O próximo desafio da União Sportiva seria contra o Libertador, vice-campeão amazonense de 1929. O jogo se realizou no dia 20 de Fevereiro, numa Quinta-feira. Interessante é que, dois dias antes, os jogadores paraenses estiverem na sede do próprio Libertador, onde tiveram uma grande recepção com direito a uma bela homenagem das torcedoras do rubro-negro amazonense que atiraram nos visitantes pétalas de flores.
Apesar do comércio ter funcionado normalmente, grande número de torcedores se dirigiu ao Parque. Antes do jogo começar houve uma apresentação preliminar de quatro provas de atletismo praticado por praças do 27 Batalhão de Caçadores.
Às 16 horas ingressou no gramado o juiz Tácito Moura. Ao chamado do juiz, entraram em campo os dois times sob uma salva de Palmas. Antes do início do jogo, os jogadores paraenses atravessaram o campo e colocaram, cada um deles, uma fita com as cores alvinegras no peito dos jogadores amazonenses.
Esse gesto foi precedido de uma longa salva de palmas. Feito o sorteio, a saída coube à União. O chute de saída foi dado por Mem Xavier. Iniciada a partida, o atacante amazonense Marcolino teve a rótula da perna deslocada, sendo substituído por Miguel.
O jogador paraense Marituba, perseguido e pressionado, resolveu recuar a bola para o goleiro Listo, que não percebeu a intenção de seu colega de time. A bola acabou tocando na trave e desviado para dentro das redes, ocasionando um gol contra e abrindo a contagem para o Libertador.
Reiniciado o jogo, Miguel, do Libertador, foi substituído por Armandinho. Em uma rápida e bem combinada escapada da União, Reis assinalava o gol de empate de sua equipe. E assim terminou o 1º tempo empatado em 1 x 1.
Voltando os jogadores a campo para o segundo tempo, a saída foi dada pelo Libertador. Tininga, procurando anular o ataque da União, acabou tocando com a mão na bola. Marcado o pênalti, este foi cobrado por Marituba que chutou na trave.
Em outra escapada bem combinada dos atacantes paraenses, a bola foi aproveitada por Erberto que marcava o segundo gol da União, passando assim à frente do placar. Dado novamente a saída, é a vez de Paixão praticar uma falta em Tirteu.
Batida a falta por Aristheu, Reis recebeu a bola e a chutou contra as traves de Zé Lopes, assinalando o terceiro gol da União. O goleiro Zé Lopes, ao devolver a bola, machucou-se seriamente, sendo substituído por Levy. Lourena, ao perseguir Edgard, acabou fraturando o nariz após a chuteira do amazonense o acertar no rosto.
Devido a esse acidente, o jogo foi interrompido sendo o jogador paraense retirado de campo enquanto Edgard foi substituído por Miguel. Sem mais alteração no placar, o jogo foi finalizado às 18 horas e 5 minutos.
O time da União subiu à arquibancada e ali assistiu a entrega da Taça Mem Xavier da Silveira, a pedido do ofertante Inácio Ribeiro. Em seguida o secretário Paulo de Oliveira confiou a guarda do troféu à senhora Guiomar Cruz. Quanto ao jogador Lourena, o mesmo fez exames do nariz no hospital da Ben eficiente Portuguesa.
LIBERTADOR (AM) 1 X 3 UNIÃO SPORTIVA (PA)
LOCAL: Estádio Parque Amazonense, em Manaus (AM)
CARÁTER: Amistoso Nacional
DATA: Quinta-feira, 20 de fevereiro de 1930
ÁRBITRO: Tácito Moura
HORÁRIO: 16 horas (de Brasília)
PÚBLICO E RENDA: Não divulgados
LIBERTADOR: Zé Lopes; Tininga e Waldebrando; Paixão, Horácio e Fonseca; Miguel (Armandinho), Palheta, Rocha, Edgard e Marcolino.
UNIÃO SPORTIVA: Listo; Victor Lourena e Aristheu; João Lourena, Marituba e Tirteu; Reis, Joãozinho, Adolpho, Alcides e Erberto.
GOLS: Marituba, contra (Libertador); Reis (União Sportiva), no 1º Tempo. Erberto (União Sportiva); Reis (União Sportiva), no 2º Tempo.
FONTE : Gaspar Vieira Neto – Jornal do Commercio