Arquivo da categoria: 19. Cícero Urbanski

Villa Izabel Foot-Ball Club – Vila Isabel (RJ): escudo raro de 1913

Aproveitando a bela foto encontrada pelo amigo e membro Cícero Urbanski redesenhei de 1913, um ano antes da sua fundação, do Villa Isabel Foot-Ball Club. O clube alvinegro da foi Fundado numa quinta-feira, do dia 02 de Maio de 1912, ficava localizado no Bairro de Vila Isabel, terra de Noel e Martinho da Vila.

O Villa surgiu graças aos funcionários da antiga fábrica Confiança (atual Supermercado Extra – Boulevard) e moradores do casario existente até hoje conhecido como antiga vila operária. A equipe começou mandando os seus jogos na Praça 7 de março (hoje Praça Barão de Drummond). Depois atuou no Jardim Zoológico de Vila Isabel (hoje Recanto do Trovador), a 800 metros da Praça 7 de Março.

Curiosidades

Foi Villa Isabel Foot-Ball Club que realizou o primeiro jogo noturno da América Latina, em 1914. O jogador mais famoso de Vila Isabel foi Amarildo, o ‘Possesso‘ que também jogou por Botafogo e Flamengo e por alguns clubes da Europa, sendo Bicampeão mundial pela Seleção Brasileira, na Copa do Chile, em 1962.
Teve oito participações no Campeonato Carioca: 1917,1918,1919,1920,1924,1926,1927 (melhor posição, 7º lugar) e 1928.

Na Segundona disputou sete vezes: 1913,1915,1916,1921,1922,1923 e 1925.

E na Terceirona em 1914, onde se sagrou campeão. Além desse título também conquistou dois canecos no Estadual da Série B em 1921 e 1925.

  

Fontes e Fotos: Blog Língua Solta Futebol Clube – Acervo pessoal – Revista O Malho

CENTENÁRIO DO SPORT CLUB PALMEIRAS DE FLORIANÓPOLIS/SC

A FUNDAÇÃO

Há cerca de um século atrás, mais precisamente em 4 de Janeiro de 1915 foi fundado o Sport Club Palmeiras de Florianópolis.

Certamente a inspiração foi a A.A. Palmeiras de São Paulo, já que o time florianopolitano também adotou as cores alvinegras.

A maioria dos fundadores era dissidente do famoso Club Sportivo Florianópolis, o que deu ao novo clube, bastante força já no início de sua jornada.

Sua primeira diretoria ficou assim constituida:

Presidente: Eugenio Bruck

Vice-presidente: Elpidio Silva

1º Secretário: José Tolentino de Souza

2º Secretário: José Diniz

1º Thesoureiro: Pedro Gonçalves

2º Thesoureiro: Gentil Silva

Orador: Oswaldo Mello

Captain-geral:Daniel Guedes.

 

O PRIMEIRO ABALO

Em Abril de 1915, ocorreu o primeiro abalo na trajetoria do clube, que foi a renuncia do seu presidente Eugenio Bruck, que tinha idéias de vanguarda na época, como a criação de uma Liga.

Por motivos pessoais, ele deixou Florianópolis para dar sequencia aos estudos, tornando-se posteriormente, um dos principais  agronomos do Estado. Sua sucessão envolveu muita discussão e por pouco o clube não sofreu uma debandada de sócios.

OS PRIMEIROS CLÁSSICOS CONTRA O C.S. FLORIANÓPOLIS

O S.C. Palmeiras, graças aos excelentes jogadores que tinha, apesar de alguns serem bem novos, mostrou-se um rival á altura do C.S. Florianópolis, que havia sido fundado em 1914 e desde então dominava o futebol da capital.

Eis os jogos:

21/4/15 SCP 2×2 CSF

16/5/15 SCP 3×5 CSF

8/8/15 SCP 7×5 CSF

5/9/15 SCP 2×3 CSF

20/9/15 SCP 2×4 CSF

Ilustração

1916: UM ANO RUIM

O ano de 1916 foi ruim para o Palmeiras. Houve perda de jogadores e os que ficaram desanimaram um pouco dos jogos e treinos. Para piorar a situação, as obras de construção de seu campo, na Rua Bocayuva, que estavam muito atrasadas, custaram a vida de dois operários que morreram soterrados.

