Corria o ano de 1984, o campeonato brasileiro havia terminado e logo após a Taça Heleno Nunes deu-se inicio o campeonato baiano daquele ano, que começou como nos dois últimos anteriores para a equipe do Esporte Clube Vitória de maneira trágica pois desde do vice-campeonato de 1981 quando o Bahia retomou as rédeas da competição e a equipe rubro-negra nem chegou a disputa dos títulos em 1982/1983 vendo Galicia e Catuense assumirem o seu lugar. Em 1984 logo na abertura do campeonato uma derrota para o Ypiranga por 2 a 0,e o sofrimento estava apenas começando logo em seguida derrotas para Catuense por 1 a 0 e Serrano também pelo mesmo escore, depois de um empate em casa contra o Itabuna em 1 a 1 uma nova serie de derrotas para Leônico por 3 a 1 e para o Fluminense de Feira por 2 a 1 a diretoria resolveu ir atrás de reforços e do América/RJ desembarcaram em Salvador os jogadores de ataques Framber e o nigeriano Ricky Richard este veio de contra peso ao mesmo tempo um jogador talentoso de familia nobre que jogava futebol por prazer e resolveu tentar o profissionalismo, conhecido como Lula Mamão, a estréia deste trio foi um batismo de fogo pois a equipe enfrentou o Bahia o todo poderoso na época, e para a surpresa geral o Vitória segurou a peteca e conseguiu um empate com Ricky jogando muito marcando o gol da equipe e dando um calor na dupla de zaga do tricolor, Edson Soares e Amadeu sofreram com a velocidade de Ricky que logo ganhou a alcunha de “A Gazela Negra” devido a sua velocidade, força e impulsão nas bolas aéreas, esta devidamente apresentado o novo ídolo da torcida rubro negra.
Logo em seguida uma boa seqüência de vitória elevaram a moral do time e contagiou a torcida que voltava a comparecer ao velho Estádio da Fonte Nova, Ricky voltou a marcar em mais dois BA-Vis que terminaram também empatados mais não foram o suficiente para levar o time as finais daquele ano, mais Ricky conseguiu marcar 15 gols mesmo com jogos a menos e terminou empatado com Osny do Bahia.
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Ricky entrou para a galeria de estrangeiros que ficaram no coração da torcida rubro-negra assim como Fischer e Petkovic.
Para o ano seguinte o Vitória adquiriu o passe do nigeriano deixando a massa vermelha e preta baiana em extase e esperança, e como o clube estava fora das competições nacionais a direção nos bastidores agilizava reforços e jogos amistosos para dar um entrosamento para a equipe, vieram do Flamengo/RJ o volante Bigu e o ponta Heider, do Cruzeiro o meia Ivan Formiga e o zagueiro Alexandre Neto, com mais alguns valores da base como o goleiro Demilson e o zagueiro Fernando e o polivalente Dema, mais o ex-ponta Jesum ídolo do Bahia nos anos 70, em junho deu para ver uma previa que seria o time no campeonato baiano, vencendo o Bahia por 1 a 0 com um golaço de Jesum de falta, e o Bahia estava a todo pique no nacional chegando a ser uma sensação do brasileiro. Logo na largada do baianão uma goleada sobre o Botafogo/BA por 4 a 0 com dois gols de Ricky o time empolgava com “A Gazela Negra” balançando as redes em todos os jogos, numa tarde ilumina Ricky marca 4 gols na goleada de 5 a 1 diante o Serrano, no primeiro Ba-Vi deu rubro negro 2 a 0 com Ricky deixando sua marca de carrasco tricolor, foi uma campanha primorosa com apenas deslizes nos outros clássicos diante o Bahia quando empatou um e perdeu os outros dois, a campanha foi coroada na noite de 20/12/1985 numa vitória de 2 a 1 sobre a Catuense e o título estava conquistado, no ano seguinte Ricky já era cobiçado por equipes da França e Portugal, o Vitória fez de tudo para segura-lo mais não houve condições diante os dólares do Lê Havre da França, mesmo assim pelo campeonato de 1986 ele saiu dividindo a artilharia do certame com Cláudio Adão do Bahia como 8 gols, a torcida ficou com muitas saudades e voltou a ver o time voltar a ser medíocre e o Bahia seguir conquistando títulos por aqui, em 1994 ele voltou a defender a equipe por alguns jogos mais já sem o mesmo faro de gol e velocidade de oito anos passados, foram apenas dois gols no brasileiro, mais ele tem o nome marcado na galeria de ídolos do Vitória ao lado de André Catimba, Quarentinha, Fischer, Osny, Mario Sérgio, Bigu, Romenil, e outros grandes nomes que vestiram a camisa do rubro negro baiano.
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Time campeão de 1985 com Ricky & Cia.
Números de Ricky Richard no Vitória
1984 – 15 gols jogos oficiais e 5 gols em jogos amistosos
1984 – 22 gols jogos oficiais e 11 gols em jogos amistosos
1986 – 08 gols jogos oficiais e 2 gols em jogos amistosos
1994 – 02 gols jogos oficiais
Total de gols: 65 gols em 79 jogos
Média: 0.82 gols por partida
Títulos: Campeonato Baiano de 1985
Maior numero de gols em um só jogo: 4 gols contra o Serrano em 1985 e contra a Seleção de Serrinha em jogo amistoso em 1985.
Fontes: Textos Galdino Silva
Pesquisa: Esporte Clube Vitória 100 anos
Fotos: Arquivo do ex-jogador Nenga