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Seleção de Divinópolis, que disputou o Campeonato do Inteior Mineiro de 1947

Por Sérgio Mello

A Liga Municipal de Desportos de Divinópolis (LMDD) é a entidade máxima da cidade de Divinópolis, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Localizado a 120 km da capital mineira, conta com uma população de 231.091 habitantes, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) de 2022.

Fundado na sexta-feira, do dia 03 de abril de 1936, a LMDD possui a sua Sede própria situado, na Rua Sion, n° 150, no bairro Esplanada, em Divinópolis/MG.

Divinópolis no 1º Campeonato do Interior Mineiro de 1947

A Seleção de Divinópolis, organizado pela LMDD (Liga Municipal de Desportos de Divinópolis), era praticamente o time do Ferroviário Atlético Clube, que na época era octacampeão municipal. Para se ter uma ideia, o selecionado titular contava com nove jogadores do Ferroviário: Voldack, Geraldinho, Palmiro, Bico-Fino, Bacharel, Pauzinho, Valtinho, Carmelinho e Torres.

A equipe se inscreveu para disputar o no Campeonato do Interior de 1947, chancelado pela Federação Mineira de Futebol (FMF). O Selecionado Divinopolitano ficou na 3ª Região, da 10ª Zona. A competição, com jogos de ida e volta de caráter eliminatório.

Preparação para o torneio

No domingo à tarde, do dia 21 de setembro de 1947, ensaiou pela segunda vez o selecionado divinopolitano, para seus compromissos no Campeonato do Interior de 1947. Os treinos vêm agradando plenamente, não só aos técnicos, mas também à grande assistência que tem comparecido ao campo da Esplanada.

O quadro Azul, ou seja, o titular, tem se exibido bem, mostrando boa fibra, técnica e ótima disciplina, acontecendo o mesmo com os suplentes. O escore do ensaio de domingo foi de 8 a 3 para os titulares.

Fizeram os gols: Pauzinho, três vezes; Torres e Piloto, dois tentos cada, e Valter, um gol; marcando para o team Branco: Rolô, duas vezes e Carmelinho, um tento.

Quadro Azul: Voldack (Jairo e depois Albertinho); Militão e Cuim; Silvio, Osvaldo e Bacharel; Pequeno, Valter, Piloto, Pauzinho e Torres.

Quadro Branco: Orácio (Jairo e depois Albertinho); Piola e Otacílio; Ascânio, Bico-fino e Didi; Baldo, Tiãozinho, Rolô, Toninho e Carmelinho.

O Campeonato do Interior terá início no domingo, do dia 5 de outubro de 1947, com jogo Formiga x Divinópolis. Lembrando que os jogos do Campeonato de Interior eram eliminatórios.

EM PÉ (esquerda para a direita): Mirgete, Otacílio, Orácio, Silvio Azevedo, Bico-Fino, Voldack, Bacharel, Geraldinho e Antenor Torres (treinador);
AGACHADOS (esquerda para a direita): Torres, Valtinho, Pauzinho, Joca Guimarães e Carmelinho.

Divinópolis arranca empate no fim

Pelo 1ª Campeonato do Interior Mineiro de 1947, na estreia, no domingo, às 15h30min., do dia 05 de outubro de 1947, o Divinópolis após ir para o intervalo perdendo por dois a zero, conseguiu o empate “no apagar das luzes”, arrancando o empate em 2 a 2 com o Selecionado de Formiga, no Estádio Benjamin de Oliveira (propriedade do Ferroviário), em Divinópolis/MG.

No primeiro tempo, Guita e Cabaça marcaram para Formiga. Na etapa final, Pauzinho e Torres (marcou aos 35 minutos) deixaram tudo igual para o Selecionado Divinopolitano. Pela primeira vez, em Divinópolis, ocorreu uma partida intermunicipal em que todos os divinopolitanos presentes torcessem para o clube de sua terra.

Crônica do Jogo

O jornalista Oliveira Neto, do Divinópolis-Jornal fez a crônica dessa partida:

Primeira Etapa – De Orácio a Carmelo só se salva o zagueiro Geraldo que desde o início ao final, foi dinâmico mostrando muita fibra e classe. A equipe de Formiga não jogou melhor que os nossos, pois, encontraram um selecionado completamente desnorteado, não tendo em absoluto controle da bola.

Poderia o quadro de Formiga produzir mais e assinalar muitos tentos na fase inicial o que só não fizeram pela pouca produção de sua equipe que não correspondeu à expectativa.

Os locais não foram os que vimos frente ao Tupi (foi o último amistoso, uma semana antes, no qual Divinópolis goleou por 11 a 0). Não queremos com isto dizer que não encontraram resistência por parte dos cajuruenses, mas sim que tiveram mais domínio da pelota e compreendiam-se muito bem. Na partida de domingo fracassaram completamente, passando bola a torto e a direito.

Segundo tempo – Os defensores da jaqueta alvi entraram em campo para o tempo complementar, ainda um pouco descontrolados, mas firmando, à medida que o tempo passava. Com os visitantes aconteceu o contrário. Nessa fase, sua defesa jogava melhor e o ataque falhou quando era preciso, não se organizando quase nenhum a- taque de valor”.

ATUAÇÕES

DIVINÓPOLIS

Orácio, não teve culpa alguma nos dois gols, mas teve atuação falha, é fraco. Geraldo, o melhor em campo, jogando como verdadeiro mestre.

Otacílio, menos firme que seu colega, só firmando na fase final.

Silvio, fez um primeiro tempo péssimo, sobressaindo apenas um gol certo que tirou, executando uma bicicleta quando o arco estava completamente desguarnecido.

Bico-fino, fez um 1º tempo regular, melhorando sensivelmente no final. Bacharel, nas mesmas condições de Bico-fino.

Torres, teve boas jogadas.

Valter, foi dinâmico, mas nada conseguiu, pois, estava numa tarde negra. Pauzinho, mais uma vez jogou mal, não satisfazendo embora com espanto geral, pois, sendo ele um grande jogador fez duas partidas péssimas, esperando, no entanto, seus admiradores, que faça ótima partida em Formiga.

Joca esteve irreconhecível, não sendo o mesmo insider de domingo atrasado. Carmelinho, o elemento em quem nenhum dos esportistas locais depositava confiança foi o melhor da linha atacante, o 1º tempo, mas também é fraco,

FORMIGA

Marándola, um grande arqueiro, tendo efetuado uma grande partida.

Marico, muito falho.

Busina, regular.

A linha média, formada por Carlos, Nesir e Zezé, todos jogaram bem, sobressaindo o centro médio.

No ataque, Guita, o melhor.

Machado, foi um elemento de fibra que mostrou bom padrão de jogo.

Os demais no mesmo nível.

O JUIZ – O árbitro da partida foi o sr. Alcebíades M. Dias, o popular Cidinho agiu bem tendo algumas falhas. O sr. Cidinho é árbitro de categoria, pertencente ao quadro de juízes da F. M. F.

Waltinho Torres, Pausinho Torres e Joca Guimarães

DIVINÓPOLIS (MG)         2        X        2        FORMIGA (MG)

LOCALEstádio Benjamin de Oliveira, em Divinópolis (MG)
CARÁTER1º Campeonato do Interior Mineiro de 1947
DATADomingo, do dia 05 de outubro de 1947
HORÁRIO15 horas e 30 minutos (de Brasília)
RENDACr$ 4.135,00
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROAlcebíades M. Dias, o Cidinho (FMF)
DIVINÓPOLISOrácio; Geraldo e Otacílio; Silvio Azevedo, Bico-fino e Bacharel; Torres, Valtinho, Pauzinho, Joca e Carmelinho. Técnico: Antenor Torres
FORMIGAMarândola; Marico e Busina; Carlos, Nesir e Zezé; Machado, Guita, Pedro, Milton e Cabaça.
GOLSGuita e Cabaça (Formiga), no 1º Tempo. Pauzinho e Torres aos 35 minutos (Divinópolis), no 2º Tempo.

Divinópolis sofre a virada e dá adeus ao Campeonato do Interior de 1947

Crônica do Jogo

O jornalista Oliveira Neto, do Divinópolis-Jornal fez a crônica dessa partida:

Solenidades – Pelos 22 homens e todos os presentes foi cantado o Hino Nacional Brasileiro, sendo nesta ocasião hasteado o pavilhão Nacional pelos Drs. Edson Pinto Coelho e José Adolfo Pereira, promotores de justiça de Divinópolis e Formiga, respectivamente. O chute inicial foi dado pelo Dr. Antônio Noronha, juiz Municipal de Formiga.

Coube a Pauzinho movimentar a pelota. Logo de início, fizeram os visitantes forte pressão ao arco contrário. O marcador de 5 a 2 não refletiu bem o que foi a partida. Os divinopolitanos jogaram bem, dominando por completo o seu adversário, no 1º tempo e aos 20 minutos iniciais da fase complementar.