O acirramento da rivalidade com o Florianópolis, os desentendimentos entre seus próprios diretores e a falta de um local adequado para a realização de treinos e jogos prejudicou muito a vida do clube.

Eis os jogos:

14/7/16 SCP 3×7 INTERNATO

8/10/16 SCP 1×2 CSF

15/10/16 SCP 2×4 CSF

5/11/16 SCP 2×3 CSF

26/11/16 SCP 1×3 CSF

1917: SEM CAMPO E SEM JOGOS

O ano de 1917 foi ainda pior para o Palmeiras que não conseguiu ver terminada a construção de seu campo e não realizou um único jogo sequer. Houveram algumas tentativas de jogos contra o Internato mas nenhum se confirmou. Ao menos as relações com o C.S. Florianópolis melhoraram quando os dois times se juntaram para formar dois mistões que se enfrentaram num jogo beneficente em prol das famílias dos operários mortos.

A diretoria trabalhou para tentar organizar melhor o clube elaborando os estatutos e aumentando o valor das mensalidades para sanar algumas dividas, porém, o fim parecia próximo.

1918: O FIM DEFINITIVO

A crise instalada em 1916 não pode ser contornada pelos sócios do clube, mesmo em meio á algumas tentativas de recolocar o time em campo e compor uma diretoria que fosse do agrado de todos.

Num ultimo ato, ocorrido em abril de 1918, foi eleita uma nova diretoria, conforme abaixo, porém, depois disto, nada mais se falou á respeito do clube, que depois de um inicio promissor, deixou o cenário esportivo silenciosamente.

Presidente: Achilles W. dos Santos

Vice-presidente: João Baptista da Costa Pereira

1º Secretário: José Tolentino de Souza

2º Secretário: Ernesto de Souza Medeiros

1º Thesoureiro: Arão Cunha

2º Thesoureiro: Altamiro Guimarães

Captain geral: Paulo Gouvêa.

 

CAXIAS FC DE JOINVILLE – CAMPEÃO CATARINENSE DE 1929

O Campeonato Catarinense de Futebol de 1929 foi o sexto disputado na história, o terceiro com participação de clubes do interior do Estado.

O maior campeão até então era o Avahy FC com quatro conquistas: 1924, 26,27 e 28. O outro campeonato havia sido conquistado pelo Externato FC, do Gymnasio Santa Catharina (atual Colégio Catarinense) em 1925.

Repetindo a formula dos últimos dois anos, ficou definido pela Federação Catharinense de Desportos que o campeão estadual seria conhecido após a realização de um jogo único, a ser disputado em Florianópolis, no “Campo da Liga”, na rua Bocayuva, envolvendo o “Campeão da Capital” e o “Campeão do Interior”.

Devido a total desorganização da Federação, o Campeonato Estadual teve inicio somente em Dezembro e a eventual tabela projetada para a competição era cruel para o vice-campeão estadual Brasil de Blumenau e favorecia muito o Pery de Mafra.

Tabela do campeonato

No primeiro jogo do Campeonato, realizado em 1º de Dezembro, o Brasil F.C. de Blumenau, vice-campeão de 1927 e 1928, arrasou o Brusquense por 10×2 classificando-se para a fase seguinte.

No mesmo dia deveriam jogar em Itajahy: Marcilio Dias x Lauro Muller, no entanto, o rubro-anil entregou os pontos ao Lauro Muller F.C. que deste modo, avançou sem esforço.

Na semana seguinte o Lauro Muller comprovou a sua força e bateu o até então favorito Brasil de Blumenau por 3×1, obtendo assim, o status de ‘Campeão do Vale do Itajahy’. Conforme a tabela, seu próximo adversário seria o ‘Campeão de Joinville’.

8/12/29 – CAXIAS: CAMPEÃO JOINVILLENSE

O campeonato joinvillense de 1929 resumiu-se ao jogo único entre América e Caxias, válido pelo Campeonato Estadual, realizado no campo do Caxias, na Rua Imaruy, conforme escolha da FCD que enviou seus próprios juizes e representantes para o jogo.

