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Escudo e uniforme de 1910: Sport Club Rio Grande – Rio Grande (RS)

Por Sérgio Mello

O Sport Club Rio Grande é uma agremiação do município do Rio Grande, situado no litoral sul do estado do Rio Grande do Sul. A localidade, segundo a estimativa do censo do IBGE de 2021, conta com uma população de 191.900 habitantes. Fica a 317 km da capital de Porto Alegre.

O “Vovô” foi Fundado na quinta-feira, do dia 19 de julho de 1900, por Alfredo Kladt, Amadeu Schmidt, Arthur Cecil Lawson, Boje Schmidt, Carlos Bornhorst Filho, Gustavo Poock Júnior, Henrique Buhle, J. Minnemann, Manoel E. Castro, Max Bornhorst, Oscar Schmidt e R. Kladt. As suas cores são o verde, vermelho e amarelo, em referência à bandeira do estado do Rio Grande do Sul.

O 1º Presidente foi o Sr. Rodolpho Dieticker, que governou por quatro mandatos (1900, 1901, 1903 e 1903). A sua Sede fica localizada na Rua General Bacelar, nº 197, no Centro do Rio Grande/RS. Já o Centro Esportivo Denis Lawson (Estádio Arthur Lawson) fica na Avenida Itália, nº 1.815, na Vila Trevo, no Rio Grande/RS

S.C. Rio Grande: O clube mais antigo do Brasil!

O clube foi registrado na Confederação Brasileira de Desportos (CBD), o clube de futebol mais antigo do Brasil, em 22 de julho de 1975, o Almirante Heleno Nunes enviou o Ofício nº PRE(SAD) 7111, confirmado pelo Ofício PRE(SAD) 7281, com o seguinte teor:

Em adiantamento ao nosso Ofício 7111 de 22 do corrente, informamos V.S. ter sido anotado, nos registros da Confederação Brasileira de Desportos, que o Sport Club Rio Grande é o clube de futebol mais antigo do Brasil. Por outro lado, comunicamos que foram arquivados todos os documentos enviados por V.S. comprovando o fato.”

Em 28 de Julho de 1975, a Extinta Confederação Brasileira de Desportos (CBD), sucedida pela atual CBF, envia Oficio Pré (SAD) nº 7281, informando que o clube foi anotado como clube de futebol MAIS ANTIGO DO BRASIL, assinado pelo Pres. Heleno de Barros Nunes e Pres. Do S. C. Rio Grande Jorge Numa.

Outra marca importante: o clube foi considerado de Utilidade Pública Municipal pela Lei nº 1.979, de 25/11/1968 e considerado Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul pela Lei 12.225, de 05/01/2005.

Estádio das Oliveiras e Arthur Lawson

No domingo, do dia 20 de Novembro de 1904 o Sport Club Rio Grande adquire da Intendência Municipal, por concorrência pública, no valor de Cr$ 1.200,00 (mil e duzentos), um terreno para construir a Praça de Esportes localizada na Av. Buarque de Macedo.

Presidido por Arthur C. Lawson, no domingo, do dia 03 de Julho de 1910, foi construído o 1º Pavilhão Social do futuro Estádio, na ocasião foi disputado um jogo inaugural, onde o S. C. Rio Grande venceu o Sport Club Pelotas pelo placar de 3 a 2.

Em 1911, foi concluída a construção do Estádio das Oliveiras. As instalações originais do 1º Pavilhão Social do Estádio foram destruídas num grande incêndio, sinistro datado na quinta-feira, do dia 13 de setembro de 1934.

O 2º Pavilhão foi então erguido, e teve inauguração na segunda-feira, do dia 19 de julho de 1948, em ato cerimonial comemorativo alusivo aos 48 anos de existência do Clube, que na ocasião era presidido pelo Sr. Ernani R. Lages.

O ​Estádio Arthur Lawson, com Capacidade para 4.661 pessoas, foi inaugurado no sábado, do dia 31 de Agosto de 1985, na derrota para o Grêmio Santanense por 5 a 2. O técnico foi o ex-atacante Nandinho. O árbitro da FGF foi o riograndino Aimoré Silva.

Primeiro gol do estádio, jogador do Grêmio Santanense João Pedro. O 1º gol do S.C.R.G., foi assinalado por Baltazar. Era presidente Nelton V.P. Feijó. Jogo válido pelo Campeonato Gaúcho da 3ª Divisão de 1985.

História da fundação do S.C. Rio Grande

Os primeiros movimentos que redundaram na fundação do clube, começam no final do século retrasado e alvorecer do século passado, eis os fatos: A humanidade vivia em clima de paz e de otimismo na velha Europa, uma espécie de coexistência pacifica entre as três potências econômicas da época: Alemanha, Inglaterra e França.

Havia muita euforia no mundo, com a expansão acelerada da economia e com novas descobertas. Germinavam novas ideias e novos ideais, no campo do direito, na economia e na sociologia.

Os três gigantes dividiam um mercado próspero e ávido em todos os continentes. O Brasil tinha 11 anos de república e seus portos se agitavam em comércio intenso com o exterior. A cidade de Rio Grande, berço da civilização Rio Grandense, estrategicamente situada no extremo meridional do Estado do Rio Grande do Sul era inebriada por intensa atividade portuária e fabril.

Falava-se em pé de igualdade, o Alemão, o Francês e o Inglês com a Língua Portuguesa. A Sociedade local, era cosmopolita e isto influência as artes, as letras e a cultura em modo geral. As maiores companhias teatrais da época, tinham passagem obrigatória em Rio Grande, oriundas do velho continente. Os clubes fechados, reuniam os nacionais de cada país.

Surgiram clubes Alemães, Ingleses, como os tradicionais Clube do Comércio e Clube de Regatas Rio Grande. O “Sport” na Europa surgiria numa modalidade viril que vinha se tornando o encanto da juventude. Era o “Foot Ball”, disputa que exigia muita coragem dos competidores. A notícia chegou rápida, e nesse ambiente, um grupo de jovens de 20 a 25 anos, resolveram se reunir para organizar um Clube esportivo que viesse a difundir no solo Pátrio, a atraente modalidade.

Foi quando o jovem alemão JOHANNES CHRISTIAN MORITZ MINNEMANN nascido em Hamburgo em 17 de julho de 1875, reuniu alemães, ingleses, portugueses e brasileiros, com o fito de fundar um Clube, nos escritórios da extinta firma THONSEN & Cia., JOHANES MINNEMANN, além de fundador, foi orador, secretário, guarda esportes e atleta, e conseguiu projetar e realizar a fundação do Sport Club Rio Grande.

