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Sport Clube Internacional – Cuiabá (MT): uma participação do Estadual de 1989

O Sport Clube Internacional foi uma agremiação da cidade de Cuiabá (MT). O “Colorado Cuiabano” foi Fundado na segunda-feira, do dia 17 de Outubro de 1977. O seu CGC: 03.934.148/0001-91. A agremiação foi considerada Utilidade Pública, por meio da Lei Municipal nº 1.756 de 12 de Novembro de 1980 e, no ano seguinte, por meio da Lei Estadual nº 4.310 de Junho de 1981.

O “Colorado Cuiabano” obteve a sua melhor campanha em 1988, quando ficou com o Vice do Campeonato Mato-grossense da 2ª Divisão, perdendo o título para o Sinop Esporte Clube.

Acervo de Sérgio Santos

O Inter jogou pela primeira e única vez o Campeonato Mato-grossense da 1ª Divisão de 1989, que contou com a participação de 11 clubes: Associação Atlética Vasco da Gama (Tangará da Serra); Barra do Garças Futebol Clube (Barra do Garças); Cáceres Esporte Clube (Cáceres); Clube Esportivo Dom Bosco (Cuiabá); Clube Esportivo Operário (Várzea Grande); Esporte Clube Independente (Poxoréu); Grêmio Esportivo Jaciara (Jaciara); Mixto Esporte Clube (Cuiabá); Sinop Futebol Clube (Sinop) e União Esporte Clube (Rondonópolis).

FONTES: Rsssf Brasil – Sérgio Santos

Escudo raro de 1972: Comercial Esporte Clube – Poconé (MT)

O Comercial Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Poconé (MT). A sua Sede social ficava na Rua Salvador Marques, nº 282, no Centro de Poconé. O ‘Zebu do Norte’ foi Fundado na quafta-feira, do dia 03 de Maio de 1967, por fazendeiros liderados por Manoel Gomes de Arruda, conhecido como Neco Falcão. As suas cores são vermelho e branco.

Nascido em Poconé, no dia 20 de fevereiro de 1931, Neco era um farmacêutico e odontólogo, formado no Rio de Janeiro, que colaborou na fundação da Sociedade Beneficência Poconeana (Hospital Geral de Poconé).

Acervo de Sérgio Santos

Posteriormente foi Prefeito Municipal de Poconé em duas gestões: a 1ª de 1967 a 1970 e a 2ª de 1973 a 1977. Na sua primeira gestão como prefeito construiu o Estádio Manoel Gomes de Arruda. Neco Falcão morreu aos 80 anos, em 2011. A partida inaugural foi no dia 01 de março de 1970, na vitória do Comercial de Poconé por 5 a 2 sobre o Cacimba do Leite do Cuiabá.

Quatro anos depois o Comercial de Poconé inaugurou outro estádio. O Estádio Municipal Luiz Geraldo da Silva, conhecido como Geraldão, em Cáceres foi inaugurado no dia 06 de outubro de 1974, entre Seleção de Cáceres e Comercial de Poconé.

Após 40 anos longe do futebol profissional,  o Comercial de Poconé foi reativado. O clube vem se reestruturando para retornar futuramente as disputas profissionais, organizada pela Federação Matogrossense de Futebol (FMF).

COLABOROU: Sérgio Santos

FONTES & FOTO: Site Craques do Rádio (MT) – Olho no Esporte MT – Olhar Esportivo – Revista Placar – Craques do Rádio

Palmeiras Sport Club, de São João do Paraíso – Cambuci (RJ): Bicampeão Citadino em 1949 e 1959!

O Palmeiras Sport Club é uma agremiação do município de Cambuci (com uma população de 14.829 habitantes, segundo o censo do IBGE/2010), que fica a 295 km da capital do estado do Rio de Janeiro.

A Liga Cambuciense de Desportos (LCD), foi fundada no domingo, do dia 12 de Agosto de 1945. E, vinte dois dias depois o “Gigante Verde” foi Fundado na segunda-feira, do dia 03 de Setembro de 1945.