O Caxias FC tinha um time mais forte, porém, teria que quebrar um tabu de jamais ter vencido o campeonato da cidade, coisa que o América FC havia conseguido em quatro oportunidades: 1920, 22, 23 e 25.

O América FC com um time envelhecido, não estava disposto a perder a condição de principal time da cidade e por isto foi atrás de reforços, conseguindo com muito custo (financeiro) trazer o jogador Garantão, famosíssimo em Ponta Grossa, exclusivamente para este duelo.

O Caxias FC era composto por jogadores e dirigentes ardilosos, sempre atentos aos bons valores da região, e em resposta ao rival, reforçou o seu time com um jovem atacante local, ainda desconhecido, chamado Cylo. A confiança era grande, pois no meio do ano, o time já havia se reforçado com o meia Marinheiro, craque da varzea curitibana.

CILO E MARINHEIRO: Grandes reforços.

Caxias e América se enfrentaram em 8 de Dezembro, perante duas mil pessoas. O jogo foi muito disputado e o gol da vitória caxiense saiu somente aos 35 minutos do segundo tempo, feito por Cyrillo após um passe do estreante Cylo. Esta dupla de atacantes, entrosada até no nome, faria história do futebol joinvillense.

15/12/29: UMA VITÓRIA CONTURBADA

Dando sequencia ao ‘Campeonato do Interior’, em 15 de Dezembro, o Caxias recebeu o fortíssimo Lauro Muller, de Itajahy, no campo da Rua Imaruy.

O Lauro Muller havia sido fundado em 24 de Março e desde o principio colocou-se como uma nova força do futebol catarinense. Sendo composto exclusivamente por operários, moradores do bairro Vila Operária, convenientemente patrocinados por seus patrões, era um time muito aguerrido para os padrões da época, e não era raro seus jogos acabarem em confusão.

Em campo, o Caxias não deu chances ao Lauro Muller e venceu facilmente por 3×0, com gols de Chiquinho, Cyrillo e Candinho. O Lauro Muller, descontente com a atuação do juiz da FCD, ou talvez temendo uma goleada, abandonou o campo aos 17 minutos do segundo tempo. Os itajahyenses ainda requereram a anulação da partida junto a FCD mas seus argumentos não foram aceitos.

5/1/30: CAMPEÃO DO INTERIOR

CAXIAS 1X0 PERY de Mafra

Após bater América e Lauro Muller, o Caxias teria pela frente, em 5 de Janeiro de 1930, o Pery de Mafra, num jogo que valeria a passagem para a final do Campeonato Estadual.

O jornal ‘O Pharol’, de Itajahy, havia informado que o Pery de Mafra enfrentaria o Porto União FC na primeira fase do campeonato, no entanto, este clube era totalmente desconhecido até o momento e o único clube desta cidade filiado á FCD era o Club Athletico Catharinense. Era comum nesta época, os jornais errarem o nome de clubes de outras cidades.

De qualquer modo, o resultado deste jogo entre mafrenses e porto-unionenses jamais foi divulgado pelos jornais da época, o que leva a crer que jamais se realizou. Supõe-se que por problemas na filiação ou transporte, o representante da Porto União não pode enfrentar o Pery, que era o favorito absoluto para vencer a partida.

Certo é que, sem muito esforço, o Pery estava prestes a chegar na final do Campeonato Catarinense de 1929, afinal, tinha um time experiente, acostumado a jogos difíceis, já que Mafra, por meio do trem, era a cidade catarinense mais próxima de Ponta Grossa e Curitiba, que neste período, eram centros futebolísticos bem mais avançados que qualquer outro em Santa Catarina.

A força do Pery se traduz na dificuldade que foi o jogo para o Caxias, que mesmo jogando em seu campo, teve imensas dificuldades para vencer. O time joinvillense abriu o marcador aos 27 minutos com Cylo, porem, pouco depois, o Pery empatou numa cobrança de pênalti. O segundo tempo foi dramático com o Pery ameaçando virar o jogo e o Caxias, levemente prejudicado pela arbitragem, sentindo-se frustrado com a anulação de dois gols. Somente graças a um gol do reserva Pedro Lemos foi que o Caxias conseguiu assegurar a vitória e assim se credenciar á final do Campeonato.