Ele estava a pouco tempo no Brasil e ainda dominava muito mal o vernáculo. Como secretário do grupo fundador, ajudou a redigir os documentos iniciais no mais puro alemão. Razão pela qual os registros da fundação do Clube estão escritos neste idioma, em caracteres góticos.

O entusiasmo de Minnemman era contagiante. Assim programada a reunião inicial marcada para o sábado, do dia 14 de Julho de 1900, com início às 20h30min., sendo escolhido o local da “Casa dos Atiradores” também conhecido pelo nome germânico de “Tiro Alemão“.

A convocação era também para um “match”, que seria realizada na mesma manhã, entre às 9 e 10h30min., com a participação das equipes A e B. Prova-se assim, com este documento oficial, que já se praticava o esporte bretão, nos campos da cidade do Rio Grande.

Entretanto não foi ainda no dia 14 de Julho de 1900, a lavratura da ata de fundação. Foi marcada então nova data. Seria uma terça-feira, dia 17 de julho, na sede do Clube Germânia, no prédio situado a rua Benjamim Constant esquina Conde de Porto Alegre, atualmente mais recentemente conhecida como ‘Sociedade Cruzeiro do Sul’, alteração sofrida em 1952, ao reabrir suas portas, fechadas com a eclosão da II Guerra Mundial em 1943.

O Clube Germânia, fundado em 1863, era á época, uma sociedade chamada fechada, privada a alta sociedade Alemã e aos seus familiares. Assim na noite de 17 de Julho de 1900, houve um protesto de um dos associados, que não concordava com a concessão da Sede para realização de uma reunião que também congregava elementos de outras raças.

Foi preciso um esforço intenso dos interessados de nacionalidade alemã para a realização da reunião no sentido de contornar o impasse, sendo finalmente a mesma sido realizada na quinta-feira, do dia 19 de julho de 1900, no referido Clube Germânia, quando foi fundado o Sport Club Rio Grande.

Dessa reunião existe até hoje o texto do discurso pronunciado por Johannes Minnemann, em língua alemã. Estavam presentes à reunião, os cidadãos de diversas nacionalidades, que assinaram a Ata de Fundação:

R. Schwamerkurg     –     R. Kladt     –     R. Dietiker     –     S. W. Robinson     –     M. E. Castro     –     R. BernittO. Bernitt     –     N. Benz     –     E. Kunz     –     C. Nieckels     –     F. Reimar     –     H. Volkers     –     G. KladtM. Bornhorst     –     E. Lohmann     –     J.C.M. Minnermann     –     Walter Gerdau     –     Boje SchmidtArthur Cecil Lawson     –     William R. Ashlin     –     Henrique Buhle     –     O. Bernitt.

Cores do clube

Na sexta-feira, do dia 12 de julho de 1901, foi realizado uma Assembleia Geral, ficando na ocasião estabelecido, que as cores do clube seriam as mesmas da Bandeira Rio-grandense: verde, vermelho e amarelo.

Diga-se de passagem, que a história do futebol está intimamente a pessoa de Charles Miller, nascido em São Paulo, em 24 de Outubro de 1874. Estudou no Reino Unido, retornando ao Brasil em 18 de Fevereiro de 1894. Foi neste ano que introduziu a prática do futebol no seu clube, São Paulo Athletic Club, que tinha como principal atração o “Cricket“.


Os pioneiros do futebol nacional

1894São Paulo Athletic Club – São Paulo (Clube de “cricket” onde CHARLES MILLER, um de seus sócios, introduziu o futebol no Estado de São Paulo. O Clube fechou o futebol no início do século, voltando às atividades sociais e esportivas, para as quais foi fundado).
1898A.A. Mackenzie College – São Paulo (departamento de futebol extinto).
1899Sport Club Internacional – São Paulo (extinto).
1899S.C. Germânia – São Paulo (departamento de futebol extinto).
1900Sport Club Rio Grande – Rio Grande/RS (Clube de Futebol Mais Antigo em Atividade inimterrupta, fundado em 19/07/1900).
1900Associação Atlética Ponte Preta – Campinas/SP (fundado em 11/08/1900).
190214 de Julho – Santana do Livramento/RS (fundado em 14/07/1902).
1902Fluminense Foot Ball Club – Rio Janeiro/RJ (fundado em 21/07/1900).
1903Esporte Clube Vitória – Salvador/BA (fundado em 13/09/1903).
1903Grêmio Foot Ball Porto Alegrense – Porto Alegre/RS (fundado em 15/09/1903).

Curiosamente dos Precursores, restaram como Mais Antigo, o nosso Sport Club Rio Grande de 19/07/1900 e como segundo mais antigo a Ponte Preta, fundada em Agosto do mesmo ano. Os demais foram tragados pelo tempo ou retornaram a suas atividades esportivas iniciais, embora tenham sido fundados anteriormente.

1º jogo do Sport Club Rio Grande

​A primeira partida contra equipes externas, foi no ano da fundação, contra os marinheiros do navio inglês “NYMPH” que visitava a cidade. Terminou em empate de 2 a 2 . Na época, o Sport Club Rio Grande, possuía duas equipes, “A” e “B“.

TIME “A”: Artur Lawson, Barthgen, A. Kladt, Schimidt, Bonhorst, Buhle, Poock, Trail, Robinson, Minnemmann e Legeren

TIME “B”: G. Kladt, R. Bernitt, Stewart, Benz, Dietiker, R. Kladt, Gerdau, Darlsy, Volckers, Ernst e Castro.

​Primeiros jogos internacionais

A partir daí, passou a fazer diversas apresentações pelo estado do Rio Grande do Sul. Em 1901 lançou o futebol em Pelotas/RS, 1903 em Porto Alegre, em festividade memorável para os porto-alegrenses. Em 1906 foi fazer a sua demonstração na cidade de Bagé/RS.

Foi ainda o primeiro clube brasileiro, a realizar uma partida internacional, em 1910 contra o Clube Atlético Estudiantes, da Argentina e em 1911 contra a Seleção Uruguaia. Em 1912 contra o “scratch” Paulista. Em 1919, contra a Seleção Argentina.

