Acima o time posado do São Cristóvão de Futebol e Regatas, no Estádio de Moça Bonita, no bairro de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que saiu postado na revista Placar, em 1972:
FOTO: Acervo de José Leôncio Carvalho
Acima o time posado do São Cristóvão de Futebol e Regatas, no Estádio de Moça Bonita, no bairro de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que saiu postado na revista Placar, em 1972:
FOTO: Acervo de José Leôncio Carvalho
Na foto posada (acima), onde está Mané Garrincha, defendendo as cores do Olaria Atlético Clube, referente ao amistoso nacional contra o Combinado Icasa-Guarani. A partida transcorreu na sexta-feira, do dia 21 de abril de 1972, no Estádio Municipal Mauro Sampaio, o “Romeirão“, em Juazeiro do Norte (CE).
O clube da Rua Bariri recebeu a cota de Cr$ 25 mil pelo jogo. Após a partida, Mané Garrincha foi homenageado, onde recebeu o título de “Cidadão Juazeirense“, pela Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, proposto pelo vereador Francisco Rocha da Silva.
No final da peleja, o Combinado Icasa-Guarani venceu pelo placar de 3 a 1. A presença de Garrincha levou ao Romeirão o maior público de sua história: com mais de 15 mil pagantes. Mané Garrincha conseguiu os seus dribles clássicos (saída para a direita) sobre o lateral Catolé, o “João” da vez.
FOTO POSADA: Acervo de José Leôncio Carvalho
FOTO: Acervo de Wilton Bezerra
FONTES: Jornal dos Sports – Correio da Manhã (RJ) – Diário de Pernambuco
Foto posada (acima) enviado pelo amigo José Leôncio Carvalho, do Olaria Atlético Clube, no domingo do dia 14 de Março se 1971. Nesse dia o clube da Rua Bariri enfrentou o Bonsucesso Futebol Clube, o “Clássico da Leopoldina“, válido pela 2ª rodada do Campeonato Carioca da 1ª Divisão daquele ano.
A partida teve início às 17h45min., no estádio General Severiano (propriedade do Botafogo de Futebol e Regatas), no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio. Essa partida fez parte da Loteria Esportiva, o teste nº 33, cujo prêmio era de Cr$ 4.320.344,60.
Aos 43 minutos do segundo tempo da partida, um gol contra do goleiro do Bonsuça, Ubirajara, decretou a vitória do Olaria pelo placar de 2 a 1. O jogo foi equilibrado e muito disputado, e agradou o pequeno publico presente – apenas 169 pagantes. O Olaria, um pouco melhor, acertou três bolas na trave.
O Bonsucesso começou o jogo em ritmo muito veloz e, aos 9 minutos, Jair Pereira abriu o marcador. A jogada nasceu de cobrança de Gibira, que lançou a bola sobre a área. O goleiro Pedro Paulo rebateu e Jair tocou para o fundo das redes.
O Olaria não se abateu. Roberto Pinto foi à frente e as constantes deslocações de Osni, permitiram boas penetrações de Marco Antônio pela direita e de Luís Carlos pela esquerda.
Luís Carlos, aos 17 minutos, recebeu livre na área e chutou fraco, acertando a trave. Dois minutos depois foi a vez de Altivo. Bateu uma falta de fora da área e Ubirajara fez uma defesa milagrosa.
Aos 25 minutos, Olaria chegou ao empate. Roberto Pinto aproveitou a falha da defesa do rubro-anil para marcar o gol. Logo após o gol, o zagueiro Dutra reclamou falta na jogada que resultou no gol e acabou expulso. Assim, Oberdã passou para a zaga e o ataque do Bonsuça perdeu poder ofensivo.
No segundo tempo, o jogo ficou equilibrado até aos 20 minutos, com boas oportunidades de gol de ambos os lados. Osni, aos 10 minutos, em condições de marcar e Ubirajara mandou para escanteio.
O técnico do Olaria, Jair da Rosa Pinto fez duas alterações: saindo Luís Carlos Feijão e Fernando Pirulito para as entradas de Humberto e Afonsinho, respectivamente.
