O Aliança Atlética FNM (Fábrica Nacional de Motores) foi uma agremiação da cidade de Duque de Caxias, localizado na Baixada Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Fundado, no ‘Dia do Trabalhador’, na quinta-feira, do dia 1º de Maio de 1952, por funcionários da extinta Fábrica Nacional de Motores S.A., o Aliança Atlética FNM (ou Fenemê).
A sua Sede social e a Praça de Esportes ficavam próximos a fábrica, localizados na Vila Operária, no Km 23, às margens da Estrada de Petrópolis, no Distrito de Xerém, em Duque de Caxias.
A construção da Fábrica Nacional de Motores (FNM) foi iniciada em 1940, no governo de Getúlio Vargas, na cidade de Duque de Caxias (RJ), distrito de Xerém. Ela foi idealizada pelo Brigadeiro Antônio Guedes Muniz, tendo sido oficialmente fundada em 13 de junho de 1942, para a construção de motores aeronáuticos, que seriam utilizados em aviões de treinamento militar.
Era a época da II Guerra Mundial, e em troca da utilização de bases militares no nordeste brasileiro, o governo norte americano deu incentivos financeiros e assistência técnica, para a construção tanto da FNM, como da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
A fábrica foi instalada próxima à escarpa da Serra do Mar, pois a localização amorteceria os custos da produção, por conter a temperatura e pressão ideal para a construção dos motores. O terreno obtinha fácil acesso à Rodovia Rio-Petrópolis e à Estrada de Ferro Rio d’Ouro, facilitando o contato com a capital federal e com a chegada de técnicos e funcionários e transporte de equipamentos. Além disso, os rios Capivari, Mato Grosso e Saracuruna banhavam a região, gerando assim, a água industrial necessária para abastecer a FNM.
Como forma de diversão e entretenimento nas horas de folga, os operários resolveram fundar agremiações sociais e esportivas, como o Aliança Atlética FNM, a Associação Atlética Piauí e o Vila Nova Futebol Clube. Cada clube foi criado por trabalhadores nascidos fora do estado que batizaram seus respectivos clubes com nomes ligados as suas origens. Muitos ônibus vinham de localidades vizinhas para enfrentar os três times fenemenses.
Com o incentivo da indústria estatal de motores, o Aliança da FNM disputava inúmeros torneios contra agremiações amadoras de Duque de Caxias e times de empresas estatais, como o da antiga Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
Em 1977, a FNM foi vendida para a Fiat. Anos depois, a fábrica de Xerém, encerrando as suas atividades.
Na década de 50, a Fábrica Nacional de Motores S.A., tinha uma Coluna no jornal Folha de Caxias, e nela (1958) foi citado que o clube era rubro-cinza. Posteriormente, passou a utilizar o azul e amarelo.
O futebol era o carro-chefe do Fenemê, mas também promovia atividades recreativas e culturais, atraindo públicos de fora da cidade, como as confraternizações de 1º de maio, data que se celebra o Dia do Trabalhador e o Carnaval, sempre regadas com muita dança e animação.
Campeonato Fluminense de Clubes Campeões Municipais de 1962
No começo, o time de futebol realizou diversos amistosos, quadrangulares até que em 1962, participou da competição mais importante da sua história: Campeonato Fluminense de Clubes Campeões Municipais, que reunia os campeões dos campeonatos dos municípios do estado do Rio de Janeiro.
Alguns participantes: Americano Futebol Clube (Macaé); Esperança Futebol Clube (Nova Friburgo); Associação Atlética Cabofriense (Cabo Frio); Fluminense Futebol Clube (São João da Barra); Teresópolis Futebol Clube (Teresópolis).
No final de maio de 1961, foi empossada a nova diretoria da Alliança Atlética F.N.M. Seus componentes:
Presidente – Jader Campos da Silva, Vice-presidente – Wilton Wendling;
1º Secretário – Aládio Costa;
1º Tesoureiro – Luís Gonzaga Frazão;
Diretor social – Antônio Gomes de Oliveira;
Diretores de Esportes – Athelo Pinheiro e Wilson Vasconcelos;
Procurador – Hélio Pereira de Araujo.
Clube desaparece na década de 70
As últimas notícias do clube se limitavam alguns jogos de outras equipes disputadas no campo da Aliança Atlética FNM até 1973. A partir daí mais nenhuma linha citou algo sobre essa simpática agremiação duquecaxiense.
Algumas Formações
Time base de 1955: Pepê (Wantuil); Nilson e Jair; Garrincha (Pepe), Aurino e Tito (Otavio); Waltrudes (Adail), Tatão, Béca (Adelino), Noir, Ayrton.
Time base de 1956: Chico (Pepê); Getúlio (Adail) e Wilson; Otávio, Edmar e Pimpão (Ita); Maurício, Nortista, Aurélio, Zezé (Esmeraldino) e Noir (Jair).
Time base de 1957: Chico (Pepê); Airton e Getúlio (Juquinha); Tatão (Edmar), Jorge (Faria) e Ribamar (Josafá); Waltrudes, Adelino (Jorginho), Leandro, (Luiz Carlos), Noir e Lídio.
Time base de 1958: Pepê (Chico); Milsinho (Zuquinha) e Ribamar (João); Farias, Josafá e Adahyr; Luiz Carlos (Messias), Curimba (Adelmo), Ailton (Samuel), Aurélio (José) e Noir.
Time base de 1959: 103 (Pepê ou Jonas); Waltrudes (Izaias ou Zezinho) e Gois (Ribamar); Hélio (Messias), Pedro (Lamparina) e Girardi (Adahyr); Bittencourt (Zezinho), Agenor (Luiz Carlos), Frazão (Valmir ou Airton), Josias o ‘Caçula’ (Heraldo), Correia (Leandro) e Nélson (Mirim).
Time base de 1961: Iquimar (Beto); Isaías, Lamparina (Ribamar) e Mauro (Ivan); Sérgio (Lúcio) e Jorge (Siqueira); Airton (Maninho), Walmir (Samuel), Wanderley (Marinho), Leandro e Gilberto (Luiz Carlos).
ARTE: desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello
FOTOS:Diário da Noite (RJ)
FONTES: Correio da Manhã (RJ) – Folha de Caxias (RJ) – Diário da Noite (RJ) – História da ALFA – FNM – Jornal GGN (RJ) – O Fluminense (RJ) – O Jornal (RJ) – Página no Facebook “Retratos do Futebol Fluminense”, de Orlindo Farias – Última Hora (RJ)
Brasil: De Sordi, Oreco, Dino Sani, Zózimo Gylmar, Bellini e o técnico Vicente Feola (em pé); Mário Américo (massagista), Joel, Didi, Vavá, Dida e Zagallo.
Finalmente dissipou-se a dúvida quanto ao treino da seleção brasileira, na quinta-feira, do dia 1º de maio de 1958. Como o Ministério do Trabalho não houvesse concretizado a sua proposta para que o prélio tivesse lugar no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). A C.B.D.(Confederação Brasileira de Desportos) resolveu atender ao pedido do SESI, de São Paulo a fim de que a exibição se realize no Pacaembu.