Não tiveram chance os azuis em assinalar maior quantidade de gols o que sobrava demasia no quadro local. Os ataques dos visitantes eram mais coordenados com passes calculados, entendendo-se as mil maravilhas, mas sempre falhavam no arremate final. Faltou ainda no time divinopolitano mais preparo físico.

É justo, no entanto, salientar a grande reação dos formiguenses, motivada pela grande influência da torcida feminina que não parou um só instante de incentivar seus craques, o que não vemos em nossos campos, isto é, quando acontece aparecer uma moça para assistir a uma partida de futebol.

ATUAÇÕES

DIVINÓPOLIS

Voldack, sem favor algum, o mais positivo de seus companheiros. Encaixou com segurança e defendeu pênalti bem colocado do direito de sua meta. Não foi culpado de nenhum dos gols, porquanto foram assinalados a menor de um metro do arco.

Geraldo, não foi o mesmo de domingo atrasado, não querendo com isto dizer que jogou mal. Aliás, jogou bem, mas não tanto como da primeira vez.

Otacílio, uma verdadeira barreira para a famosa ala Airton e Petito, não conseguindo a mesma uma atuação primorosa devido a vigilância.

Palmiro e Dô, os mais fracos, não se compreendendo o motivo do afastamento de Silvio, que, apesar de ter jogado mal, domingo atrasado, jogou bem melhor que Palmiro. Dô, completamente nulo, tomou um baile tremendo.

Bacharel, juntamente com Otacílio e Voldack, formaram uma autêntica ‘muralha da China’. Bacharel esteve soberbo. Firme na marcação e bom distribuidor. Quando este elemento quis avançar para auxiliar os atacantes nasceu o 2º tento formiguense.

Carmelo, fraco em excesso, perdendo nada menos de 3 gols um dos quais o arco de Marándola estava inteiramente desguarnecido.

Valter, Paulinho e Joca jogaram bem. Valter, mais uma vez brilhou mostrando sua invejável técnica.

Pauzinho, retificando suas péssimas exibições anteriores esteve infernal.

Joca, além do magistral gol assinalado de fora da grande área com um potente petardo que obrigou Maréndola a soltar a pelota o fundo das redes, fez uma partida de gala. O gol de Pauzinho surgiu também de um chute de Joca que o arqueiro formiguense soltou e Pauzinho finalizou marcando o 1º tento.

Torres, jogou bem e deu um tremendo bailado, sendo, desta vez, o dançarino, o famoso zagueiro Marico e depois Lulú, que não conformaram, deixando até a bola para atingi-lo.

FORMIGA

Maréndola, não jogou mal, mas deixou passar dois autênticos frangos.

Marico, teve algumas falhas, o mesmo acontecendo com seu colega de zaga. Carlos, deixou muito a desejar.

Nesir, dava ‘bolas com açúcar’, mas para os adversários. Completamente nulo.

Zezé e Niltinho, jogaram bem.

Machado, fez pivô , o que bem entendeu.

Guita, bem vigiado por Otacílio nada fez além do gol.

A infernal ala esquerda formada de Airton e Petito de trabalho constante para a retaguarda divinopolitana. São dois infernais.

O JUIZ – O árbitro foi o sr. Geraldo Fernandes da FMF, que teve uma atuação fraquíssima. Agiu com certo receio, prejudicando a quadro da L.M.D.D. (Liga Municipal de Desportos de Divinópolis). Vai mal o quadro de arbitragem da Federação Mineira. Dois gols foram assinalados em visíveis impedimentos.

FORMIGA (MG)     5        X        2        DIVINÓPOLIS (MG)

LOCALEstádio Juca Pedros, situado nas avenidas dos Viajantes e Paulo Lins, no centro de Formiga (MG)
CARÁTER1º Campeonato do Interior Mineiro de 1947
DATADomingo, do dia 12 de outubro de 1947
HORÁRIO15 horas e 30 minutos (de Brasília)
RENDACr$ 4.000,00
PÚBLICONão divulgado
ÁRBITROGeraldo Fernandes (FMF)
FORMIGAMarândola; Marico e Lulu; Carlos, Nesir e Zezé; Machado, Guita, Niltinho, Airton e Petito.
DIVINÓPOLISVoldack, Geraldo e Otacilio; Palmiro, Dô e Bacharel; Torres (Carmelinho), Valtinho, Pauzinho, Joca e Carmelinho (Torres). Técnico: Antenor Torres
GOLSPauzinho e Juca (Divinópolis); Petito (Formiga), no 1º Tempo. Petito, duas vezes; Guita e Airton, um tento (Formiga), no 2º Tempo.

Após a eliminação, o Selecionado divinopolitano ainda realizou um amistoso. Foi na quarta-feira, no dia 22 de outubro de 1947, quando enfrentou a Seleção de São João del Rei, fora de casa. A partida terminou empatada em 3 a 3.  Os gols foram assinalados por Valter, duas vezes, e Pauzinho, um tento. 

Escudo e uniforme: Sérgio Mello

FOTOS: Acervo de Fabiano Rosa Campos

FONTES: Divinópolis-Jornal (MG)

1º Campeonato do Interior Mineiro da F.M.F. de 1947: tabela e Caxambu foi o grande campeão!

Por Sérgio Mello

No final do ano de 1947, teve início a disputa do 1º Campeonato Mineiro do Interior, promovido pela Federação Mineira de Futebol (FMF). A competição na esfera amadora, foi disputada por clubes e seleções municipais, que teve a duração de 5 meses (entre o dia 05 de outubro de 1947 a 07 de março de 1948).

Esse movimento foi uma iniciativa do então presidente da Federação Mineira de Futebol, Saint-Clair Valadares, ainda no início do ano de 1944. Com isso conseguiu que várias ligas municipais fossem fundadas ou reativadas e em seguida devidamente filiadas à FMF.

A crença era de que essa competição seria o “divisor de águas” no futebol mineiro, e o número de inscritos comprovou isso: ao todo foram 42 seleções municipais (alguns foram representados por clubes da cidade) para a disputa, que só foi concluída no início do ano seguinte (1948), coroando a Seleção de Caxambu como a grande campeã. Abaixo as seleções distribuídas em quatro regiões:

1ª REGIÃO

1ª Zona:

Itabirito;

Nova Lima;

Caetés (José Brandão);

Barão de Cocais.

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

ITABIRITO5X2NOVA LIMA 
JOSÉ BRANDÃO3X2BARÃO DE COCAIS 

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

NOVA LIMA1X1ITABIRITO 
BARÃO DE COCAIS0X2JOSÉ BRANDÃO 

Domingo, do dia 19 de outubro de 1947

JOSÉ BRANDÃO1X0ITABIRITO 

4ª-feira, do dia 22 de outubro de 1947

ITABIRITO2X0JOSÉ BRANDÃO 

Domingo, do dia 26 de outubro de 1947

ITABIRITO2X0JOSÉ BRANDÃO 

Itabirito foi o Campeão da Zona da 1ª Zona

2ª Zona:

Santa Luzia;

Pedro Leopoldo;

Sete Lagoas;

Sabará.

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

SANTA LUZIA1X1SABARÁ 
PEDRO LEOPOLDO0X2SETE LAGOAS 

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

SABARÁ6X0SANTA LUZIA 
SETE LAGOAS4X2PEDRO LEOPOLDO 

Domingo, do dia 19 de outubro de 1947

SABARÁ0X1SETE LAGOAS 

4ª-feira, do dia 22 de outubro de 1947

SETE LAGOAS7X0SABARÁ 

Sete Lagoas foi o Campeão da Zona da 2ª Zona

3ª Zona:

Curvelo;

Diamantina;

Pirapora;

Montes Claros.

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

MONTES CLAROS2X2PIRAPORA 
DIAMANTINA1X5CURVELO 

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

PIRAPORA2X1MONTES CLAROS 
CURVELO4X1DIAMANTINAGols: Adilson, Cavaco e Caito, duas vezes.

Domingo, do dia 19 de outubro de 1947

CURVELO5X2PIRAPORA 

Domingo, do dia 26 de outubro de 1947

PIRAPORA2X2CURVELO 

Curvelo foi o Campeão da Zona da 3ª Zona

Pela Semifinal da 1ª Região

Domingo, do dia 30 de novembro de 1947

ITABIRITO1X0CURVELO 

Domingo, do dia 07 de dezembro de 1947

CURVELO *WOXITABIRITOEstádio Salvo Filho
* Apesar de ter vantagem de jogar pelo empate, a seleção de Itabirito não compareceu ao jogo, entregando a classificação para Curvelo que se sagrou campeão da 1ª Região.

2ª REGIÃO

4ª Zona:

Barbacena;

Juiz de Fora;

Santos Dumont.

