Arquivo da categoria: Distrito Federal (Brasília)

CLUBES DE BRASÍLIA: PIONEIRA

O Pioneira Futebol Clube foi fundado em 18 de fevereiro de 1974, por servidores da Viação Pioneira e Viação Planeta Ltda., em sua sede social situada a QI 24, Lotes 1 a 27, Setor Norte de Taguatinga.
A diretoria executiva para o biênio 1974/1975 ficou assim constituída:
Presidente: Yukyio Matsunaga, 1º Vice-Presidente: Saburo Matsunaga, 2º
Vice-Presidente: Joaques Makoto Inoi, 1º Secretário: Evandro Alves da Silva, 2º
Secretário: José Weliton Cortes Melo, 1º Tesoureiro: José Braga da Silva, 2º
Tesoureiro: Jeová Dias Monteiro, Diretor Geral dos Esportes: José Macedo
Figueiredo, Diretor Social e Relações Públicas: Francisco Martins Leite
Cavalcante, Diretor de Promoções: Ailton Pereira de Almeida, Diretor
Administrativo: Aquiochi Kawano, Diretor de Patrimônio: Shigueo Matsunaga,
Departamento Médico: Masso Kuriki e Consultor Jurídico: Antônio Lopes Batista.
Nota: os irmãos Matsunaga, de origem japonesa, radicaram-se em Brasília no ano
de 1957, antes mesmo dela ser inaugurada, para dedicar-se a agropecuária. Mais
tarde, constituíram a Viação Pioneira (pertencente a empresa Irmãos Matsunaga
Ltda.), responsável pelo transporte coletivo urbano.
Foram assim definidas as cores oficiais do Pioneira: amarela, verde e vermelho.
O uniforme nº 1 do Pioneira era: camisa amarela, calção azul e meias verdes. Já
o nº 2 tinha: camisa vermelha com faixa horizontal verde, calção branco e meias
vermelhas.
No dia 10 de junho de 1974 aconteceu a Assembléia Geral Extraordinária da
Federação Desportiva de Brasília que concedeu filiação ao Pioneira Futebol
Clube.
Pouco mais de um mês depois, em 14 de julho de 1974, fez sua estréia em
competições oficiais, ao participar do Torneio Início, realizado no Estádio
Edson Arantes do Nascimento, o Pelezão. No primeiro jogo, venceu o Luziânia por
1 x 0 e, no penúltimo jogo, foi derrotado pelo Ceub, também por 1 x 0, não
chegando à decisão.
Uma semana depois estreou no Campeonato Oficial de Brasília, ainda amador. Em
21 de julho de 1974, com gols de Peixoto e Borges, ganhou do Relações
Exteriores, por 2 x 0. Terminou o primeiro turno desse campeonato na terceira
colocação, atrás de Jaguar e Humaitá, com 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota.
Veio o segundo turno e a recuperação, ficando com a primeira colocação e
habilitando-se para decidir o campeonato com o Jaguar, vencedor do primeiro.
Na decisão, não deu chances ao Jaguar, vencendo as duas partidas, no Pelezão. A
primeira, em 1º de dezembro, 3 x 0, gols de Nemias, China e Vital. No segundo,
no dia 8 de dezembro, nova vitória, por 2 x 0, com dois gols de Boy. Jogou a
última partida com essa formação: Adriano, Aldair, Dão (Diogo), Ruy e Vaninho;
Maurício e Nemias; Delfino, Vital (Déo), Boy e Piau. A campanha do campeão foi
a seguinte: 12 jogos, 9 vitórias, 2 empates e 1 derrota; 18 gols a favor e 5
contra. Além do título de campeão, teve os artilheiros do campeonato, Nemias e
Boy, ambos com 6 gols. O técnico foi Eurípedes Bueno de Morais.
Para manter o elenco em forma, nos meses de janeiro e fevereiro de 1975,
realizou quatro amistosos, sendo três interestaduais: no dia 19 de janeiro, no
Pelezão, venceu o G. E. Trindade (GO), por 2 x 0 (gols de Piau e Delfino); uma
semana depois, 26 de janeiro, perdeu para o Ceub por 3 x 0; em 23 de fevereiro,
no Pelezão, empatou de 0 x 0 com o Anápolis (GO) e, três dias depois, novamente
no Pelezão, foi derrotado pelo Rio Branco, de Vitória, por 3 x 1.
Estes foram os quatro derradeiros jogos do Pioneira.
Já no mês de março de 1975 começaram a aparecer os primeiros boatos (logo
confirmados) de que Brasília se preparava para receber outro clube
profissional. O comércio da cidade-satélite de Taguatinga resolveu armar uma
equipe para brigar com o Ceub. Assim, em 1º de julho de 1975, na sede da
Associação Comercial e Industrial de Taguatinga – ACIT, diretores da ACIT, a
Administração Regional de Taguatinga e representantes da Viação Pioneira
promoveram Assembléia Geral Extraordinária para a transformação do Pioneira
Futebol Clube em clube profissional de futebol, a mudança do nome para
Taguatinga Esporte Clube e a troca das cores do uniforme para azul e branca.
Yukyio Matsunaga foi eleito Presidente de Honra do Taguatinga E. C.
No dia 12 de julho de 1975 aconteceu o primeiro amistoso do novo clube,
vencendo a URT, de Patos de Minas (MG), por 2 x 0, no Pelezão.
O Taguatinga viria a ser campeão do DF nos anos de 1981, 1989, 1991 a 1993. Disputou seu último campeonato brasiliense em 1999. Hoje se encontra desativado.

