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Inédito!! União Football Club – Rio de Janeiro (RJ): Fundado em 1947

O União Football Club foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Na década de 50, existiam alguns clubes homônimos, como o mais conhecido de Marechal Hermes, tinha também o de Engenho de Dentro e a equipe de Mesquita (na época era um distrito de Nova Iguaçu).  Um breve resumo dessa equipe foi contado pelo Jornal A Manhã e um documento foi importante para o redesenho do distintivo.

Na quarta-feira, do dia 26 de março de 1947, um pequeno grupo de entusiastas desportistas resolveu fundar, no bairro de Botafogo, o União Football Club, propiciando-lhe recursos para, desde logo, disputar com seus coirmãos jogos de futebol e manter entre seus associados um ambiente de sã camaradagem, norteando os rumos de seu grêmio pelo preceito clássico “meus sana in corpore sano(traduzindo do latim: “Eu sou saudável em um corpo saudável”)

Muitas foram as dificuldades encontradas e logo superadas; exaustivos foram, quase sempre, os esforços dispendidos para a consecução do seu ideal de moços; hoje, porém, decorrido um ano de sua existência, União Football Club, contando em seu seio com uma legião de abnegados sócios, já tem alicerçado o seu futuro, possuindo um acervo de glórias que constitui o orgulho de seus fundadores.

Tendo a sua Sede confortavelmente instalada à Rua Visconde da Silva, nº 89, no bairro de Botafogo (atual Humaitá), na Zona Sul do Rio. A posse da sua segunda diretoria, composta de elementos que, pelo muito que já fizeram, asseguram aos unionistas o progresso sempre crescente do clube.

Eleita em assembleia a que compareceu a maioria dos associados, está assim composta a nova diretoria, que tomou posse na segunda-feira, do dia 12 de abril de 1948

Presidente de honra – Dr. Flavio Pareto Filho

Presidente – Hugo Fizler Chaves;

Vice-Presidente – Heronildes Pires Machado;

1º Secretario – Guilherme Sena;

2º Secretario – José Maria Alves Pereira;

1º Tesoureiro – Delamar Soares;

2º Tesoureiro – Alfredo Figueiredo;

Diretor Esportivo – Ernesto Figueiredo;

Auxiliar do Diretor Esportivo – Nilton de Oliveira;

Diretor de Propaganda – Antonio de Carvalho;

Comissão Recreativa – José Domingos, Antonio Barros e Euclides Formoso.

Os Festejos

No domingo, do dia 16 de maio de 1948, o União Football Club levará a efeito no campo da Escola de Educação Física do Exército, cedido por gentileza do tenente coronel Silvio Santa Rosa, um amistoso de futebol, no intervalo do qual será coroada a “Rainha do clube”, senhorita Wanda dos Santos, eleita em renhidíssimo concurso, sendo distribuídos nessa ocasião os prêmios conquistados pelos cabos eleitorais que maior número de votos apresentou.

Depois, para finalizar com brilhantismo o programa carinhosamente elaborado pela Comissão Recreativa, o União Football Club oferecerá a seus associados e famílias, a seus coirmãos e a Imprensa – um animado baile em sua sede, com o concurso de excelente jazz.

FONTES: Jornal A Manhã (RJ) – Fabiano Rosa Campos

Escudo Inédito da década de 40: Rio Cricket e Associação Atlética – Niterói (RJ)

O Rio Cricket e Associação Atlética é uma agremiação da cidade de Niterói (RJ). A sua Sede fica localizada  na Rua Fagundes Varela, nº 637, no bairro do Ingá, em Niterói. As cores oficiais do clube são o verde e o amarelo, homenagem dos seus fundadores ingleses e descendentes ao Brasil.

Foi no domingo, do dia 15 de Agosto de 1897, por um grupo de jovens ingleses apaixonados pela prática de esportes fundaram uma agremiação chamada Rio Cricket Club, que funcionava informalmente desde 1870, num terreno alugado na Rua Berquó (atual General Polidoro), em Botafogo no Rio de Janeiro, para a prática do cricket, esporte amplamente difundido na Inglaterra.

Após alguns atos de discordância dentro da agremiação, um grupo de fundadores decidiram montar uma outra agremiação na cidade de Niterói, com o clube que ficara sediado da cidade do Rio de Janeiro recebendo posteriormente a denominação de Paissandu Atlético Clube, assim nascendo uma grande rivalidade clubística entre os dois clubes da colônia britânica. Em algumas fontes antigas as partidas entre os dois clubes, nos mais variados esportes, era chamada de Clássico dos Ingleses.