Domingo, às 15h45min, do dia 05 de outubro de 1947 (Estádio Pareto)

SANTOS DUMONT4X3BARBACENAGols: Arinos aos 30 minutos (SD), do 1º tempo.  Zizinho aos 6 minutos (Bar); Natalino aos 8 minutos (SD); Arinos aos 10 e 25 minutos (SD); .  Levi, de pênalti, aos 29 minutos (Bar); Sapateiro aos 45 minutos (Bar), no 2º tempo.  

Domingo, às 15h45min, do dia 12 de outubro de 1947

BARBACENA*3X2SANTOS DUMONT 
* A decisão foi para a disputa de pênaltis. E Barbacena venceu por 3 a 1, avançando para a final. Como Juiz de Fora desistiu, Barbacena se sagrou campeão da 4ª Zona.

5ª Zona:

Mariana (Marianense F.C.);

Ouro Preto (E.C. Tabajaras);

Viçosa.

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

MARIANA2X2OURO PRETO 

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

OURO PRETO3X1MARIANA 

Domingo, do dia 19 de outubro de 1947

VIÇOSA5X2OURO PRETO 

Domingo, do dia 26 de outubro de 1947

OURO PRETO4X3VIÇOSA 

Domingo, do dia 02 de novembro de 1947

VIÇOSA *0X0OURO PRETO 
* A decisão foi para a disputa de pênaltis. E o Viçosa venceu por 4 a 3 se sagrando campeão da 5ª Zona.

6ª Zona:

Aimorés (S.C. Comercial);

Governador Valadares (E.C. Democrata);

Itabira (Valeriodoce E.C.);

Resplendor (Nacional E.C.).

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

RESPLENDOR3X2GOVERNADOR VALADARES 

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

GOVERNADOR VALADARES3X4RESPLENDOR

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

ITABIRA1X0AIMORÉS 

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

AIMORÉS3X1ITABIRA

Domingo, do dia 19 de outubro de 1947

ITABIRA1X0AIMORÉS

Na final da 6ª Zona, Itabira (Valeriodoce) eliminou Resplendor (Nacional), ficando com o título da 6ª Zona.

VIÇOSA2X3BARBACENA 
BARBACENA4X2VIÇOSA 

Na primeira partida da final da 2ª Região, Barbacena e Itabira empataram em 1 a 1. No final, o Itabira ficou com o título da 2ª Região.

3ª REGIÃO

7ª Zona:

Uberaba;

Uberlândia;

Araguari;

Patos de Minas (URT – União Recreativa dos Trabalhadores).

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

UBERABA4X2ARAGUARIGols: Brandão, Anísio (2) e Helinho; Paulo Borges e Renato
PATOS DE MINAS4X1UBERLÂNDIAGols: Gilberto (Uberlândia)

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

ARAGUARI1X2UBERABA 
UBERLÂNDIA1X1PATOS DE MINASGols: Zé Martins (Uberlândia)

Sábado, do dia 15 de novembro de 1947

UBERABA3X0PATOS DE MINASGols: Tercílio, Brandão e Helinho

Domingo, do dia 30 de novembro de 1947

PATOS DE MINAS2X4UBERABAGols: Helinho, Anísio e Ticrila (Uberaba)

Uberaba foi o Campeão da Zona da 7ª Zona

8ª Zona:

Bonsucesso;

Campo Belo;

São João del Rei.

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

BONSUCESSO *1X3CAMPO BELO 
* A Seleção de Campo Belo se retirou de campo. Posteriormente acabou sendo eliminada. Com isso, o Bonsucesso avançou.

Domingo, do dia 19 de outubro de 1947

BONSUCESSO 1X4SÃO JOÃO DEL REI 

Domingo, do dia 26 de outubro de 1947

SÃO JOÃO DEL REI6X1BONSUCESSO  

São João del Rei foi o Campeão da Zona da 8ª Zona

10ª Zona:

Formiga (Formiga F.C.);

Divinópolis;

Dores do Indaiá (Dorense F.C.);

Araxá.

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

DORES DO INDAIÁ2X1ARAXÁ 
DIVINÓPOLIS2X2FORMIGAGols: Pauzinho e Torres; Guita e Cabaça

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

FORMIGA5X2DIVINÓPOLISGols: Petito (3), Guita e Airton; Pauzinho e Joca
ARAXÁ4X1DORES DO INDAIÁ 

Domingo, do dia 19 de outubro de 1947

ARAXÁ2X0DORES DO INDAIÁ 

Domingo, do dia 26 de outubro de 1947

FORMIGA2X4ARAXÁ 

Domingo, do dia 02 de novembro de 1947

ARAXÁ *WOXFORMIGA 
* A Seleção de Formiga (formada pelo Formiga Futebol Clube), não compareceu para o segundo jogo e acabou perdendo por W.O. Com isso, a Seleção de Araxá se sagrou Campeão da Zona da 10ª Zona.

Domingo, do dia 07 de dezembro de 1947

UBERABA1X2ARAXÁGols: Anísio (Uberaba); Camarota e Nivaldo (Araxá)

Domingo, do dia 14 de dezembro de 1947

ARAXÁ0X4UBERABA** 
** O jogo foi interrompido aos 32 minutos do 2º tempo, em razão das condições impraticáveis do gramado, devido à forte chuva que caiu durante toda a partida. Na data marcada para a finalização do confronto e disputa da prorrogação (11/01/1948), a seleção araxaense não compareceu ao gramado alegando não ter sido devidamente comunicada pela FMF, dando a classificação a Uberaba.

Domingo, do dia 1º de fevereiro de 1948

SÃO JOÃO DEL REI1X1UBERABA 

Domingo, do dia 08 de fevereiro de 1948

UBERABA4X0SÃO JOÃO DEL REIGols: Anísio e Brandão, duas vezes cada um.

A Seleção de Uberaba foi a campeã da 3ª Região.

4ª REGIÃO

9ª Zona:

Caxambu;

Varginha;

Itajubá.

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

VARGINHA0X4CAXAMBU 

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

CAXAMBU7X2VARGINHA 

Domingo, do dia 19 de outubro de 1947

ITAJUBÁ3X1CAXAMBU 

Domingo, do dia 26 de outubro de 1947

CAXAMBU3X0ITAJUBÁ 

Domingo, do dia 02 de novembro de 1947

CAXAMBU2X0ITAJUBÁ 

Caxambu foi o Campeão da Zona da 9ª Zona

11ª Zona:

Alfenas (Alfenense F.C.);

Cabo Verde (União F.C.);

Muzambinho.

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

CABO VERDE2X3ALFENAS 

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

ALFENAS3X1CABO VERDE 

Na final, o Muzambinho desistiu e, consequentemente, o Alfenas se sagrou campeão da 11ª Zona.

12ª Zona:

Machado (A.A. Machadense);

Parreiras;

Poços de Caldas (A.A. Caldense).

Domingo, do dia 05 de outubro de 1947

MACHADO2X4POÇOS DE CALDAS 

Domingo, do dia 12 de outubro de 1947

POÇOS DE CALDAS6X1MACHADO 

Em relação ao selecionado de Parreira não foi citado. Possivelmente tenha desistido de participar. Fato é que Poços de Caldas (Caldense) ficou com o título da 12ª Zona.

Sábado, do dia 15 de novembro de 1947

POÇOS DE CALDAS5X4CAXAMBU 

Sábado, do dia 22 de novembro de 1947

CAXAMBU3X2POÇOS DE CALDAS 

Domingo, do dia 30 de novembro de 1947

CAXAMBU2X1POÇOS DE CALDAS 

Domingo, do dia 07 de dezembro de 1947

ALFENAS2X3CAXAMBU 

Domingo, do dia 14 de dezembro de 1947

CAXAMBU *WOXALFENAS 
* O selecionado de Alfenas não compareceu no jogo de volta e acabou eliminado. Com isso, a Seleção de Caxambu foi a campeã da 4ª Região.

Com a conclusão das fases eliminatórias nas 12 Zonas, e, posteriormente, a definição dos campeões da 1ª, 2ª, 3ª e 4ªRegiões, foi definido as quatro seleções municipais que lutariam pelo inédito título do 1º Campeonato Mineiro do Interior, organizado pela FMF (Federação Mineira de Futebol). Os seis jogos da Fase Final, foram realizados no Estádio Juscelino Kubitschek de Oliveira, o JK (Capacidade para 15 mil pessoas), no bairro de Barro Preto, em Belo Horizonte/MG.

Estádio Juscelino Kubitschek de Oliveira

Sábado, do dia 28 de fevereiro de 1948

ITABIRA0X3CAXAMBUGols: Januário e Gravatinha, duas vezes.
CURVELO2X1UBERABAGols: Coquinho e Vicente (Curvelo); Brandão (Uberaba).

Sexta-feira, do dia 05 de março de 1948

UBERABA6X2ITABIRAGols: Ditinho, Jorginho, Tercílio, Anísio, duas vezes (Uberaba); Helinho e Alberto (Itabira).
CAXAMBU4X0CURVELOGols: Celinho, Cento e Nove e Wallace (Caxambu).