Escudo: Zamorim Futebol de Botão

CLUBES DE BRASÍLIA: ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA E CULTURAL MARIANA

A Associação Atlética e Cultural Mariana do Gama foi fundada em 11 de novembro
de 1962 e tinha por finalidade criar cursos de alfabetização e profissionais,
desenvolver a Educação Física e os desportos, promovendo e organizando jogos,
exercícios desportivos e reuniões sociais capazes de favorecer o desenvolvimento cultural, físico, social e cívico da mocidade do Gama.

Eram duas as categorias de sócios: os efetivos, que eram todos os membros da Congregação Mariana Nossa Senhora Divina Pastora e São Sebastião, do Gama, e os honorários, aqueles que, pertencendo ou não ao corpo social, merecessem essa distinção por deliberação da Assembléia Geral.

Jader Carrijo foi o primeiro Presidente da Cultural Mariana.

As cores oficiais da associação eram o verde, o azul, o amarelo e o branco.

Os uniformes eram os seguintes: um com as camisas verdes, com golas e punhos
amarelos, e o outro branco com duas listras horizontais, punhos e golas azuis.
Os calções e meiões eram azul ou branco.

A única participação da A. A. Cultural Mariana no campeonato de futebol de
Brasília aconteceu em 1969, quando 24 equipes disputaram a competição
(divididas em dois grupos). Na estréia, no dia 13 de abril daquele ano, foi
derrotado pelo Brasília Futebol Clube, de Taguatinga (que nada tem a ver com o
Brasília Esporte Clube, fundado em 2 de junho de 1975), por 3 x 0.

Uma semana depois, em seu campo, derrotou outro time de Taguatinga, o Flamengo,
por 2 x 1. Zé Maria (contra) e Parada marcaram os seus gols.

Terminou a primeira fase na terceira colocação, apenas atrás do Brasília e do
Coenge (que acabaria vencendo o campeonato). Foram doze jogos, oito vitórias e quatro derrotas. Vinte e quatro gols a favor e quinze contra.

Na fase final, disputada pelos 12 melhores colocados da primeira fase (seis de
cada grupo), empatou muitos jogos (seis) e ficou na sétima colocação, com 12
pontos ganhos (mesma pontuação de Brasília e Serviço Gráfico, que levaram
vantagem após aplicação dos critérios de desempate. Foram onze jogos, com três
vitórias, seis empates e duas derrotas. Marcou 16 gols e sofreu 13.
Curiosamente, não foi derrotado pelo campeão Coenge (2 x 2) e pelo vice-campeão
Grêmio Brasiliense (1 x 1).

Os jogadores que defenderam a Cultural Mariana foram:

Goleiros: Sindásio e Faustino;

Defensores: Domingos, Fernando, Crente, Juvenil, Barbosa, Fula, Chiquinho,
Barreto e Dimenor;

Atacantes: Tadeu, Ivan, Paulinho, Mangabeira, Gildásio, Baiano, Jorge e Parada.