A partir daí o clube da Rua Bariri cresceu de produção e começou a pressionar. Aos 40 minutos, novamente o zagueiro Altivo chutou no travessão, ao cobrar uma falta de fora da área.
OLARIA A.C. | 2 | X | 1 | BONSUCESSO F.C. |
LOCAL | Estádio General Severiano, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio. (RJ) |
CARÁTER | 2ª rodada do Campeonato Carioca de 1971 |
DATA | Domingo, do dia 14 de Março de 1971 |
HORÁRIO | 17 horas e 45 minutos |
RENDA | Cr$ 925,00 |
PÚBLICO | 169 pagantes |
ÁRBITRO | José Teixeira de Carvalho |
AUXILIAR | Mário Leite dos Santos e Edelmar Freire |
CARTÃO VERMELHO | Dutra (Bonsucesso) |
OLARIA | Pedro Paulo; Haroldo, Miguel, Altivo e Alfinête; Fernando Pirulito (Afonsinho) e Roberto Pinto; Marco Antônio, Osni, Luís Carlos Feijão (Humberto) e Salvador. Técnico: Jair da Rosa Pinto |
BONSUCESSO | Ubirajara; Natal, Dutra, Jurandir e Romero; Oberdã e Gibira; Moreira, Jair Pereira, Luís Henrique e Rodrigues. Técnico: Alfredo Abraão |
GOLS | Jair Pereira aos nove minutos (Bonsucesso); Roberto Pinto aos 25 minutos (Olaria), no 1º tempo. Ubirajara, contra, aos 43 minutos (Olaria), no 2º Tempo. |
FOTO: Acervo de José Leôncio Carvalho
FONTE: Jornal dos Sports
O Rodoviário Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de Volta Redonda (RJ). O “Alvianil Volta-redondense” foi Fundado na quinta-feira, do dia 1º de Outubro de 1942.
Foi figurinha carimbada no Campeonato Citadidino de Volta Redonda, onde alcançou o seu auge na década de 50, quando faturou o pentacampeonato nos anos de 1954, 1955, 1956, 1957 e 1958.
Porém, no começo de setembro de 1961, o declínio se acentuou após o contrato que mantinha com o Guarani Esporte Clube para utilizar a Praça de Esportes General Sylvio Raulino de Oliveira (que nesse ano foram instalados os refletores e também os alambrados) para jogos e treinos, não foi renovado.
Com isso, o clube Pentacampeão citadino, sob a presidência do Sr. Neri Miglioli ficou sem local para se preparar o seu elenco. A partir daí, o dirigente buscou junto as autoridades de Volta Redonda, conseguir um terreno para construir a sua Praça de Esportes. No entanto, no ano seguinte conseguiu um campo no município vizinho: Barra Mansa. Mais precisamente no estádio da Associação Atlética Goiabal.
Porém, o Rodoviário tentou seguir disputando o Campeonato Citadino de Volta Redonda, o que gerou descontentamento da Liga Desportiva de Volta Redonda (LDVR) e dos clubes da cidade do Aço. Após pressão, a LDVR não aceitou e o Rodoviário não disputou o certame.
FONTES: Última Hora (RJ) – Livro “Varandão da Saudade”, do autor Sérgio Luiz – pesquisador, Gil Bracarense Leite
O resgate dessa preciosidade é mérito exclusivo do pesquisador e historiador paraense Itamar Gaudêncio, um apaixonado pelo futebol paraense que conseguiu o estatuto do primeiro clube a praticar futebol no estado do Pará.
O Sport Club do Pará foi uma agremiação da cidade de Belém (PA). Após a reunião em Assembléia geral, ocorrida às 19 horas, no Club Internacional ao Largo da Pólvora, no canto da Estrada de São Jeronymo, um grupo de rapazes da elite paraense ajudaram a Fundar na sexta-feira, do dia 25 de Setembro de 1896, o Sport Club do Pará, ou simplesmente “Sport Club“.
Encabeçaram a mesa dessa assembléia os senhores Pedro Suarez, Vasco da Gama Abreu e Gregório da Costa. A principal ideal era a pratica da educação física, pelo cultivo dos esportes em geral.