A sua Sede fica localizada Avenida Almeida Pereira, nº 27, em São João do Paraíso, 3º Distrito de Cambuci (RJ). A sua antiga Praça de Esportes ficava situada na Rua 5 de Julho, s/n em São João do Paraíso, 3º Distrito de Cambuci (RJ).

Títulos expressivos

Nas primeiras duas décadas, o Palmeiras faturou alguns títulos importantes: campeão do Campeonato Municipal de Cambuci, em 1949 e 1959; a conquista do Torneio Início Citadino de 1951 (realizado no domingo, do dia 5 de agosto, com a participação do vice-campeão Esporte Clube Suburbano, Floresta Atlético Clube, Paraíso Futebol Clube e Cruzeiro Futebol Clube); vice-campeão do Campeonato Municipal de Cambuci, em 1951; Taça Elvio Bacelar, em 1950.

EM PÉ (esquerda para a direita): Pedro Albino, Paulinho Lopes, Vavado, Artur Francisco, Carlinho Lopes, Aladir e Sr. José Gomes;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Júlio Cesar, Patinho, Luís Armando, Brandãozinho, Oswaldo e Oscar.

Foi campeão da 2ª Copa Vale do Paraíba de 1996. Campeão Invicto da Supercopa Hillo Noroeste Sub-23, em 2019. O último título aconteceu neste ano, quando o Palmeiras Sport Club faturou, de forma invicta, a Supercopa Noroeste de 2023.

A campanha foi de 12 jogos, com sete vitórias e cinco empates; marcando 26 gols, sofrendo oito e um saldo pomposo de 18 tentos. Além do título, a equipe comandada por Flávio Medina, teve o melhor ataque, a defesa menos vazada, o melhor goleiro (Douglas) e o craque do campeonato: o meia Alanzinho, camisa nº 18. O Elenco contou com 33 jogadores, em ordem alfabética:

Alanzinho, André, Breno, Caio, Carlinhos, Cavalini, Derlan, Douglas, Elias, Emerson Urso, Fael, Felipinho, Gabriel Capixaba, Gutinho, Henrique, Huga, Léo Itaperuna, Lekinho, Luan, Magnum, Maicon Piúma, Marcundinho, Marlinho, Mutante, Ruan, Talison, Tanque, Tatu, Valker, Vandinho, Victor Hugo, Vitão e Zé Vitor.

FONTES & FOTOS: Página do clube no Facebook – Jornal A Noite (RJ)   

Fotos raras de 1977: Esporte Clube Internacional – Alenquer (PA): disputou o Estadual de 1977

O Esporte Clube Internacional é uma agremiação do município de Alenquer (com uma população de 57.092 habitantes, segundo estimativa do IBGE/2020), que fica a 701 km da capital de Belém, no estado do Pará.

A sua Sede social (Foto abaixo) está localizada na Rua Visconde do Rio Branco (esquina com a Rua Tenente José Cardoso), s/n, no bairro Luanda, em Alenquer (PA).

O “Ximango Rubro-Negro” foi Fundado no sábado, do dia 10 de Março de 1956, por meio da insatisfação de alguns sócios do União Esportiva (Fundado em 1923), por não aceitarem certas burocracias daquela época, como por exemplo: não entrava no clube negro, pobre, filhos de mãe solteira, o próprio jogador, entre outras arbitrariedades.

Os fundadores foram os seguintes senhores: Gérson Melo (Telegrafista), Sr. Jacob Athias (proprietário da Olaria Iacy), Sr. Cyro Salomão, gerente da Casa Paysano, Sr. Juracy Cordeiro, Gerente da Casa Santo Antônio, José do Valle, funcionário do Fomento Agrícola, Sr. Juarez Amorim Rebello, Coletor federal, Sr. Benedicto Monteiro (escritor).