Em 1897, o novo clube, fundado por ingleses e descendentes dissidentes do clube carioca, liderados por George Emmanuel Cox e Basil Freeland, também e provavelmente não por acaso no dia 15 de agosto, ganhou a denominação de Rio Cricket e Associação Atlética, no bairro de Icaraí, na cidade de Niterói, sendo este o 3º clube mais antigo destinado á prática de esportes na cidade, atrás apenas do Grupo de Regatas Gragoatá e do Clube de Regatas Icaraí, ambos fundados em 1895.

No dia 16 de novembro de 1897, foi lavrada a escritura de compra do terreno onde se instalaria o Rio Cricket e Associação Atlética. Em 1978, Carlos Ary Vieira torna-se o 1º presidente de origem luso-brasileira a dirigir o Rio Cricket. Antes dele, todos os quarenta e três presidentes do clube eram de origem britânica.

Futebol bretão

No domingo, do dia 22 de Setembro de 1901, ocorreu a 1ª partida de futebol oficialmente realizada no Estado do Rio de Janeiro, no campo do Rio Cricket. Neste dia, Oscar Alfredo Cox, que viria posteriormente a ser fundador e presidente do Fluminense Football Club, atravessou a Baía de Guanabara para enfrentar os praticantes de críquete e tênis do clube inglês. Ainda cerca de quinze observadores assistiram o jogo que terminou empatado em 1 a 1, causando espanto a crônica da época, não habituada a relatar embates finalizados sem vencedores.

Em 1906, o clube participou do 1º Campeonato Carioca de Futebol, ficando com a 3ª colocação. Foi no campo do Rio Cricket que foi definido o primeiro campeonato carioca de futebol.

Em 1916, ao contrário do que algumas fontes sugerem, o Rio Cricket jamais abandonou a prática do futebol, teve que se licenciar do Campeonato Carioca (do qual era convidado especial, já que na época pertencia a outro estado) apenas por conta da I Guerra Mundial, quando muitos de seus jogadores foram defender a Inglaterra.

Em 1920, o clube retomou as atividades futebolísticas, as quais mantém até hoje. O clube, no entanto, nunca se profissionalizou, mantendo-se amador como o futebol era em seu princípio. Em 1927, se sagrou campeão do Torneio Início de Niterói, organizado pela Liga Sportiva de Amadores (LSA).

Em 2006, o clube voltou a disputar uma partida de futebol contra o Paissandu Atlético Clube após quase 92 anos, nos jogos comemorativos dos 105 anos do futebol no estado do Rio de Janeiro (realizados na sede do Rio Cricket). O Rio Cricket foi derrotado por 2 a 1.

O clube participou das primeiras edições do Campeonato Carioca em: 1906, 1908, 1911, 1912, 1913, 1914 e 1915 e do campeonato niteroiense em 1925, 1926, 1927, 1928 e 1929.

FOTO: Acervo de Auriel de Almeida

FONTE: livroRio Cricket e Associação Atlética, Mais de um século de paixão pelo esporte”, de autoria de Patrícia Iorio e Vítor Iorio

Indaiatubano F.C. e Corinthians F.C. se fundiram, dando origem ao E.C. Primavera, de Indaiatuba (SP)

O Indaiatubano Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de Indaiatuba (população de 260.690 habitantes, segundo o Censo do IBGE/2021), localizada a 100 km da capital do estado de São Paulo.

Fundado na quinta-feira, do dia 18 de Outubro de 1917. No estatuto, o pavilhão foi descrito no Artigo 37º da seguinte forma: “As cores formam o estandarte do Indaiatubano Futebol Clube são a branca e preta, tendo o seu pavilhão a forma quadrilonga e as cores dispostas em sentido horizontal, a cor negra embaixo e no centro as iniciais do Clube em monograma entrelaçado, também em branco e preto”.

Estatuto do Indaiatubano F.C.

Na terça-feira, do dia 11 de novembro de 1919, o Indaiatubano enfrentou, em amistoso, o Sport Club Maranhão (Itu), na casa do adversário. Não obstante as chuvas que caíram durante o dia, à hora do jogo havia numerosos espectadores. A partida decorreu animada, terminado com a vitória do S.C. Maranhão pelo placar de 4 a 1.         

Na década de 20, o Indaiatubano tinha um rival na cidade: o Corinthians Futebol Clube (Fundado em 1918). Essa rivalidade acabou gerando o desejo de juntar forças e montar um time forte!

Assim, na quinta-feira, do dia 27 de janeiro de 1927, as duas agremiações fizeram a fusão, surgindo o Esporte Clube Primavera, cujo nome homenageava o time que iniciou o futebol no município: Sport Club Primavera (existiu entre 1908 a 1916). As cores escolhidas foram o vermelho (do Corinthians), preto (do Indaiatubano) e branco (de ambos).