A Sede da agremiação Rubra ficava na Estrada (depois virou Avenida) Nazareth, s/n, no Bairro de Nazaré, na Zona Centro-Sul de Belém. Os grandes eventos eram realizados no majestoso Salão Rio Branco, muito conceituado na época.
O jornal ‘Folha do Norte’ assim descreveu a Sede do Sport Club: “Tivemos o prazer de visitar o edifício onde funciona o Sport Club do Pará, esplendidamente instalada. O edifício e as suas dependências forram o mais harmonioso e conveniente conjunto, onde pode proporcionar uma variedade e utilidade das diversões. Ali tudo está larga e propiciamente disposto para toda a sorte de esportes: amplas e confortáveis salas e dilatados parques“.
Sport Club foi o pioneiro do futebol no estado
Foi o 1º clube para a prática do futebol no estado. Também se destacou na prática do remo, uma das grandes potências náuticas da época, onde venceu diversas regatas realizadas às margens da baia do Guajará. Também pratica o Basquete, Ciclismo, Tiro ao Alvo, Tiro aos Pratos, Bilhar, entre outras modalidades esportivas.
Em 1898, o Sport Club do Pará foi o pioneiro na prática do esporte bretão, despertando assim o interesse pelo futebol em Belém. Os primeiros jogos aconteciam no Largo de São Brás, que depois chamado Praça Floriano Peixoto na Planta de Sidrim (1905), limitava-se ao norte pela Estrada de São Jerônimo (hoje Governador José Malcher); ao sul pela Estrada da Constituição, mudada para Avenida Gentil Bittencourt; ao leste, pela Barão de Mamoré; e, ao oeste, pela Travessa José Bonifácio.
Esse gigantesco logradouro público, com área estimada de 240.000m² (medições tomadas pela régua do Google Earth), só começaria a ser ocupado com a construção do Mercado Renascença entre 1910 e 1911, por Felinto Santoro, também concessionário pela firma Santoro da Costa & C.
Clube do Remo nasce por dissidentes do Sport Club do Pará
No ano de 1905, uma série de desentendimentos entre os integrantes do Sport Club do Pará, momentos antes da realização de uma regata, decretou a saída dos atletas: Eduardo Cruz, Eugênio Soares, José Henrique Danin, Narciso Borges, Raul Engelhard, Vasco Abreu e Victor Engelhard.
Os sete rapazes logo tiveram a ideia de criar uma nova agremiação, onde pudessem praticar as suas atividades. Aos poucos, o pequeno grupo contou com o apoio de outros desportistas para alcançar o seu objetivo. No dia 5 de fevereiro de 1905 fundou-se o Grupo do Remo (atual: Clube do Remo).
Sport Club ajuda a fundar a 1ª Liga de futebol, em 1906
Na Sede do Sport Club Pará, na noite da segunda-feira, do dia 19 de novembro de 1906, os representantes de várias associações esportivas com a finalidade de darem andamento à ideia da criação da instituição denominada: Pará Futebol Liga, para a disputa do 1º campeonato no estado. As agremiações que se filiaram foram: Pará Football Club – Pará Club – Sport Club Time – Club Recreativo – Brazil Club – Club Sport – Internacional Football Club.
Na quarta-feira, do dia 05 de dezembro de 1906, estiveram presentes na Sede do Sport Club Pará, todas sociedades de futebol de Belém, a fim de tratarem da fundação da Liga e da realização do campeonato. Estiveram presentes os delegados do Pará Football Club – Sport Football Club – Pará Club – Belém Club – Club Recreativo – Brazil Club – Club Sport.
Sport Club do Pará ficou com o Vice-campeonato Paraense de 1908
O Campeonato Paraense de Futebol de 1908 foi a 1ª edição da divisão principal do campeonato estadual do Pará. A competição foi promovida pela Pará Futebol Liga, fundada em 19 de agosto de 1908.
O campeão foi a União Sportiva que conquistou a Taça Estado do Pará, enquanto o Sport Club do Pará, o vice-campeonato. A competição foi disputado em turno único, com início no dia 7 de setembro de 1908 e término no dia 21 de março de 1909.