ADOLPHO KONDER FC: CAMPEÃO DA CAPITAL

O Campeonato da Capital deste ano, disputado em pontos corridos, acabou somente em Março de 1930 e foi conquistado pelo Adolpho Konder F.C. que teve como principal rival o vice-campeão Tamandaré.

Fundado em 1926 por praças da Força Publica (atual Policia Militar), o Adolpho Konder ganhou este nome em homenagem ao Governador do Estado. A sua conquista do título florianopolitano não foi surpresa, afinal, nos últimos dois anos, contando com jogadores fisicamente muito bem preparados, já vinha ameaçando a soberania avahyana.

O ESTÁDIO ADOLPHO KONDER

A Federação Catharinense de Desportos, presidida pelo coronel Pedro Lopes Vieira, chefe da Força Publica e fundador do Adolpho Konder F.C. vinha construindo desde 1929 o seu estádio, no local onde ficava o antigo Campo da Liga e numa “justa” homenagem ele receberia o nome do Estádio Adolpho Konder.

A ideia era inaugurar o novo estádio com uma grandiosa festa esportiva que teria como principal atração, a final do Campeonato, onde, sob os olhares do governador Adolpho Konder e diversas outras autoridades, jogariam o time da casa, o Adolpho Konder FC contra o Caxias FC de Joinville.

O atraso nas obras fez com que a final entre Adolpho Konder e Caxias fosse postergada para 21 de abril.

Após novos contratempos, foi marcada uma nova data: 4 de Maio.

Finalmente, para que vossa senhoria o Governador pudesse estar presente á inauguração do Estádio e ao jogo final, ficou definido que o jogo aconteceria em 13 de Maio. As festas de inauguração, que contaram com uma extensa programação esportiva, com provas atléticas, jogos de vôlei e futebol iniciaram já no dia 11.

O Caxias esperou pacientemente pela final sem reclamar, afinal, sentia-se honrado em participar deste grande evento. Por outro lado, esta espera teve alguns percalços. O jogador Cyrillo adoeceu e chegou a ter sua morte anunciada pela cidade, o que não aconteceu, tanto é que rapidamente voltou a defender o alvinegro. Um grande desleixo do clube foi aceitar realizar um amistoso contra o Lauro Muller, em Itajahy, em fevereiro, onde além de amargar uma derrota por 3×2, os joinvillenses tiveram nada menos que sete jogadores machucados pela meia Mocinho, tudo fruto da rivalidade criada no jogo valido pelo Estadual.

ADOLPHO KONDER: O homenageado

 13/5/30: CAXIAS: CAMPEÃO ESTADUAL DE 1929

CAXIAS 7×3 ADOLPHO KONDER FC

O Adolpho Konder tinha um time forte, mas sabia que o Caxias era mais poderoso, fato é que, no único jogo amistoso realizado entre ambos até então, em Julho de 1929, havia sido derrotado em casa por 4×0.

Para remediar este desnível técnico, o clube entregou-se á exaustivos treinos no campo da Federação, para assim, ter vantagem sobre o rival ao menos no que diz respeito ao campo de jogo, já que o Caxias não teria tempo hábil para fazer um reconhecimento do novo gramado.

A pressão sobre o time canarinho era imensa, sobretudo após todas as solenidades, provas e festividades realizadas antes do jogo, que decorreram com enorme perfeição, faltando apenas, a vitória do time ilhéu para que tudo fosse fechado com chave de ouro.

Em campo o Caxias tratou de estragar a festa e mostrou-se arrasador nos primeiros minutos fazendo 3×0 com Cylo aos 6, Raul Schmidlin aos 7 e novamente Cylo aos 9 minutos de jogo!!!

O Caxias se descuida e permite que aos 15 e aos 25 minutos o Adolpho Konder desconte para 3×2, gols de Cidade e Candinho.