Responsável pelo Hino do clube

O escritor Benedicto Monteiro, nascido em Alenquer, em 29 de fevereiro de 1924, doou grande parte de sua Biblioteca particular para o Esporte Clube Internacional um caboclo bem sucedido financeiramente, dono de uma próspera sapataria no centro da cidade, que tentava ser aceito de todas as maneiras, inclusive oferecendo doações ao clube e não obtinha sucesso.

É claro que os fundadores do Internacional não deixaram e nem foram impedidos de frequentar a União Esportiva sempre que o desejassem. A reinauguração do Esporte Clube Internacional parece ter sido uma espécie de retaliação dos descontentes da União, ao mesmo tempo em que ganhavam a simpatia do povão, o que não seria ruim para quem ambicionasse eleger-se para cargos políticos.

É de autoria de Benedicto Monteiro o hino do Internacional, que caiu no gosto

dos alenquerenses popularizando-se de tal maneira, a ponto de transcender o clube deixando de ser sua exclusividade, passando a ser executado em todos os eventos que envolvam Alenquer, sendo um dos favoritos nas festas carnavalescas, independente do clube onde se realize, inclusive dentro do próprio União.

A letra do hino do Esporte Clube Internacional de Alenquer de seu autor diz:

Internacional

O povo de Alenquer te aclama.

És o ideal que a era do porvir reclama

Para construir a nossa grande sociedade,

Num clima de compreensão

Onde a separação seja só

Entre o bem e a maldade.

Nosso clube não separa

Rico, pobre ou doutor,

Nosso clube prestigia

O homem trabalhador,

Nosso Clube quer progresso

E harmonia social,

Nosso Clube é do povo

É o Internacional.

Estreia na elite do Paraense

O Inter de Alenquer debutou no Campeonato Paraense da Primeira Divisão de 1977. O clube estava no Grupo C, juntamente com o Comercial, Tuna Luso, Santarém e Altamira. Foram três derrotas (2 a 0 para o Santarém; 2 a 0 para o Tuna Luso; 1 a 0 para o Comercial) e um empate (1 a 1 com o Altamira), terminando na última posição da chave.

Inter de Alenquer foi para uma repescagem, mas novamente não teve êxito! Derrotas para Liberal Castro (2 a 1); Santarém (2 a 0) e Altamira (1 a 0) e a maior façanha: empate sem gols com o Club do Remo, que viria a conquistar o Paraense daquele ano.

FOTOS: página do clube no Facebook – Acervo de Marco André Araújo Pinheiro

FONTES: Museu da Cidade de Alenquer – Ruth Athias Mesquita – Jornal O Impacto (Santarém/PA) – Rsssf Brasil

Foto rara, de 1974: Sacramenta Esporte Clube – Belém do Pará

O Sacramenta Esporte Clube é uma agremiação da cidade de Belém (PA). A equipe Alviverde foi Fundado na segunda-feira, do dia 07 de Setembro de 1936. A sua Sede ficava situado na Avenida Senador Lemos (esquina com a Av. Dr. Freitas), nº 740 (atual: 4.316), no bairro Sacramenta, em Belém. A sua Praça de Esportes está localizado na Passagem Magalhães Ramo, nº 2-118, no bairro Pedreira, em Belém.

O time tem um título em sua história: foi campeão Paraense da Segunda Divisão em 1957. O Sacramenta participou dos Campeonatos Paraense da 1ª Divisão, em oito oportunidades: 1961, 1962, 1968, 1969, 1970, 1971, 1976 e 1977.

Após o rebaixamento no Campeonato Paraense da 1ª Divisão de 1977, o Sacramenta não conseguiu mais o acesso à Elite do Futebol do Pará. Com o tempo, optou pelo futebol amador, se dedicando as categorias de base e, recentemente, figurou positivamente no futebol feminino local.

FOTO: Acervo de Marco André Araújo Pinheiro

FONTES: Wikipédia – O Liberal (PA) – Rsssf Brasil

Escudo Raro: Vasco da Gama Esporte Clube – Tangará da Serra (MT)

O Vasco da Gama Esporte Clube é uma agremiação do município de Tangará da Serra (conta com uma população de 106. 434 habitantes), que fica a 240 km da capital (Cuiabá) do estado do Mato Grosso.