Domingo, do dia 07 de março de 1948

CURVELO4X2ITABIRAGols: Coquinho (duas vezes), Vicente e Quirino (Curvelo); Lourinho e Zé Neves (Itabira).
CAXAMBU2X1UBERABAGols: Celso, duas vezes (Caxambu); Helinho (Uberaba).
outro ângulo do Estádio Juscelino Kubitschek de Oliveira

Com esses resultados, a Seleção de Caxambu conquistou do 1º Campeonato Mineiro do Interior, organizado pela FMF (Federação Mineira de Futebol).

Classificação Final

CLUBESPGJVEDGPGCSG
Caxambu633918
Curvelo432167-1
Uberaba2312862
Itabira033413-9

Algumas formações:

Barbacena: Valkir; Domingos e Olinto; Alvaci, Carmo e Carnot; Hélio, Zizinho, Sapateiro, Levi e Oitenta.

Caxambu: Viola; Mazinho e Zé Carlos; Xatara, Januário; Ernesto, Wallace, 109, Celso, Laláu e Gravatinha (Haroldo).

Curvelo: Ulisses; Bené e Beiçola; Malé, Quirino e Cavaquinho; Bastianinha; Caito, Adilson, Cavaco e Coquinho.

Divinópolis: Orácio (Voldack); Geraldinho e Otacílio; Silvio Azevedo (Palmiro), Bico-Fino (Dô) e Bacharel; Torres, Valtinho, Pauzinho, Joca Guimarães e Carmelinho. Técnico: Antenor Torres.

Formiga: Marándola; Marico e Busina (Lulu); Carlos, Nesir e Zezé; Machado, Guita, Pedro (Niltinho), Milton (Airton) e Cabaça (Pepito).

Santos Dumont: Chico Pão (Tigre); Parafuso (Mineiro) e Walter (Social); Marcelo (Tigre), Convence (Social) e Hipólito (Mineiro); Couri (Mineiro), Anísio, Arinos, Italiano e Natalino (Social). Entre parênteses os clubes de cada jogador.

COLABOROU: Fabiano Rosa Campos

Desenho do escudo e uniforme: Sérgio Mello

FONTES: Vida Esportiva (MG) – Gazeta de Paraopeba (MG) – Sol (MG) – Divinópolis-jornal (MG) A Manhã (RJ)

Inédito!! Guarany Football Club – Belo Horizonte (MG): Nove participações na Elite do Futebol Mineiro na década de 20/30

Por Sérgio Mello

O Guarany Football Club foi uma agremiação da cidade de Belo Horizonte (MG). Fundado na terça-feira, do dia 08 de Agosto de 1919. A Sede social do clube alvinegro ficava situado na Avenida Francisco Soucasseaux, nº 39, no bairro da Lagoinha, em Belo Horizonte/MG.

Depois se transferiu a Sede para a Rua Rútilo, nº 110, no bairro da Lagoinha, em Belo Horizonte/MG.  Seu uniforme era camisa listrada em preto e branco, até abril de 1932, quando a camisa passou a ser toda branca e os calções pretos.

Acervo de Fabiano Rosa Campos

No Campeonato de Belo Horizonte da 1ª Divisão (atual Campeonato Mineiro), disputou nove edições: 1920 (6º lugar), 1921 (7º lugar), 1926 (6º lugar), 1927 (11º lugar), 1928 (9º lugar), 1929 (7º lugar), 1930 (6º lugar), 1931 (4º lugar) e 1932 (4º lugar). Já no Campeonatos Mineiro da 2ª Divisão participou em duas oportunidades: 1922 e 1923.

Estado de Minas, do dia 02 de novembro de 1929

Campeão do Campeonato Mineiro da Segunda Divisão de 1923

E, justamente, em 1923, o Guarany Football Club conquistou o seu mais importante título: campeão do Campeonato de Belo Horizonte da 2ª Divisão (atual Campeonato Mineiro).

Em outubro de 1932, tornou-se o 1º clube da cidade a criar o seu próprio veículo de informação, o Jornal Guarany FC, que circulava aos sábados.

O Malho (RJ)

Com a adoção do regime profissional no Brasil, em 1933, permaneceu no amadorismo passando a disputar os certames da Divisão de Amadores da Federação Mineira. Não se sabe ao certo a data da sua extinção, mas há registro de suas atividades ainda no final de década de 30.

Estado de Minas, do dia 02 de novembro de 1929

FOTO: Acervo de Fabiano Rosa Campos

Desenho do escudo e uniforme: Sérgio Mello

FONTES: Estado de Minas (MG) – Rsssf Brasil – O Malho (RJ) Henrique Ribeiro

Foto e escudo raro da décda de 40: Retiro Sport Club – Nova Lima (MG): Vice-campeão Mineiro de 1932

Por Sérgio Mello

O Retiro Sport Club é uma agremiação Centenária da Cidade de Nova Lima (MG). Fundado no sábado, do dia 1º de Julho de 1916, possui a sua Sede e Estádio Retiro Saudoso, Colina, localizados na Rua Elogio Pimentel, s/n, Bairro do Retiro, em Nova Lima.

A trinca do Retiro: Aparicido, Osvaldo e Fábio

Vice-campeão Mineiro de 1932

Apesar de ter acabado com futebol profissional e muitos daqueles que freqüentam o clube atualmente, desconhecem a história do Retiro, o time de futebol  já foi ‘figurinha carimbada’ na Elite do Futebol Mineiro, nos idos de 20 e 30. Ao todo, foram sete participações no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão: 1927 (7º lugar), 1932 (2º lugar), 1933 (8º lugar), 1934 (4º lugar), 1935 (6º lugar), 1936 (3º lugar) e 1937 (6º lugar).

Dessas edições, duas se destacam: o vice-campeonato de 1932 (só atrás do Atlético Mineiro), organizado pela Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT) e a 3ª colocação do Campeonato reunificado de 1936.

Nos dias atuais, o Retiro busca estimular a prática esportiva e a inclusão social, por meio da sua Escolinha de Futebol, onde formam atletas, mas, principalmente, cidadãos de bem.

FOTO: Acervo de Fabiano Rosa Campos

FONTES: Rsssf Brasil – Página do Clube no FacebookAnotações pessoal

Inédito!! Grêmio Ludopédio Calafate – Belo Horizonte (MG): Três participações na Elite do Futebol Mineiro, nas décadas de 20 e 30!

Por Sérgio Mello

O Grêmio Ludopédio Calafate foi uma agremiação da cidade de Belo Horizonte (MG). Fundado na sexta-feira, do dia 03 de Julho de 1925, no bairro Calafate, em Belo Horizonte. A sua última Sede ficava na Rua Platina, nº 1.625, no bairro do Prado, em B.H. As suas cores eram o azul marinho e branco.

A sua 1ª Diretoria foi composta pelos seguintes membros:

Presidente – João Rodrigues Maia;

Vice-presidente – Milton Xavier;

1º Secretario – Antônio Guimarães Albernaz;

2º Secretario – Galileu Franco Belga;

Thesoureiro – João Viola;

Director Esportivo – Sérgio de Almeida Furtado.

Histórico na Elite do futebol Mineiro

O Grêmio L. Calafate disputou o Campeonato Mineiro da 1º Divisão, em três oportunidades: 1926, 1927 e 1932. E, no Estadual da Segunda Divisão em outras quatro vezes: 1927, 1928, 1930 e 1931.  

Em 1926, o Grêmio Ludopédio Calafate ingressou na Associação Mineira de Esportes Terrestres (AMET), criada pela Società Sportiva Palestra Itália (atual: Cruzeiro Esporte Clube), que havia se desligado da Federação Mineira de Futebol (FMF).

Logo depois, o Campeonato de Belo Horizonte começou em 1926. Na temporada seguinte, se filiou a FMF, uma vez que os clubes da AMET foram incorporados pela Federação Mineira e o G.L. Calafate passou a disputar o Campeonato Mineiro da 2ª Divisão.

Risos e Sorrisos (MG) de 1925

imbróglio ajudou ao G.L. Calafate jogar a Primeira Divisão Mineira

Campeonato Mineiro da 1ª Divisão de 1932, organizado pela Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), começou quente antes mesmo do seu início.  Vários clubes se desfiliaram da LMDT, protestando contra uma suposta parcialidade a favor do Atlético Mineiro.

Com isso, criaram uma nova liga: AMEG (Associação Mineira de Esportes Geraes). E o Grêmio Ludopédio se desligou da Federação Mineira e se filiou a AMEG. Sua maior glória foi a conquista do Campeonato de Belo Horizonte da Segunda Divisão de 1927.

Clube se fundiu e mudou de nome

Em fevereiro de 1933, devido ao surgimento do profissionalismo, uniu-se ao Sport, também do Prado, e passou a se chamar União Athletica Calafate. O uniforme passou a ser alvinegro. O presidente escolhido foi Sr. Waldomiro Machado.