PS: O ano de fundação do Indaiatubano Futebol Clube encontrado, inclusive, no site do Esporte Clube Primavera cita ser de 1916. No entanto, como é possível verificar, no Diário Oficial, o Estatuto do clube consta ser de 18/10/1917. Portanto, “contra fatos não há argumentos”!

Foto de 1927, do Esporte Clube Primavera

Colaborou: Virginio Saldanha

FONTES: Diário Official – Correio Paulistano (SP) – site do E.C. Primavera

Seleção Mineira, com jogadores juiz-foranos, eliminou Santa Carina, no Brasileiro de 1960

A foto dessa postagem contém uma curiosidade interessante. A Seleção Mineira de futebol em 1960, foi representada pelos jogadores da Seleção da Liga de Juiz de Fora para a disputa do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de Football. O Jornal dos Sports fez uma nota sobre tal fato:

O Selecionado Mineiro, constituído dos cracks da Liga de Juiz de Fora, estará amanhã (segunda-feira, do dia 11 de janeiro de 1960) realizado um bom ‘test’ de suas possibilidades para intervir no Campeonato Brasileiro, dando combate à representação do Social, na cidade mineira de Santos Dumont. Os socialistas possuem um bom quadro e poderão opor série resistência, aos comandados de Soares Pais. Este, por sua vez, deverá experimentar a formação ideal do Scratch, para ver como se porta, na contenda”.

Selecionado Mineiro, fora de casa, surpreendem Catarinenses

EM PÉ (esquerda para a direita): Soares Pais (técnico), Klebis (América, de Barbacena), Faninho (Tupi, de Juiz de Fora), Aderbal (Olimpic, de Barbacena), Hélio (Tupinambás, de Juiz de Fora), Djalma (Sport, de Juiz de Fora) e Professor Ítalo (Preparador Físico).
AGACHADOS (esquerda para a direita): Odir (Sport, de Juiz de Fora), França (Tupi, de Juiz de Fora), Celinho (América, de Barbacena), Mauro, Jorge Onça (Tupi, de Juiz de Fora) e Toledo (Tupi, de Juiz de Fora).

Pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, na tarde de domingo, do dia 17 de janeiro de 1960, a Seleção Mineira fez bonito, e venceu a Seleção de Santa Catarina pelo placar de 1 a 0, no Estádio Adolfo Konder, em Florianópolis/SC.

Com o estádio superlotado, a renda girou em torno de 600 mil cruzeiros. O árbitro foi o carioca Alberto da Gama Malcher, da Federação Metropolitana de Football (FMF), teve um bom desempenho.

O placar só não foi maior, em virtude de duas chances de “ouro” desperdiçadas pelos atacantes Mauro e Célio, principalmente o segundo, que já havia batido, inclusive, o goleiro Gianetti e chutou a bola pela linha de fundo.

O único gol da partida, aconteceu aos 4 minutos da fase complementar, por intermédio de Jorge Guimarães, aproveitando passe magnifico de Mauro. As seleções formaram com os seguintes atletas:

Santa Catarina – Gainetti; Roberto (Marreco), Ivo e Antoninho; Zilton e Nelinho; Galego, Valério, Idésio, Teixeirinha e Almerindo.

Minas Gerais – Hélio; Klebis, Djalma e Aderbal; Francinha e Faninho; Odir, Mauro, Celinho, Jorge Guimarães e Toledinho. Técnico: Soares Pais.   

Após estar perdendo por dois gols, Mineiros reagem e a arrancam a classificação

O jogo de volta, aconteceu na tarde de domingo, do dia 24 de janeiro de 1960, quando após estar atrás do placar por dois a zero, o Scratch Mineiro empatou em 2 a 2 com a Seleção de Santa Catarina, realizado no Estádio José Procópio Teixeira (propriedade do Sport Club), em Juiz de Fora/MG.

Com o resultado, os mineiros representados pelos atletas juiz-foranos conquistaram a classificação para a fase seguinte do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais de 1960.

O árbitro foi o carioca Alberto da Gama Malcher, da Federação Metropolitana de Football (FMF), que teve excelente atuação. A Renda foi boa, somando 780 mil cruzeiros.

Logo aos 7 minutos, Galego apanhou a bola pela direita e centrou, entrando o centroavante Idézio, para marcar gol de abertura de contagem para os catarinenses. E assim, terminou o primeiro tempo.

Na etapa final, aos 3 minutos, Galego lançou em profundidade para Almerindo, que passou por dois marcadores e soltou uma bomba, ampliando o marcador para os catarinenses.

Quando parecia perdido, os Mineiros diminuíram aos 19 minutos. Toledinho recebeu pela esquerda, fugiu para a linha de fundo e deu recuado para Ipojucan, que na corrida, marcou o gol.