Títulos em todas as divisões

​Em 2014, O Sport Club Rio Grande garantiu uma marca histórica no futebol gaúcho, com o título da Série B do Gauchão e é, juntamente com o Guarany Futebol Clube, da cidade de Bagé/RS, um dos únicos clubes do Rio Grande do Sul a conquistar o título de todas as Divisões estaduais, triunfando na Primeira Divisão em 1936, a Segunda Divisão em 1962 e a Terceira Divisão em 2014.

Atletas Riograndinos destaques que passaram pelo Clube:

Fruto – Atleta símbolo do Clube.

Scala e Neca – Ambos integrantes da Seleção Brasileira.

Alcindo Martha de Freitas (O Alcindo)Seleção Brasileira de 1966.

Toquinho, oriundo das categorias inferiores, brilhou no futebol paulista, Portuguesa de Desportos.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Moisés H G Cunha

FOTOS: Revista Trip (julho de 2003)

FONTES: Site do Sport Club Rio Grande – RAMOS, Miguel Glaser. SC Rio Grande – Centenário do futebol brasileiro. Rio Grande: Editora da FURG, 2000, 211 p. – Memorial JOHANNES CHRISTIAN MORITZ MINNEMAN – DACOSTA , LAMARTINE (ORG ). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CONFEF  2006 , Artgo: Futebol em Rio Grande-RS, por: Leonardo Trápaga Abib – Revista GOOOL nº 77 ano 2000/edição histórica; S.C. Rio Grande

Volante Atlético Clube – Fortaleza (CE): Uma participação na 1ª Divisão Cearense de 1950

Por Sérgio Mello

O Volante Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Fundado em Dezembro de 1930, por motoristas da Praça da cidadeAssociação dos Chanffeurs do Ceará“. A sua Sede na Rua Marechal Deodoro, s/n, no bairro Benfica, em Fortaleza/CE.

Disputou o Campeonato Cearense da Segunda Divisão em 1940 e 1941. Nesse período, o Volante teve algum sucesso na divisão de acesso, sendo considerado um dos conjuntos mais fortes.

A sua primeira e única participação na Elite do Futebol Cearense aconteceu em 1950, quando o Volante terminou na 8ª colocação. Nessa competição o clube já estava atuando nas cores em preto e branco.

Após realizarem sete jogos (nenhuma vitória, um empate e seis derrotas; sete gols pró, 20 gols contra e um saldo negativo de 13), Porangaba e Volante foram eliminados por falta de pagamento à federação e suas partidas foram anuladas.

A foto acima remete a partida, do dia 10/09/1950, na goleada sofrida para o Ceará pelo placar de 7 a 2.

Abaixo, as partidas realizadas pelo time dos motoristas:

3ª-feira – 15 de agostoGentilândia2X2Volante
6ª-feira – 15 de agostoFortaleza2X0Volante
Domingo – 10 de setembroCeará7X2Volante
Sábado – 23 de setembroNacional1X0Volante
Domingo – 08 de outubroAmérica3X2Volante
Sábado – 21 de outubroPorangaba3X1Volante
Sábado – 05 de novembroFerroviário2X0Volante
7 jogos e um ponto – nenhuma vitória, um empate e seis derrotas; sete gols pró, 20 gols contra e um saldo negativo de 13
Outro modelo do escudo da década de 40

FOTOS: Jornal Unitário – Acervo de Yan de Abreu

Colaborou: Yan de Abreu e Roberto Feitosa

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: Rsssf Brasil – diversos jornais cariocas e cearenses  

1º Escudo: União Bandeirante Futebol Clube – Bandeirantes (PR)

Primeiro distintivo

O União Bandeirante Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de Bandeirantes (uma população de 31.526 habitantes, segundo estimativa do IBGE de 2018), que fica a 381 km da capital do estado do Paraná.

O ‘Caçula Milionário’ foi Fundado no domingo, do dia 15 de Novembro de 1964, com o fim exclusivo de participar do Campeonato Paranaense de Futebol profissional. O 1º nome do clube foi denominado de Usina Bandeirante Futebol Clube, com a ideia de se propagar o nome da indústria dirigida pelos seus fundadores. Com a fusão com o Guarani, foi sugerido o nome de União.

A sua Sede social ficava na Rua Benedito Bernardes de Oliveira, nº 1.079, no Centro de Bandeirantes (PR). O Estádio Comendador Luís Meneghel, com Capacidade para 8 mil pessoas, estava situado na Rua Vicente Inácio Filho, s/n, na Vila Maria, em Bandeirantes/PR.

O crescimento do clube deve-se muito a chegada do campeão mundial de 58 Nilton De Sordi, contratado pelo presidente A. Meneghel nos anos 60 para a lateral-direita do União e atraindo multidões aos dias de jogos.

Nas décadas de 60 e 70, o União já mostrava sua força na revelação de jogadores. Os primeiros a se destacarem no futebol paranaense foi a dupla Paquito – atual auxiliar técnico do Coritiba – e Tião Abatiá.

Assim que foi montado o time profissional pelo competente técnico Pupo Gimenez em 1964, num dos últimos coletivos para estrear no campeonato da 1ª Divisão, um determinado repórter da Rádio Cabiúna se aproximou do saudoso Sr. Luís Meneghel que assistia ao treino junto ao alambrado e comentou:

Seu Luís, o senhor está gostando do time? Ao que nos consta, só falta o entrosamento para que o time fique perfeito!” … Imediatamente o Sr. Luís respondeu: – “Veja onde é que está esse jogador que vou pedir para o meu filho Antoninho comprá-lo!” … hehehe! Pelo visto, dinheiro na época não era problema!

EM PÉ (esquerda para a direita): Serafim, Orlando Maia, Geraldo Roncatto, Tião Macalé, Orlando e Pescuma;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Tião Abatiá, Paquito, Carlinhos, Charuto e Osvaldinho.

Cinco finais e todos terminou com o vice

Em 1966, o time do norte do estado perdeu o título do Paranaense para o Ferroviário, mas em compensação teve o artilheiro do campeonato Paquito com 13 gols.

Nos anos de 1969 e 1971, o União foi vice-campeão estadual perdendo o título para o Coritiba. Tião Abatiá marcou 19 gols no estadual de 71.
Em 1989 o União voltou a disputar a final do Campeonato Paranaense, mas perdeu novamente para o Coritiba, na 1ª partida 0 a 0 e no último jogo 2 a 0 para o Coxa no Couto Pereira.

