarany Sport Club

15/8/1943
Botafogo Sport Club 2-1 Galícia Esporte Clube

12/3/1944
Galícia Esporte Clube 3-1 Esporte Clube Ypiranga

03/10/1943
Galícia Esporte Clube 3-2 Esporte Clube Bahia

02/1/1944
Galícia Esporte Clube 6-0 Guarany Sport Club

16/1/1944
Galícia Esporte Clube 6-0 Botafogo Sport Club

30/1/1944
Galícia Esporte Clube 3-2 Esporte Clube Vitória

19/3/1944
Galícia Esporte Clube 4-4 Esporte Clube Ypiranga

30/3/1944
Botafogo Sport Club 3-3 Galícia Esporte Clube

2/4/1944
Esporte Clube Vitória 4-1 Galícia Esporte Clube

9/4/1944
Galícia Esporte Clube 3-0 Botafogo Sport Club

13/4/1944
Galícia Esporte Clube 3-2 Esporte Clube Vitória

18/4/1944
Galícia Esporte Clube 4-2 Botafogo Sport Club

23/4/1944
Botafogo Sport Club 2-1 Galícia Esporte Clube

27/4/1944
Galícia Esporte Clube 5-1 Botafogo Sport Club

SERIE DEMOLIDOR DE CAMPEÕES:

Galicia 2 x 1 Vasco da Gama/RJ em Salvador em 1941

Galicia 4 x 1 Sport Recife em Salvador em 1941

Galicia 3 x 3 Sport Recife em Recife em 1941

Galicia 7 x 1 Ceará Sporting em Salvador em 1941

Galicia 4 x 2 São Paulo FC em Salvador em 1941

Galicia 9 x 2 Riachuelo/SE em 1941

Galicia 6 x 0 Cotinguiba/SE – 1942

Galicia 4 x 3 Gimnasia y Esgrima/ARG – 1941

Galicia 3 x 2 Gimnasia y Esgrima/ARG – 1941

Galicia 2 x 1 Sport Recife em Recife – 1942

Galicia 3 x 1 Sport Recife em Salvador – 1942

Galicia 4 x 1 Maguary em Fortaleza – 1943

Fontes: blog granadeiros azulinos
textos: Carlos Eduardo Freitas
Jornal A Tarde

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