HAVIA ALGO DE PODRE NA ZAGA DA DINAMARCA EM 1986

A Copa do Mundo de 1986 ficou marcada como a Copa de Maradona pois o gênio argentino levou a modesta Argentina ao título numa final contra a Alemanha, porém quem jogou um futebol que chamou a atenção do mundo e foi comparada até com a Holanda de 74 por um estilo de jogo solto, alegre e compacto foi uma estreante em Copas do Mundo a Dinamarca que ficou conhecida como DINAMÁQUINA com jogadores habilidosos e técnicos com ginga sul-americana com Laudrup, Arnesen, Jesper Olsen e um goleador nato com faro de gol Elkjaer Larsen e capitaneados por um experiente e competente zagueiro de área Morten Olsen á Dinamarca já havia impressionado a Europa ao ter se classificado para a fase final da Eurocopa de 1984 disputada na França, chegando inclusive as semifinais nas eliminatórias para o mundial do México venceu o grupo que tinha a União Soviética que também apresentou um bom futebol na Copa.

A estreante em Copas caiu no grupo E nesta chave tinha nada mais que nada menos que duas seleções de peso no futebol mundial; Alemanha Ocidental campeã mundial em 1954/1974 e o Uruguai campeão do mundo em 1930/1950 e a Escócia pais que vinha tendo participações seguidas em Copas desde de 1974, na estréia na cidade de Neza uma vitória suada contra os escoceses por 1 a 0, na segunda partida uma partida que encantou o mundo e deu afirmação de futebol total, com uma atuação impecável de Laudrup e Elkjaer que marcou três gol na goleada sobre o poderoso Uruguai por 6 a 1, na ultima rodada da fase de classificação a Dinamarca enfrentou a Alemanha Ocidental temida por acabar com a festa de seleções de futebol revolucionários, mais não deu para o gasto e uma vitória sensacional com um futebol rápido e envolvente sem dar chances aos germânicos, com três vitórias seguidas e ao lado do Brasil que foi a outra seleção a vencer todos os jogos da fase classificatória a Dinamaquina como ficou apelidada chegou as oitavas de finais na cidade de Queretaro para enfrentar a Espanha que ficou com a segunda vaga na chave do Brasil o grupo D.

Bem a Espanha vinha de duas vitórias diante a Irlanda do Norte e Argélia, tinha um bom time começando por um bom goleiro Zubizarreta, o bom meia Michel e os atacantes Butragueño e Julio Salinas, esta mesmo Espanha estava atravessada na garganta dos dinamarqueses pois fora os espanhóis que os tiraram da final da Eurocopa de 1984 com uma vitória nos pênaltis por 5 a 4, o jogo começou tenso com a Dinamarca tomando a iniciativa de jogo e a Espanha se defendendo bem na metade do primeiro tempo a Dinamarca aperta, ataca de todo o jeito impõe o seu melhor futebol e aos 23 minutos do primeiro tempo numa cobrança de pênalti Jesper Olsen abri o placar a Espanha sente o gol e a Dinamarca não parava de atacar como de costume, porém aos 43 minutos do primeiro tempo num vacilo da sua zaga Butragueño marca o gol de empate, no inicio do segundo tempo aos 11 minutos outra falha da zaga e ele novamente marca o gol da virada Butragueño, a Dinamarca enlouquece e parte para cima a Espanha se fecha e Caldere e Michel passam a armar contra ataques mortais num dele Butragueño sofre pênalti e Goicoechea marca o terceiro aos 24 minutos, foi um golpe duro sem conseguir jogar e desesperada em campo a Espanha domina e faz o que quer do jogo aos 35 ele aparece de novo em nova falha da zaga e marca o quarto gol espanhol e no final já aos 45 ele fecha em nova penalidade o escore de 5 a 1 para a Espanha, neste jogo me veio á tona o romance de William Shakespeare, Hamlet mais com um trocadilho que caiu bem neste dia: “HAVIA ALGO DE PODRE NA ZAGA DA DINAMARCA” se havia sim pois o nome do jogo com quatro gols Emilio Butragueño era conhecido na Espanha com “ EL BUTRE” ou O abutre ou seja onde existe algo podre o abutre faz a festa.

Ficha Técnica:

DINAMARCA 1 X 5 ESPANHA
Estadio La Corregidora – Queretaro/México
Árbitro: Jan Keizer (Holanda)
Público: 38.500
Gols: J. Olsen, aos 24, Butragueño, aos 43 minutos do primeiro tempo; Butragueño, aos 11, Goicoechea, aos 24, Butragueño, aos 35 e aos 45 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Goichoecea (E), Camacho (E), Michel (E), Andersen (D)

DINAMARCA: Hogh, Busk, M. Olsen, I. Nielsen, Andersen (Eriksen); Berggren, J. Olsen (Molby), Bertelsen, Lerby; Laudrup, Elkjaer-Larsen

ESPANHA: Zubizarreta, Tomás, Gallego, Goicoechea, Camacho; Julio Alberto, Victor, Michel (Francisco), Caldere; Butragueno, Julio Salinas (Eloy) .

Fonte: Texto Galdino Silva
Dados da partida: Livro A histórias de todas as Copas de Orlando Duarte

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