O “Vasquinho de Tangará” foi Fundado na sexta-feira, do dia 13 de Junho de 1980. A sua Sede fica localizada na Rua Doze (Esquina Com 17), s/n, no Jardim do Lago Tangará da Serra/MT.

Acervo de Sérgio Santos

O Vasco da Gama disputou o Campeonato Mato-Grossense da 1ª Divisão, organizado pela FMF (Federação Mato-grossense de Futebol) em três oportunidades: 1987, 1988 e 1989.

EM PÉ (esquerda para a direita):João Tubaina, Arielzo, Bezerra, Rosalvo, Magrão e Manezinho;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Merica, Nego Ju, Juarez Preto, Wilbun e Gilsinho.

COLABOROU: Sérgio Santos

FOTOS: site Diário da Serra (Sede) – Página no Facebook “Craques Do Rádio”  

FONTES: Wikipédia – Solutudo

Escudo inédito de 1995!! Cáceres Esporte Clube – Cáceres (MT)

O Cáceres Esporte Clube é uma agremiação do município de Cáceres (população de 94.861 habitantes), que fica a 214 km da capital (Cuiabá) do estado de Mato Grosso. Localizado na mesorregião Centro-Sul do estado e na microrregião do Alto Pantanal.

O “Crocodilo do Pantanal” ou “Gigante do Oeste” Foi Fundado na segunda-feira, do dia 10 de Janeiro de 1977. Suas cores são o azul e o branco. A equipe manda os seus jogos no Estádio Municipal Luiz Geraldo da Silva, o “Geraldão”, que possui capacidade para receber 6.500 mil pessoas.

EM PÉ (esquerda para a direita): Jacozinho, Ronaldo, João Mário, Lé e Ronaldo Silva;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Cícero, Miro, Valdecir, Ailton, Thinelo e Toty.

O Cáceres participou de 15 edições do Campeonato Mato-Grossense de Futebol, estreando ainda em 1977, e ausentou-se no ano seguinte. Voltou à ativa em 1979, entretanto o “Crocodilo do Pantanal” licenciar-se-ia novamente, agora entre 1980 e 1986.

Reativou o futebol profissional em 1987 e desde então, disputou outras 14 edições do campeonato, sem resultados expressivos. Problemas financeiros obrigaram a Federação Mato-Grossense de Futebol a punir o Cáceres em 2001, e o clube permaneceu inativo até 2008, quando disputou a Segunda Divisão estadual.

Em 2010, o Cáceres teve um desempenho fraco, onde sofreu 65 gols e marcou apenas 9, perdendo os 13 jogos que disputou – a maior derrota foi um 14 a 0 para o Sorriso Esporte Clube, em março do mesmo ano (terceira maior goleada na história do campeonato, empatada com Mixto x Tangará, em 2009).

Acervo de Sérgio Santos

Durante a campanha, o “Gigante do Oeste” chegou a recorrer a uniformes de clubes amadores, pois o uniforme oficial do “Crocodilo” havia sido retido por uma lavadeira. Tal como ocorreu em 2001, o Cáceres ameaçou ter a participação no Campeonato Matogrossense da Segunda Divisão barrada pela FMF, desta vez por “falta de competitividade“, mas a equipe não se inscreveu. Desde então, o “Crocodilo do Pantanal” permanece fora das competições profissionais.

Estádio Municipal Luiz Geraldo da Silva, o “Geraldão”, com capacidade para 6.500 mil pessoas

FOTO: Página no Facebook “Craques Do Rádio” (time posado) – Ronivon Barros (Estádio Geraldão)

COLABOROU: Sérgio Santos

FONTES: Wikipédia – Página do clube no Facebook

Escudo inédito: LEMC (Liga Esportiva Municipal Campograndense) – Campo Grande (MS): Existiu de 1938 a 1979!