Assim sendo os craques nacionais, depois de seu retorno de Araxá (MG), se apresentarão primeiramente aos olhos da torcida bandeirante. No domingo, do dia 4 de maio, todavia, estarão em atividade no Rio, para enfrentar a representação paraguaia no primeiro jogo pela Taça Oswaldo Cruz. A segunda peleia está confirmada para São Paulo, na quarta-feira, do dia 7 de maio.
A entidade brasileira convidou o árbitro austríaco, Erwin Hiergger para apitar a peleja, no Maracanã. Com a impossibilidade em atender o convite, a CBD acabou escolhendo o árbitro carioca Alberto da Gama Malcher(Federação Metropolitana de Futebol).
Paraguai: Aurelio González (Técnico), Edelmiro Arévalo, Juan Vicente Lezcano, Ignacio Achucarro, Salvador Villalba, Elígio Echagüe e Ramón Mayeregger (em pé); Juan Bautista Agüero, José del Rosario Parodi, Jorgelino Romero, Óscar Aguilera, Florencio Amarilla e o massagista.
Cr$ 50,00: arquibancadas na estreia do selecionado
Abertura dos portões do Maracanã às 12:45 horas, por ocasião da partida entre brasileiros e paraguaios – Aprovada a tabela de preços dos ingressos
A C.B.D. anunciou, ontem, preços dos ingressos para a parti da de apresentação do escrete brasileiro, frente ao do Paraguai, dia 4 de maio, no Estádio do Maracanã, na primeira partida da série de duas, pela posse do troféu “Oswaldo Cruz”.
Tais preços deverão prevalecer, também, por ocasião do segundo cotejo, dia 7, no Pacaembu. A tabela aprovada é a seguinte:
Camarotes: Cr$ 750,00;
Camarotes laterais: Cr$ 400,00;
Cadeiras numeradas: Cr$ 150,00;
Cadeiras sem número: Cr$ 80.00;
arquibancadas: Cr$ 50,00;
Gerais: Cr$ 20,00;
Militares e menores: Cr$ 15,00.
Garrincha (reserva), Mário Américo (massagista), Joel, Dida, De Sordi, Zagallo, Oreco, Didi, Dino Sani, Vavá (encoberto), Zózimo, Gylmar, Bellini, Vicente Feola (encoberto) e o juiz Alberto da Gama Malcher (ao fundo)
Programou a C. B. D. a venda antecipada dos ingressos, nos Teatros Municipal e João Caetano, a partir das seguintes datas: Cadeiras, 28 do corrente; Arquibancadas, 2 de maio, e as demais, das 9 horas em diante, do dia do jogo, nas bilheterias do próprio Estádio do Maracanã.
A preliminar desse encontro reunirá as equipes do Cruzeiro do Sul e do S. C. Maracanã. O cotejo entre as representações do Brasil e do Paraguai terá início às 15,30 horas e os portões do Estádio estarão abertos a partir das 12:45 horas.
De acordo com o regulamento da Taça “Oswaldo Cruz”, se houver empate após os dois jogos, permanecerá em poder do detentor.
Joel, Didi, Vavá, Dida e Zagallo, o ataque brasileiro
Crônica na integra do jogo, pelo Diário de Notícias
NÃO deixa de ser algo significativa uma vitória de um selecionado nacional sobre outro, por 5 a 1. E quando se trata de selecionados que se preparam para uma final de Taça do Mundo, um triunfo em tais proporções traz sempre algo de alentador.
Alentador, sim, deve ter sido para quantos assistiram o encontro de domingo, aquele resultado de 5 a 1 a favor da equipe brasileira. Porque, afinal de contas, ganhando de tal forma de uma equipe que já fora, inclusive, apontada como uma das favoritas do Mundial e que viera de uma vitória sobre os argentinos, em Assunção, seguida de uma derrota vendida a peso de grandes esforços, em Buenos Aires, os paraguaios deixam-nos o consolo de que, pelo menos não deverá ser o Brasil o concorrente mais fraco dentre os sul-americanos.
Vamos considerar, com excesso de otimismo, brilhantíssima a vitória do nosso quadro domingo último. Foi de certo, uma vitória espetacular, a tanto elevou-a o marcador de 5 a 1. Mas, devemos ter em conta que os números expressam mais a precariedade da defesa e do ataque paraguaios do que, propriamente, perfeição do trabalho do nosso conjunto.
Partindo-se desse ponto, temos que os brasileiros se impuseram, realmente, e realmente mereceram o triunfo. Fizeram-se senhores da situação logo aos primeiros dez minutos de jogo e manobram como bem entenderam, superando com surpreendente facilidade os homens da defesa contrária, que não apresentaram a menor ideia de coe são nem de valor individual, e aniquilando por completo a ação dos atacantes, dentre os quais José Parodi e Romero mostraram-se mais agressivos que os seus companheiros.
Joel, Dida e Zagallo, os jogadores do Flamengo
Tendo assinalado, sem maiores preocupações depois do primeiro tento, três a zero na primeira etapa, os brasileiros, provavelmente desestimulados pela fraqueza do adversário, desinteressaram-se do marcador, o que não lhes Impediu de marcar mais dois tentos, enquanto os paraguaios. graças a uma falta máxima do viril Belini, conseguiram o seu tento de honra, para fixar o marcador, finalmente, em 5 a 1.
OS SEIS TENTOS
Brasil 1 a 0 – Foi Zagallo que abriu a contagem, aos 12 minutos; recebendo um passe de Dino Sani, que invadira a área pela direita, o ponteiro rubro-negro, num belo ‘mergulho’ cabeceou, abrindo o placar.
Brasil 2 a 0 – Aos 13 minutos, um tiro de Dida levou a bola a resvalar nos pés do zagueiro Lescano e voltar aos de Vavá, que acompanhava Dida; emendando violentamente, Vavá assinalou o segundo.
Brasil 3 a 0 – Aos 33 minutos Dida, aproveitando um centro de Dino, de fora da área, desviou a bola com o calcanhar para ampliar.
Brasil 3 a 1 – O tento do Paraguai surgiu nos 33 minutos do segundo tempo. Arevalo, depois de impressionante e resistência dos demais jogadores (o mal é continental…) cobrando uma falta máxima de Belini em Pelayo.
Brasil 4 a 1 – Aos 37 minutos, aproveitando a bola rebatida na trave, na cobrança de um escanteio, Pelé (entrou aos 24 minutos do 2º tempo), que entrara em lugar de Dida, marcou o quarto tento.
Brasil 5 a 1 – Е, aоs 39 minutos, Zagallo, valendo-se de uma rebatida do guardião Mayeregger, assinalou o quinto e último tento brasileiro.