A competição contou com a participação de seis clubes, todos da cidade de Belém: Belém Club – Belém Foot-Ball Club – Pará Club – Sport Club do Pará – Sporting Foot-Ball Club – Associação Athletica União Sportiva.
Em 24 de fevereiro de 1897, às 20 horas, foi realizada uma Assembléia geral no Club Internacional para definir se os diretores aprovariam uma fusão com o Sport Club do Pará.
Por pouco Sport Club do Pará e Clube do Remo não fundiram
Na quarta-feira, do dia 27 de Abril de 1927, o ‘Estado do Pará’ noticiou que o Sport Club do Pará e o Clube do Remo estariam negociando para realizar uma fusão. Na segunda-feira, do dia 09 de Maio de 1927, ocorreu uma Assembléia geral para definir a fusão! Contudo, o clima foi tenso e teve rigoroso policiamento na sede do clube.
O motivo foi um mandado expedido pelo juiz, que impedia a entrada dos sócios no clube. Após idas e vindas, a fusão acabou não havendo acordo e cada agremiação seguiu o seu rumo.
FONTES: Estatuto do clube – Wikipédia – Folha do Norte (PA) – Estado do Pará – O Liberal – O Imparcial (MA) – Livro ‘História do Clube do Remo – 1905-1969’, de Ernesto Cruz – Revista Fon Fon – pesquisador e historiador paraense Itamar Gaudêncio
O Transviário Sport Club foi uma agremiação da cidade de Belém (PA). O “Grêmio Tricolor ou Grêmio Elétrico” foi Fundado na terça-feira, do dia 05 de Maio de 1936, por funcionários da extinta Pará Elétrica (empresa paraense que cuidava dos bondes). As cores escolhidas foram o vermelho, preto e branco.
A sua 1ª Sede ficava localizado na Travessa Três de Maio, nº 212, na bairro de Fátima, em Belém do Pará. Posteriormente se mudou para a Praça Floriano Peixoto, nº 890, no bairro de São Brás, em Belém.
Em 1938, o clube se filiou a Associação Paraense de Foot-Ball (APF). Pelo que foi encontrado, o Transviário participou de nove edições do Campeonato Paraense da 1ª Divisão: 1938, 1939, 1940, 1941, 1942, 1943, 1944 e 1945, na era do amadorismo e 1945 e 1947, na era do profissionalismo.
Em 1947, com a falência da Pará Elétrica, o clube ficou a míngua, passando por grave crise. A estrutura do clube foi abalada, e o time praticamente deixou de existir, porém, oficiais da Aeronáutica, compadecendo-se da situação, resolveram continuar treinando o clube, para o restante do campeonato daquele ano.
Time base de 1938: José; Purifica e Aristeu; Melo, Teteco e Serra II; Pedro, Mota, Cabeça e Cará; Moacir e Pereira.
Time base de 1947: Bocage; Rodrigues e Loi; Humberto, Veiga e Areias; Pinheirense, Tatá, Panela, Mindó e Geraldo (Negrito).
Acervo do estatuto: Professor, historiador e pesquisador, Itamar Gaudêncio
FONTES: Folha do Norte – Jornal O Liberal – Livro Parazão Centenário
Tetracampeão Alagoano (1955, 1956, 1957 e 1958)
A Revista do Esporte assim descreveu o grande feito: “Pela quarta vez consecutiva o Centro Esportivo Alagoano (CSA) sagrou-se campeão de seu Estado. Integrado de elementos que possuem bom futebol (e sendo o clube onde Dida se iniciou), o tetra das Alagoas mais e mais aumenta a sua legião de aficionados”.
A foto (abaixo) nos mostra a equipe do Centro que tem a seguinte constituição: Em pé, da esquerda para direita – Bandeira, Masso, Paulo Santos, Nazareno, Bolendo e Moura;
Agachados, da esquerda para direita – Clóvis, Perereca, Santos, Tonho e Ítalo.
FONTE: Revista do Esporte (RJ)
O Caxias Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Joinville (SC). A Sede e o Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho, o “Ernestão” (capacidade para 5 mil pessoas) estão localizados na Rua Coronel Francisco Gomes, nº 1.000, no Bairro Bucarein, em Joinville (SC). A sua mascote é o Pingüim.