A Associação Mineira de Football, na sexta-feira, do dia 22 de março de 1935, por meio do seu Conselho Administrativo, na sua última reunião eliminou por falta de pagamento os seguintes clubes:

Alves Nogueira, Esperança, Guarany, Horizontino, Minas Geraes, Montes, Palmeiras, Santa Cruz, Santa Thereza, Tupy e União Athletica Calafate. Após essa eliminação, o clube, que não chegou a realizar nenhuma partida, acabou sendo extinto.

Documento: Acervo de Fabiano Rosa Campos

Desenho do escudo e uniforme: Sérgio Mello

FOTOS: Risos e Sorrisos (MG) – O Malho (RJ)

FONTES: Henrique Ribeiro – Risos e Sorrisos (MG) – Diário da Noite (RJ) – Gazeta de Notícias (RJ)

Inédito!! Santa Cruz Football Club – Belo Horizonte (MG): Três participações na Elite do Futebol Mineiro, nas décadas de 20 e 30!

Por Sérgio Mello

O Santa Cruz Football Club foi uma agremiação da cidade de Belo Horizonte (MG). Fundado no domingo, do dia 03 de Maio de 1925. As suas cores eram o azul, vermelho e branco (uniforme tricolor). Em Julho de 1931, no papel timbrado (na matéria), menciona as cores em preto, branco e vermelho. Em abril de 1932, alterou para vermelho.

O clube teve algumas Sedes: Rua Pouso Alegre, 1.824; Rua Anhanguera, 140; Rua Salinas, 1861 e 1944; Rua Mármore, 70, 91 e 313 e na Rua Hermílio Alves, todos os endereços situados no bairro de Santa Tereza, que fica na região Leste de Belo Horizonte/MG.

O campo de treinos ficava no quartel da Polícia, no bairro vizinho de Santa Efigênia (a distância entre os dois era de cerca de 1 km). Além do futebol, o Santa Cruz também possuía equipes de tênis de mesa quando se sagrou campeão da cidade em 1930.

Três edições na Elite do Futebol Mineiro

O Santa Cruz Football Club esteve presente no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão, em três oportunidades: nos anos de 1926 (pela AMET), 1929 (5º) e 1932 (LMDT – 7º). Também disputou quatro edições do Campeonatos Mineiro da Segunda Divisão: 1927 (4º lugar), 1928 (Campeão), 1930 (3º lugar) e 1931 (5º colocado).

Cerca de um ano após sua fundação, em 1926, o Santa Cruz F.C. ingressou no futebol ao se filiar na Associação Mineira de Esportes Terrestres (AMET), criada pela Società Sportiva Palestra Itália (atual: Cruzeiro Esporte Clube), que havia se desligado da Federação Mineira de Futebol (FMF). Em 1927, os clubes da AMET foram incorporados pela FMF e o Santa Cruz passou a disputar a Segunda Divisão Mineira.

Papel timbrado do Santa Cruz, de 21/07/1931

Campeão Mineiro da 2ª Divisão de 1928

O ápice do modesto Santa Cruz Football Club aconteceu em 1928, quando se sagrou campeão do Campeonato Mineiro da 2ª Divisão, no principal e também nos Aspirantes. A competição contou com a presença de seis equipes:

Avante Sport Club; Fluminense Football Club; Grêmio Ludopédio Calafate; Minas Geraes Football Club; Santa Cruz Football Club e Sport Club Carlos Prates.

O regulamento era simples: todas as equipes se enfrentaram em turno e returno e a equipe que somasse o maior número de pontos ficava com o título. Após dez rodadas, o Santa Cruz ficou com o caneco, com relativa folga.

Classificação Final de 1928

CLUBESPGJVEDGPGCSG
Santa Cruz161082451629
Fluminense F.C.1310613451530
G.L. Calafate129632426-2
S.C. Carlos Prates9941429209
Avante S.C.4927660-56
Minas Geraes F.C.29181022-12

Campanha:

Domingo – 1º de julhoSanta Cruz3X2G.L. Calafate
Domingo – 15 de julhoSanta Cruz4X3Fluminense
Domingo – 22 de julhoSanta Cruz1X2 *Minas Geraes
Domingo – 05 de agostoCarlos Prates1X4Santa Cruz
Domingo – 19 de agostoSanta Cruz13X0Avante S.C.
Domingo – 26 de agostoG.L. Calafate5X4Santa Cruz
Domingo – 09 de setembroFluminense2X1Santa Cruz
Domingo – 16 de setembroMinas Geraes0X6Santa Cruz
Domingo – 30 de setembroSanta Cruz2X1Carlos Prates
Domingo – 14 de outubroAvante S.C.0X7Santa Cruz
* O Minas perdeu os pontos do jogo, por ter colocado jogador irregular
Recorte do Estado de Minas (03/11/1929)

Mudança do estatuto rebaixou o Santa Cruz

Em 1929, de volta a Elite do Futebol Mineiro, o Santa Cruz fez uma boa campanha, dos 10 clubes participantes, terminando na 5ª colocação. Foram oito jogos, com três vitórias e cinco derrotas; marcando 15 gols, sofrendo 41 e um saldo de menos 26.

Em 1930, uma assembleia geral alterou os estatutos da liga. Portanto, Santa Cruz e Alves Nogueira foram rebaixados para a recém-estruturada Segunda Divisão, o Fluminense (vencedor da segunda divisão em 1929), não foram promovidos à Primeira Divisão de 1930. e o Villa Nova foi readmitido na Primeira Divisão, pois foi aprovado que poderia jogar suas partidas no seu estádio, em Nova Lima.  

Ainda em 1930, disputou o Campeonato Mineiro da 2ª Divisão. Com a participação de seis clubes, o Santa Cruz terminou na 3ª colocação: foram nove pontos em 10 jogos; com quatro vitórias; um empate e cinco derrotas; marcando 25, sofrendo 22 e um saldo positivo de três. Apenas o campeão tinha direito ao acesso.  

Em 1931, na a Segunda Divisão Mineira, com a presença de seis clubes, o Santa Cruz fez uma campanha ruim, ficando na penúltima colocação, com quatro pontos em cinco jogos; duas vitórias e três derrotas; marcando 15 gols e sofrendo nove.

Desfiliações ajudaram o retorno do Santa Cruz à Primeirona

O Campeonato Mineiro da 1ª Divisão de 1932, organizado pela Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), começou quente antes mesmo do seu início.  Vários clubes se desfiliaram da LMDT, protestando contra uma suposta parcialidade a favor do Atlético Mineiro. Com isso, criaram uma nova liga: AMEG (Associação Mineira de Esportes Geraes).

O Atlético Mineiro foi o único maior clube permaneceu no LMDT e venceu o campeonato com facilidade e invicto. Na outra liga, o Villa Nova foi campeão de forma invicta.

Com essa debandada, Palestra Itália (atual: Cruzeiro), América, Sete de Setembro e Villa Nova os clubes escolhidos para substituí-los foram: Santa Cruz, Sport Club Carlos Prates, Alves Nogueira Football Club e Retiro Sport Club.  

Entre idas e vindas, oito equipes formaram o Campeonato Mineiro da 1ª Divisão de 1932. O regulamento simples, com todos se enfrentando em turno e returno, o campeão ficaria com a taça. Como já mencionamos, o Galo foi o campeão, enquanto o Santa Cruz fez uma campanha ruim, terminando na 7ª colocação: foram sete pontos em 14 jogos; três vitórias, um empate e 10 derrotas; marcando 19 gols, sofrendo 41 tentos e um saldo negativo de 22.  

Em 1933, foi adotado o regime do futebol profissional no Brasil. Sem muito tempo para uma adaptação, diversos clubes foram extintos e outros permaneceram no amadorismo, dentre eles, o Santa Cruz.

A partir daí, o modesto clube do bairro de Santa Tereza seguiu disputando amistosos e competições na esfera amadora. Nesse ritmo prosseguiu por mais três anos, quando não foram encontrados mais informações sobre o simpático Santa Cruz.

FOTO: Acervo de Fabiano Rosa Campos – Estado de Minas (MG)

FONTES: Rsssf Brasil – pesquisador e historiador Henrique Ribeiro

Associação Atlética Asas – Lagoa Santa (MG): Mascote do clube desenhado pelo cartunista Mangabeira!

Morceguinho

Fernando Pieruccetti, conhecido como Mangabeira, nasceu em Belo Horizonte, em 1910 e faleceu em novembro de 2004.  Foi um pintor, desenhista, cartunista, ilustrador e professor brasileiro.

Mangabeira, criou na década de 40, através de charges no extinto Folha de Minas, as charges do Galo como representante do Clube Atlético Mineiro. Também em 1945, lançou a raposa como mascote do Cruzeiro Esporte Clube, após ter se inspirado no ex-presidente cruzeirense Mário Grosso, conhecido por sua esperteza e astúcia no comando dos negócios do time azul e branco.

