Eu quero meu título

Clubes campeões brasileiros antes de 1971 reivindicam o reconhecimento das conquistas em dossiê entregue ontem à CBF

O Bahia inaugurou a fila, e Palmeiras e Santos são os maiores campeões da história do futebol nacional. É o que tentam provar os dirigentes dos clubes campeões dos torneios nacionais entre 1959 e 1970, antes da primeira edição oficial do Campeonato Brasileiro.

Ontem, eles entregaram um dossiê com quase 300 páginas para a direção da CBF, no Rio de Janeiro. A argumento é o de que as competições nacionais não começaram apenas em 1971.

O material foi compilado pelo jornalista e escritor Odir Cunha. Torcedor do Santos, Odir destaca que o momento “ignorado” pela CBF marcou exatamente o ciclo de ouro do futebol no país, com três triunfos em quatro Copas, entre 1958 e 1970.

Segundo Ricardo Teixeira, presidente da CBF, a busca pelo reconhecimento oficial daquelas conquistas é “factível” e uma resposta sobre o caso “não deve demorar”.

O presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira; o vice-presidente do Botafogo, Antonio Carlos Mantuano; e o diretor executivo do Cruzeiro, Dimas Fonseca, que se reuniram com Teixeira, saíram animados após a reunião.

– Além da entrega do dossiê, passamos um vídeo de oito minutos com os pedidos de Pelé, Tostão, Paulo Cesar Caju, etc, e também do João Havelange (ex-presidente da Fifa). Usamos, ainda, algumas imagens da TV Globo – declarou o coordenador-geral do projeto, José Carlos Peres.

Caso confirmada, a unificação dos títulos tornará o Bahia, e não mais o Atlético-MG, o primeiro campeão nacional, e deixará Palmeiras e Santos no topo do ranking geral, empatados com oito conquistas, à frente de São Paulo e Flamengo.

Quem não gostou foram os dirigentes de clubes que não serão beneficiados pela medida – só seis times têm o que pleitear: Bahia, Santos, Palmeiras, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense. O superintendente do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, alfinetou a proposta:

– Não adianta querer reinventar a história. Se for assim, então Dom Pedro foi presidente do Brasil, quando a gente sabe que era imperador.

Fonte: DC

9 pensou em “Eu quero meu título

  1. Adalberto Kluser

    Acredito que uma possível aprovação desta reivindicação referente a Taça Brasil é um absurdo.

    Daqui a pouco, partindo desta idéia, o Canadá vai reivindicar o título de Campeão Mundial porque venceu os Jogos Olímpicos de 1904 (afinal na época não tinha Copa do Mundo e era o torneio de seleções mais importante).

    O Uruguai já seria tetra mundial, pois em 1924 e 1928 venceu os Jogos Olímpicos. Não havia Copa e os uruguaios eram quase imbatíveis.
    A Grã-Bretanha – leia-se Inglaterra (campeã olimpica em 1900, 1908 e 1912 e Mundial em 1966) também seria tetra.

    Em pouco tempo iriam achar um torneio de seleções em 1942 e 1946 para algum país reivindicar o título Mundial.

    É certo que 1958 e 1970 foi a fase de ouro do nosso futebol, mas não basta para justificar a transformação dos títulos nacionais da Taça Brasil e em “Campeonato Nacional”.

  2. Rodolfo Stella

    Também acho um absurdo este tipo de reinvidicação, times que não ganham nada importante atualmente, ficam buscando o passado para mostrar suas glórias. Palmeiras, Botafogo e Santos pela história que construiram, deveriam ser até hoje os maiores clubes do Brasil, em todos os aspectos, mas seus dirigentes não tiveram competência para tal. Como pode um time ser considerado bicampeão brasileiro no mesmo ano, caso do Palmeiras, Taça Brasil e Robertão em 1967 ? Também não dá para considerar campeão brasileiro um time que jogou 4 jogos. Se a nossa “pobre” CBF quiser ser racional, que considerem os titulos do Robertão de 1967 a 1970, aí acho mais justo.