De Sordi, Vavá e Oreco
Destaques
Entre os brasileiros, que tiveram, como dissemos, uma tarefa cômoda, agradou especialmente, o trabalho de Dino e Zózimo, na defesa, e Didi, Vavá e Pelé, no alaque. É certo que Dida mostrou-se um elemento oportunista: Pelé foi, porém, mas agressivo, emprestou mais vida às investidas dos brasileiros nos poucos momentos em que esteve em campo.
Os demais ele mentos, regulares, apenas Oreco falhou muito. Em conjunto, nossa defesa apresentou-se mais falha do que ataque. Entre os guaranis, salientaram-se Arevalo e Exchague, na defesa, e José Parodi e Romero, no ataque.
Juan Bautista Agüero, José del Rosario Parodi, Jorgelino Romero, Óscar Aguilera e Florencio Amarilla, o quinteto avançado da Seleção do Paraguai
ARBITRAGEM
Funcionou na arbitragem o sr. Alberto Gama Malcher. Teve um trabalho suave, dado o comportamento amistoso dos jogadores, embora fossem assinalados alguns “fouls” e deixasse de marcar outros. Eunápio de Queirós e Frederico Lopes funcionaram como auxiliares.
Na preliminar, os quadros Maracanã e Cruzeiro do Sul empataram por 2 a 2. Foi apurada a renda de Cr$ 4.306.000.30, correspondente a 75.646 ingressos pagos, possivelmente umas oitenta mil pessoas terão assistido ao encontro de domingo.
BRASIL 5 X 1 PARAGUAI
LOCAL
Estádio Mario Filho, o ‘Maracanã’, no Rio de Janeiro (RJ)
CARÁTER
Taça Oswaldo Cruz de 1958
DATA
Domingo, do dia 4 de maio de 1958
HORÁRIO
15 horas e 15 minutos (de Brasília)
RENDA
Cr$ 4.306.030,00
PÚBLICO
75.646 pagantes
ÁRBITRO
Alberto da Gama Malcher (BRA)
AUXILIARES
Eunápio de Queirós (FMF) e Frederico Lopes (FMF)
BRASIL
Gilmar; De Sordi, Bellini, Zózimo e Oreco; Dino Sani e Didi; Joel, Vavá, Dida (Pelé) e Zagallo. Técnico: Vicente Feola
PARAGUAI
Ramón Mayeregger, Edelmiro Arévalo e Juan Vicente Lezcano (Darío Segovia); Salvador Villalba, Ignacio Achucarro e Elígio Echagüe; Juan Bautista Agüero, José del Rosario Parodi, Jorgelino Romero (Raúl Aveiro), Óscar Aguillera e Florencio Amarilla (Gilberto Penayo). Técnico: Aurélio González
GOLS
Zagallo aos 12 minutos (BRA); Vavá aos 13 minutos (BRA); Dida aos 33 minutos (BRA); no 1º tempo. Edelmiro Arévalo, de pênalti, aos 33 minutos (PAR); Pelé aos 37 minutos (BRA); Zagallo aos 38 minutos (BRA), no 2º tempo.
PRELIMINAR
Maracanã 2 x 2 Cruzeiro do Sul
Joel e Zagallo
No segundo jogo, na quarta-feira, do dia 7 de maio de 1958, no Estádio do Pacaembu, terminou empatado sem abertura de contagem. Com esse resultado, a Seleção Brasileira se sagrou campeã da Taça Oswaldo Cruz.
TRABALHO DE PEQUISA: Sérgio Mello
FOTOS: Acervo de Amir Otoni de Oliveira
FONTES: Correio da Manhã (RJ) – Diário de Notícias (RJ) – O Jornal (RJ) –Tribuna da Imprensa (RJ)
O Syrio e Libanez Athletico Club foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Fundado no dia 1º de Junho de 1921, no Bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio, com o nome de “Syrio Athletico Club” até a quarta-feira, do dia 19 de Março de 1924, quando alternou para nomenclatura Syrio e Libanez A.C.
As suas cores eram o vermelho, o pretoe o branco. Seu uniforme era em estilo cobra-coral, ou seja, listrado na horizontal em vermelho e preto separado por linhas brancas mais finas. O Syrio e Libanez disputou a elite do futebol cariocaCinco vezes: 1925, 1926, 1928, 1929 e 1930.
História do Syrio A.C.
Vencendo sacrifícios galgando escolhos relegando amarguras, força só disso capaz a mocidade sempre altaneira, trepidante e corajosa, inúmeros jovens syrios, fazendo parte do alto commercio syrio-libanez desta capital, numa demonstração de interesse patriótico e carinho pela colônia a que pertencem, resolveram fundar uma instituição sportiva, cujo nome, só por si, é um programa definido, para a cultura da educação physica.
Os preliminares para a organização do Club, como estudos dos estatutos, sede e mais medidas tendentes à formação completa da agremiação, seguem seus tramites.
Aliás, conforme ideias expendidas em sessão já realizada, a primeira, tudo faz prever um sucesso próximo o alcance desse “desideratum“, a que não tem poupado esforços o dr. Luiz Abi-Nader, que tem sido de uma dedicação e esforços inigualáveis, no conseguimento desse empreendimento, já realizado.
FUNDAÇÃO
Já em tempos, A RAZÃO, por seu representante desta secção, deu alguns informes positivos sobre a criação do Syrio Athletico Club, informes, aliás, gentilmente cedidos pelo distinto medico dr. Luiz Abi-Nader, que, nessa ocasião, se mostrou entusiasmado pelo valor que essa sociedade, devido aos seus fins, vinha conseguir, num congraçamento ainda mais íntimo entre a família syrio-libaneza.
Efectivamente, ele encontrou a boa vontade e a disposição em tudo, por parte daqueles para quem apelara, vindo agora a ver uma das suas mais gratas ideias satisfatoriamente alcançadas.
Convocados por si e por alguns adeptos do desporto, reuniram-se, ontem (quarta-feira, do dia 1º de junho de 1921), diversos vultos representativos do alto commercio syrio, do mundo das letras e pessoas gradas da colônia, na sede da Sociedade Beneficente Beyrouthense, gentilmente cedida por sua diretoria, constituindo-se dessa forma a 1ª assembleia geral.
Facil é imaginar o intercâmbio de sugestões trocadas e em geral aprovadas, ficando desde logo constituída a sua diretoria, eleita sob os mais intensos aplausos e geral satisfação.
1º Presidente do Syrio Athletico Club:Dr. Luiz Abi-Nader
De facto, após votação rápida e unanime, estava constituída a 1ª Diretoria que presidirá os destinos do Syrio Athletico Club. fundado, portanto, sob os auspícios mais promissores de um futuro risonho.
Presidente – dr. Luiz Abi-Nader;
Vice-presidente – Bady Tanili;
1º Secretario – Nacim Curi (no mês seguinte: Jamir Muanis);
2º Secretario – Camillo Baden;
1º Thesoureiro – Dieb Maluy;
2º Thesoureiro – Aziz Nacach;
Procurador – Demétrio Caram.