LEMC – Liga Esportiva Municipal Campograndense

A LEMA (Liga Esportiva Municipal de Amadores) foi a entidade máxima da cidade de Campo Grande (MS). Fundado na terça-feira, do dia 30 de Agosto de 1938, nascia no Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul) a 1ª entidade com o intuito de organizar o futebol na cidade.

A partir de 1942, com a criação da Federação Mato-grossense de Desportos, passou a se chamar de LEMC (Liga Esportiva Municipal Campograndense), que durou 41 anos, marcados pelo sucesso do futebol na cidade de Campo Grande. Os primeiros clubes da cidade: Renner, Royal, Juventus e o Operário (único ainda em atividade), criados antes da LEMC.

LEMA – Liga Esportiva Municipal de Amadores

O 1º Congresso Esportivo

A cidade de Campo Grande sediu o I Congresso Esportivo, em setembro de 1963. Os dirigentes campo-grandenses se envolveram totalmente nos preparativos para o evento, afinal, além de ser a primeira vez que a cidade morena recebia um congresso de esportes, o presidente da Federação Nacional estaria em Campo Grande, no Centro Beneficente Português, local das atividades.

No dia 18 de setembro, que o Centro Português ficou lotado com os desportistas. Autoridades e importantes nomes do futebol estadual e nacional: representantes de cidades como Jardim, Corumbá, Três Lagoas, Dourados e Bela Vista.

O sucesso do evento foi tamanho que, no segundo dia de reunião, já havia sido marcado o II Congresso, que aconteceria em janeiro, dessa vez em Dourados. Discutiu-se também a realização dos campeonatos integrados. Era a profissionalização do esporte na região. O final do Congresso foi marcado por uma renovação nas esperanças dos participantes. Era a nova fase do futebol regional.
Entretanto, na primeira semana do mês de janeiro, tem-se a notícia, vinda de Cuiabá, através de um telegrama, que o Presidente e o Vice-Presidente da Federação haviam sido afastados por cometer irregularidades. A dúvida pairava na mente de todos.

Não se sabia ao certo se o verdadeiro motivo do afastamento era esse. Cogitava-se que a razão autêntica era o ciúme e o desejo de vingança pelo primeiro congresso ter sido realizado na região sul. Era o fim das esperanças e o retorno do distanciamento da capital com o futebol no sul. Mas a persistências dos dirigentes não parou por aí.

Nova Era

Em 1967, o Estado era marcado por um governo que, além de ter nascido no sul, preocupava-se com o esporte. A LEMC, formada por uma equipe homogênea, tinha como presidente Levy Dias. Foi no final da década de 60 que um grande sonho começa a ser idealizado: a construção de um estádio.

Possuir um estádio era uma questão de honra, pois os jogos aconteciam de forma amadora no Belmar Fidalgo. A idealização do estádio exigia empenho e dedicação em campanhas de sensibilização junto à população e ao governo.

O início da construção do Morenão veio trazer uma nova época para o futebol. Época de otimismo, de esperanças, de uma nova mentalidade no esporte estadual.
Os times escolhidos para inaugurar o Morenão, em 1971, Flamengo e Corinthians, abrilhantaram o evento, pois em Campo Grande só havia times amadores. O tão sonhado estádio começava a sediar campeonatos importantes.

Os primeiros times estaduais a se profissionalizarem foram o Operário Futebol Clube e o Esporte Clube Comercial, que passaram também a participar dos campeonatos nacionais.

Após a profissionalização dos clubes, todos os campeonatos foram vencidos pelos times de Campo Grande, mostrando a força e evolução conseguida depois de anos de batalhas.

A Diretoria da LEMC lutou e conseguiu o “Morenão“. Levy Dias, Elias Gadia, Alcídio Pimentel, José Borges de Barros, Nélson Borges de Barros, Cid Pinto Barbosa, Gilberto Santiago, Tenente Ubaldino, Mario Mendonça, Valdir Cardoso, Benedito Farias, José Sebastião da Silva, Manoel Guimarães, Alberto Neder, Waldir dos Santos, Júlio da Silva, e outros, realmente uma “seleção” que não podia perder. A LEMC (Liga Esportiva Municipal Campograndense), foi desativada no mês de novembro de 1979.