Em 1992, o União nunca esteve tão perto de ser campeão, mas perdeu o título do estadual para o Londrina no Estádio do Café, no 2º jogo vencia por 2 a 0 quando o Tubarão conseguiu o empate e tirou a Taça do time de Bandeirantes.

Na história gloriosa do União da Vila Maria, não podemos deixar de citar o glorioso treinador Pupo Gimenes, que muito contribuiu na formação de talentos. Nos últimos anos, o União tem feito campanhas regulares nos estaduais, batendo na porta de acesso para a Série B do Brasileiro, e disputado com brilhantismo torneios nas categorias inferiores como a Dallas Cup nos EUA, e tem revelado bons jogadores como é o caso do goleiro Fábio que já atuou pelo Cruzeiro, Santos, Atlético/PR e disputou a Copa João Havelange pelo Vasco da Gama, conquistando o título brasileiro de 2000.

Último escudo do União Bandeirante F.C.

União Bandeirante fecha as portas

Sem qualquer alarde, uma página do futebol paranaense foi encerrada na sexta-feira, do dia 4 de agosto de 2006. Após 42 anos de ininterrupta participação no Campeonato Paranaense (um recorde no interior), o União Bandeirante encerrou suas atividades, alegando dificuldades financeiras. A FPF (Federação Paranaense de Futebol) só foi comunicada da desistência em dezembro, mas a saída era esperada desde o ano passado.

O primeiro sinal veio com o afastamento (por problemas de saúde) do patriarca Serafim Meneghel do comando da Usina Bandeirante, a mantenedora do clube. Meneghel, celebrado por um vasto folclore no interior, fundou o União em 1964 e, desde então, a história de criador e criatura se confundiram.

O alvinegro obteve cinco vice-campeonatos estaduais (1966/69/71/89/92) e mostrou sangue na despedida, este ano: venceu o Coritiba, por 1 a 0, no estádio Luís Meneghel.

Entre as décadas de 60 e 70, o União revelou a “dupla caipiraTião Abatiá e Paquito (ídolos também no Coritiba) e alimentou polêmicas envolvendo seu presidente. Reza o anedotário de Bandeirante que, certa vez, Meneghel, com seu inseparável chapelão, invadiu o gramado e “convenceu” o árbitro a trocar o pênalti que favorecia o visitante Seleto de Paranaguá por um tiro de meta para o time da casa.

Se a história acima é fato ou lenda pouco importa. O fim do União Bandeirante encerra uma era em que o futebol do interior pertencia à uma cidade, à gente daquela cidade, ao folclore daquela cidade.

TÍTULOS
Campeonato Paranaense da Segunda Divisão: 2 vezes (1988 e 1992).

HINO 

Avante União Bandeirante 

O caçula milionário 

Que em gramados daqui ou de lá 

Não teme nenhum adversário 

Hip! Hurra! União! 

Que em nossos corações é o primeiro 

Orgulho do esporte brasileiro!

Link do Hino: https://www.youtube.com/watch?v=Zd1loe-iM0U

ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTO: Acervo da Flâmula, José Elcides Cunha Pires – Acervo de Navarro Júnior

FONTES: Blog Um Time Por Dia – Revista Placar 

Escudo raro de 60/70: Atlético Clube Três Corações – Três Corações (MG)

Por Sérgio Mello

Atlético Clube Três Corações é uma agremiação do município de Três Corações (com uma população de 78.079 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2024), que fica a 287 km da capital (Belo Horizonte) do estado de Minas Gerais.

O “Galo do Sul” foi Fundado no sábado, do dia 13 de Setembro de 1913, quando um grupo de apaixonados pelo futebol reuniu-se na casa do Sr. Miguel Ainda e elegeu sua primeira diretoria, tendo como Presidente o Sr. Valério Ludgero de Resende.

Inicialmente adotaram a cor vermelha e as iniciais do America do Rio de Janeiro (AFC), optando pelo nome de Atlético Futebol Clube. Tempos depois foi proposta uma nova denominação, e por todos aceita. Atlético Clube Três Corações.

O Estádio Municipal Elias Arbex, com Capacidade para 7 mil pessoas, localizado na Rua Seis, nº 92, no Jardim das Hortências, em Três Corações/MG.

A eterna rivalidade esportiva com a vizinha cidade de Varginha é tão antiga quanto o próprio Atlético, pois já na primeira partida, em 20 de janeiro de 1914, houve muita confusão e pancadaria, na vitória do Atlético por 2 a 0.

Em 1927, devido a grandes desavenças entre as diretorias do Atlético e da Associação Esporte Clube, o agente executivo (Prefeito) Cornélio Andrade Pereira foi obrigado a intervir, promovendo a extinção dos dois clubes.

Esta decisão duraria até o ano de 1938, quando o médico Dr. Daniel volta do Rio de Janeiro e juntamente com outros companheiros, conseguem reerguer o Atlético.

Da esquerda para a direita: Dirceu Batista, o Rei Pelé e o atleta não identificado.

Em 1941, a Liga Esportiva Tricordiana (LET), reunindo jogadores do Atlético, Raul Chaves (Canto do Rio) e Colégio Estadual conquista a Taça Guaraína, a mais importante competição do sul-Mineira. Naquele time jogava Dondinho, pai do maior jogador de futebol de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, Pelé.

De 1941 até 1966, mesmo no amadorismo, o Atlético formou grandes times e viu despontar inúmeros craques. Em 1960, conquista o difícil e decantado Torneio sul-mineiro.

Em 1966, inaugura a sua sede social e, em 1967, forma o primeiro time profissional. Em 1970, disputa o Campeonato Mineiro da 1ª Divisão, com jogadores trazidos do Cruzeiro de Belo Horizonte, onde se destaca o ponta direita Roberto Batata.

Em 1971, além de formar talvez a sua melhor equipe, ficando atrás apenas dos três grandes da capital: Atlético, Cruzeiro e América, viu o craque Vanderley Paiva, oriundo de suas fileiras (e filho da terra) sagrar-se Campeão Brasileiro, defendendo o Atlético de Belo Horizonte.

Depois de um longo período de altos e baixos, o Atlético volta a se destacar em 1986, ano em que se sagra Campeão Mineiro da Segunda Divisão, fato que se repetiria em 1992.