Inscreveram-se muitos sócios e, pelo incremento que toma no seio da colônia a fundação do club, é fácil de prever, como já dissemos, a sua estabilidade definitiva.
Como órgão que somos do reflexo de tudo que interessa e possa servir a digna colônia syrio-libaneza do Brasil, estas linhas servirão, desde logo, para apresentação aos nossos colegas e entidades desportivas da America do Sul do Syrio Athletico Club, que saberá, estamos certos, glorificar o seu pavilhão quando tremular agitado pela brisa percussora das futuras vitórias.
FILIAÇÃO NA LIGA METROPOLITANA
Na quarta-feira, do dia 30 de novembro de 1921, o clube solicitou filiação à Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), na sede situada: Rua Buenos Aires, nº 136/ 2º andar, no Centro do Rio, enviando os documentos exigidos pela entidade, tendo pago imediatamente a taxa de 2 contos de réis.
Nesse período, o Syrio Athletico Club já estava terminando as obras de conclusão do seu campo à Rua Professor Gabizo, nº 201, no bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio (RJ). O clube já contava com cerca de 500 sócios, não apenas sírios, mas também brasileiros e de outras nacionalidades.
Além do futebol o Syrio A. Club cultivará todos os demais sports terrestres, para o que construirá em sua magnifica praça de sports, as arenas para isso apropriadas.
É do programa do Syrio a criação também de uma seção náutica o pensam seus dirigentes filia-lo a Federação B. S. do Remo. Sabemos que nenhum empecilho obstará a entrada do Syrio na Metropolitana, tal a sua elevada e perfeita organização. Será mais um concorrente as duas vagas da Série B da 3ª Divisão, para o torneio official de 1922.
1º team base de 1923: Ablen, Jayme, Cesar, Vieira, Gilbertoni e Hugo; Guilherme, Papaesinho, Muniz, Amphrisio, Fernandes, Champion, Álvaro, Alberto, Pinto e Apparicio.
2º team base de 1923: Tuffy, Jorge, Paesleme, Hernandes, Borges, Oliveira, Gentil, Mahfuz, Betinho, Henrique, Kafuri, Aziz, Neme, Santos, Manhães, Vicente e Nicola.
CLUBE ALTERNA O NOME: SYRIO E LIBANEZ ATHLETICO CLUB
A diretoria do Syrio Libanez Athletico Club em assembla geral realizada na quarta-feira, do dia 19 de Março de 1924, resolveu:
a) attender ao pedido da colônia irmā Libaneza, solicitando a inclusão do seu nome ao do Syrio Athletico Club, por unanimidade fazer usar desta data em diante o nome de Syrio Libanez e Athletico Club;
b) officiar a Liga Metropolitana Desportos Terrestres pedindo a sua desligação, atendendo a deliberação da mesma assembleia;
c) oficiar a nova entidade Associação Metropolitana Esportes Athleticos, solicitando, mediante a resposta dos 16 quesitos, a inclusão do seu nome no quadro dos seus filados.
ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello
Colaboraram: Auriel de Almeida – Pedro Varanda
FOTOS: Mundo Desportivo (RJ)
FONTES: A Noite (RJ) – A Razão (RJ) – Jornal do Brasil (RJ) – Jornal do Commercio Edição da Tarde (RJ) – Mundo Desportivo (RJ) – O Imparcial (RJ) – O Paiz (RJ)
O América Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Fundado na quinta-feira, do dia 11 de Novembro de 1920, tem a sua Sede social localizada na Avenida Monsenhor Bruno, nº 1.341, no bairro da Aldeota, em Fortaleza (CE).
O Mecão se filiou à FCF(Federação Cearense de Futebol), em 1921 e ficou até 1927. Depois retornou em 1933 a 1935; voltou em 1938. Dois anos depois um novo retorno (1940/1942). Em 1948 teve o período mais longo, ficando até 2007. Voltou em 2009 a 2010 e por fim de 2012 a 2015.
Nesse período, as maiores conquistas do Mecão foram os títulos do Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1935 e 1966 (além de campeão de futebol, também levantou as taças de futsal, basquete e vôlei). Nos anos de 1933, 1934, 1940, 1943, 1948 e 1954 o América foi vice-campeão estadual.
Em 1967, com a conquista estadual no ano anterior, o América assegurou a sua participação na Taça Brasil(principal competição nacional daquela época). O América ficou no Grupo Norte da Zona Norte, vencendo as duas finais contra o Paysandu SC, de Belém (campeão do Pará), por 1 a 0.
Em outubro de 1967, diante de um público de 40 mil pessoas, o América acabou eliminado da competição, após uma derrota, em casa, diante o Náutico Capibaribe (PE), pelo placar de 1 a 0.
História contada pelos ex-jogadores: Anibal e Aloisio
Para o Campeonato Cearense da 1ª Divisão de 1920, a Liga contava com quatro clubes: Ceará, Fortaleza, Bangú e Guarany. Em novembro de 1920, era fundado por um pequeno grupo de rapazes, o América Futebol Clube, sem, entretanto, maiores ambições para com o futuro do pequeno grêmio.
O América, nascido em 20, projetou-se em 1921 na Liga Secundária, sagrando-se campeão da categoria. E nesse mesmo ano. 1921, estando as forças políticas do futebol em pé de igualdade, o Ceará ao lado do Bangu e o Fortaleza formando dupla com o Guarany, manobrou o Ceará, com êxito, no sentido de promover o campeão da Liga Secundária para a Primeira Divisão. E foi assim: que, quase sem o pretender, o América se viu na primeira linha do nosso futebol, em 1921. Por conta do Ceará Sporting.
O “VOVÔ” E SEUS “NETINHOS”
Em entrevista feita em 1970, os ex-jogadores contaram a história do clube. Data daí, pelo depoimento de Anibal Bonfim e Aloisio Ribeiro, o apelido de “Vovô” com que ainda hoje é conhecido e tratado carinhosamente o Ceará. Como surgiu o termo “Netinhos”?
– “Silvio Gentil, presidente do Ceará, ficou eufórico com a sua jogada política, elevando o América de categoria e ficando com mais um voto para impor suas decisões na Primeira Divisão. E tomou-se de simpatias pelo América, para que muito contribuía; também, Crisantho Moreira da Rocha, que, estudante de Medicina no Rio, era ardoroso torcedor do America carioca, sendo, por aqui, torcedor e diretor do Ceará Sporting…”
– “Sempre que se encontrava com a turma americana Silvio Gentil, um notável desportista, costumava dizer: “como vão os meus meninos endiabrados, os meus netinhos?”
E foi daí, do fato de sermos chamados de NETINHOS pelo Presidente do Ceará, que nós do América começamos a chamar a Silvio Gentil de nosso “Vovô”, apelido que, com o tempo, se passou para o próprio clube, muito adequado, por sinal, por ser o Ceará o mais antigo grêmio do futebol cearense”.