Nove minutos depois, veio o empate. Uma hábil manobra do ataque mineiro, feira por Celinho, e Ipojucan, que recebeu no bico da área e fuzilou, sem chances para o arqueiro catarinense Gianetti.

Minas Gerais – Hélio; Klebis, Djalma e Aderbal; Francinha e Faninho; Odir, Mauro (Ipojucan), Celinho, Jorge Guimarães e Toledinho. Técnico: Soares Pais

Santa Catarina – Gainetti; Nelinho, Ivo e Antoninho; Valério e Zilton; Roberto, Galego, Teixeirinha, Idézio, e Almeirindo.


FOTO: Acervo de José Leôncio Carvalho

FONTE: Jornal dos Sports

Escudo inédito da década de 50: Uberlândia Esporte Clube – Uberlândia (MG)

O Uberlândia Esporte Clube (UEC) é uma agremiação da cidade de Uberlândia (população de 706.597 habitantes, segundo o Censo do IBGE/2021) que fica no Triângulo Mineiro, localizado a 537 km da capital (Belo Horizonte) do estado de Minas Gerais.

Na década de 20, o município ainda era conhecido como Uberabinha. Nessa época, a cidade era comandada e rivalizada politicamente por dois grupos. Cada grupo possuía sua própria banda e se revezavam na abertura dos jogos de futebol que aconteciam na cidade.

O Partido Republicano Municipal possuía a banda denominada “Cocão” e o Partido Republicano Mineiro era representado pelos “Coiós”; possuíam entre si um acordo de revezamento.

Em um importante jogo realizado no Campo da Associação Esportiva de Uberabinha, a banda “Cocão” decidiu, por ser a proprietária do campo, romper o acordo de revezamento e então os Coiós se retiraram do campo.

O empresário Agenor Bino juntamente com seu amigo — o também empresário, político e dono de terras — Gil Alves dos Santos reuniram-se com os demais membros do Partido Republicano Mineiro, na Vila Operária, para a criação de um novo time de futebol.

Gil Alvescedeu“, por um valor simbólico, o terreno onde, anos mais tarde, seria o Estádio Juca Ribeiro. Desta forma, o “Furacão Verde da Mogiana” ou “Alviverde do Triângulo” foi Fundado na quarta-feira, do dia 1º de novembro de 1922, com o nome de Uberabinha Sport Clube.

O 1º nome da cidade era São Pedro de Uberabinha, quando ainda era distrito da cidade de Uberaba, em 21 de maio de 1852. No entanto, 39 anos depois, pela Lei Estadual nº 23, de 14 de março de 1891, passou a denominar-se Uberabinha.

Por fim, pela Lei Estadual nº 1.128, de 19 de outubro de 1929, a cidade passou a chamar-se Uberlândia. Essa mudança, fez com que a diretoria do Uberabinha fizesse uma assembleia geral e foi aprovada homenagem a cidade, passando o clube a se chamar: Uberlândia Esporte Clube, mantendo as cores verde e branco.

É um dos mais tradicionais times do estado de Minas Gerais e um dos poucos do interior mineiro que faziam frente aos grandes times da capital, Cruzeiro Esporte Clube, Clube Atlético Mineiro e América Mineiro. Por décadas, o time foi um encalço aos times da capital, porém, nunca se sagrou campeão mineiro.

O time mandava seus jogos no Estádio Juca Ribeiro. A atual casa do time, onde impõe seu mando de jogo, é o Estádio Parque do Sabiá, com capacidade para 53.350 pessoas, que foi inaugurado na quinta-feira, do dia 27 de maio de 1982, na goleada da Seleção Brasileira em cima da Irlanda (EIRE), pelo placar de 7 a 0. Paulo Roberto Falcão foi o autor do 1º gol. Essa partida foi a despedida da Seleção Canarinho que, depois seguiu para a Espanha disputar a Copa do Mundo de 1982.    

O auge do sucesso do Uberlândia Esporte Clube se deu nos Campeonatos Brasileiros dos anos 70 e 80, se tornando o primeiro clube de futebol, com exceção dos grandes da capital, a conquistar um título de nível nacional.

Os principais títulos do UEC são a Taça CBF de 1984 (Campeonato Brasileiro da Série B), a Taça Minas Gerais de 2003 e os títulos do Campeonato Mineiro de Futebol Módulo II de 1999 e 2015. Além do Troféu Inconfidência de 2020. O maior e mais tradicional adversário do Uberlândia Esporte Clube é o Uberaba Sport Club, que corresponde a maior rivalidade do interior de Minas Gerais, conhecido por: o “Clássico do Triângulo”.