Acervo de Sérgio Santos

Nasce a Federação

Um grupo de trabalho deu início a uma série de reuniões sigilosas com a ideia de criar uma instituição, que seria a Federação para Mato Grosso do Sul. As reuniões eram realizadas, geralmente, em fundos dos quintais de algumas residências. Entre uma reunião e outra, surge a ideia de fazer um Estatuto para a futura Federação.

Em 1977, nasce o Estado de Mato Grosso do Sul, tendo Campo Grande como sua capital. E com isso, surge também a oportunidade de deslanchar a Federação.
Dentre muitas reuniões, uma realizada na residência do então presidente do Esporte Clube Comercial decidiu que a assembleia geral de fundação seria no dia 10 de dezembro.

A expectativa era grande. Já se passavam 40 anos de um trabalho árduo em prol do futebol e do esporte. Mesmo cansados, a esperança se renovava na mente e no coração de cada idealizador da Federação.

Entretanto, após saber de “estranhas” articulações com ligações esportivas locais, resolveu-se antecipar a data da assembleia para o dia 03 de dezembro. O edital de convocação que circulava nas redações e que foi publicado no dia seguinte causava surpresa tanto para a imprensa quanto para a população. O problema era saber a legalidade do fato, já que o governo de Mato Grosso do Sul só seria instalado no ano seguinte, em 1979.

Dois dias antes da assembleia, um telex ameaça punir as ligas e clubes que participarem do evento. Foi aí que se decidiu convocar uma nova reunião, desta vez na sede o Operário, onde se confirmou a realização da assembleia.
Chega o grande dia.

A sede do Clube Atlético Noroeste, onde foi realizada a assembleia, estava lotada. Como era esperada, a opinião geral foi favorável, não havia sido feita nenhuma objeção e, após, colher os votos, todos favoráveis, é declarada a fundação da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). Marcelo Miranda, que era o prefeito naquela época, estava presente, bem como presidentes das ligas de cidades do interior, representantes da Câmara Municipal, dirigentes de clubes, entre outros.

Um sonho estava sendo realizado e, ao contrário do que parecia, não era o fim de um trabalho, mas a continuação de uma luta que já vinha há quatro décadas. Aí o motivo das lágrimas e da alegria incessante.
Na segunda-feira, o Jornal Correio do Estado estampava a manchete: “Federação foi criada: o futebol liberta-se”.

A sede do Clube Atlético Noroeste Foi pequena para acolher os desportistas, mas tudo foi realizado dentro dos princípios da ordem e da democracia.

A Nossa Federação de Futebol Nasceu Livre

Apesar de mais uma tentativa de boicote do vitalício e inexpressivo interventor da Federação Mato-grossense de Desportos, foi criada no domingo, do dia 03 de dezembro de 1978, a Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul, que nasceu livre com o apoio de desportistas, de vereadores e do próprio prefeito Marcelo Miranda, que compareceu à reunião histórica para hipotecar o apoio da municipalidade e garantir que estará empunhando essa nova bandeira da liberdade esportiva sempre que necessário.

A assembleia foi iniciada às 9h15min., na sede do Clube Atlético Noroeste e reuniu representantes de 22 agremiações futebolísticas amadoras, três profissionais (Operário, Comercial e Sociedade Esportiva Industriaria) e cinco ligas municipais. Depois de criada a FFMS, aprovados os estatutos sociais, foi eleita a primeira diretoria provisória, tendo como presidente Heldir Paniago, ex-presidente do Operário.

O 1º presidente da FFMS seguiu para o Rio de Janeiro, levando a ata de criação da nova Federação bem como os estatutos para que sejam submetidos à apreciação da Confederação Brasileira de Desportos e do Conselho Nacional dos Desportos, para a homologação oficial. Coube a CBD e ao CND decidir, se a diretoria eleita seria apenas provisória ou se deverá ser mantida.