Em 2019, o clube volta as atividades após pagamentos de dívidas, e disputou o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. O Atlético fez boa campanha, chegando às semifinais da competição, caindo para o Pouso Alegre, que conseguiu acesso ao Módulo II de 2020. Voltou a jogar o Mineiro da 2ª Divisão de 2020, mas acabou sendo eliminado logo na primeira fase, após apenas quatro jogos.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTO: Página Craques Do Rádio, acervo de Dirceu Batista Jr.

FONTES: Página do clube no Instagram e Facebook – Blog Os Pelés – Revista Sport Illustrado (RJ)  

Escudo de 1932: Caxias Futebol Clube – Joinville (SC)

Por Sérgio Mello

O Caxias Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Joinville (SC). A Sede e o Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho, o “Ernestão” (capacidade para 5 mil pessoas) estão localizados na Rua Coronel Francisco Gomes, nº 1.000, no Bairro Bucarein, em Joinville (SC). A sua mascote é o Pingüim.

O “Gualicho Alvinegro” foi Fundado na terça-feira, do dia 12 de Outubro de 1920, por vários simpatizantes de um esporte que então ainda dava seus primeiros passos na Manchester Catarinense. Vários clubes se iniciavam na nova arte, sendo o mais proeminente o América Futebol Clube, fundado seis anos antes.

Entre os pequenos de então se encontravam o Vampiro e o Teutônia. Seus adeptos resolveram juntar forças para fundar uma agremiação maior. Reunidos na propriedade dos Marquardt, na esquina das ruas São Pedro (atual Ministro Calógeras) e São Paulo, Antônio Vian, Armandos Paul, Edgar Schneider, Felipe Zattar, Genoviano Rodrigues, Jaser Vieira, Joaquim das Neves, João Lorenzi, Osvaldo Marquardt, Paulo Kock e Rigoletto Conti fizeram surgir o Caxias Futebol Clube, nome dado em homenagem ao Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro.

As cores escolhidas foram o branco do Teutônia e o preto do Vampiro. Surgia assim um adversário à altura do alvirrubro. Seu 1º presidente foi Osvaldo Marquardt. O primeiro prélio registrado entre aqueles que se tornariam os maiores rivais do futebol joinvilense se deu no campo do América, então situado na Rua do Mercado (atual Av. Procópio Gomes), esquina com a atual Rua Padre Kolb, onde hoje está o SENAI.

Foi disputado no domingo, do dia 6 de março de 1921, como parte das festas pelo 70º aniversário da cidade. E o alvinegro ganhou por 2 a 1. Marcaram Afonso Kruger e Waldemar Moreira para o Caxias, descontando Alfredinho Zattar para o América. O time do primeiro clássico foi: Paschoa, Camarão, Braga, Mané Gaspar, Paulo Koch, Joaquim da Neves, Carlos Butschardt, Afonso Kruger, Carlos Lopes, Candinho e Waldemar Moreira.

Abaixo um breve resumo da história do clube entre as década de 30 a 50:

No domingo, do dia 16 de Abril de 1933, o Caxias inaugurava seu Estádio. Depois de ocupar o antigo campo do Vampiro (que ficava na atual Rua Orestes Guimarães, onde hoje se encontra a Fiação Joinvilense) e um terreno emprestado, na Rua Imaruhy (atual Henrique Meyer, onde hoje está o Hotel Tannenhoff), o Caxias resolveu investir na aquisição de uma área própria.

O local escolhido foi o terreno onde até hoje está o seu estádio, na Rua Coronel Francisco Gomes. Pertencia a Ernesto Schlemm Sobrinho, que o vendeu em condições extremamente favoráveis. O pagamento foi concluído somente em 1947.

A partida inaugural, foi contra o Coritiba (clube que aniversaria no mesmo dia do Caxias), com vitória alvinegra por 3 a 1. O 1º gol dessa peleja foi assinalada pelo atacante caxiense, Bananeiro.

ANOS 30

A década de 30 foi uma época conturbada para o futebol catarinense. A Federação Catarinense de Desportos (FCD – nome da LSCDT a partir de 1927) sofria forte oposição por não estar conseguindo organizar as competições no estado. Em várias edições do torneio estadual não houve participação de equipes do interior e em outras ocorreram muitos protestos por favorecimento aos times de Florianópolis.

Assim outras associações de clubes foram formadas no Estado. A ACD, Associação Catarinense de Desportos, reunia os clubes do norte do Estado. Filiou-se à CBD (Confederação Brasileira de Desportos), credenciando-se a ser o representante catarinense no futebol brasileiro. O mesmo não ocorria com a FCD, que então não estava filiada à CBD. Comprovando a tese da representatividade da ACD, no Campeonato Brasileiro de Seleções o Estado de Santa Catarina foi representado por uma seleção formada apenas por jogadores de clubes filiados a essa Associação.

No Campeonato promovido pela ACD o Caxias foi o campeão, ficando o América com o segundo posto. A formação do alvinegro Campeão Estadual de 1935 era a seguinte: Otávio, Lauro, Reco, Onça, Emílio, Boca, Meyer, Marinheiro, Raul Schmidlin, Ata e Parucker.

Na década de 30 o Caxias dominou amplamente a cena no futebol de Joinville, conquistando todos os títulos da cidade de 1935 a 1939. No Estadual, foi Vice-campeão em 1937 (perdeu a final para o Figueirense por 2 a 1) e terceiro colocado em 1938 e 1939.

Foi marcada para o Caxias pelos Vice-campeonatos. Em 1941 perdeu a final para o Figueirense por 3 a 0. Em 1945 venceu o Avaí por 2 a 0 em Joinville. No jogo de volta a equipe azurra da capital venceu por 7 a 2 no tempo normal e por 2 a 0 na prorrogação.

Caxias Futebol Clube campeão Estadual de 1929

ANOS 40 & 50

No campeonato citadino, levantou os títulos de 1940, 1941, 1944,1945 e 1946. Além de não ganhar o campeonato da cidade desde 1946, o Caxias assistiu o arqui-rival ganhar dois títulos estaduais na década anterior. Os anos 50 começaram mantendo o que se desenhara em 1947 e 1948: o América foi o Campeão Estadual de 1951 e 1952, depois de ter ganhado os títulos citadinos.

Era preciso fazer alguma coisa. E a diretoria do Alvinegro montou um time invejável para o campeonato de 1953. Trouxe, entre outros, o consagrado Teixeirinha. Considerado o melhor jogador catarinense da época, Nildo Teixeira de Melo, o Teixeirinha, havia jogado em grandes clubes do futebol brasileiro, onde consolidou sua fama de grande craque barriga-verde.