O Caxias redobra as atenções e ainda no 1º tempo faz 4×2 com Reck.

No 2º tempo o Caxias não deu chances ao rival e tratou de assegurar o titulo com mais três gols, marcados por Raul Schmidlin aos 13, Cyrillo aos 25 e novamente Raul Schmidlin aos 31.

Com 6×2 no placar o jogo tornou-se uma brincadeira para o veterano goleiro caxiense Benedicto, que passou a se exibir fazendo defesas com a cabeça, para delírio e ao mesmo tempo indignação da torcida local. Numa de suas gracinhas, Benedicto fez um golpe de vista mal feito e permitiu que aos 39 minutos o Adolpho Konder descontasse para 7×3.

O Caxias foi campeão com: Benedicto, Candinho e Chiquinho; Marinheiro, José e Otto; Meyer, Cyrillo, Raul Schmidlin, Cylo e Reck. Os meias Antonio Augusto, Arthurzinho, Lemos e Amorim também participaram da campanha.

Para os veteranos Benedicto e Candinho, que atuavam no futebol desde a década de 1910, esta foi a glória que coroou seu pioneirismo. Também foi a consagração máxima para Raul Schmidlin que defendeu o clube durante 25 anos (1922-1947). Marinheiro teve a chance de alçar voos mais altos, porem, não se adaptou o profissionalismo do Vasco da Gama. Os jogadores Benedicto, Arthurzinho, Pedro Lemos e Cyrillo, foram duplamente festejados, primeiro em Joinville, onde participaram da carreata pelas principais ruas do centro da cidade, e posteriormente em São Francisco do Sul, onde residiam e também defendiam o Ypiranga FC.

A vitória caxiense abalou tanto a moral dos florianopolitanos que os cronistas esportivos dos jornais mais importantes da cidade: O Estado e Republica limitaram-se em informar o placar do jogo, não dando maiores detalhes á respeito do seu desenrolar. Tal desserviço não foi repetido pela ‘Folha Nova’ que detalhou minuciosamente a conquista alvinegra.

Até mesmo o Coronel Pedro Lopes perdeu a compostura com a derrota e no dia seguinte mandou prender o goleiro Alfredinho, acusando-o de ter falhado e facilitado a vitória joinvillense.

A primeira conquista estadual de um time do interior, jogando contra um rival de Florianópolis, algo raro de acontecer até hoje, foi comemorada não apenas em Joinville, mas também em Blumenau, já que o Brasil FC havia sofrido nas mãos da FCD nas duas finais que havia realizado diante do Avahy, tanto é que chegou até de desfiliar da entidade por algum tempo.

CAXIAS E A TAÇA DE CAMPEÃO DE 1929

 Tabela e resultados do Campeonato

VILA ISABEL F.C. – RIO DE JANEIRO/RJ – 1913

O Villa Izabel Foot-Ball Club foi fundado em 2 de Maio de 1912.

Teve como primeiro estádio o campo localizado na antiga praça Sete de Setembro (hoje Praça Barão de Drummond), mais tarde, passou a mandar seus jogos no campo do antigo jardim zoológico, localizado a 500 metros da praça Sete.

O Villa usou vários uniformes distintos ao longo de sua história. O mais curioso era todo branco, tinha uma bola de futebol com as iniciais V.I.F.C. no centro da camisa, com raios negros saindo desta e, por conta disso, o clube era conhecido como o “Raio de Sol”.

Foto da revista O Malho de 18/10/1913

Fontes: O Malho e blog Lingua Solta http://linguasoltafc.blogspot.com.br

A TRAJETÓRIA GLORIOSA DO CÍRCULO OPERÁRIO F.C. – JOINVILLE/SC

O Circulo Operário Futebol Clube, de Joinville, foi fundado em 13 de Outubro de 1938 pelo padre Alberto Kolb que em 1935 havia fundado o Circulo Operário de Joinville, uma entidade social existente até os dias de hoje, que tem como objetivo a prestação de um serviço social e comunitário especialmente dirigido à classe operária.