O “Gualicho Alvinegro” foi Fundado na terça-feira, do dia 12 de Outubro de 1920, por vários simpatizantes de um esporte que então ainda dava seus primeiros passos na Manchester Catarinense. Vários clubes se iniciavam na nova arte, sendo o mais proeminente o América Futebol Clube, fundado seis anos antes.
Entre os pequenos de então se encontravam o Vampiro e o Teutônia. Seus adeptos resolveram juntar forças para fundar uma agremiação maior. Reunidos na propriedade dos Marquardt, na esquina das ruas São Pedro (atual Ministro Calógeras) e São Paulo, Antônio Vian, Armandos Paul, Edgar Schneider, Felipe Zattar, Genoviano Rodrigues, Jaser Vieira, Joaquim das Neves, João Lorenzi, Osvaldo Marquardt, Paulo Kock e Rigoletto Conti fizeram surgir o Caxias Futebol Clube, nome dado em homenagem ao Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro.
As cores escolhidas foram o branco do Teutônia e o preto do Vampiro. Surgia assim um adversário à altura do alvirrubro. Seu 1º presidente foi Osvaldo Marquardt. O primeiro prélio registrado entre aqueles que se tornariam os maiores rivais do futebol joinvilense se deu no campo do América, então situado na Rua do Mercado (atual Av. Procópio Gomes), esquina com a atual Rua Padre Kolb, onde hoje está o SENAI.
Foi disputado no domingo, do dia 6 de março de 1921, como parte das festas pelo 70º aniversário da cidade. E o alvinegro ganhou por 2 a 1. Marcaram Afonso Kruger e Waldemar Moreira para o Caxias, descontando Alfredinho Zattar para o América. O time do primeiro clássico foi: Paschoa, Camarão, Braga, Mané Gaspar, Paulo Koch, Joaquim da Neves, Carlos Butschardt, Afonso Kruger, Carlos Lopes, Candinho e Waldemar Moreira.
Abaixo um breve resumo da história do clube entre as década de 30 a 50:
No domingo, do dia 16 de Abril de 1933, o Caxias inaugurava seu Estádio. Depois de ocupar o antigo campo do Vampiro (que ficava na atual Rua Orestes Guimarães, onde hoje se encontra a Fiação Joinvilense) e um terreno emprestado, na Rua Imaruhy (atual Henrique Meyer, onde hoje está o Hotel Tannenhoff), o Caxias resolveu investir na aquisição de uma área própria.
O local escolhido foi o terreno onde até hoje está o seu estádio, na Rua Coronel Francisco Gomes. Pertencia a Ernesto Schlemm Sobrinho, que o vendeu em condições extremamente favoráveis. O pagamento foi concluído somente em 1947.
A partida inaugural, foi contra o Coritiba (clube que aniversaria no mesmo dia do Caxias), com vitória alvinegra por 3 a 1. O 1º gol dessa peleja foi assinalada pelo atacante caxiense, Bananeiro.
A década de 30 foi uma época conturbada para o futebol catarinense. A Federação Catarinense de Desportos (FCD – nome da LSCDT a partir de 1927) sofria forte oposição por não estar conseguindo organizar as competições no estado. Em várias edições do torneio estadual não houve participação de equipes do interior e em outras ocorreram muitos protestos por favorecimento aos times de Florianópolis.
Assim outras associações de clubes foram formadas no Estado. A ACD, Associação Catarinense de Desportos, reunia os clubes do norte do Estado. Filiou-se à CBD (Confederação Brasileira de Desportos), credenciando-se a ser o representante catarinense no futebol brasileiro. O mesmo não ocorria com a FCD, que então não estava filiada à CBD. Comprovando a tese da representatividade da ACD, no Campeonato Brasileiro de Seleções o Estado de Santa Catarina foi representado por uma seleção formada apenas por jogadores de clubes filiados a essa Associação.