No dia 8 de fevereiro de 1970, Amado Inocêncio, presidente da entidade,
convocou uma Assembléia Geral Extraordinária, que foi realizada na sede social
do clube, onde foi decidida a troca do nome do clube, argumentando que o clube
atravessava uma fase muito difícil e que não encontrava apoio da população da
cidade. Surgia, assim, o Clube Atlético Planalto.

O grande legado que a A. A. Cultural Mariana deixou para o futebol do Gama e do
Distrito Federal foi o seu campo de futebol. Naquele local hoje fica a sede da
Sociedade Esportiva do Gama.

CLUBES DE BRASÍLIA: A CURTÍSSIMA EXISTÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO ESPORTIVA EDILSON MOTA

A Construtora ECRA Limitada, com sede em Fortaleza (CE), foi uma das dezenas de empresas que chegaram para a construção de Brasília, ainda em agosto de 1959. Dentre outras obras, foi responsável pela construção de vários edifícios ministeriais e suas garagens.

Idealizado, fundado e desenvolvido por funcionários e operários dessa construtora, o ECRA Futebol Clube foi fundado em 2 de março de 1960.

Com este nome, participou do Troféu “Israel Pinheiro”, competição que envolveu equipes de outras sete companhias construtoras de Brasília, no sistema “mata-mata”.

No dia 12 de junho, venceu o Pederneiras, por 2 x 1. Uma semana depois, enfrentou o Ribeiro F.C. (promotor do torneio) e também o derrotou, por 3 x 2. Na final, no dia 26
de junho, perdeu para o Nacional, por 2 x 1, ficando com o vice-campeonato.

Entre os jogadores do ECRA destacavam-se o goleiro Gaguinho (um dos melhores de Brasília), Sudaco, Cardoso e Paulista. Sudaco foi médio-volante em vários clubes do futebol brasileiro, dentre os quais São Paulo, Guarani, América (RJ) e América (MG). Depois, passou a ser técnico de futebol.

Nos dias 3, 10 e 17 de julho de 1960, o ECRA inscreveu-se no Troféu “Danton Jobim”, em homenagem ao DC-Brasília e aos jornalistas brasileiros.

Durante esse torneio, o ECRA passou a denominar-se Associação Esportiva Edilson Mota, em homenagem ao Engenheiro-Chefe da Construtora ECRA Ltda. e presidente de honra do clube e seu fundador, Edilson Nogueira Mota.

Junto a Federação Desportiva de Brasília o ECRA somente solicitou a modificação de seu nome através do ofício nº 11, de 10 de agosto de 1960.

A A. E. Edilson Mota passou a ter em seu uniforme oficial as cores grená e branca (camisa grená, calção branco e meias grenás) e no escudo redondo duas colunas da Alvorada com as iniciais da associação, A. E. E. M.

No Troféu “Danton Jobim” ficou na Chave A, juntamente com Brasil Central, Planalto e Consispa.

Estreou no dia 3 de julho, goleando o Brasil Central, por 7 x 2. No dia 10 de julho, enfrentou a forte equipe do Planalto e foi derrotada por 2 x 0. Voltou a aplicar outra goleada no dia 17 de julho (7 x 1 sobre o Consispa) mas o Planalto venceu o Brasil Central e classificou-se para a fase seguinte.

Como clube filiado à Federação Desportiva de Brasília a primeira competição da A. E.
Edilson Mota foi o Torneio Início, realizado no dia 4 de setembro de 1960, no
Estádio Israel Pinheiro, do Guará.

No quinto jogo do dia, vitória de 1 x 0 sobre o Brasil Central, gol de Alemão. No jogo de número 11, nova vitória de 1 x 0 sobre o Pederneiras, gol de Cardoso. Nas semifinais, ficou no 0 x 0 contra o Rabello (que acabaria vencendo o torneio), sendo derrotado na decisão por pênaltis, por 3 x 2.

Duas semanas depois, em 18 de setembro de 1960, em virtude do elevado número de clubes inscritos (16), a Federação Desportiva de Brasília resolveu fazer um torneio
para determinar as oito equipes que disputariam o campeonato da Primeira
Divisão e as oito que comporiam a Segunda. Esses 16 clubes foram divididos em 4
grupos. A A. E. Edilson Mota ficou no Grupo A, com jogos no campo do Guará,
juntamente com Guará, Industrial e Sobradinho.

Estreou com derrota pelo placar de 2 x 1 no dia 18 de setembro, frente ao poderoso Guará.

