Em 1953, o Nordeste atravessava uma grande seca, com milhares de flagelados passando fome. Buscando arrecadar recursos para auxiliar os flagelados de seu estado (e ao mesmo tempo promover-se politicamente), o governador baiano Régis Pacheco financiou a organização de um torneio quadrangular, com a participação da dupla Ba-Vi e de dois grandes clubes do “Sul Maravilha”: Flamengo, que naquele ano começaria a grande campanha de seu tricampeonato, e Internacional, que no mesmo ano chegaria ao tetracampeonatogaúcho.
A competição organizada pelo governador “modestamente” teve seu nome: Torneio Quadrangular Régis Pacheco. Os jogos foram disputados na Fonte Nova.
Na primeira rodada, realizada no dia 15/03/1953, na preliminar, o Internacional enfrentava o Bahia. Sem pena do anfitrião, o Colorado venceu por 7×1, gols de Jerônimo (2), Solis (2), Fernandes, Bodinho e Luizinho; Carlito fez o gol solitário do Bahia.. O time colorado dos pampas, ainda conhecido como rolo compressor impressionou a todos na Fonte Nova com uma marcação forte sem dar espaços para o time do Bahia que literalmente estava se entregando ao jogo dos gaúchos, como um rolo de madeira sob uma massa de pão o tricolor baiano levou uma sovada.
No jogo de fundo foi á vez do Vitória ser massacrado pelo Flamengo/RJ, num dia negro para o futebol da Bahia, pois naquele mesmo dia no Estádio de São Januário o Vasco goleava o Ypiranga por 8 x 1 na despedida do Glorioso Auri Negro baiano em terras cariocas. O rubro negro da boa terra contra o vermelho e preto carioca, terminou num passeio do time da Gavéa pelo gramado do Estádio Otávio Mangabeira, apesar de já contar com a base do time que voltou a ser campeão baiano após longos 44 anos, o Vitória não foi paréo para o time Rubens, Tomires e Pavão; além de Zagallo e Indio na linha de frente e Antonio Leone que mais tarde viria jogar no Bahia e ser campeão da Taça Brasil de 1959 com gols de Índio(2), Adãozinho(3), Paulinho(2) e Rubens; Juvenal e Rui descontando para o Vitória foi finalizado o humilhante escore de 8 x 2.
Não houve espaços para gozações entre os torcedores da dupla Ba-Vi ambos foram soterrados por uma avalanche de gols e perderam os dois por 6 gols de diferença. Na 2ª rodada jogada no dia 19/03/1953, novamente o Internacional disputou a preliminar, batendo o Vitória por 4×1, com gols de Bodinho (2), Luizinho e Jerônimo; Juvenal fez o tento dos baianos. Na outra partida, o Flamengo venceu o Bahia por 2 x 1 com gols de Rubens e Indio; Isaltino fez o gol tricolor. Os clubes baianos, dessa vez, jogaram menos abertos que na 1ª rodada.
Na última rodada, o Ba-Vi, sem valer mais nada, era a preliminar, e terminou com o placar de 2×1 para o Vitória com gols de Juvenal e . E veio a partida decisiva. O Flamengo entrava em campo como favorito, mas o Internacional tinha a vantagem do empate e ainda não se usava o critério de saldo de gols, mas o torneio foi decidido na divisão dos gols marcados pelos gols sofridos). Foi uma partida disputada. Faltando 15 minutos para o fim do jogo, o placar era de 2×2. Luizinho e Bodinho haviam marcado para o Internacional, e Índio e Rubens para o Flamengo. As solenidades oficiais haviam atrasado o início das partidas, e a Fonte Nova não possuía iluminação muito boa. Aos 36 minutos do segundo tempo, com o estádio quase às escuras e a energia sucumbiu de vez, o árbitro Rui Carneiro foi obrigado a encerrar a partida, e o Internacional sagrou-se campeão. Era o primeiro título colorado em uma competição nacional e foi na Fonte Nova.
Fontes: Blog Vermelho e Flapédia