OS FUNDADORES DO AMERICA
O Estatuto do América Futebol Clube, de 1952 pela então diretoria presidida por José Mario Mamede: O Art. 1. da “Carta Magna” rubra diz textualmente:
Art. 1. – O AMERICA FOOT-BALL CLUB (A.F.C)
– Fundado nesta cidade de Fortaleza a 11 de novembro de 1920, por Aloisio Gondim Ribeiro, Juvenal Pompeu de Souza Magalhães, Acrísio Faria de Miranda, Miguel de Aguiar Picanço, Dagoberto Rodrigues, Benicio Carneiro Girão, Anibal Câmara Bonfim,José Lino da Silveira, Aécio de Borba Vasconcelos, Marcílio Braune, Lívio Correia Amaro, José de Borba, Vládine Pompeu, João Ramos de Carvalho, Cláudio Vilela Lima, Galba Gomes Gurgel, José Xerez, Herialdo Maia Cunha, José Chagas de Oliveira, Mileide Morais, Gianpaolo Damasceno, Alberto Damasceno e entre outros.
Com isso, formando uma sociedade desportiva e recreativa, constituída de número ilimitado de sócios, com personalidade Jurídica de duração indeterminada e se regerá por estes Estatutos.
PRIMEIRO TÍTULO
Fundado em 20, no ano seguinte, como já ficou dito, o América sagrou-se campeão da Liga Secundária. Em 1969, com quase meio século não houvesse decorrido de lá para cá, Aloisio Ribeiro, o extrema esquerda Lulú dos seus tempos, e Anibal Câmara Bonfim, o grande centerfoward, recordam, com absoluta clareza, o time que foi campeão de 21 na categoria secundária.
– “Era este, o time, dizem categóricos: Benicio Girão (que foi o primeiro goleiro do America e morreu recentemente em 1969, na cidade de Sobral, onde era comerciante); Acrísio Miranda (também falecido, este no Rio) e Gaminha; Antônio Siqueira, Godofredo Fernandes e Juvenal Pompeu; Moésia Rolim (que foi Oficial do Exército, líder revolucionário do “tenentismo” e famoso orador), Sátiro Rodrigues, Anibal Bonfim, Barcelos e Aloisio Ribeiro (o Lulú).
AS CAMISAS NEM SEMPRE FORAM RUBRAS
Mas, um ano depois, Crisantho Moreira da Rocha chegava do Rio, cada vez mais empolgado pelo America carioca(que foi campeão de 22 – anos do centenário da Independência – no campeonato carioca) e trouxe um jogo de camisas vermelhas, com o escudo branco contendo as inicias do clube, exatamente iguais ás dos seu homônimo do Rio de Janeiro.
O primeiro Jogo de camisas do América, presente de Crisantho Moreira da Rocha, custou-lhe a importância de 330 mil réis, que representariam 33 centavos em 1969.
AS LUVAS DO QUINDERÉ
Outra interessante curiosidade: o América não surgiu com suas tradicionais camisas rubras. Em 1921, na Liga Secundária, seu uniforme era azul e branco, em listras verticais.
Guindado à Primeira Divisão por conta de um “golpe” político do Ceará, o América não possuía, contudo, condições técnicas à altura dos dois maiorais de então, ο Ceará e o Fortaleza.
Lulú recorda, com o olhar perdido na saudade, um Jogo do América com o Fortaleza, al por volta de 1921. Vez por outra, Anibal interfere, relembra algum episódio, faz alguma objeção, tece outras considerações.
– “Humberto Ribeiro foi, sem dúvida alguma, o maior jogador do futebol cearense, e talvez do próprio futebol brasileiro, no passado e se jogasse hoje (1969), um fenômeno como Pelé, ou como Tostão, pois não era escurinho.
Era o deus do Fortaleza, o maior craque da cidade, um ídolo do seu clube, respeitado pelos demais. O Fortaleza ia enfrentar o pequenino América, que apenas começava na Primeira Divisão.
Jogo fácil, facílimo para o time tricolor, composto dos melhores azes do nosso futebol de então, contra os “netinhos“, a meninada endiabrada (e desde então o América ganhou também o apelido de “Diabo rubro”).
O jogo ofereceu uma novidade: o goleiro do Fortaleza, o Quinderé(dono da livraria que tinha seu nome), entrou de luvas, à moda europeia. Bola vai, bola vem, eu peguei um bom passe (quem fala é o Lulú), Investi e atirei com força e com sorte. Gol! Quase desmaiei de alegria.
Não queria acreditar no que estava vendo. Fizera um gol no Fortaleza! Humberto Ribeiro veio de lá, deu uma bronca tremenda no Quinderé e exigiu que tirasse as luvas…”. No final o vencedor foi: “O Fortaleza acabou ganhando. Ninguém aguentava um time que tinha o Humberto Ribeiro como centerfoward”…
OUTRO TÍTULO EM 1923
Depois de explicar o que era a imponência e a expressão do Torneio Inicio naqueles idos, com a maior frequência pública e torcidas organizadas de moças elegantes da sociedade, Anibal e Aloisio revelam que em 1923 o América conquistou a sua primeira grande glória.
Sagrou-se campeão do Torneio Início daquele ano, com uma equipe formada por Ubiratam Negreiros(Irmão da saudoso Ubirajara e hoje funcionário do Banco do Brasil no Rio de Janeiro), Acrísio Miranda e Antônio Bessa; Eduardo Martins(e às vezes Antônio Araripe), Pão Doce e Juvenal Pompeu(este era o capitão do time); Deó (Moesia Rolini já viajara para o sul, como militar), Gilberto, Abelardo, Anibal Bomfim e Lulú(Aloisio Ribeiro).
EM FAVOR DOS FLAGELADOS
Com algumas raras fotografias, que tratam com o maior cuidado e carinho, os dois amigos desportistas vão contando novos episódios da gloriosa trajetória do América Foot-Ball Club no cenário esportivo de nossa terra.
RECORDA ANIBAL:
– “Em 1932, uma seca terrível assolou o Ceará. Era Interventor o Capitão Carineiro de Mendonça, que tudo, fez para atende raos flagelados. Dentre multas medidas, programou e realizou um torneio de futebol de craques veteranos. O América formou sua equipe e eu o Lulù vestimos novamente a Jaqueta rubra.
E esse time tal…”
“E vão identificando um a um os jogadores. Um dos zagueiros, é o ex-Interventor do Estado e ex-Prefeito de Fortaleza, Acrísio Moreira da Rocha, irmão de Crisantho, um dos beneméritos do América, o goleiro ainda era Ubiratan Negreiros; Euclides Laurentino, o popular Tom Mix, doublé de craque e compositor popular, veterano funcionário da Policia Civil e figura obrigatória das missas na Igreja do Rosário; e industrial Chico Figueiredo, também de camisa de goleiro, embora como jogador (Informação dos seus contemporâneos) não fosse grande coisa; José Bonfim, irmão de Jorge e de Lúcio era médio muito vigoroso-esclarecem, Eduardo Martins, velho funcionário da Prefeitura; Anibal e Lulú, ainda no vigor da juventude, nessa fase Imprecisa do homem, entre os 30 e os 40 anos, em que ninguém a olha nu será capaz de observar um sinal de velhice e vários outros estão presentes na histórica fotografia, que vai enriquecer esta reportagem.