Recuperou-se plenamente uma semana depois (25 de setembro), ao aplicar grande goleada sobre o Sobradinho, por 11 x 0, gols de Gesil (4), Dario (3), Brasil (3) e Pedrão.

Na terceira e última rodada do torneio classificatório, no dia 9 de outubro, outra goleada (5 x 0) sobre o Industrial, garantiu-lhe o segundo lugar do Grupo A e a vaga na Primeira Divisão.

Antes do início do campeonato, no dia 13 de outubro de 1960, a A. E. Edilson Mota encaminhou ofício a F.D.B. comunicando a sua extinção. Após uma auditoria na empresa, ficou constatado que os jogadores recebiam seus salários apenas para treinar e jogar no time, o que fez a Companhia solicitar uma definição: ou os jogadores seriam mantidos pelo time, ou retomariam seus postos na empresa. O clube foi dissolvido em ato administrativo. Este fato levou o time a solicitar desfiliação. Com isso aconteceu a transferência de alguns jogadores para outros clubes, destacando-se a de Osvaldo Pio Nogueira para o Defelê, e de Francisco de Assis Florentino para a Liga Anapolina de Futebol.

CLUBES DE BRASÍLIA: REAL DE BRASÍLIA

O Esporte Clube Real de Brasília foi fundado em 29 de junho de 1960, por doze funcionários públicos: Aristeu Aragão Filho, Wilson Faria, José Nobre da Conceição, Francisco Alves Vieira, Nilson Faria, Weldas Dias Alves, Mires Lopes de Oliveira, Walter Barnabé da Silva, Salvador de Sá Guimarães, Osiel Simão de Sousa, José Carlos Lima Cauby e Raimundo Maia Filgueiras.
Sua primeira diretoria era composta por Valdivino Pereira de Melo (Presidente),
Lúcio Lima Rey (Vice-Presidente Patrimonial), Gonçalo da Costa Neto
(Vice-Presidente de Esportes), Venerando Vieira Filho (Vice-Presidente Social),
João Batista Ferreira (Vice-Presidente Financeiro), Abílio José Neto (1º
Secretário), Raimundo Maia Filgueiras (2º Secretário), Nilson Faria (1º
Tesoureiro) e Aristeu Aragão Filho (2º Tesoureiro).
Foram aprovados dois uniformes: o primeiro, composto de camisa grená com punhos e golas em azul, calção azul com filete grená dos lados e meias grenás; já o
segundo uniforme era assim: camisa azul, calção branco e meias azuis.
O primeiro jogo do Real foi um amistoso no dia 7 de agosto de 1960, empatando
em 2 x 2 com o Brasil Central.
Três dias depois, 10 de agosto de 1960, teve o seu estatuto aprovado pela
Federação Desportiva de Brasília.
No dia 4 de setembro de 1960, tomou parte da primeira competição oficial
promovida pela Federação, o Torneio Início. Solicitaram inscrição 16 clubes
Conforme previa o regulamento, os jogos foram realizados em dois tempos de dez
minutos cada, sem intervalo. No caso de empate, haveria a decisão por pênaltis,
três para cada equipe, na primeira série. No quarto jogo do dia, o Real foi
derrotado pelo Sobradinho, por 1 x 0, gol contra do zagueiro Pateta.
Duas semanas depois, em virtude do elevado número de clubes inscritos (16), teria
início o torneio que determinaria as oito equipes que disputariam o campeonato
da Primeira Divisão e as oito que comporiam a Segunda.
O Real fez parte do Grupo D, com jogos no campo do Rabello, juntamente com o
clube anfitrião, o Alvorada e o Nacional.
Na primeira rodada do torneio classificatório, no dia 18 de setembro, o Real
empatou em 1 x 1 com o Alvorada.
Uma semana depois, 25 de setembro de 1960, não resistiu ao poderio do Rabello,
sendo goleado por 6 x 1.
Na terceira e última rodada do torneio classificatório, no dia 9 de outubro,
aconteceu a primeira vitória do Real: 2 x 1 sobre o Nacional.
Após estes resultados, Nacional e Real estavam com três pontos ganhos na
classificação do Grupo D. A goleada sofrida diante do Rabello fez com que
ficasse em terceiro, no critério de desempate saldo de gols.