Vice-campeão estadual de 1952 no Carlos Renaux de Brusque, chegou ao Caxias como a grande esperança de quebrar a hegemonia do América. E não decepcionou, sendo o grande nome do Caxias na temporada. Porém no último jogo do campeonato da cidade o Caxias precisava ganhar do América para levantar o título.

Quase conseguiu. Com um gol de Renê em completo impedimento, validado pelo árbitro Arthur Lange, ex-jogador do Caxias, o América chegou ao tri-campeonato. O estadual foi ganho pelo Carlos Renaux, com o rubro de Joinville ficando em segundo.

Para 1954 o Caxias juntou um elenco que acabou se transformando naquele que muitos consideram o melhor time do futebol catarinense de todos os tempos. Foi campeão invicto da cidade, com uma campanha incrível: 13 jogos (12 vitórias e 1 empate), marcando 39 gols e sofrendo apenas 8.

Vencida a competição doméstica, era preciso encarar o desafio de ganhar o Estadual, depois de quase 20 anos. A campanha foi igualmente impressionante:

Quartas de finais

Baependy 2 x 4 Caxias

Caxias 10 x 0 Baependy 

Semifinais

Caxias 2 x 1 Carlos Renaux

Carlos Renaux 1 x 2 Caxias 

Finais

Caxias 6 x 3 Ferroviário

Ferroviário 2 x 2 Caxias

Caxias 7 x 0 Ferroviário 

O time base tinha: Puccini; Hélio e Ivo Meyer; Joel, Gungadin e Arno Hoppe; Euzébio, Didi, Juarez, Periquito e Vi.

O atacante Juarez foi o artilheiro do certame, com uma marca estupenda: 18 gols em 7 jogos. Juntamente com Vi (Leôncio Vieira, filho do legendário Cilo, campeão estadual em 1929) saiu do Caxias para jogar por muitos anos no Grêmio de Foolball Portoalegrense.

Ambos vestiram a camisa da Seleção Brasileira em torneios sul-americanos. Foram escolhidos pela torcida gremista para a o “Grêmio de todos os tempos”. Uma curiosidade: o Grêmio os queria imediatamente após o término do campeonato catarinense.

Estavam com as passagens marcadas para ir diretamente de Florianópolis para a capital gaúcha. Depois da goleada no jogo final, a torcida exigiu sua presença para a comemoração do título e ambos vieram a Joinville antes de embarcar para terras gaúchas.

ARTE: desenhos do escudo, uniforme e mascote – Sérgio Mello

FOTO:Acervo de Adalberto Klüser (papel timbrado)

FONTES: Site do clube- Blog Caxienses Fanáticos – Página do clube no Facebook

Foto rara de 1968: América Recreativo e Futebol – São João Del Rei (MG)

América Recreativo e Futebol é uma agremiação da Cidade de São João  Del Rei (MG). O “Diabo da Rua das Fábricas” foi Fundada na quarta-feira, do dia 14 de Abril de 1943.  A sua Sede fica localizada na Avenida Leite de Castro, 1.118, no Bairro Fábricas, em São João Del Rei. Já o seu Estádio Eli de Araújo (Capacidade: 2.500 pessoas), fica situado na Rua das Fabricas, em São João Del Rei/MG.

Uma curiosidade no qual o América Recreativo e Futebol se orgulha é o fato do ex-jogador e treinador Telê Santana ter jogado pelo clube e nenhum outro da cidade.

Três edições na Segunda Divisão de Minas

América teve quatro participações na esfera profissional. Três na Segundona Mineira (1966, 1967 e 1968) e uma na Terceirona Mineira (1969). Em 1967, participou do Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. Terminou na 4ª colocação no seu grupo. Foram 16 jogos, com sete vitórias, três empates e seis derrotas; marcando 33 gols e sofrendo o mesmo número de tentos.

Em 1968, a Segundona contou com a participação de incríveis 51 clubes. O América ficou na Sub-Zona Vertentes, com nove equipes. No final, o “Diabo da Rua das Fábricas” terminou na 7ª colocação, com 14 pontos em 16 jogos: com cinco vitórias, quatro empates e sete derrotas; 21 gols a favor, 28 tentos contra e um saldo de sete negativo.  

EM PÉ (esquerda para a direita): Galvão, Nardinho, Castanheira, Jorge, Zé  Espanhol e Tiuca;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Jaiminho, Nelito, Ademir, Mendonça e Zé Cabo.

A foto (acima) é referente ao Campeonato Mineiro da 2ª Divisão, na vitória do Athletic pelo placar de 3 a 0. A partida aconteceu – no domingo, do dia 25 de agosto de 1968 – no Estádio Joaquim Portugal, em São João del Rei.

Uma participação na Terceirona Mineira

Em 1969, participou do Campeonato Mineiro da Terceira Divisão, que acabou fracassando (o amigo e pesquisar Vitor Dias contou em detalhes este certame: https://historiadofutebol.com/blog/?tag=america-recreativo).

Afinal, das cinco equipes inscritas, três desistiram de participar, só restando as duas equipes de São João Del Rei: América e Athletic. No final, melhor para o rival (Athletic), que venceu os dois jogos: 2 a 0 e 2 a 1.

Há também a participação do América, no Campeonato Mineiro Feminino da 1ª Divisão em 2006. Com oito equipes divididas em dois grupos de quatro, o América terminou na 3ª colocação e acabou eliminado (apenas os dois primeiros avançaram).

ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTO: Acervo José Leônico Carvalho

FONTES: Página do clube no Facebook – Rsssf Brasil

Estrela do Norte Futebol Clube – Ibiporã (PR): Três participações no Campeonato Paranaense na década de 60!

Por Sérgio Mello

O Estrela do Norte Futebol Clube é uma agremiação do município de Ibiporã, que fica a 413 km da capital (Curitiba), do estado do Paraná. A localidade possui uma população de 53.356 habitantes, segundo a estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2017.

O Estrelinos foi fundado na sexta-feira, do dia 19 de Março de 1948, com o nome de Clube 19 de Dezembro, liderados por Ramon Louzada, a partir da força de vontade de amigos, que compraram bolas e uniformes para montar a equipe.

A sua Sede e o Estádio Municipal José dos Santos (Campo do Estrela, com capacidade para 1 mil pessoas, foi inaugurado em 1953), ficam localizados na Avenida Paraná (próximo ao número 657), no bairro Santa Luzia, em Ibiporã/PR.

