A 17 de novembro de 1927, a bordo do paquete “Pedro I”, a delegação do Botafogo, do Rio de Janeiro, seguiu para Belém (PA), assim constituída: Chefe – Flávio Ramos; Secretário – Alarico Maciel; Treinador – Ramon Platero; Adido – Sylvio Bernardes e os jogadores Neiva, Baby, Clóvis, Alemão, Otacílio, Orlando, Nestor, Alberto, Aguiar, Pamplona, Rogério, Macarroni, Ariza, Neco, Nilo, Aché, Claudionor e Alkindar (tendo Póvoa seguido depois). Baby e Nilo seguiram com os joelhos machucados. Por outro lado, o Botafogo apresentou três novas aquisições: Póvoa e Alberto, campeões de 1926 pelo São Cristóvão, e o ótimo centro-médio paulista Aguiar, que defendera o Paulistano e que ficou conhecido como o homem dos “passes de veludo”.
Uma semana depois, no dia 24 de novembro de 1927, a delegação do Botafogo chegou a capital paraense, hospedando-se no Grande Hotel, considerada hóspede oficial pelo Governador Dyonisio Bentes.
No domingo, 27 de novembro de 1927, o Botafogo fez a sua estréia em terras paraenses, enfrentando o Clube do Remo, no campo deste. Formando com Neiva, Alemão e Otacílio; Alberto, Aguiar e Rogério; Ariza, Neco (capitão), Alkindar, Aché e Claudionor, o Botafogo venceu por 5 x 1, com dois gols de Ariza e um de Neco, Alkindar e Claudionor, contra um de Santana. O Clube do Remo alinhou Francelísio, Propércio e Evandro (capitão); Lindolfo, Vivi e Pamplona; Formiga, Secundino, Cordeiro, Marinheiro e Santana.
Na quarta-feira, 1º de dezembro, novamente exibiu-se o Botafogo, desta vez contra um combinado paraense formado por jogadores do Clube do Remo, Paysandu e União Esportiva. Com algumas alterações no time que participou do jogo anterior (na zaga o jovem Orlando Pessoa formou a parelha com Otacílio, Pamplona entrou no lugar de Alemão e Nilo reapareceu no lugar de Alkindar), o Botafogo voltou a vencer, por 3 x 1, gols de Ariza, Aché e Nilo, descontando novamente Santana para os paraenses, que formaram com a seguinte equipe: Seabra, Evandro e Abílio; Pamplona, Marituba e Macambira; Formiga, Vadico, Marinheiro, Santana e Arthur Moraes.
Na terceira apresentação, contra o Paysandu, o alvinegro carioca aplicou a goleada de 6 x 2. Este jogo foi realizado no domingo, 4 de dezembro de 1927, e o Botafogo formou com Neiva, Póvoa e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Alkindar, Nilo, Aché e Claudionor. Nilo marcou quatro gols e Alkindar e Aché completaram a contagem. Os gols dos paraenses foram marcados por Cobrador e Oscar.
Na quinta-feira, 8 de dezembro de 1927, o Botafogo enfrentou o União Esportiva, vencendo-o por 3 x 1, tendo jogado Rogério no lugar de Alberto e Neco no de Alkindar. Nilo, duas vezes, e Neco marcaram os gols do Botafogo.
Domingo, 11 de dezembro de 1927, outra vez contra um combinado paraense (desta vez Remo e Paysandu), o Botafogo venceu por 2 x 0, com dois gols de Nilo. As equipes formaram assim: Botafogo – Neiva, Póvoa e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Neco, Nilo, Aché e Claudionor. Combinado Paraense – Seabra, Oscar e Evandro; Bandeira, Marituba e Epifânio; Formiga, Vadico, Pamplona, Santana e Arthur Moraes.
Na quinta-feira, 15 de dezembro de 1927, o Botafogo realizou o seu último jogo da temporada em Belém, tornando a vencer o Clube do Remo, por 2 x 1, com gols de Claudionor e Nilo. O Botafogo atuou com Neiva, Orlando e Otacílio; Macarroni, Aguiar e Roberto (Alberto); Ariza, Alkindar, Nilo, Aché e Claudionor.