Aguardando pelo início dos jogos do campeonato da Segunda Divisão, em 16 de
outubro de 1960 realizou um amistoso no campo do Grêmio. O Real venceu o
Defelê, por 1 x 0, gol de Valentim.
Antes disso, em 13 de outubro de 1960, um dos clubes classificados para
disputar a Primeira Divisão, a A. E. Edilson Mota encaminhou ofício a F.D.B.
comunicando a sua extinção.
Para preencher a vaga na Primeira Divisão, a F.D.B. promoveu um torneio
eliminatório entre os clubes da Segunda, iniciado em 30 de outubro de 1960. O
Real não deu sorte e teve pela frente a fortíssima equipe do Defelê (que
acabaria vencendo o campeonato daquele ano de 1960). Resultado: 6 x 1 a favor
do Defelê e o sonho de passar para a Primeira Divisão desfeito.
Voltando a se preparar para disputar o campeonato da Segunda Divisão, em 21 de
novembro disputou um amistoso com o Brasil Central, vencendo-o por 3 x 0.
O campeonato da Segunda Divisão contou com a participação de seis equipes. Além do Real, estiveram presentes: Guanabara, Brasil Central, Industrial, Sobradinho e o Trópicos. Foi disputado em turno único e o Real ficou com o
vice-campeonato, apresentando a seguinte campanha: cinco jogos, três vitórias,
um empate e uma derrota. Marcou 13 gols e sofreu 6. Somou sete pontos, dois a
menos que o campeão Sobradinho.
Os resultados do Real foram: 04.12 – 2 x 0 Industrial, 11.12 – 3 x 0 Brasil
Central, 18.12 – 2 x 2 Guanabara, 15.01.1961, 1 x 3 Sobradinho e 22.01.1961, 5
x 1 Trópicos.
O jogador Bugue (que mais tarde foi treinador de destaque no futebol de
Brasília) foi a revelação do Real.
Veio o ano de 1961 e a primeira participação do Real no ano foi o Torneio
Início da Segunda Divisão. Ele aconteceu em 9 de julho de 1961. Logo no
primeiro jogo, foi derrotado pelo Colombo, por 1 x 0.
No campeonato da Segunda Divisão, de 6 de agosto a 22 de outubro de 1961, não
foi nada bem, vencendo apenas um jogo nos seis disputados (sofreu cinco
derrotas nos demais).
A situação no Real não era nada boa no ano de 1962. Primeiramente, não enviou
representante para a Assembléia de Clubes realizada no dia 12 de janeiro de
1962. Logo depois, através do Ofício nº 6/62, de 23 de maio, o Real solicitou
dispensa do campeonato de futebol de 1962.
Com isso, perdeu seus dois melhores atletas para o Grêmio Brasiliense: o
goleiro Weldas e o já citado Bugue.
Resolveu retornar em 1963 e disputou o campeonato da Segunda Divisão com outros quatro clubes: Clube de Regatas Barroso, Vila Matias E. C., Dínamo F. C. e
Pederneiras F. C.
O campeonato teve início no dia 13 de julho e término em 5 de outubro de 1963.
O Real teve um péssimo desempenho, ficando na última colocação. O campeão foi o Dínamo, time da Polícia Militar.
No dia 8 de novembro de 1963, aconteceu a Assembléia Geral que aprovou a
implantação do profissionalismo no futebol de Brasília. Na mesma reunião também foi decidida a desfiliação do Real.

CLUBES DE BRASÍLIA: E. C. GUADALAJARA

Ainda sob a empolgação da conquista do tricampeonato mundial pela Seleção Brasileira, no México, um grupo de amigos se reuniu para fundar um clube esportivo. A reunião aconteceu no dia 15 de julho de 1970, às 20 horas, na residência de Manoel Ferreira de Souza, à Rua 17, Casa 32, no Núcleo Bandeirante.

O nome escolhido para a nova associação foi ESPORTE CLUBE GUADALAJARA. As cores oficiais eram a vermelha e a preta. O primeiro uniforme era formado por camisa com faixas horizontais nas cores vermelha e preta, com golas e punhos pretos, calção branco e meiões com faixas horizontais vermelhas e pretas. No segundo, a camisa era branca, com duas faixas horizontais nas cores vermelha e preta, números vermelhos, calção branco e meiões vermelhos.