Curiosamente, à semelhança das duas mascotes, Cruzeiro Esporte Clube e Atlético Mineiro tem uma intensa rivalidade. Também criador do símbolo do Coelho para o América-MG, inspirado no sobrenome de muitos dirigentes na época, o Tigre para o Sete de Setembro, a Tartaruga para o Siderúrgica e o Leão para o Villa Nova entre outros tantos.

Aos poucos redesenharei cada uma das mascotes dos pequenos clubes mineiros para compartilhar com os meus amigos internautas! Até a próxima!

A Associação Atlética Asas é uma agremiação da cidade de Lagoa Santa (MG). A sua Sede está localizada na Rua Tom Jobim, nº 285, no Bairro Moradas da Lapinha, em Lagoa Santa. O “Morcego da Lagoa” foi Fundado na terça-feira, do dia 03 de Janeiro de 1950, motivado pelo Coronel Aviador e Engenheiro Dirceu de Paiva Guimarães, esportista e homem de ação, (Conselheiro e Vice-Presidente do Botafogo de Futebol e Regatas do Rio de Janeiro) primeiro Comandante do Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa, antiga Fábrica Nacional de Aviões, juntamente com seu amigo unilateral, na ocasião Deputado Federal Juscelino Kubitschek de Oliveira, Eterno Presidente da República.

O Coronel Dirceu, com a promessa de emprego na FAB, garimpava os melhores atletas amadores na região metropolitana de Belo Horizonte, e mesmo fora, para montar e depois para reforçar a equipe.

O seu 1º jogo foi contra o Lagoa Santa Esporte Clube e o ASAS venceu por 4×1. Assim sendo, o ASAS, já nos seus primórdios, foi considerado o melhor time de futebol amador de Minas Gerais em todos os tempos e em seu primeiro ano de vida a Agremiação terminou “invicta”.

Para tanto, houve a formação de uma parceria do ASAS com o Sete de Setembro F C de Belo Horizonte, então integrante da 1ª Divisão do Campeonato Mineiro, que se encontrava na última colocação no 1° turno em 1951. Todo o quadro titular do ASAS foi emprestado ao Sete de Setembro, que acabou saindo da última posição para terminar o campeonato em 3º lugar.

Oito vezes na Elite do Futebol Mineiro

A partir daí o Asas viveu o seu período de glória no futebol mineiro na década de 50. Ao todo, foram oito participações no Campeonato Mineiro da 1ª Divisão, organizado pela Federação Mineira de Futebol (FMF): 1952 (8º lugar), 1953 (5ª posição), 1954 (4ª posição), 1955(7º lugar), 1956 (7º lugar), 1957 (7º lugar), 1958 (11º lugar) e 1959 (eliminado na 1ª fase).

Campeão do Torneio Início de 1952

O ASAS se profissionalizou em 1952 e logo na sua estreia, na divisão principal, foi Campeão Mineiro do Torneio Início, vencendo naquela competição tanto Atlético quanto Cruzeiro. Nesse período áureo o ASAS foi considerado o Clube que praticava o futebol mais bonito em Minas Gerais, tendo inclusive sido convidado pela CBD (Confederação Brasileira de Desportos) para um jogo treino contra a Seleção Brasileira, que iria disputar a Copa do Mundo de 1954 na Suíça.

Além do esporte o ASAS tinha uma vida social muito intensa, promovendo eventos de grande envergadura, trazendo grandes artistas nacionais da época para a pequena Lagoa Santa.  Disputou a Divisão Principal  do Campeonato Mineiro até o ano de 1957 (sempre ocupando boas posições), quando o Coronel Dirceu foi promovido e transferido para outra unidade, fora de Minas Gerais.

Nos anos de 1958 e 1959, já com pouquíssimo apoio financeiro e logístico da unidade militar, o ASAS disputou o Campeonato Mineiro de Profissionais pelo Torneio Classificatório de forma heróica. No início de 1960, sem nenhum apoio, a situação do Departamento Profissional do ASAS se tornou insustentável, o que obrigou o Clube a se licenciar do profissionalismo.

Como os ex-jogadores profissionais do ASAS continuavam trabalhando na FAB, o time passou ao amadorismo, sempre formando grandes quadros e disputando os campeonatos regionais de amadores. Nas décadas de 70 e 80 o ASAS, por vários motivos, viveu tempos muito difíceis e somente disputou amistosos, além de alguns torneios não oficiais.

Bastante descaracterizado, o ASAS pouco tinha a ver com o grande Clube do passado. Em 1º de junho de 1994 houve uma tentativa de reativação do ASAS, tendo à frente o então Taifeiro Mor da Aeronáutica Itamar Félix, que por falta de apoio não obteve êxito.

Em 17 de Junho de 1999, a Associação Atlética Asas foi enfim reorganizada por um grupo de abnegados liderados pelo sr. Dartagnan Fernandes dos Santos, e com muito empenho o seu patrimônio material e imaterial está sendo recuperado.

Desde então, o ASAS vem disputando todos os campeonatos organizados pela Liga de Futebol de Lagoa Santa, alguns campeonatos de base e feminino da Federação Mineira de Futebol.

O nosso quadro de veteranos, atualmente sob a chancela do Diretor de Futebol Recreativo Jorfersan Fernandes dos Santos, foi montado logo nos primeiros dias, após a reorganização, com o intuito de agregar as pessoas e famílias envolvidas, para, além do jogo de bola do fim de semana, haver o congraçamento de todos os Aseanos.

O ASAS, após perambular aqui e acolá, adquiriu em Setembro de 2008, duas salas no bairro Moradas da Lapinha, na cidade de Lagoa Santa. Em uma foi instalada a Sede Administrativa e Sala de Troféus, denominada SALA DOS ESPELHOS, e na outra sala foi montado o Memorial ASAS-ETERNO.

Contém uma parte considerável do acervo histórico Aseano, com mais de 60 anos de tradição, recuperado “a duras penas” nos últimos 15 anos. O próximo passo é a aquisição de um terreno (já prometido pelo executivo e legislativo municipais) para a construção da praça de esportes do Clube.

Desenho da Mascote: Acervo de Fabiano Rosa Campos

FONTES: Rsssf Brasil – Revista A Semana Esportiva

Fotos raras de 1965: Inauguração do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

Na partida diante do River Plate, a Seleção Mineira jogou com uniforme verde

No domingo, do dia 05 de Setembro de 1965, foi oficialmente inaugurado o Estádio Minas Gerais (posteriormente ganhou o nome de Estádio Governador Magalhães Pinto, popularmente chamado de “Mineirão”). A partida foi entre a Seleção Mineira diante da forte equipe do River Plate (ARG). No final, os mineiros saíram de campo com a vitória pelo placar de 1 a 0. O gol foi assinalado pelo atacante Buglê.

O Estádio Minas Gerais, construído em tempo recorde pelo Governo Magalhães Pinto, era o 2º estádio coberto do mundo. Tem capacidade para 130 mil pessoas e sua área total – incluindo pista de atletismo, parques de estacionamento parα automóveis e jardins – é de 300.000 m2. Sua cobertura abriga totalmente as arquibancadas, as cadeiras e ainda (este, um detalhe inédito) parte das gerais atrás dos gols.

O conjunto esportivo para o esporte especializado e universitário se completa com 5 quadras de tênis, 2 piscinas, 8 quadras de voleibol, 5 quadras de basquete, 6 campos de futebol, Departamento de Esportes Náuticos e Ginásio.

Modelo utilizado em 1965

Programação definida

A administração da ADEMG (Administração do Estádio de Minas Gerais), informou a programação, com quatro jogos no Estádio Minas Gerais, sendo que a carga total disponibilizada de ingressos para cada partida foi de 103 mil.

DATASPARTIDASPRELIMINAR
05 de setembro de 1965Seleção Mineira x River PlateNão teve
07 de setembro de 1965Seleção Brasileira (representada pelo Palmeiras) X Seleção UruguaiaAmérica Mineiro x Uberaba
12 de setembro de 1965Seleção Mineira x BotafogoAtlético x Siderúrgica
15 de setembro de 1965Seleção Mineira x Santos FCCruzeiro X Vila Nova

Na partida entre Minas Gerais x River Plate foram inaugurados os refletores do estádio. A venda de ingressos já foi iniciada sendo arrecadados oito milhões de cruzeiros no primeiro dia. A partir da próxima segunda-feira (30 de agosto de 1965) a tesouraria da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) terá também ingressos à venda.

EM PÉ (esquerda para a direita): Dawson, Canindé, Buglê, Fábio, Grapete e Bueno;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Silvestre, Dirceu Lopes, Tostão, Noventa e Tião.