CAMPEÃO DE 35 E DE 66
O América voltou a ser campeão em 1935 e depois em 1966. Quero saber de Anibal Bonfim e de Aloisio Ribeiro como reagem as emoções de um jogo de hoje, principalmente nos jogos em que o América Intervém:
mais muito entusiasmo. Fui, depois de jogador, árbitro da Federação por muitos anos, nos tempos do Capitão Juremir. E acho que, tanto como jogador, quanto como Juiz, deixe meu nome.
Recordo um jogo Ceará x Fortaleza, duríssimo como sempre, decisiva como quase sempre, e que não tinha juiz que desejasse apitar. O velho campo do Prado cheio, uma assistência enorme e quase a hora do jogo começar e não havia ainda juiz.
Estava afastado da ADC (hoje FCD) por conta de uma história de “colégio de árbitros” que haviam criado e como que não concordavam. Eis que se aproximam de mim o Capitão Juremir e o sr. Pedro Riquet que era então o Presidente do Fortaleza. Entregam-se o apito, me exigem que eu seja o juiz. Fui e tudo correu muito bem, graças a Deus. No final, o Ceará venceu por 4 a 3, em um jogo emocionante”.
PRIMEIRO CAPITÃO
Anibal Bonfim fala menos, parece não gozar de uma memória tão privilegiada quanto a do companheiro, embora mais moço que ele. Mas recorda muita coisa, com bastante precisão nos detalhes.
“Fui o primeiro “capitão” do time do América. Depois de mim, foi que velo o Juvenal. Portanto, tenho uma afinidade muito grande com o América. Mas perdi quase por completo o contacto com o velho e querido clube. Outras gerações, outras áreas sociais ocuparam o comando do América. E a gente vai ficando esquecido… Sabe como é!
Mas ainda torce pelo América?
“Vou sempre ao estádio. E quando o Fortaleza não está jogando, torço pelo América, sempre… Divido o meu coração entre o tricolor e o meu América”.
O AMERICA DE 1921
Na foto, uma das formações de 1921
Na foto, uma das suas primeiras equipes, em 1921, onde Anibal Bonfim, que era o center-forward e Aloisio Ribeiro, ponta esquerda. O mais alto (o quarto da esquerda para a direita) era Ubiratan Negreiros, que foi Procurador Juridico da Prefeitura de Fortaleza.
OS VETERANOS RUBROS EM 1932
Na foto, uma das formações de 1932
Ano mau para o Ceará. O então interventor Carneiro de Mendonça promoveu um torneio entre os veteranos dos clubes da Primeira Divisão, com renda em favor dos flagelados. Eis aí a equipe do América que participou daquela jornada há 37 anos passados…
Agachados, com um sorriso próprio da juventude, o zagueiro Acrísio Moreira da Rocha, que depois foi Interventor do Estado (cargo correspondente a Governador, no período que antecedeu à redemocratização de 1945) e Prefeito eleito de Fortaleza para dois mandatos de quatro anos.
O goleiro, sentado, é Ubiratan Negreiros, Irmão do saudoso Dr. Ubirajara Negreiros, que foi um dos baluartes do América. Em pé, bancando o goleiro à direita o hoje industrial Chico Figueiredo, que não era senão reserva, pois não era bom de bola… Lulu (Aloisio Ribeiro) e Anibal Bonfim, nossos informantes para esta reportagem, estão na linha dianteira, onde aparece também o popular Tom Mix (Euclides Laurentino, o segundo da esquerda para a direita, em pé).
ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello
Colaborou: Fabiano Batista
FOTOS:Jornal Unitário (CE)
FONTES: Federação Cearense de Futebol (FCF) – reportagem de Ronald Proença do Jornal Unitário (CE)
O Grêmio Esportivo Piquerobiense foi uma agremiação do município de Piquerobi que fica a 619 km da capital do estado de São Paulo. A localidade possui uma população de 3.686 habitantes, segundo estimativa do IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2016.
A palavra “Piquerobi” deriva do ‘tupi antigo’: pikyroby, que significa “piquiras (uma espécie de peixe miúdo) verdes“, por meio da composição de pikyra(piquira) e oby(verde).
O “Fantasma do Sertão” foi Fundado na 2ª-feira, do dia 21 de Setembro de 1953. O CNPJ foi aberto no dia 23 de Janeiro de 1981. A sua Sede social ficava localizado na Rua Dr. Pedro de Tolêdo, s/n – Centro – Piquerobi (SP). As suas cores: azul e branco.
No mesmo dia em que foi fundado, ocorreu uma assembleia geral, que elegeu a 1ª Diretoria do Grêmio Esportivo Piquerobiense:
Presidente de honra – Marcelo Dassie (então prefeito do município);
Presidente – Claudio Corral;
Vice-presidente – Manoel Ferreira Reis;
1º Tesoureiro – Arnaldo De Haro;
2º Tesoureiro – André Corral;
1º Secretário – Amador Bueno de Camargo;
2º Secretário – Francisco Fróis de Morais Neto;
Diretor esportivo – Antônio Fróis de Morais e Silva;
Conselho Fiscal – Carlos Furlan, Danilo Campanhole e André Bonilho Barnabé. Suplentes: Antonio Carreira Bernardino Filho, Conrado Izidoro Paludetto e Antonio Gianelli.
Foto: Acervo da Prefeitura de Piquerobi
Estádio Municipal de Piquerobi
Cumprindo promessas feitas em 1953, o sr. Marcelo Dassie, prefeito municipal de Piquerobi, construiu o Estádio Municipal, terminando no final de fevereiro de 1954.
EM PÉ (esquerda para a direita): Nelson, Ipojucam,Lomba, Paulista, Zelio, Edson, Brandão, Antoninho, Joãozinho, Pavão, Saul, Julio Bariani (presidente) e Osvaldo Pirnia (Massagista).
Campeonato Paulista do Interior
Jogou quatro edições do Campeonato Amador do Interior do estado de São Paulo, organizado pela FPF(Federação Paulista de Futebol): 1955, 1956, 1957, e 1958.
Foi campeão da Zona 12, do Setor 44, do Campeonato Amador do Interior do estado de São Paulo de 1955,com seis vitórias em sete jogos. A conquista veio após vencer o Clube Atlético Indiano pelo placar de 1 a 0. No final, terminou na 3ª colocação daquele ano.