FOTO: Acervo do Museu Virtual Uberlândia

FONTES: Site oficial do clube – Wikipédia

Amistoso Internacional de 1971: C.R. Vasco da Gama (RJ) versus F.K. Vojvodina (Iugóslavia)

O Clube de Regatas Vasco da Gama enfrentou, em amistoso, o Fudbalski klub Vojvodina, da Iugoslávia (atual Sérvia), no domingo, às 17h45min., do dia 31 de janeiro de 1971, no Estádio de General Severino, em Botafogo, na zona sul do Rio. O clube de São Januário até o momento tinha realizado quatro jogos em 1971 (três derrotas e um empate):

17 de janeiroVasco1X2FlamengoArraial do Cabo/RJamistoso
20 de janeiroVasco1X2America/RJGeneral Severiano/RJamistoso
24 de janeiroVasco0X2Dínamo Bucareste (Romênia)General Severiano/RJamistoso internacional
27 de janeiroVasco1X1Sporting (Portugal)General Severiano/RJamistoso internacional

Véspera do jogo

Sem vitória na temporada, o Vasco da Gama precisava vencer para dar uma reposta aos seus torcedores. O técnico Paulo Amaral estava entusiasmo em conseguir a primeira vitória na temporada de 1971, principalmente após o treino de sexta-feira, quando os titulares golearam os reservas por 5 a 0, além de apresentarem um ótimo rendimento.

O treinador não pode contar com Dé Aranha, uma vez que o mesmo extraiu um dente, no sábado (30/01/71), que dificultava sua recuperação das dores musculares. Com isso, acabou substituído pelo atacante Silva.

Já a equipe do F.K. Vojvodina, da cidade de Novi Sad/IUG, apesar de ocupar uma boa posição no Campeonato Iugoslavo, ainda não conseguiu vencer no Brasil. Na sexta-feira (29/01/71), foi derrotado pelo Coritiba por 4 a 2, em Curitiba/PR.  

Crônica do jogo

O Vasco da Gama chegou ao seu quinto jogo consecutivo na temporada sem vitória, ao empatar em 1 a 1, com o F.K. Vojvodina, da Iugoslávia, em General Severiano, num jogo fraco sob todos os aspectos. Apesar da fragilidade do time adversário, o Vasco não conseguiu se impor em campo e acabou sendo vaiado pela sua torcida no final do jogo.

Parecia que o Vasco venceria o jogo facilmente pela disposição mostrada no início, mas o time voltou a apresentar uma série de erros. O principal deles fo insistir nas penetrações pelo meio, quando a área adversária estava sempre bem protegida, com seis ou sete jogadores.

Outra falha foi tentar centros pelo alto sobre a área do Vojvodina, já que a maioria dos seus defensores eram altos e ganhavam todas. O Vojvodina jogou trancado e explorando os contra-ataques rápidos e por diversas vezes pegou a defesa vascaína desprevenida, levando perigo ao gol de Valdir Appel.

A primeira chance de gol foi do Vasco, numa cabeçada de Silva raspando o travessão, ao completar um centro de Eberval da esquerda. Logo em seguida, Valdir salvou com uma bonita defesa, após um chute de Dirnaer, que tinha ‘endereço certo’.

Depois desses lances, o jogo ficou pouco preso ao maio de campo, já que o miolo da área do Vojvodina estava congestionado e o Vasco não conseguia penetrar. E o time iugoslavo, procurando explorar os contra-ataques, poucas vezes conseguia uma boa jogada, principalmente em consequência da fraca condição técnica da maioria dos seus jogadores, que nem lateral sabiam bater direito.

Se no primeiro tempo o jogo não agradou, piorou na etapa final. As várias modificações no Vojvodina não melhoraram em nada a situação do time enquanto o Vasco continuava no seu jogo, sem alcançar sucesso. O Vojvodina abriu a contagem aos 30 minutos, numa falta cobrada por Mikezic, rasteiro, no canto direito de Valdir. Aí o Vasco foi todo à frente em busca do empate.

O Vojvodina em contra-ataques, pegou algumas vezes a defesa do Vasco desprevenida. Aos 34 minutos, entretanto, Alcir empatou, ao receber um centro na medida de Silva. O jogo continuou no mesmo ritmo, frio e de pouca movimentação até o seu final, quando o Vasco foi vaiado pela sua própria torcida, devido à fraca atuação.

Paulo Amaral pediu paciência aos torcedores

Após a partida, o técnico do Vasco, Paulo Amaral pediu paciência à torcida, prometendo que dias melhores virão: “Eu compreendo a impaciência da torcida, mas na realidade o que menos importa nesses amistosos são os resultados. Eles valem, isso sim, para que tenhamos uma ideia do que se deve fazer para armarmos o time capaz de dar as alegrias que a torcida exige”, afirmou Paulo Amaral.