O Estrela do Norte foi o 1º time profissional de Ibiporã. Na década de 50, já estava filiado à Federação Paranaense de Futebol (FPF) e a CBD (Confederação Brasileira de Desportos). A camisa e as suas cores: vermelho, branco e preto, foi inspirada no São Paulo Futebol Clube (SP).

Time posado da década de 40

Os primeiros passos, no Campeonato Londrinense

Na década de 50, o Estrela do Norte disputou entre 1955 a 1958, o Campeonato Londrinense de futebol, organizado pela Liga Regional de Futebol de Londrina. Nesse período, o clube realizou alguns amistosos com resultados interessantes.

Olaria goleou  o Estrela do Norte     

No domingo, do dia 19 de fevereiro de 1956, o Estrela do Norte enfrentou, em amistoso, o Olaria (RJ). No final, a equipe carioca goleou pelo placar de 4 a 1, no Estádio José dos Santos, em Ibiporã/PR.

Os gols foram assinalados por Léo, duas vezes; Silvio e Tiãozinho, com um tento cada. O Olaria formou com: Válter; Tião e Renato; Rico, Barbosa e Dodô; Tiãozinho, Silvio, Maxwell (Léo), Moreno e Mário.

A Delegação do Olaria Atlético Clube foi constituído por Silvestre Fernandes (Chefe); Jair Boaventura (treinador); Aristocílio Rocha (árbitro); Pipa (massagista); além dos jogadores: Válter, Fernando, Carlinhos, Renato, Tiãozinho, Nelí, Rico, Barbosa, Dodô, Silvio, Léo, Maxwell, Russo, Moreno, Tião, Mário, Bera e Sauí.

Estrela do Norte goleou o Guarani de Campinas

No domingo, do dia 20 de janeiro de 1957, o Estrela do Norte enfrentou, em amistoso, o Juventus da Mooca (SP). Não foi encontrado o resultado dessa partida

No domingo, do dia 07 de julho de 1957, o Estrela do Norte goleou o Guarani de Campinas/SP pelo elástico placar de 7 a 3, no Estádio José dos Santos, em Ibiporã/PR.

Década de 60, o Estrela alçou voos mais altos

No sábado, do dia 12 de março de 1960, o Estrela do Norte goleou, em amistoso, a Portuguesa de Desportos, de Londrina (PR), pelo placar de 7 a 2. A representação londrinense foi uma equipe frágil a toda prova, deixando-se dominar completamente.

No domingo, do dia 24 de abril de 1960, em amistoso, o Estrela do Norte de Ibiporã e Arapongas F. C. realizaram um encontro dos mais movimentados, já que os Estrelinos procuravam se reabilitar do revés sofrido em Arapongas, frente ao tricolor, enquanto este veio à Ibiporã disposto a conseguir nova vitória, fazendo com que a peleja se tornasse das mais sensacionais, com as duas equipes procurando o triunfo, vibrando à assistência com c bom futebol empregado pelos dois clubes.

O resultado final, que foi um empate pela contagem de 1 a 1, foi um prêmio pelo desempenho dos dois quadres, durante os 90 minutos regulamentares, pois se Estrela teve mais presença a primeira fase, o Arapongas foi melhor equipe no segundo tempo.

OS GOLS

Decorriam 26 minutos da primeira fase, quando o Estrela fazendo um ataque pela direta, através do seu ponteiro Turco, conseguiu inaugurar o marcador, atirando forte no canto direito da meta de Bolivar que nada pode fazer no lance.

Somente na segunda etapa é que o Arapongas conseguiu igualar, isto aos 2 minutos, quando Nemi, recebendo um passe em profundidade de Brandão, atirou forte no canto direito da meta defendida por Canguru, dando assim cifras definitivas ao marcador que foi de 1 a 1.

DEALHES DO ENCONTRO

O árbitro da peleja foi o sr. Giovanni Alves de Oliveira, que teve uma boa atuação. As duas equipes estiveram assim constituídas no embate de antem realizado em Ibiporã.

ESTRELA DO NORTE: Canguru; Moreno e Osvaldo; Tota, Formiga e Alemão; Turco, Alaor, Toninho, Tuta e Valter.

ARAPONGAS: Bolivar; Nelson e Moreira; Odácio, Alberto e Brandão; Nemi, Roberto, Jorge, Albertinho e Gaivota.

Três participações no Campeonato Paranaense da Zona Norte

O Estrela do Norte disputou o Campeonato Paranaense de Profissionais (Zona Norte) em 1960, 1964 e 1965. Participou também da Divisão de Acesso (Estadual da Segunda Divisão), em 1966.

Não foi a estreia esperada

A estreia no Campeonato Paranaense de Profissionais da Zona Norte de 1960, aconteceu no domingo, do dia 22 de maio, quando o Estrela do Norte recebeu o Arapongas (vice-campeão de 1959), em Ibiporã/PR. O resultado não foi o esperado, e os donos da casa viram o oponente golear pelo placar de 6 a 0.

O trio de arbitragem foi composto pelo árbitro Giovanni de Oliveira, auxiliado por Achiles Romganolli e Emilio de Oliveira. A Renda somou o montante de Cr$ 21.310,00.

ESTRELA DO NORTE: Gilberto; Nedinho e Tanque; Tim, Formiga e Alemão; Rubinho, Benito, Gribel, Paulo e Rui.

ARAPONGAS: Bolivar; Sinésio e Moreira; Odácio, Albertinho e Brandão; Nenê, Taico, Gaivota, Jorge, e Procópio.

Estrela do Norte venceu em Mandaguaçu

No domingo, do dia 10 de julho de 1960, mesmo jogando como visitante, o Estrela do Norte de Ibiporã surpreendeu o Independente, em seus domínios, frente ao pela contagem de 2 a 1.

Dirigiu o encontro o sr. Francisco Garcia com atuação regular. Marcaram para o Estrela: Gribel e Benito (pênalti), enquanto Baía marcou o único tento do Independente.

INDEPENDENTE: Bigode; Pinelli e Manoel; Carioca, Zezinho e Parafuso; Baía, Didi, Elcio, Fernandinho e Antoninho.

ESTRELA DO NORTE: Bravo; Nedinho e Osvaldo; Pancho, Formiga e Alemão; Benito, Alaor, Gribel, Delem e Teotonio.