Programação para a partida inaugural

O Governo do Estado e a Administração do Estádio Minas Gerais (ADEMG), estabeleceram, para as solenidades comemorativas da inauguração do novo estádio, a seguinte programação:

10 horas – salva de canhões na Pampulha;

11 horas – abertura dos portões do Estádio Minas Gerais e logo a seguir, desfile das balizas que participarão dos Jogos da Primavera, promoção do JORNAL DOS SPORTS;

13 horas – exibição dos cães amestrados da Polícia Militar;

13h30m – saltos de paraquedistas no gramado e evoluções da Banda da Polícia Militar;

13h45m – apresentação das placas alusivas à inauguração do estádio, sendo que na ocasião o engenheiro Gil César Moreira de Abreu, autor das maquetes do estádio, e o Governador Magalhães Pinto discursarão. Antes, ambos serão recebidos pela Banda de Música do Exército;

14 horas – entrega do estádio ao povo, pelo Governador Magalhães Pinto;

14h05m – bênção do campo, com a presença dos alunos da Escola Técnica de Belo Horizonte e do Colégio Municipal;

14h15m – desfile de colégios com a participação, mais uma vez, das balizas que participarão dos Jogos da Primavera;

14h40m – exibição da Esquadrilha da Fumaça. Dois paraquedistas pularão de aviões especiais, um trazendo a bola do jogo e outro a bandeira brasileira que será levantada no mastro central do estádio;

14h50m – entrada em campo das equipes da seleção mineira e do River Plate, para o jogo inaugural, que se postarão no gramado em forma olímpica;

14h55m – entrada do Governador Magalhães Pinto em campo e execução dor hinos nacionais do Brasil e da Argentina. Após a execução dos dois hinos o bicampeão mundial de futebol, Nilton Santos, desfilará pela pista, levando a tocha olímpica e acendendo a pira olímpica. Na ocasião será feita uma exaltação ao esporte pelas alunas da Escola Nacional de Educação – Física de Minas Gerais;

15h05m – o Governador do Estado de Minas saudará os atletas que participarão do jogo inaugural e vai dar o pontapé inicial;

15h15m – Início do jogo Seleção Mineira x River Plate,

Estádio Minas Gerais que depois ganhou alcunha de Mineirão

Transporte e Polícia

Para facilitar o acesso do público ao estádio Minas Gerais, serão colocados hoje (domingo, do dia 05 de Setembro de 1965), pelo Departamento Municipal de Transportes Coletivos, a partir das 10h, 130 ônibus, que não cobrarão passagens e ligarão o Centro da Cidade e a Pampulha, onde está localizado nôvo estádio.

Os veículos rodarão até quando o movimento de público exigir. A Prefeitura deslocou quase todas as urnas do Departamento de Obras para o preparo das vias de acesso ao estádio todas as obras foram concluídas na madrugada de hoje, depois de o pessoal de obras ter trabalhado durante toda a noite.

Cerca de 2 mil homens foram mobilizados para o policiamento: guardas civis, soldados e oficiais da Policia Militar, investigadores do corpo de segurança e elementos do Departamento Estadual do Trânsito, além da Rádio Patrulha, e receberam ordens severas no sentido de prender todas as pessoas suspeitas e ficam atentos aos marginais de outros Estados que aparecem, atraídos pela notícia da inauguração do estádio Minas Gerais.

EM PÉ (esquerda para a direita): Bueno, Canindé, Grapete, Buglê, Fábio, Décio Teixeira e Ubaldo Miranda (ex-jogador com passagens pelo Atlético-MG, Bangu-RJ, Villa Nova-MG, Bela Vista-MG e Corinthians);
AGACHADOS (esquerda para a direita): Não identificado (massagista),Wilson Almeida, Silvestre, Tostão, Dirceu Lopes, Tião e Bolão (massagista).

Câmbio Negro

Outra recomendação aos policiais foi a repressão total ao câmbio negro de ingressos, que desde a quinta-feira (dia 02 de Setembro de 1965) começará a vigorar.

Ontem à tarde (dia 03 de Setembro de 1965), uma guarnição da Rádio Patrulha prendeu os cambistas Antônio Pereira e Raimundo Rodrigues, que adquiriram 120 arquibancadas a Cr$ 1 mil e estavam vendendo na Rua da Bahia a Cr$ 2 mil, cada uma. Os dois marginais foram encaminhados a Delegacia de Representação e Vadiagem serão processados.

Maracanã e Estádio Minas Gerais: Os Dois Gigantes

Num confronto do Maracanã, maior do mundo, com o “Minas Gerais“, terceiro, a diferença, no que toca à parte técnica de sua construção é a seguinte:

ITENSMINAS GERAISMARACANÃ
Capacidade130 mil pessoas200 mil
Forma geométrica de uma falsa elipse, medindo no eixo maior276.00m308,74m
medindo no menor216,30m280.75m
Perímetro785.77m844.62m
Altura25,00m32.00m
Arquibancadas (número de degraus)3548
1.° degrau em relação ao nível do campo8.00m7.50m
Último17,87m23,67m
No último degrau o espectador fica em relação ao centro do campo90.00m126,00m
Medidas máximas do gramado (Internacional)110 x 75m110 x 75m
Fosso lateral de proteção – profundidade3,00m3.00m
largura2,50m3.00m
Túneis de Acesso ao gramado34
Placares eletrônicosem projeto3
Vestiários (música permanente, gabinete médico, sala de massagens, banheiras térmicas e oxigenoterapia)55
Alojamentos400 pessoas100 pessoas
Escoamento do público, quando lotado10 minutos15 minutos
Projetores de iluminação240 220
Material usado na construção – Madeira284.000m2850.000m2
Material usado na construção – Sacas de cimento284.000500.000
Material usado na construção – Ferro4.000.000kg9.582.781kg
Cabines para rádios e TVs, com ar condicionado, isolamento acústico e visor panorâmico2426

Gérson já tem time base dos Mineiros

Belo Horizonte – O técnico Gérson dos Santos, da seleção mineira que se prepara os jogos inaugurais do Estádio Minas Gerais, informou ontem (terça-feira, dia 24 de agosto de 1965) que, depois dos últimos coletivos realizados conseguiu formar a equipe base do escrete para o primeiro jogo dos mineiros, dia 5 de setembro, com o River Plate, de Buenos Aires (ARG).

Gérson revelou que deverá ser o seguinte, o quadro que jogará contra o River: Fábio; Canindé, William, Rui e Décio Teixeira; Edson e Dirceu Lopes; Wilson Almeida, Silvestre, Jair Bala e Tião. Disse ainda que escolheu os que melhor produzem em conjunto e não os que demonstram ação individual, mesmo que sejam ótimos.

Foto: acervo pessoal do ex-jogador Silvestre
EM PÉ (esquerda para a direita): Bueno, Canindé, Grapete, Buglê, Fábio, Décio Teixeira e Ubaldo Miranda;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Wilson Almeida, Silvestre, Tostão, Dirceu Lopes, Tião e o massagista Bolão.

Próximos Ensaios

Hoje à tarde (quarta-feira, dia 25 de agosto de 1965) será realizado o terceiro treino coletivo da seleção mineira, no Estádio Independência, contra o time do Banco da Lavoura. De amanhã até sábado os jogadores darão apenas treinamento individual e domingo haverá nova prática de conjunto, também do Estádio Independência, contra o Olímpic, de Barbacena, atual campeão do certame promovido pela Liga de Juiz de Fora. Nessa partida, a equipe barbacenense surpreendeu ao vencer por 2 a 1.

A Tática

Gérson dos Santos disse ainda que vai adotar o sistema 4-2-4 nos jogos em que a seleção mineira participar, acentuando, entretanto, que não será um sistema rígido, devendo haver variação para o 4-3-3, acordo com o adversário e o andamento das partidas.

Já deu ordens ao ataque para jogar pelas pontas. acompanhando e deslocando Jair Bala e Silvestre para as extremas em que se der a jogada.

O River Plate, que é o primeiro adversário dos mineiros, está sendo aguardado em Belo Horizonte nos primeiros dias de setembro, procedente da Europa, para onde seguirá depois do jogo de hoje em Caracas (VEN), com o Real Madrid (nesse jogo, terminou empatado em 1 a 1, com a presença de 15 mil pagantes. O espanhol Agüero abriu o placar para a equipe madrilenha no primeiro tempo. Cubillas deixou tudo igual para os argentinos na etapa final).

Tevê Tupi transmitiu o jogo

No Jornal dos Sports, teve o anúncio de que a Televisão Tupi, Canal 6, iria transmitir às 15 horas, a partida entre Seleção Mineira x Club Atlético River Plate, direto do Estádio de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória (ES), através de uma rede nacional de televisão. O Banco Nacional de Minas Gerais S/A foi o patrocinador da transmissão e também ajudou na construção do Estádio mineiro.

Imponentes festejos marcaram inauguração

Com a vitória do selecionado mineiro sobre a representação do River Plate, da Argentina, o povo de Minas Gerais e, sobretudo, de Belo Horizonte, teve um fecho de ouro para as festividades de inauguração do Estádio Minas Gerais, o segundo do Brasil e terceiro do mundo, em capacidade, perdendo apenas para o Maracanã e para o Hampden Park, de Glasgow, na Escócia.