No Campeonato promovido pela ACD o Caxias foi o campeão, ficando o América com o segundo posto. A formação do alvinegro Campeão Estadual de 1935 era a seguinte: Otávio, Lauro, Reco, Onça, Emílio, Boca, Meyer, Marinheiro, Raul Schmidlin, Ata e Parucker.
Na década de 30 o Caxias dominou amplamente a cena no futebol de Joinville, conquistando todos os títulos da cidade de 1935 a 1939. No Estadual, foi Vice-campeão em 1937 (perdeu a final para o Figueirense por 2 a 1) e terceiro colocado em 1938 e 1939.
Foi marcada para o Caxias pelos Vice-campeonatos. Em 1941 perdeu a final para o Figueirense por 3 a 0. Em 1945 venceu o Avaí por 2 a 0 em Joinville. No jogo de volta a equipe azurra da capital venceu por 7 a 2 no tempo normal e por 2 a 0 na prorrogação.
No campeonato citadino, levantou os títulos de 1940, 1941, 1944,1945 e 1946. Além de não ganhar o campeonato da cidade desde 1946, o Caxias assistiu o arqui-rival ganhar dois títulos estaduais na década anterior. Os anos 50 começaram mantendo o que se desenhara em 1947 e 1948: o América foi o Campeão Estadual de 1951 e 1952, depois de ter ganhado os títulos citadinos.
Era preciso fazer alguma coisa. E a diretoria do Alvinegro montou um time invejável para o campeonato de 1953. Trouxe, entre outros, o consagrado Teixeirinha. Considerado o melhor jogador catarinense da época, Nildo Teixeira de Melo, o Teixeirinha, havia jogado em grandes clubes do futebol brasileiro, onde consolidou sua fama de grande craque barriga-verde.
Vice-campeão estadual de 1952 no Carlos Renaux de Brusque, chegou ao Caxias como a grande esperança de quebrar a hegemonia do América. E não decepcionou, sendo o grande nome do Caxias na temporada. Porém no último jogo do campeonato da cidade o Caxias precisava ganhar do América para levantar o título.
Quase conseguiu. Com um gol de Renê em completo impedimento, validado pelo árbitro Arthur Lange, ex-jogador do Caxias, o América chegou ao tri-campeonato. O estadual foi ganho pelo Carlos Renaux, com o rubro de Joinville ficando em segundo.
Para 1954 o Caxias juntou um elenco que acabou se transformando naquele que muitos consideram o melhor time do futebol catarinense de todos os tempos. Foi campeão invicto da cidade, com uma campanha incrível: 13 jogos (12 vitórias e 1 empate), marcando 39 gols e sofrendo apenas 8.
Vencida a competição doméstica, era preciso encarar o desafio de ganhar o Estadual, depois de quase 20 anos. A campanha foi igualmente impressionante:
Baependy 2 x 4 Caxias
Caxias 10 x 0 Baependy
Caxias 2 x 1 Carlos Renaux
Carlos Renaux 1 x 2 Caxias
Caxias 6 x 3 Ferroviário
Ferroviário 2 x 2 Caxias
Caxias 7 x 0 Ferroviário
O time base tinha: Puccini; Hélio e Ivo Meyer; Joel, Gungadin e Arno Hoppe; Euzébio, Didi, Juarez, Periquito e Vi.
O atacante Juarez foi o artilheiro do certame, com uma marca estupenda: 18 gols em 7 jogos. Juntamente com Vi (Leôncio Vieira, filho do legendário Cilo, campeão estadual em 1929) saiu do Caxias para jogar por muitos anos no Grêmio de Foolball Portoalegrense.
Ambos vestiram a camisa da Seleção Brasileira em torneios sul-americanos. Foram escolhidos pela torcida gremista para a o “Grêmio de todos os tempos”. Uma curiosidade: o Grêmio os queria imediatamente após o término do campeonato catarinense.
Estavam com as passagens marcadas para ir diretamente de Florianópolis para a capital gaúcha. Depois da goleada no jogo final, a torcida exigiu sua presença para a comemoração do título e ambos vieram a Joinville antes de embarcar para terras gaúchas.
FONTES: Site do clube- Blog Caxienses Fanáticos – Mercado Livre