Estrela se licencia da FPF

Após a temporada de 1960, a diretoria fez uma reaviação. Tomada a decisão, o clube solicitou a Federação Paranaense de Futebol o seu licenciamento, em 1961. No seu lugar, entrou o Nova Esperança Futebol Clube.

Estádio do Estrela foi interditado  

Na segunda-feira, do dia 21 de junho de 1965, o Estrela do Norte estava à beira de ter o seu campo interditado, uma vez que o árbitro quase foi linchado.  A reportagem do Correio do Paraná assim contou:

Parece que a sorte do Estrela do Norte de Ibiporã, já está selada: terá mesmo sua cancha interditada na reunião de amanhã do TJD. Uma sondagem “por cima” nas opiniões dos juízes, já garante a certeza de que está firmada jurisprudência sobre a questão: estádio com baderna dá interdição.

E em Ibiporã, por ocasião do jogo Estrela x Grêmio de Maringá, o juiz só não foi linchado por que chegou um destacamento policial enviado às pressas de Londrina, para salvá-lo da sanha homicida de irresponsáveis.

O advogado do Estrela, é o dr. Cadilhe de Oliveira que deu um show de oratória para condenar o Paranavaí, na última segunda feira. Vamos ver se consegue o milagre de salvar o Estrela. Será muito difícil. E até injusto se o Estrela escapar de punição. Afinal a lei deve valer para todos”.

Na reunião da manhã da segunda-feira, do dia 28 de junho de 1965, o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) interditou o Estádio do Estrela do Norte por 30 dias.

Algumas formações:

Time base de 1960: Gilberto (Canguru ou Bravo); Nedinho (Moreno) e Osvaldo (Tanque); Mauro (Tota ou Tim), Formiga e Alemão; Turco (Rubinho ou Cobrinha), Alaor (Benito), Gribel (Toninho), Paulo (Tuta ou Getúlio) e Rui (Valter ou Pancho).

Time base de 1965: Moacir (Gilberto); Ademar, Carabina (Dias), Chico (Roque) e Toninho (Ari ou Chicão); Alemão (Nilso) e Chafa; Neco (Khalil ou Carlinhos), Isaias (Vavá) e Guaíra (Gera ou Marcos).

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Colaborou: Rodrigo S. Oliveira

ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTOS: Página no Facebook “Acervo Futebol do Interior Paranaense – Profissionais”, de Luiz Souza – Acervo Rodrigo S. Oliveira – Acervo Eliezer Cerilo – Acervo Blog Operário das Letras

FONTES: A Gazeta Esportiva (SP) – Correio do Paraná (PR) – Diário da Tarde (PE) – Diário do Paraná (PR) – Paraná Esportivo (PR) – Última Hora (PR) – Jornal do Brasil (RJ)

Inédito!! Liga de Football de Bello Horizonte (MG): Fundado em 1937

Por Sérgio Mello

A Liga de Football de Bello Horizonte (LFBH) foi uma entidade situado na cidade de Belo Horizonte (MG). A sua 1ª Sede ficava localizado na Avenida João Pinheiro; depois passou para a Rua Espirito Santo, nº 424/ Sala 22; em 1938, a sua Sede ficava na Avenida Afonso Pena, nº 924; todos no Centro de Belo Horizonte/MG.

O futebol mineiro vivia dias turbulentos, quando na noite, do dia 11 de agosto de 1937, foi realizado uma importante reunião dos próceres do football de Minas, com o objetivo de se estudar a formula apresentada para pacificação do sport montanhês, no gabinete do prefeito de Belo Horizonte, sr. Octacílio Negrão Lima.

Negrão de Lima foi o pacificador do futebol mineiro

Além do prefeito, compareceram ao conclave os Srs. Thomaz Naves, Gerson Saldes, Oswaldo Pinto Coelho, Henrique Othero, Leopoldo Bian, Romulo Rossoni, Fabio Penna e Braz Polepino, respectivamente, presidentes do Athletico, America, Villa Nova, Siderurgica, Retiro, Associação Mineira de Football e Federação Mineira de Desportos.

Após animados debates, que se prolongaram até cerca de meia noite, adoptada afinal a solução pacificadora, foi assinado um acordo pelos clubes da capital, de Nova Lima e Sabará, podendo ser sintetizada nos dois seguintes itens:

criação de uma nova entidade dirigente do football, que se denominará Liga de Football de Bello Horizonte como resultado da fusão da A. M. F. e da L. E. M.; a entidade máxima, que se chamava Federação das Associações Mineiras de Athletismo, passará a denominar-se Federação das Associações Mineiras de Athletismo e Football.

Assim, foi Fundado na quarta-feira, às 19 horas, do dia 11 de agosto de 1937, e, em seguida se filiou a F.A.M.A. (Federação das Associações Mineiras de Athletismo e Football), que por sua vez pediu filiação a Federação Brasileira de Football.

Com relação a Sede, o prefeito cedeu um grande edifício, localizado na Avenida João Pinheiro, no Centro de Belo Horizonte/MG. E, além disso, a prefeitura doou a quantia de 1 mil contos de réis para o patrimônio da Liga de Football de Bello Horizonte.

O árbitro Antônio Luiz Gorle (o 1º da esquerda para a direita)

Eleição da 1ª diretoria da L.F.B.H.

Na terça-feira, do dia 19 de outubro de 1937, ocorreu uma Assembleia Geral da Liga de Football de Bello Horizonte (L.F.B.H.), a fim de proceder a redação final dos estatutos e também eleger os dirigentes da nova entidade.

Para o cargo de presidente da L. F. B. H. foi eleito sr. Saint Clair Valladares Junior. O sr. David Mourão foi eleito vice-presidente. Para o cargo de director technico foi eleito o sr. Carlos Etienne de Castro.

Commissão fiscal – Rubem Zimmermann, Vicentino de Paula e Hilario Eduardo Roberto. Presidente da Assembleia Geral: dr. Gerson de Salles Coelho. A assembleia votou uma moção de solidariedade ao prefeito Octacílio Negrão de Lima, pelo muito que tem feito pelo sport mineiro. Foi também votada uma moção de aplausos aos drs. Josias de Faria e Fabio Penna, pelos bons serviços prestados a L. F. В. Н.

ARTEdesenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTO: Acervo de Fabiano Rosa Campos

FONTES: A Batalha (RJ) – A Noite (RJ) – Diário de Notícias (RJ) – Jornal dos Sports (RJ) – O Imparcial (RJ) – Sport Illustrado (RJ)