  3. Gilberto Maluf

    O argumento do Ielo foi bom. Se na época houvesse o Brasileirão, creio que o Palmeiras, Santos e Botafogo ganhariam de qualquer jeito, cada um no seu período de ouro.
    abs

  4. Antonio Mario Ielo

    Amigos,

    “O argumento é o de que as competições nacionais não começaram apenas em 1971”.

    “O momento “ignorado” pela CBF marcou exatamente o ciclo de ouro do futebol no país, com três triunfos em quatro Copas, entre 1958 e 1970”.

    Estes são fatos incontestáveis…

    Eu, como palmeirense comemorei os campeonatos de 1967 e 1969 como campeão brasileiro, pois era o principal e mais importante campeonato da epoca, onde os melhores clubes do Brasil estavam na disputa, independente de entrarem nas quartas-de-final, semifinal ou não. Não esqueçam do campeonato brasileiro de 1979, ou as Copas União e seus modulos “sic” amarelos, verdes, etc…

    A “Libertadores” não vale como Campeão Sulamericano?
    Oras, é apenas uma questão de “nomes”, mas os titulos foram brasileiros, sim senhor.

    É importante lembrar que os campeões destes “torneios nacionais” davam o direito de participar da “Taça Libertadores” como seus legítimos representantes.

    Eu quero pelo menos 3 titulos contabilizados, meu Palmeiras tem 7 titulos de “campeão brasileiro”, e deve ser reconhecido como tal, dos quais eu comemorei 6 títulos, aos 7, 9, 12, 13, 34, 35 anos.

    Quanto a Taça Brasil, ainda tenho algumas dúvidas aos anos de 1967 e 1968, se devem ser equiparado a Copa Brasil ou ao Campeonato Brasileiro, verificando as caracteristicas e importâncias dos titulos à época.

    Vou mais longe, devem ser analisados pela CBF, as Copa dos Campeões Estaduais de 1920 e 1936 (campeões: Paulistano e Atlético Mineiro).

    “A história não se apaga, e sim, se reconhece como tal”.

    Abs.

    Em tempo:
    Sou a favor do reconhecimento do titulo de Campeão brasileiro de 1987 do Flamengo, junto com o Sport Recife, e o titulo de Campeão Paulista de 1931 para o atual São Paulo FC, dado as caracteristicas peculiares à época.

  5. Antonio Ferreira da Silva Galdino

    Cada título tem sua magnetude e tamanho ou grau de dificuldade concordo mas o Marco Aurélio Nanico Cunha é um pandêgo e um tremendo fanfarrão, misturando tudo. Nada haver uma coisa com o imperador D. Pedro I e II.

  6. Edu Cacella

    Tbm acho isso meio apelação de times, inclusive meu Botafogo que não tem competencia para montar equipes e serem campeões na atualidade e ficam buscando no passado uma satisfação aos torcedores do presente.Não adianta nada, torcedor quer comemorar o titulo, sair na rua, gritar, e não ficar discutindo com o rival que foi campeão disso ou daquilo a 600 anos atrás.

  7. Gilberto Maluf

    O campeonato brasileiro deve ser o mais difícil e disputado do mundo. Os torneios nacionais de 1959 a 1970 não tinham a dificuldade deste Brasileirão. Então, honrar alguns times com títulos advindos de disputas sem a mesma dificuldade não me parece justo.
    abs

  8. Adalberto Kluser

    Como palmeirense e um dos possíveis mais beneficiados com esta medida sou totalmente contra. Reivindicar o título de campeão brasileiro da Taça de Prata e Robertão até acho viável, mas na Taça Brasil é um absurdo!
    Os times de SP e RJ entravam sempre na semifinal. Quatro jogos e título! Enquanto isso, os times de RS, BA, PE, MG e outros estados matavam-se no caminho.
    Se seis clubes vão se beneficiar os demais deveriam bater o pé e não aceitar.
    Prefiro ver o Flamengo (eca!! – desculpem a brincadeira) com cinco (!!!)títulos nacionais e o São Paulo com seis do que o Palmeiras com oito ilegítimos.

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