Em seguida, procedeu-se a eleição da primeira diretoria do novo clube, que ficou assim constituída: Presidente – Miguel Pereira de Carvalho; Vice-Presidente – Junovaldo Gonçalves Santana; 1º Secretário – João Batista de Morais; 2º Secretário – João Lauriano Lúcio; 1º Tesoureiro – José Pereira  Fernandes; 2º Tesoureiro – José Ribeiro de Souza; Diretor de Esportes – Tirçon Zeferino Gomes; 1º Diretor Social – Isolino Mariano dos Santos e 2º Diretor Social – Geraldo Pedro Antunes.

Pouco tempo depois, o Guadalajara conseguiu construir sua sede na Ceilândia.

O Guadalajara demorou para aderir ao futebol. Somente na reunião de 13 de junho
de 1975 a prática do futebol foi incrementada no novo clube.

No Regulamento Geral do clube, constava: “§ 3º – Determinar que os atletas
adquiram seus materiais esportivos de uso pessoal, tais como chuteira, ataduras, sungas etc., pois o E.C.G. só fornecerá camisa, calção e meiões para os jogos de caráter amistoso ou oficial”.

Mesmo com pouca estrutura, o Guadalajara resolveu participar da sua primeira
competição oficial ainda em 1975.

Foi a I Copa Arizona de Futebol Amador, com início em 19 de março daquele ano.
A competição reuniu 64 equipes amadoras de todo o Distrito Federal e o
Guadalajara conseguiu terminar entre os oito finalistas.

Logo depois, filiou-se à Federação Metropolitana de Futebol. Nessa condição,
foi convidado a participar de um torneio quadrangular promovido pela Federação
e que contou com as participações de A. A. Relações Exteriores, E. C. Canarinho
e Humaitá E. C.

Fez sua estréia no dia 6 de julho, sendo derrotado pelo Canarinho (2 x 0). No
dia 13 de julho, empatou com o Humaité (1 x 1) e, no dia 3 de agosto encerrou sua participação no torneio sofrendo uma goleada diante da Relações Exteriores (6 x 3). Ficou na quarta e última colocação no torneio.

Voltou a ficar na última colocação no Campeonato Brasiliense de 1975, competição disputada por oito clubes em dois turnos e iniciada no dia 20 de setembro. Formado em sua maioria por ex-jogadores do Colombo e do Piloto, a campanha do Guadalajara foi esta: 14 jogos, 1 vitória, 2 empates e 11 derrotas; 9 gols a favor e 40 contra. Somou apenas quatro pontos ganhos.

Sua única vitória aconteceu no dia 8 de dezembro, no Pelezão: 2 x 1 sobre o Humaitá.

Seus artilheiros foram: Chiquinho (4), Messias (3), Freitas e Durval.

Seu último jogo aconteceu no dia 20 de dezembro, com derrota para o Ceub, pelo
placar de 4 x 2.

No ano seguinte, 1976, foi definitivamente instalado o profissionalismo no futebol de Brasília e o Guadalajara resolveu continuar disputando apenas as categorias de base e, a partir de 1978, o campeonato amador promovido pela Federação de Brasília, sem nenhuma conquista.

CLUBES DE BRASÍLIA: DEMABRA

Para não deixar a cidade do Núcleo Bandeirante sem futebol, em 8 de novembro de 1975 foi fundado o Demabra Esporte Clube. Suas cores oficiais eram a amarela e a verde.

O clube foi idéia de João Aureliano Rodrigues, proprietário da DEMABRA – Depósito de Madeiras do Brasil Indústria e Comércio, com sede à Avenida Central do Núcleo Bandeirante.

Na reunião que fundou o clube foram eleitos João Aureliano Rodrigues (Presidente) e Geraldo Jacinto de Moraes (Vice-Presidente) do Conselho
Deliberativo, além de escolher os seguintes membros da diretoria: Antônio
Aureliano Rodrigues (Presidente), José Cabral da Costa (1º Vice-Presidente),
Severino Aureliano Rodrigues (2º Vice-Presidente) e Valdemiro Aureliano
Rodrigues (3º Vice-Presidente).

Inscreveu-se no Campeonato do Departamento Autônomo da Federação Metropolitana de Futebol. O certame de 1975 foi disputado por 9 equipes. Apesar de contar em suas fileiras com jogadores que viriam a ter um certo destaque no futebol de Brasília, como Jonas Foca e Uel, além dos irmãos Rizza, Milton e João Batista, não conseguiu passar para a fase final da competição, que reuniu quatro equipes e foi vencida pelo time da Associação dos Servidores do Ministério do Trabalho (ASMIT).