A 17 de dezembro de 1927, a bordo do “Comandante Ripper”, a delegação botafoguense deixou Belém e partiu para São Luís, Maranhão.
No dia seguinte, abateu o selecionado local por 6 x 0, com dois gols de Rogério (que pela primeira vez se apresentou como centro-avante), Ariza, Alkindar, Aché e Claudionor. A equipe foi esta: Neiva, Alemão e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Alkindar, Rogério, Aché e Claudionor.
Em seguida, para uma série de quatro amistosos, o Botafogo desembarcou em Recife, onde encontrou a mesma torcida exaltada de 1919. Da velha excursão, só dois elementos figuravam na delegação: Nestor e Neco.
O Botafogo estreou em pleno Natal (25 de dezembro de 1927), no campo da Avenida Malaquias, vencendo o Torre, por 4 x 0, com dois gols de Claudionor, um de Neco e outro de Nilo. Formou com Neiva, Alemão e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Neco, Nilo, Aché e Claudionor. Defenderam o Torre: Valença, Juquinha e Hermínio; Dantas (Hermógenes), Pedro e Faustino; Osvaldo, Piaba, Péricles, Chiquito e Hermes.
A 29 de dezembro de 1927, com um gol de Aché, o Botafogo venceu o Santa Cruz por 1 x 0, tendo jogado Póvoa no lugar de Alemão e Nilo entrado no segundo tempo no lugar de Alkindar. O Santa Cruz formou com Valença, Bebé e Mário Rosas; Julinho, Gama e Pedro; Aloísio, Sebastião (Agnello), Zé Tasso, Victor (Costinha) e Perrucci.
O terceiro jogo em Recife aconteceu já no ano de 1928, mais precisamente no dia 1º de janeiro: uma goleada de 5 x 1 sobre o Sport. Nilo marcou três gols, Aché e Neco, um cada. O quadro foi o mesmo que enfrentou o Torre e o Sport atuou com Mário Franco, Joãozinho e Chico Altino; Aureliano, Alarcon e Masinho; Witham (Dubeux), Limão, Péricles, Ary Pires e Aluízio.
No último jogo, no dia 6 de janeiro de 1928, o Botafogo vencia o América, por 1 x 0, gol de Nilo, quando, ao faltarem quatro minutos para o encerramento do jogo, o árbitro marcou um pênalti de Aguiar. Não se conformando com tal decisão, os alvinegros deixaram o campo, sendo o pênalti batido por George, contra o gol vazio, para registrar o placar de 1 x 1. Formou o Botafogo com Neiva, Alemão e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Neco, Nilo, Aché e Claudionor e o América com Ilo Just, George e Gandra; Deoclécio, Gama e Casado; Alarcon, Ralph, Zé Tasso, Eric e Siza.
A 12 de janeiro, no paquete “Pará”, o Botafogo regressou ao Rio de Janeiro.
O Botafogo obteve dez vitórias e um empate, tendo marcado 38 gols e sofrido oito, obtendo um saldo de trinta gols. Utilizou 16 jogadores: Neiva, Otacílio, Aguiar, Ariza, Aché e Claudionor, nos 11 jogos; Alberto, 10; Nilo, 9; Neco e Pamplona, 8; Alkindar, 6; Alemão e Rogério, 5; Póvoa, 4; Orlando e Macarroni, dois.
Foram seus artilheiros: Nilo, 15 vezes; Aché e Claudionor, 5; Ariza e Neco, 4; Alkindar, 3 e Rogério, 2.
Fontes:
A História do Clube do Remo, de Ernesto Cruz
O Futebol no Botafogo 1904-1950, de Alceu Mendes de Oliveira Castro
Arquivos dos pesquisadores Manoel Raimundo do Amaral e Carlos Celso Cordeiro.