Desde as primeiras horas da manhã de ontem a Capital mineira começou a vi- ver seu dia de festa, com salva da canhão que anunciou o nascimento do novo estádio, já chamado de “colosso da Pampulha“.

Os festejos continuaram com o Arcebispo de Belo Horizonte, Dom Serafim Fernandes de Araújo dando a bênção ao estádio e com apresentação de bandas de música, ginastas e, com destaque, das balizas que participarão dos Jogos da Primavera, numa promoção do JORNAL DOS SPORTS.

Governador Entrega

O Governador Magalhães Pinto chegou ao estádio por volta das 14 horas recebendo consagradora ovação do enorme público presente e, logo após, fez a entrega simbólica da nova praça de esportes ao povo mineiro.

Antes do início da partida que encerrou as festividades do dia de ontem (domingo, do dia 05 de Setembro de 1965), o Governador mineiro cumpri- mentou a todos os jogadores dos dois times, ressaltando, junto aos integrantes da equipe argentina “a honra a satisfação do povo mineiro de ter o River Plate como convidado num momento histórico como o da inauguração do Estádio Minas Gerais”.

Como convidados especiais do Governo de Minas estiveram presentes às solenidades da inauguração do nôvo estádio, os presidentes da Federação Paulista de Futebol, Sr. Mendonça Falcão; da CBD, Sr. João Havelange; do CND, Sr. Elói Meneses; e o técnico da Seleção Brasileira, Vicente Feola.

Mineiros venceram na Festa de Inauguração

Com uma renda muito aquém da esperada pelas autoridades e sem que se saiba o número exato de espectadores porque as borboletas dos portões de acesso ainda não foram instaladas, o Estádio Minas Gerais foi inaugurado, ontem, com festividades que se encerraram com o encontro entre a seleção mineira e o River Plate, vencido pelos mineiros por 1 a 0, gol de Buglê aos 3 minutos da etapa final.

A arrecadação foi de 82.792.625,00 e calcula-se, entre público pagante e autoridades convidadas, cerca de 80 mil pessoas presentes ao jôga, embora a Administração do Estádio Minas Gerais tivesse anunciado, anteriormente, que a venda de ingressos já havia atingido Cr$ 90 milhões (sábado). O estádio ainda não está acabado, devendo ter suas obras finalizadas, definitivamente, dentro de um ano.

Jogo Fraco

A partida entre o escrete mineiro e o River Plate teve duas características distintas: o nervosismo dos mineiros e o cansaço dos argentinos. A consequência foi um jogo fraco, que somente começou a melhorar depois que a equipe local inaugurou o marcador, no segundo tempo, e, perdendo um pouco a inibição inicial, partiu para o jogo emocional, suprindo as deficiências de falta de conjunto com a vibração de seus jogadores, incentivados pela imensa torcida que pedia “mais um, mais um“.

Até os primeiros 35 minutos da partida o River Plate, embora um pouco lento, comandou o jogo, tendo perdido, aos 9 minutos, oportunidade de inaugurar o marcador num pênalti cometido por Grapete, que tirou com a mão uma bola que ia entrando depois de haver passado pelo goleiro Fábio. Sarnari cobrou e chutou para fora. Depois os mineiros melhoraram um pouco, indo mais à frente, embora pecassem nas finalizações.

Gol Único

O gol da seleção de Minas nasceu de uma jogada de Dirceu Lopes, que deu em profundidade para Buglê, que adiantara, tendo o goleiro Gatti tentado interceptar, falhando. Buglê apanhou a bola, driblou, ainda, um zagueiro e fuzilou, aos 3 minutos da etapa final.

Depois desse gol, os mineiros, jogando mais na base do entusiasmo, pressionaram com mais frequência o gol adversário, até os 30 minutos. Quando faltavam 15 minutos para o término do jogo, o time adversário, que vinha mantendo um ritmo lento, mostrando cansaço, começou a reagir, passando a pressionar, mas a equipe local, caindo toda na defesa, conseguiu manter marcador.

Duas Expulsões

Aos 35 minutos da fase inicial, o ponta-esquerda Tião, do escrete mineiro, entrou violentamente em Sarnári, que revidou com um pontapé, tendo o juiz da partida, Sr. Antônio Viug, expulsado os dois jogadores, passando os dois times a jogar com apenas 10 homens. Mesmo depois dessas expulsões, o jogo continuou viril, com as defesas de ambos os lados jogando duro e, por vezes, violentas.

Começou Atrasado

A partida, que estava por ser iniciada às 15h15m, começou com um atraso de 15 minutos por que as solenidades de inauguração demoraram mais tempo que o previsto pelas autoridades.

As 14h30m, Hideraldo Luís Belini, bicampeão mundial de futebol e capitão da seleção da campanha da Suécia, em 1958, deu a volta olímpica no campo levando o fogo simbólico e depois acendeu a pira olímpica, sob o aplauso de todos os espectadores. Antes do início da partida, os capitães da seleção de Minas, Bueno, e do River Plate, Ramos Delgado, trocaram flâmulas.

Os Melhores

Os melhores jogadores da partida foram Fábio, Dirceu Lopes, Buglê, Grapete e Wilson Almeida, para os mineiros, e Ramos Delgado, Oscar Más, Matozas e o brasileiro Delém (Vladem Lázaro Ruiz Quevedo), para os argentinos. O goleiro Fábio, da seleção de Minas, merece destaque especial, tendo sido o melhor homem em campo.

O árbitro Antônio Viug teve bom trabalho, embora um pouco prejudicado pela virilidade dos jogadores. Quase chega atrasado ao campo porque o avião em que viajou do Rio se atrasou, tendo aterrissado na Pampulha 15 minutos antes do jogo. Os bandeirinhas foram Joaquim Gonçalves e Luís Pereira, ambos da Federação Mineira de Futebol (FMF).

Os mineiros terão hoje o dia livre e voltarão a se concentrar amanhã a fim de se preparar para o jogo com o Botafogo, domingo. Amanhã farão individual; quarta-feira, coletivo no Estádio Minas Gerais; quinta-feira, individual; e sexta-feira, apronto. O técnico mineiro, Gérson Santos, informou que pretende manter a mesma equipe para o Jogo de domingo.

EM PÉ (esquerda para a direita): Carlos Alberto Sainz, Jose Manuel Ramos Delgado (Capitão), Hugo Gatti, Roberto Matosas, Vladislao Cap e Hector Grispo;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Luis Cubilla, Juan Carlos Sarnari, Luís Artime, Delém e Oscar Más.

River faturou 10 mil dólares pelo jogo

A Delegação do Club Atlético River Plate, viajando pela Ibéria, desembarcou no Rio de Janeiro, no sábado, do dia 04 de setembro de 1965. Logo depois viajou para Belo Horizonte, chegando por volta das 13 horas. Dali seguiu para o Brasil Palace Hotel, onde ficou hospedado.

A delegação do River Plate embarcou na segunda-feira (dia 06 de Setembro de 1965), às 14 horas, para o Rio de Janeiro e às 18 horas, do Galeão, seguiu viagem para Buenos Aires (ARG). Pela partida, o River Plate recebeu a cota de 10 mil dólares, além das despesas pagas.

As duas equipes perfiladas, ouvindo os hinos nacionais do Brasil e Argentina

SELEÇÃO MINAS GERAIS        1        X        0        C.A. RIVER PLATE (ARG)

LOCALEstádio Minas Gerais (atual Mineirão), no bairro da Pampulha, em Belo Horizonte/MG 
CARÁTERAmistoso Internacional
DATADomingo, do dia 05 de Setembro de 1965
HORÁRIO15 horas e 30 minutos (de Brasília)
RENDACr$ 82.792.625,00 (Oitenta e dois milhões, setecentos e noventa e dois mil, seiscentos e vinte e cinco cruzeiros)
PÚBLICO73.201 pagantes (a estimativa foi de um público presente de 100 mil)
ÁRBITROAntônio Viug (FIFA/RJ)
AUXILIARESJoaquim Gonçalves (FMF) e Luís Pereira (FMF)
EXPULSÕESTião (Minas Gerais) e Sarnari (River Plate)
MINAS GERAISFábio; Canindé, Grapete, Bueno e Décio Teixeira; Dirceu Lopes e Buglê; Wilson Almeida (Geraldo, e depois Noventa), Tostão, Silvestre (Jair Bala) e Tião. Técnico: Gérson Santos.
RIVER PLATEGatti; Sainz, Ramos Delgado, Hector Grispo (Mario Bonzuck) e Matosas; Vladislao Cap (Solanez) e Sarnari; Luis Cubilla (Jorge Solari), Artime (Juan Carlos Lallana), Delém e Oscar Más. Técnico: Jose Curti.
GOL(S)Buglê aos 3 minutos (Seleção Mineira), no 2º Tempo.

FOTOS: Acervo Fabiano Rosa Campos

FONTES: Jornal dos Sports (RJ)