No Campeonato Amador do Interior do estado de São Paulo de 1956, o Fantasma do Sertão ficou na Zona 14, do Setor 45 sediado na Série B da Liga Prudentina de Futebol, com os seguintes clubes:
Fada Futebol Clube (Santo Anastacio);
Esporte Clube Corinthians (Presidente Venceslau);
Esporte Clube Fluvial (Presidente Epitácio);
Grêmio Esportivo Piquerobiense(Piquerobi).
Algumas Formações:
Time base de 1954:Toni (Dedé); Vigota (Mario ou Pedrinho) e Ferrer (Milton); Chico (Doro), Nelsinho e Pedrão (Amorim); Lauro (Mauro), Zinho (Paulo), Jaime (Ipojucam ou Brandão), Joãozinho (Sinho) e Antoninho (Euclides).
Time base de 1955:Toni; Pedrinho e Ferrer; Chico, Saul e Amorim (Reynaldo); Paulinho, Brandão, Carlinhos, Joãozinho e Antoninho.
Time base de 1957:Augusto; Chico e Maciel; Saul, Pavão e Pedrão; Ezequias, Bacaninha, Pedrinho, Antoninho e Adinil.
ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello
Colaborou: Waldomiro Junho
FOTO: Acervo Grêmio Esportivo (SP)
FONTES: A Gazeta Esportiva (SP) – Correio Paulistano (SP) – Grêmio Esportivo (SP) – Mundo Esportivo (SP)
O Nacional Esporte Clube(NEC) foi uma agremiação da cidade de Natal (RN). O “Áureo-verde” foi Fundado na quarta-feira, do dia 20 de Agosto de 1947. A sua Sede social ficava localizado na Rua da Lua (atual Rua São Francisco), nº 23, no bairro das Rocas, na Zona Leste de Natal/RN. O NEC também promovia diversos eventos, como a Festa Junina, bailes de carnaval.
O Nacional começou no futebol disputando as competições organizadas pela Liga Desportiva das Rocas (LDR). O seu ápice aconteceu na década de 70, quando o Nacional disputouquatro ediçõesdoCampeonato Potiguar da Segunda Divisão da FNF (Federação Norte-rio-grandense de Futebol): 1976,1977, 1978e1979, foi d bairro da Cidade Alta, em Natal/RN.
O Elite Itaquerense Foot Ball Club(atual: Sociedade Esportiva Elite Itaquerense) é uma agremiação da cidade de São Paulo (SP). A sua Sede social está localizada na Rua Augusto Carlos Bauman, nº 588 – Itaquera, na Zona Leste de São Paulo (SP).
O clube alvirrubro foi Fundado na sexta-feira, do dia 1º de Dezembro de 1922, por José Salomão, um comerciante de São Paulo. O clube foi batizado com o nome “Elite“, inspirado em uma marca de roupas de luxo da época.
O Elite Itaquerense não foi o 1º clube de futebol de Itaquera, mas é o mais antigo que ainda existe. O clube marcou a vida social do bairro e da região, e participou ativamente dos esportes de Itaquera e do mundo.
Craques revelados pelo clube
Há quem lembre também do futebol de campo com grandes craques que marcaram gerações e dos craques revelados por este clube, entre eles, três laterais esquerdos: Kleber(ex-Corinthians, Santos e Internacional de Porto Alegre), Cesar(ex-São Caetano, Lázio da Itália e Corinthians) e Guilherme Arana(Ex-Corinthians, Athletico Paranaense, Sevilla da Espanha, Atalanta da Itália e atualmente no Atlético Mineiro).
Campeão Mundial de Futsal
O futsal do Elite Itaquerense, sob o comando de Simão Bernardes, é considerado um polo revelador de craques que despontam em clubes de todo o país e até do exterior. O Elite foi campeão mundial de futsal em 2012, categoria sub 13, na França.
Apesar de ser um “senhor com mais de 100 anos de vida” o Elite Itaquerense, através de diretores, conselheiros e associados, é considerado como um clube com “olhar de futuro”, sempre receptivo a inovações e novas ideias, aliás é um clube, que tradicionalmente tem participação na vida social do bairro, sempre apoiando campanhas de benemerência, como recentemente com o jantar-show que arrecadou mais de 34 mil reais ao Instituto Luz do Amanhã, que atua no apoio a crianças com câncer.
Instalações
Importante citar também que as locações dos salões do clube para festas, casamentos e eventos, são outra marca do clube. O Elite conta com o ginásio para eventos de grande porte, para mais de 2 mil pessoas, tem o Salão Monumental (salão social) para eventos mais clássicos, com capacidade para 800 pessoas sentadas, o Quintal do Elite com salão anexo com churrasqueira e toda estrutura e o salão Espaço Buffet para até 200 pessoas, também com toda a estrutura.
Escudo extraído do estatuto de 1928
Na imagem revelada à diretoria do Elite Itaquerense, somos transportados ao âmago histórico de sua fundação. Datado de 1928, o estatuto que regeu os primeiros passos deste respeitável clube emerge como um testemunho da profundidade cultural e esportiva que permeava o espírito de seus fundadores.
Junto ao estatuto, desponta seu 1º distintivo, um símbolo de elegância e identidade que hoje é comparado ao brasão contemporâneo, evocando memórias saudosas e um senso de continuidade entre o passado e o presente.
O elemento mais curioso e admirável desse registro encontra-se na inscrição “Football Club” gravada em inglês no estatuto. Tal escolha linguística, modéstia à parte, reflete uma reverência ao berço do futebol, homenageando sua origem britânica com singularidade e sofisticação.
É possível imaginar que Seu Salomão, um amante fervoroso do esporte, vislumbrou nesse gesto uma forma de exaltar a conexão histórica e cultural que transcende fronteiras, reafirmando o futebol como um elo universal.
O distintivo inaugural do Elite Itaquerense possui uma beleza atemporal, capaz de rivalizar com os padrões estéticos do brasão atual, resgatando o simbolismo de uma época em que cada traço e detalhe eram carregados de significado.
É inevitável a nostalgia ao contemplar a simplicidade majestosa do emblema original, que encapsula o sonho e a determinação dos pioneiros que deram vida ao clube.
Esse fragmento da história do Elite Itaquerense transcende o papel de mero documento; ele é um patrimônio vivo, carregado de narrativas que refletem a paixão, o esforço e a criatividade de uma geração que ousou moldar um legado. Na interseção entre memória e modernidade, ele continua a inspirar e conectar todos que reconhecem sua importância.
Disputou a Taça de São Paulo de 1931
No futebol, o Elite Itaquerense disputou diversos jogos e competições. O mais relevante foi a Taça de São Paulo de 1931 – 1º Grande Campeonato Amador de Futebol da cidade de São Paulo.
A competição foi organizada pelo jornal A Gazeta, da cidade de São Paulo, que realizou um grande campeonato de futebol envolvendo clubes amadores, onde se inscreveram e participaram 203 agremiações!