Continuou disputando competições do departamento amador da Federação em 1976. Num torneio pentagonal promovido pela entidade, ficou com quarta colocação.
Tendo em vista que o nome Demabra não encontrava amparo na legislação vigente
para se manter o clube filiado à FMF, no dia 19 de abril de 1977 foi realizada
Assembléia Geral que modificou o nome de Demabra Esporte Clube para Desportiva Bandeirante, nome que foi aprovado por unanimidade após várias discussões.

Colaboração: Marcus Amorim.

O CORINTHIANS CANDANGO

Não sei se os amigos do blog já conheciam esse escudo. Nas minhas idas e vindas a cartórios e à Federação, encontrei o original e repasso aos amigos, após a colaboração do amigo Marcus Amorim na formatação. Aproveito e conto um pouco da breve história do clube no futebol de Brasília.


O Sporth (com th) Clube Corinthians foi fundado em 16 de fevereiro de 1976 e sua sede ficava na QE 30 – Conjunto E – nº 36, no Guará II.

A primeira diretoria do Corinthians ficou assim formada: Presidente – José de Lourdes Alexandrino; 1º Vice-Presidente – Jorge Alexandrino Nogueira; 2º Vice-Presidente – Pio Jorge Alexandrino. Também foram escolhidos o Presidente e o Vice-Presidente do Conselho Deliberativo, Hélio Duarte Marinho e Sérgio Duarte Marinho, respectivamente. Paulo Roberto Duarte Marinho foi eleito para a Presidência Executiva pelo período de 60 dias a fim de providenciar a regularização do clube junto à Federação Metropolitana de Futebol.

Suas cores oficiais eram a preta e a branca. O uniforme principal tinha camisa com listras verticais pretas e brancas, calção branco e meias pretas. O segundo uniforme era todo branco.

Em 1976, disputou apenas o campeonato de juvenis. No primeiro turno, entre dez clubes, ficou com a quarta colocação. Esse campeonato foi vencido pelo Brasília.

A primeira competição que tomou parte na categoria de profissionais foi o Torneio Imprensa de 1977.

Mesmo contando com vários bons jogadores, como Zé Mauro, Wilson Godinho, Matil, Wanner, Emerson, Péricles de Carvalho, Cláudio e Mineirinho, o Corinthians ficou apenas com a quarta colocação, após 8 jogos, dos quais venceu três, empatou quatro e perdeu apenas um. O Brasília foi o campeão desse torneio.

Sua estréia aconteceu no dia 13 de março de 1977, no Pelezão, com empate de 0 x 0 com o Olímpico.

Não disputou o campeonato oficial de 1977.

No dia 10 de janeiro de 1978, aconteceu a Assembléia Geral do clube que elegeu para Presidente Antônio Martins Filho e Vice-Presidente Almir de Azevedo Vieira.

No dia 26 de março de 1978 estreou no Torneio Incentivo daquele ano, vencendo a Desportiva Bandeirante por 1 x 0. Também neste ano, o Corinthians conseguiu montar uma forte equipe, com jogadores como o goleiro Wilmar Gato, o lateral-direito Ricardo, o zagueiro Gilvan, os meio-de-campo Boni e Jânio e o atacante Aloísio. O técnico era Joaquim Cristiano Araújo Neto, o Bugue, e o massagista Mozair Barbosa.

Ainda assim, ficou na terceira colocação, atrás de Gama e Taguatinga, campeão e vice-campeão, respectivamente.

No dia 16 de abril de 1978 fez parte da história do Estádio do CAVE, no Guará, ao fazer o jogo de inauguração. Perdeu para o Vitória, de Salvador (BA), por 2 x 0. A equipe do Corinthians foi a seguinte: Wilmar (Lúcio), Ricardo, Luciano, Gilberto e Nilton (Gilvan); Boni, Marquinhos e Augusto; Edu (Orlando), Aloísio (Chiquinho) e Wellington.

Pouco mais de um mês depois (29.04) desse jogo, enfrentou outro clube de Salvador, o Bahia, e foi novamente derrotado, por 3 x 1.

Seu último grande jogo aconteceu em 22 de junho de 1978. No CAVE, perdeu para o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, por 1 x 0.

Nunca mais disputou competições em Brasília.