No sábado (09/12/78), na tentativa de mais um boicote, chegou a Campo Grande o interventor Carlos Orione, que se pretendia radicar-se no Mato Grosso do Sul após a divisão e continuar uma interventoria vitalícia. Ele, entretanto, foi mal sucedido em sua tentativa e embarcou novamente para Cuiabá. Sua presença em Campo Grande, inclusive, nem foi anotada pelos desportistas que criaram a FFMS.

Após a criação da nova federação, os estatutos sociais, elaborados com a orientação do jurista esportivo Valed Perry, foram aprovados por unanimidade, sem que houvesse discussão de cada um dos 90 parágrafos.

Em seguida, também por aclamação, foi eleita a 1ª diretoria (provisória ou não, cuja definição depende da CBD e CND) da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, tendo como presidente o desportista Heldir Ferrari Paniago, um dos responsáveis pelo movimento que originou na criação da nova entidade.

Exatamente às 10h12min., após o uso da palavra do ex-jogador e ex-técnico Arlindo Caldas, o presidente de mesa, coronel Paulo Américo dos Reis, declarava criada a FFMS. Todos os desportistas presentes à assembleia geral, emocionados, se levantaram e bateram palmas.

Alguns se abraçavam; outros, como o secretário da mesa e integrante do movimento, Cid Pinto Barbosa, não se conteve e chorou. “Tinha que me emocionar. Afinal conseguimos realizar um sonho, apesar de terem existido alguns camaradas (entre os quais Orione) que procuraram bagunçar nosso trabalho, em elaboração há um ano“, disse Cid.

Após ser declarada criada a nova federação, houve uma pausa de meia hora. A última etapa da assembleia geral foi à aprovação dos estatutos sociais e eleição da primeira diretoria. Por proposição do presidente da Liga Esportiva Corumbaense, Ubiratan de Campos, os estatutos foram aprovados por unanimidade sem que houvesse a necessidade de se discutir parágrafo.

Em seguida, foram apresentadas duas chapas para concorrer à primeira diretoria – um dos amadores e outra dos clubes profissionais de Campo Grande -, ambas, porém, iguais. Por isso, não foi necessário o voto secreto e o presidente Heldir Paniago foi eleito por aclamação.

O prefeito Marcelo Miranda assistiu a assembleia geral, permanecendo no recinto até a criação da FFMS, dando seu apoio à iniciativa dos desportistas do Sul. Marcelo fez parte da mesa, que esteve composta ainda pelas seguintes pessoas: Paulo Américo dos Reis (escolhido para presidente por dirigir o Operário, clube mais antigo de Campo Grande), Cid Pinto Barbosa (secretário), Waldir Cardoso (representando a Câmara Municipal), Ubiratan de Campos (Liga de Corumbá), Jamil de Campos Aum (Liga de Dourados), Neide Castilho (Liga de Coxim), Maurício Duailibi (Liga de Camapuã), Felisberto D’Ávila Neto (SEI), Albino Coimbra (Comercial), José Carlos da Silva (Internacional) e Sebastião Sérgio de Melo (Coríntians).

Primeira Diretoria da FFMS

A 1ª Diretoria eleita é composta dos seguintes desportistas:

Presidente – Heldir Ferrari Paniago;

1º vice-presidente – Alfredo Zamlutti Júnior (de Corumbá);

2º vice-presidente – Jamil de Campos Aum (de Dourados);

Conselho Fiscal – Nagib Ouríveis, Júlio da Silva e José Borges de Barros, efetivos, e Hilton Cassiano (Aquidauana), Edmundo da Costa Neto e Haroldo Nascimento Silva, suplentes.

A federação vai funcionar, provisoriamente, nas dependências do Clube Atlético Noroeste. As cores de sua bandeira são as mesmas do Mato Grosso do Sul, tendo ao centro um triângulo com as iniciais FFMS.

COLABOROU: Sérgio Santos

FONTES: Jornal Correio do Estado (ANO XXV – 04 de Dezembro de 1978) – O Estado de Mato Grosso (MT) – Sport Illustrado