No entanto, o treinador disse que iria estudar possíveis mudanças para o jogo da quarta-feira, do dia 03 de fevereiro de 1971, diante do CSKA, da Bulgária, também no Estádio de General Severiano.   

Para o jogo contra o CSKA, já poderei contar com Dé (Aranha). Entretanto, o Silva jogou muito bem e ainda não decidi quem vai jogar, Na apresentação dos jogadores amanhã (segunda-feira, dia 1º/02/71), vou estudar as alterações do time. É possível que o Celso volte ao gol, no revezamento que estou fazendo com os goleiros, porque quero conhece-los bem. É isso só é viável em amistosos”, concluiu Paulo Amaral.

E, no jogo diante do CSKA, da Bulgária, o Vasco da Gama finalmente conseguiu a 1ª vitória, ao bater o seu oponente pelo placar de 3 a 1, trazendo a calma de volta ao time para a sequencia da temporada.

C.R. VASCO DA GAMA (RJ)                  1          X         1          F.K. VOJVODINA (YUG)

LOCALEstádio de General Severiano, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio (RJ)
CARÁTERAmistoso Internacional de 1971
DATADomingo, do dia 31 de janeiro de 1971 
HORÁRIO17 horas e 45 minutos (de Brasília)
RENDACr$ 13.746,00 (treze mil e setecentos e quarenta e seis cruzeiros)
PÚBLICO2.088 pagantes
ÁRBITROJosé Marçal Filho (FCF)
AUXILIARESWilson Dias Durão (FCF) e Azenclever e Barreto (FCF)
CARTÃO VERMELHOPijovic (Vojvodina) aos 39 minutos do 2º Tempo (jogo violento)
VASCOValdir Appel; Fidélis, Moacir, Joel Santana e Eberval; Alcir Portela e Buglê; Luiz Carlos, Jaílson, Silva e Gilson Nunes. Técnico: Paulo Amaral
VOJVODINAPopovic; Aleksic, Jovanic, Kourliza e Medovic; Brvic e Karamamovic; Ivenic (Pirmater), Mikezic (Pijovic), Dirnaer (Stanic) e Liceiner (Dzenco).
GOLSMikezic aos 30 minutos (Vojvodina); Alcir Portela aos 34 minutos (Vasco), no 2º Tempo.

FOTOS: Acervo Valdir Appel – Tribuna da Imprensa (RJ) – Correio da Manhã (RJ)

FONTES: Diversos jornais do Rio (RJ)

Grêmio Recreativo e Esportivo Usina Açucareira da Serra – Ibaté (SP): disputou o Paulista da 3ª Divisão, em 1986

O Grêmio Recreativo e Esportivo Usina Açucareira da Serra ou “Grêmio da Serra” foi uma agremiação do município de Ibaté (SP). Fundado na segunda-feira, do dia 11 de Abril de 1977, tinha a Sede localizada na Fazenda da Serra, s/n – Zona Rural – Área 1 – Ibaté (SP).

Em 1988, o Grêmio Recreativo e Esportivo Usina Açucareira da Serra faturou o título do Campeonato Canavieiro, ao vencer na final a Usina Santa Elisa, de Sertãozinho, pelo placar de 2 a 1, no Estádio Dr. Francisco de Palma Travassos (propriedade do Comercial Futebol Clube), em Ribeirão Preto (SP).

Grêmio Recreativo e Esportivo Usina Açucareira Campeão do Campeonato Canavieiro de 1988

O 1º gol saiu após o centro do centroavante Amarildo na área e Luís Fernando testou de forma inapelável para deixar o Grêmio da Serra em vantagem. O 2º gol surgiu depois de uma cobrança na área. O goleiro bobeou e, novamente, Lui´s Fernando chegou chutando tudo – inclusive, o volante China (companheiro do Grêmio da Serra), que estava na jogada – para aumentar o marcador. O adversário ainda diminuiu, mas já era tarde! O campeão tinha nome e sobrenome: Grêmio da Serra!

Grêmio da Serra jogou o Campeonato Paulista da 3ª Divisão em 1986

O GRE Usina Açucareira da Serra ingressou a esfera profissional, em 1986, quando disputou o Campeonato Paulista da 3ª Divisão, organizado pela FPF (Federação Paulista de Futebol).

Após essa experiência, o clube se afastou e não retornou até o presente momento ao futebol profissional. A Usina existe até hoje sobre o comando do ‘Grupo Raízen’.

O ex-goleiro Fernando Souza contou um pouco desse período, onde o amor pelo esporte ultrapassa o racional.

EM PÉ (esquerda para direita): Pércio (diretor), Luzardo, Baianinho, Biguá, Zé Carlos, Tucão, Crentinho, não identificado, Fernando e Careca (treinador);
AGACHADOS (esquerda para direita): Bossolan, China, Arruela, Valdir, Jabú, Kali e não identificado.

