Gelson um jovem goleiro revelado pelas categorias de base do Internacional/RS, chegou ao Vitória em 1978 para reforçar a equipe e neste mesmo ano ele assumiu a meta rubro-negra baiana devido a uma contusão do goleiro titular Iberé, o ano não foi o dos melhores para o Vitória que viu o Bahia ser hexacampeão baiano e pior ainda foi não ter chegado a final sendo superado pelo Leônico, mas mesmo assim o jovem arqueiro de 23 anos mostrou talento, fato que deu a ele a condição de ser titular no ano seguinte mesmo com a recuperação de Iberé. O ano de 1979 promete para a equipe do Vitória, o Bahia corre atrás de um título inédito o heptacampeonato e o time da Toca do Leão tem de impedir este feito com Gelson no gol, Otávio Souto e Xaxá na zaga, Edson Silva na frente de zaga, Sena o grande craque e mentor da equipe na frente Wilton vindo do Fluminense/RJ, Geraldão e o ponta esquerda Sivaldo faziam a alegria da torcida e logo estreia uma goleada 5 a 1 diante do Redenção, mesmo depois deste bom inicio chegaram novos reforços como o zagueiro Zé Preta, o meia Dendê que retornava depois de uma passagem pelo Flamengo/RJ, além dos prata da casa Zé Julio e Joel Zanata, no jogo seguinte nova goleada diante da ABB por 5 a 0 com baile de Sena que marcou três gols, em seguida o primeiro Ba-Vi e deu Vitória 1 a 0 com gol de Wilton é parecia que tudo iria bem, Gelson neste jogo fechou e começava a cair nas graças da torcida do Vitória.
No dia 01/04/1979, Gelson tem sua prova de fogo no empate em 0 x 0 contra o Itabuna, era o primeiro jogo da equipe fora da Fonte Nova e o Itabuna vinha bem na competição com Beca e Wolney atacantes e o meia Gerson Sodré que depois brilhou na Portuguesa/SP, e o ponta direita Chiquinho vice artilheiro do certame deste ano referido nesta jogo Gelson pegou até pensamento como dizia o locutor Nilton Nogueira da radio clube da Bahia. No pentagonal decisivo do primeiro turno Gelson se consagrou nos dois Ba-Vis e no jogo contra o Leônico, era o novo heroi rubro-negro, fazer gol nele era dificil, para coroar a fase o Vitória convidou o Flamengo para um jogo amistoso e após um empate em 1 a 1, a direção do Flamengo encantado com a atuação do jovem goleiro, fez uma boa proposta para o time baiano que foi aceita mais ele só deixaria a equipe após o termino da competição o que foi aceito pelo Flamengo, segundo jornais da epóca o negócio girou em torno de 12 milhões de cruzeiros em moedas daquele ano.
Gelson continou realizando boas partidas, mesmo já vendido para o time carioca, no dia 02/09/1979 eu vi Gelson praticamente levar ao desespero o time do Itabuna, em uma partida que ele teve atuação destacada e saiu de campo coberto de prêmios, ele parou praticamente todo time do Itabuna, pegou penalti de Chiquinho, bola em cima da linha foram defesas de todo o tipo o que garantiu a vitória de 2 a 0 e a liderança no petagonal do segundo turno também vencido pelo rubro-negro baiaano. Infelizmente o regulamento da epóca permitia ao vicecampeão dos turnos o direito de obter 1 pontos extras para a fase final e o Bahia por ter sido vice nos dois levou 2 pontos e o Vitória 4 para as finais, bastavam dois empates e pronto título e festa, no dia 19/09/1979 o Vitória faz 1 a 0 com Sena, mais o Bahia virá com Zé Augusto e Gilson e iguala a serie, mesmo assim o Vitória tem a vantagem de mais dois empates ou uma simples vitória, no dia 23/09/1979 empate em 0 a 0 desta vez que se destacou foi o atabalhoado goleiro do Bahia, Luis Antonio que fechou o gol, para o jogo decisivo, o empate basta para o Vitória voltar a dar a volta olimpica o time do Bahia já sem força vai indo aos trancos e barracos e o campeonato brasileiro já está as portas, o time envelhecido e cheio de desfalques vem para campo tentar cair de pé diante uma conquista premeditada deste o inicio. O jogo começa é um dia de sexta-feira 28/09/1979, o Vitória segue na boa busca a Vitória o Bahia tenta mais sem forças, na unica jogada perigosa no primeiro tempo Perez arrisca e Gelson manda para escanteio, talvez ai começe a se desenhar o trágico final do jogo, Gelson que vinha sendo exigido durante boa parte do certame, praticamente assisti o jogo e o seu time a precionar, ele está frio, volta para o segundo tempo da mesma forma, o Bahia se defende e tenta explorar contra ataques, num deles numa bola dividida Gilson leva a pior e quebra a perna em dois lugares após entrada de Xaxá, ele sai e dá lugar ao contundio meia Fito (Fito Neves aqueles mesmo vice campeão brasileiro em 1993 como técnico do Vitória), pois é eram mais ou menos uns 34 minutos do segundo tempo, depois de uma roubada de bola de Perez este passa a Fito que mesmo sem condições fisicas arrisca um chute fraco e despretencioso para a meta, a bola saiu fraca e alta e foi caindo Gelson se posiciona para a defesa salta e tentar agarrar a bola, está escorrega entres suas mãos e cai dentro do gol, é o gol do Bahia um verdadeiro frangaço, depois do jogo muito se falou sobre este gol, uns dizia que foi macumba de Lourinho antigo chefe da torcida do Bahia, outros mais maldosos dizeram que Gelson estava vendido ao Bahia, fato que terminou marcando a sua carreira, ele foi para o Flamengo mais imediatamente repassado para um outro clube, Gelson voltou ao Vitória em 1981 depois rodou por alguns clubes da Bahia em 1983 atuando pela Catuense ele teve um momento de meia vingança sobre o Bahia, na mesma Fonte NOva lotada para ver o Bahia empatar com a Catuense e ser tricampeão baiano, Gelson fechou a meta da laranja mecânica e adiou o sonho ao lado do atacante Boca que fez os dois gols do time Bem-ti-vi da torcida do Bahia dar o grito de campeão, mesmo depois de pendurar as chuteiras ele continua aqui na boa terra virou treinador e já dirigiu grande parte das equipes da Bahia da primeira divisão do baianão.
Gelson foi um grande goleiro um dos grande que vi atuar aqui na Bahia, seu estilo gaúcho fez muito sucesso aqui, tanto sim que o mesmo Vitória em 1980 trouxe do Caxias o arqueiro Bagatini que fez também um tremendo fervor com a torcida, pena que Gelson tenha ficado marcado como o nosso saudoso Barbosa por um jogo, por uma final e por um gol em uma falha que acontece com qualquer goleiro, o que marcou foi o fato de terem acontecido justamente em uma decisão.
Fontes: Textos Galdino Silva
Recentemente, em dezembro de 2023, em Salvador, tive a satisfação de conhecer Gelson e alguns membros da família dele. Não perdi a oportunidade para fazer uma selfie. Que senhor simples e educado! Ele foi um grande goleiro! Atuava na posição mais cobrada em um time de futebol: goleiro. Este pode defender tudo, e até pênaltis, mas uma falha pode levá-lo ao insucesso. Gilson, fique tranquilo, você revelou muita seriedade na carreira por você escolhida.