No final, o Club Athletico Villa Nava Mazei (bairro Vila Mazei) e o Club Athletico Sant’Anna (bairro Santana). O grande campeão foi a Villa Nava Mazeique venceu os dois jogos (ida e volta): 2 a 1 e 4 a 0.
ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello
Colaborou: Paulo Sérgio De Marco Regatieri
FOTOS: Acervo do clube – Página do Facebook “Saudosa Itaquera”
FONTES: Museu do Futebol – Livro “Sociedade Esportiva Elite Itaquerense – 100 anos de História e Glórias” (escrito com base em depoimentos, pesquisa bibliográfica e reminiscências pessoais e familiares), de autoria de Marco A. Stanojev Pereira – Fato Paulista
O Clube União Lyra Serrano é uma agremiação da cidade de Santo André, que conta com uma população de 748.919 habitantes (segundo estimativa do IBGE de 2022), fica a 22 km da capital do estado de São Paulo.
A Sociedade Recreativa Lyra da Serra foi Fundado na segunda-feira, do dia 23 de fevereiro de 1903. Menos de 10 meses depois, foi a vez do Serrano Athletico Club ser Fundadona quinta-feira, do dia 03 de dezembro de 1903, por iniciativa do superintendente da São Paulo Railway, o britânico Alec M. Wellington.
Três décadas depois, a Sociedade Recreativa Lyra da Serra e o Serrano Athletico Clubfizeram uma fusão na quinta-feira, do dia 15 de outubro de 1936, dando origem a União Lyra Serrano AC.
A Sede social e o estádio ficam localizados na Avenida Fox, s/n, na Vila Inglesa de Paranapiacaba, que fica a30 km do centro de Santo André, no Alto da Serra do Mar.
Conhecido por ser ‘um pedacinho da Inglaterra em solo brasileiro’ foiconstruída pela São Paulo Railway no século XIX para abrigar seus funcionários durante a concessão da estrada de ferro Santos – Jundiaí, essa pequena vila inglesa é um verdadeiro tesouro histórico e cultural preservado.
Rodeada pela exuberante Mata Atlântica, Paranapiacaba oferece uma experiência única para os visitantes. Seu cenário natural deslumbrante, com trilhas e cachoeiras, convida a explorar a riqueza da biodiversidade local.
Futebol bretão
No futebol, o clube em seus áureos tempos, cansou de colecionar títulos. “Era difícil o clube passar um fim-de-semana sem conquistar um troféu. Chegamos a ficar meses sem perder”, disse Salles Henrique, o Salinho, meio campista na década de 50.
O União Lyra Serrano disputou o Campeonato Citadino de Santos, organizado pelas Liga Santista de Futebol (LSF). Enfrentou equipes como o Jabaquara, Portuguesa Santista e União Santista.
Bastava tomar o trem e seguir até a Baixada Santista. E os adversários também não tinham dificuldade em jogar em Paranapiacaba, no velho e agora revigorado estádio.
Liga Extraoficial em 1993
Em 1993, o União Lyra Serrano só disputava amistosos. Chegou a criar uma liga extraoficial com quatro times locais: Trilho, Via Permanente, Paranapiacaba e Zuum. Os melhores jogadores destes times formados por ferroviários eram selecionados para jogar no Serrano.
Atualmente
O Serrano respira. Ganha vida nova com o estádio reinaugurado. Uma conquista para o aniversário deste domingo. Com 120 anos de história, um verdadeiro marco.
Lembrando: o futebol do Grande ABC – do Santo André, do velho EC São Bernardo, do Azulão, do Água Santa, do Mauaense e Mauá FC, do Ribeirão Pires FC – nasceu em Paranapiacaba, rodeado pelas montanhas da Serra do Mar, revelando craques como Salinho.
Sede será restaurada
A Prefeitura de Santo André assinou termo de cooperação técnica com Instituto de Cultura Democrática para recuperação de prédio histórico. A primeira etapa do restauro do Clube União Lyra Serrano, localizado na parte Baixa de Paranapiacaba.
A restauração terá início em 2025, após a contratação da empresa pelo Instituto, gerenciadora do projeto. O valor de investimento para esta etapa da obra é de R$ 2,7 milhões, de um total aprovado de R$ 5,2 milhões.
O 1º e único imóvel de dois andares da Vila foi a construção mais imponente da Vila Martin Smith para transformar a vida social do núcleo ferroviário. No andar inferior o salão com bar-lanchonete e mesas de jogos era palco de reuniões da diretoria, festas como Carnaval, sessões de cinema e os famosos bailes das décadas de 30 e 40 que atraíam turistas de outras regiões como Santos, ABC e São Paulo.
Já nas décadas de 50 a 70, o clube era destinado aos bailes de formatura dos alunos da Escola Ferroviária do Senai, que ocupava o prédio onde hoje funciona o Centro de Visitantes. Após esse período serviu como sede de eventos políticos e prestação de contas entre o poder público e os moradores.
De 1982 a 1985 aconteceu o primeiro restauro e os eventos musicais voltaram a ser promovidos, mas sem a mesma frequência. A partir de 2002 até 2019, com a aquisição da Vila pela Prefeitura, o espaço passou a ser palco do Festival de Inverno e apresentações organizadas pelo Sesc.
O Estádio mais antigo do Brasil com 131 anos
Considerado o 1º campo com medidas oficiais do Brasil, inaugurado em 1894 na vila inglesa de Paranapiacaba (SP). Junto ao campo, foi inaugurado o Memorial Charles Miller, que irá contar a história do pai do futebol e a chegada desse esporte ao país, além da história da Vila Inglesa de Paranapiacaba e sua conexão com o que se tornou uma das maiores paixões nacionais. O campo, situado na Avenida Fox, s/n, passou por um processo de revitalização.
A arquibancada de madeira completamente restaurada, preservando os elementos originais conforme previsto no projeto. Além disso, os trilhos de trem, que servem como base para o alambrado, foram recuperados, assim como a drenagem do campo, que foi totalmente substituída.
Os antigos vestiários deram lugar a dois sanitários que atenderão aos torcedores presentes na arquibancada de madeira. Para suprir as necessidades atuais, novos vestiários foram construídos, bem como uma tribuna com função de mirante acima dos vestiários.
Um muro de gabião foi erguido, cumprindo uma dupla função – contenção e arquibancada, e também foi instalado um sanitário na Rua Nova. A restauração, iniciada em fevereiro de 2021, foi realizada com recursos do PAC Cidades Históricas da ordem de R$ 3,9 milhões. Já o memorial Charles Miller, instalado em imóvel da vila, contou com investimento de R$ 20 mil.
ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello
Colaborou: Rodrigo S. Oliveira
FOTOS:Acervo de Odilon Luiz de Oliveira (CROMOS. O Serrano perpetuado no álbum de figurinhas Varzeana, da década de 1950) – Carsughi– Repórter Diário
FONTES: Primo Ribeiro, do Diário – G7 Notícias do ABC – Diário do Grande ABC– Prefeitura de Santo André