No futebol, os holofotes sempre estão nas grandes equipes do futebol brasileiro. E para os pequenos clubes, na maioria das vezes uma notinha e olhe lá. Dessa forma, a maioria do público não tem ideia do que é disputar competições das divisões abaixo.

Natural de São Carlos (SP), o ex-goleiro Fernando Souza, com passagens pelo Grêmio Sãocarlense (1981); CERD (Clube Esportivo e Recreativo Descalvadense) de Descalvo; Estrela da Bela Vista Esporte Clube (São Carlos); contou um pouco desse “universo paralelo” do futebol bretão.  

Quando já tinha “pendurado as chuteiras”, acabou recebendo o convite para retornar no CERD (Clube Esportivo e Recreativo Descalvadense) de Descalvo, no início de 1986.

Fiquei lá por três meses, onde fizemos alguns amistosos. Já trabalhava em outro emprego como projetista. A empresa me liberava as quartas até às sextas-feiras para treinar. Depois eu pagava as horas. Como eles queriam um time para subir eles propuseram que eu largasse o meu emprego. No entanto, o salário oferecido era muito baixo. Como já era casado e tinha uma família para sustentar, desisti e optei em jogar no Usina Açucareira da Serra”, disse Fernando.

Já no Grêmio Recreativo e Esportivo Usina Açucareira da Serra as impressões foram positivas: “O clube tinha uma boa estrutura, com ônibus próprio bonito, na cor bordô”, contou.  

O clube trouxe diversos jogadores que já tinham parado de jogar bola profissionalmente. E o fato curioso é que o time quase não treinava. “O time era bom. Quase não treinávamos. Eram todos ex-profissionais que se reuniam para jogar.  Para ter uma ideia, no Primeiro Turno, ficamos dois ou três pontos atrás do primeiro colocado. Conquistamos muitos pontos fora de casa, mas em casa não conseguimos a mesma pontuação”, revelou Fernando.

Diante desse quadro de, jogar futebol e ainda trabalhar em outro emprego, acabou sendo determinante para o time não ter feito uma grande campanha. “Nós tínhamos parado de jogar, quando aceitamos esse desafio. A maioria já estava trabalhando em outros empregos, como: professor de educação física, engenheiro, projetista, entre outros. Fizemos uma boa campanha no turno, mas no returno, com a falta de treinamos o time acabou sucumbindo no aspecto físico”, concluiu Fernando.

o goleiro Fernando e Valdir.

Fernando foi o goleiro-artilheiro em 1981

Na quarta-feira, do dia 21 de outubro de 1981, o goleiro Fernando vivenciou uma experiencia rara para aquela época. Com apenas 12 jogadores a disposição, Fernando, que na época ainda era juvenil, foi a única opção no banco de reservas.

Em desvantagem de dois gols, o técnico Adésio de Almeida colocou Fernando, não como goleiro, mas sim como atacante. E a estrela do jovem arqueiro com o número 13 brilhou no ataque, marcando o gol de honra do Sãocarlense. Apesar da derrota, o gol ficou na lembrança de Fernando até hoje.

G.E. CATANDUVENSE (SP)       2        X        1        G.E. SÃOCARLENSE (SP)

LOCALEstádio Silvio Salles, em Catanduva/SP
CARÁTERCampeonato Paulista da 3ª Divisão
DATAQuarta-feira, do dia 21 de outubro de 1981
RENDACr$ 203.550,00
PÚBLICO1.419 pagantes
ÁRBITROOswaldo dos Santos Ramos (FPF)
CATANDUVENSEÉdson; Tércio, Fernando, Beto e Adalberto; Mário, Orciano e Brecha; Edmilson (Torres), Cássio e Itamar.
SÃOCARLENSEIvan; Paulo Felisberto, Pacheco, Bussolan e Vitinho; Carlinhos, Horácio e Hamilton; Silvano, Lilão e Serginho (Fernando). Técnico: Adésio de Almeida
GOLSEdmilson, duas vezes (Catanduvense); Fernando (Sãocarlense).

Colaborou: José Luis Braz

FOTOS: Acervo Fernando Souza

FONTES: Almanaque do Futebol Paulista – Rsssf Brasil – Fernando Souza

Amistoso Internacional de 1966: Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense (RS) venceu a Seleção da União Soviética

A delegação da URSS desembarcou na segunda-feira, do dia 14 de fevereiro de 1966, em Porto Alegre/RS, onde ficou hospedada no City Hotel. Na capital gaúcha, os soviéticos aproveitaram a terça-feira de folga (15/02/66), passeios pelo Centro de Porto Alegre, fazendo compras na Rua dos Andradas e tirando fotos na Praça XV de Novembro. Alguns preferiram das uma volta de ônibus e outros foram ao cinema.

