A Construtora ECRA Limitada, com sede em Fortaleza (CE), foi uma das dezenas de empresas que chegaram para a construção de Brasília, ainda em agosto de 1959. Dentre outras obras, foi responsável pela construção de vários edifícios ministeriais e suas garagens.
Idealizado, fundado e desenvolvido por funcionários e operários dessa construtora, o ECRA Futebol Clube foi fundado em 2 de março de 1960.
Com este nome, participou do Troféu “Israel Pinheiro”, competição que envolveu equipes de outras sete companhias construtoras de Brasília, no sistema “mata-mata”.
No dia 12 de junho, venceu o Pederneiras, por 2 x 1. Uma semana depois, enfrentou o Ribeiro F.C. (promotor do torneio) e também o derrotou, por 3 x 2. Na final, no dia 26
de junho, perdeu para o Nacional, por 2 x 1, ficando com o vice-campeonato.
Entre os jogadores do ECRA destacavam-se o goleiro Gaguinho (um dos melhores de Brasília), Sudaco, Cardoso e Paulista. Sudaco foi médio-volante em vários clubes do futebol brasileiro, dentre os quais São Paulo, Guarani, América (RJ) e América (MG). Depois, passou a ser técnico de futebol.
Nos dias 3, 10 e 17 de julho de 1960, o ECRA inscreveu-se no Troféu “Danton Jobim”, em homenagem ao DC-Brasília e aos jornalistas brasileiros.
Durante esse torneio, o ECRA passou a denominar-se Associação Esportiva Edilson Mota, em homenagem ao Engenheiro-Chefe da Construtora ECRA Ltda. e presidente de honra do clube e seu fundador, Edilson Nogueira Mota.
Junto a Federação Desportiva de Brasília o ECRA somente solicitou a modificação de seu nome através do ofício nº 11, de 10 de agosto de 1960.
A A. E. Edilson Mota passou a ter em seu uniforme oficial as cores grená e branca (camisa grená, calção branco e meias grenás) e no escudo redondo duas colunas da Alvorada com as iniciais da associação, A. E. E. M.
No Troféu “Danton Jobim” ficou na Chave A, juntamente com Brasil Central, Planalto e Consispa.
Estreou no dia 3 de julho, goleando o Brasil Central, por 7 x 2. No dia 10 de julho, enfrentou a forte equipe do Planalto e foi derrotada por 2 x 0. Voltou a aplicar outra goleada no dia 17 de julho (7 x 1 sobre o Consispa) mas o Planalto venceu o Brasil Central e classificou-se para a fase seguinte.
Como clube filiado à Federação Desportiva de Brasília a primeira competição da A. E.
Edilson Mota foi o Torneio Início, realizado no dia 4 de setembro de 1960, no
Estádio Israel Pinheiro, do Guará.
No quinto jogo do dia, vitória de 1 x 0 sobre o Brasil Central, gol de Alemão. No jogo de número 11, nova vitória de 1 x 0 sobre o Pederneiras, gol de Cardoso. Nas semifinais, ficou no 0 x 0 contra o Rabello (que acabaria vencendo o torneio), sendo derrotado na decisão por pênaltis, por 3 x 2.
Duas semanas depois, em 18 de setembro de 1960, em virtude do elevado número de clubes inscritos (16), a Federação Desportiva de Brasília resolveu fazer um torneio
para determinar as oito equipes que disputariam o campeonato da Primeira
Divisão e as oito que comporiam a Segunda. Esses 16 clubes foram divididos em 4
grupos. A A. E. Edilson Mota ficou no Grupo A, com jogos no campo do Guará,
juntamente com Guará, Industrial e Sobradinho.
Estreou com derrota pelo placar de 2 x 1 no dia 18 de setembro, frente ao poderoso Guará.
Recuperou-se plenamente uma semana depois (25 de setembro), ao aplicar grande goleada sobre o Sobradinho, por 11 x 0, gols de Gesil (4), Dario (3), Brasil (3) e Pedrão.
Na terceira e última rodada do torneio classificatório, no dia 9 de outubro, outra goleada (5 x 0) sobre o Industrial, garantiu-lhe o segundo lugar do Grupo A e a vaga na Primeira Divisão.
Antes do início do campeonato, no dia 13 de outubro de 1960, a A. E. Edilson Mota encaminhou ofício a F.D.B. comunicando a sua extinção. Após uma auditoria na empresa, ficou constatado que os jogadores recebiam seus salários apenas para treinar e jogar no time, o que fez a Companhia solicitar uma definição: ou os jogadores seriam mantidos pelo time, ou retomariam seus postos na empresa. O clube foi dissolvido em ato administrativo. Este fato levou o time a solicitar desfiliação. Com isso aconteceu a transferência de alguns jogadores para outros clubes, destacando-se a de Osvaldo Pio Nogueira para o Defelê, e de Francisco de Assis Florentino para a Liga Anapolina de Futebol.
belissimo artigo,jose ricardo! graças a voce,que o futebol brasiliense ´pode ser lembrado por completo. parabens!!