Preços dos Ingressos

No sábado, do dia 12 de fevereiro de 1966, foram divulgados os quatro locais de venda e valores dos ingressos para o jogo entre o Grêmio versus URSS. Na Sede do Grêmio (5º andar do Edifício Brasília); na Drogaria Panitz (Rua dos Andradas, nº 1211); Casa Herrmann (Rua dos Andradas, esquina com a Rua Uruguai); Sociedade Gondoleiros, no 4º distrito.   

Cadeiras NumeradasCr$ 5.000,00
ArquibancadasCr$ 2.000,00
½ ArquibancadasCr$ 1.500,00
Associados gremistasCr$ 1.500,00
Dependentes de sóciosCr$ 1.000,00
Sócios juvenisCr$ 1.000,00
Sócios infantisCr$ 1.000,00

Na sua sétima e última partida em território brasileiro, a Seleção Soviética acabou derrotada pelo Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense, então tetracampeão Gaúcho, pelo placar de 2 a 0, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre/RS. Os gols foram assinalados por Alcindo, sendo que o último foi um golaço!

EM PÉ (esquerda para a direita): Não identificado, Cléo, Ortunho, Aírton, Áureo, Altemir e Alberto;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Dico (massagista), Vieira, João Severiano, Alcindo, Sérgio Lopes e Volmir e Ataíde Carvalho (massagista).

Crônica do jogo

Noiada de gala viveu o público metropolitano na noite de ontem (16/02/66), quando o Grêmio, confirmando o cartaz de grande esquadrão de futebol, dobrou a Seleção da União Soviética, pelo marcador de dois a zero. O onze treinado por Luiz Engelke, deu mais uma grande satisfação ao seu quadro social, com a meritória vitória obtida diante da União Soviética.

Os primeiros 45 minutos foram de ações parelhas, com as defensivas sobrepujando os ataques. Os visitantes, procuraram com muita vontade o último reduto tricolor, mas foram barrados, pelos companheiros de Aírton.

Na etapa complementar, embora o jogo tenha decaído muito em sua parte técnica, quase no final da partida, Alcindo, acordou a torcida presente ao estádio, com belo tento conquistado.

Aos 28 minutos, após uma falha de Shesternyov, o avante tricolor marcou o primeiro da noite. Aos 34 minutos, Alcindo, sem ângulo, após bater dois adversários, deixou Banikov, sem chances de defesa. Um golaço!

Aírton na área
O central Aírton, pulando para tentar cabecear. O arqueiro Banikov, mais expedito, saltou e conjurou o perigo sob o olhar apreensivo de Ponomariov.

Os russos que jogaram bem na primeira fase, na etapa final, exaustos e sem preparo físico, foram cedendo terreno, dando oportunidade para que a equipe do Olímpico tomasse conta das ações. Fim de jogo, e a vitória do Grêmio foi justa diante de uma excelente Seleção de futebol.      

GRÊMIO (RS)          2          X         0          URSS

LOCALEstádio Olímpico, na Av. Dr. Carlos Barbosa, s/n, no bairro Medianeira, em Porto Alegre/RS
CARÁTERAmistoso Internacional
DATAQuarta-feira, do dia 16 de Fevereiro de 1966
HORÁRIO21 horas (de Brasília)
RENDACr$ 47.621.500,00 (quarenta e sete milhões, seiscentos e vinte e um mil e quinhentos cruzeiros)
PÚBLICO30 mil pagantes
ÁRBITROArmando Marques (CBD/RJ)
AUXILIARESJaime Soligo (FRGF) e Sady Belotto Mello (FRGF)
CARTÃO VERMELHOKhusainov (URSS)
GRÊMIOAlberto; Altemir, Aírton, Áureo e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Jorginho Martins (Vieira), João Severiano (Paulo Lumumba), Alcindo e Volmir. Técnico: Luiz Engelke
U.R.S.S.Banikov; Ponomariov, Shesternyov, Usatore e Danilov; Valery Voronin e Biba (Sabo); Chislenko (Slava Metreveli), Khusainov (Khmelnitsky), Ivanov e Malofeyev (Serebryanilov). Técnico: Nikolay Morozov 
GOLSAlcindo aos 28 e 34 minutos (Grêmio), no 2º Tempo.
PRELIMINARGrêmio (Juvenil) 7 x 0 Atlético Veranense (Veranópolis)

FOTOS: Jornal do Dia (RS) – Assis Hoffmann, da Agência RBS

FONTES: Jornal dos Sports (RJ) – Diário de Notícias (RS) – Jornal do Dia (RS)