PADRE KOLB

Tímido em seus primeiros meses de existência, o tricolor (azul, preto e branco) aos poucos foi transformando-se num dos mais bem sucedidos times da várzea local.

Em Dezembro de 1939 após empatar em 4×4 com o Glória Futebol Clube, o “Leão da Várzea” e receber um jogo completo de camisas do jovem esportista Alberto Kolb Sobrinho, o clube mudou de patamar e começou a traçar planos mais audaciosos.

1940

Em 28 de janeiro, em seu primeiro jogo intermunicipal, bateu o Fluminense Futebol Clube, de São Francisco do Sul.

Em 9 de março solicitou filiação junto á Associação Catarinense de Desportos, entidade que comandava o futebol oficial em Joinville.

Em 17 de marco comemorando a sua filiação, realizou um grande festival esportivo no campo do América, onde foi derrotado pelo Grêmio Esportivo Joinville por 4×1.

Em 24 de março, num festival promovido pelo América, sofreu nova derrota, desta vez 2×1 para o Afonso Pena Futebol Clube.

As derrotas para dois dos clubes mais fracos da A.C.D. fez a direção técnica do clube se mexer atrás de reforços.

Em 14 de abril, no Torneio Inicio do Campeonato da A.C.D., mesmo reforçado por diversos antigos jogadores do América, foi derrotado no primeiro jogo pelo Grêmio Esportivo Joinville.

O Campeonato da 1ª Divisão da A.C.D. de 1940 seria disputado por 6 clubes: América, Afonso Pena, Caxias, Circulo Operário, Grêmio Esportivo Joinville e Liga Esportiva São Luiz. A disputa seria em turno único por pontos corridos. O campeão representaria a cidade no Campeonato Estadual.

Em 21 de Abril, o Círculo Operário estreou no campeonato batendo a Liga Esportiva São Luiz por 3×2.

Em 9 de junho empatou com o Afonso Pena por 3×3, ficando assim, na vice-liderança.

Em 23 de junho enfrentou o líder Caxias e acabou amargando uma derrota de 2×1, de virada, tendo o segundo gol caxiense sido marcando somente aos 44 minutos do segundo tempo. Nesta ocasião o titulo da cidade estava praticamente decidido em favor do alvinegro, restando ao tricolor brigar pelo vice-campeonato.

Em 4 de Agosto manteve seu posto de vice-líder vencendo o Grêmio por 1×0.

Em 1º de Setembro encerrou a sua participação enfrentando o América Futebol Clube numa briga direta pelo vice-campeonato. A vitória tranquila por 2×0 consagrou o Círculo Operário como vice-campeão joinvillense, no primeiro campeonato oficial disputado em sua curta história, um feito raro de acontecer no período em que o futebol da cidade era dominado por Caxias e América.

Os jogadores que participaram desta campanha histórica foram: Piragibe, Janjão, Nano, Budal, Mario, Daia, Antenor, Laranja, Laranjinha, Cocada, Leovegildo, Waldemar, Paulino, Bimbinha, Careca, Pedro, Tota e Chico.

Terminado o campeonato da cidade, o Circulo Operário não hesitou em enfrentar alguns dos melhores times do Estado.

Em 22 de setembro, em São Francisco do Sul, enfrentou o Ypiranga Futebol Clube que logo seria o Campeão Catarinense, e acabou derrotado pelo forte rival por 4×1.

Em 11 de Outubro, jogando no Ernestão, recebeu o Recreativo Brasil, campeão de Blumenau, e foi derrotado por 5×3.

1941

O ano de 1941 iniciou de forma auspiciosa, com duas vitórias sobre os “donos” da várzea: Glória Futebol Clube e Bonsucesso Futebol Clube.

Em 9 de março o Círculo Operário foi até São Francisco do Sul onde foi derrotado por um “Combinado de Pretos” por 2×1. Placar honroso diante de um adversário fortíssimo.

Mesmo com o posto de vice-campeão da cidade, optou em não participar do campeonato oficial da ACD, dando preferencia assim, á construção do seu campo.

Após um período de intenso marasmo, onde cogitou-se até mesmo sua extinção, venceu em 10 de junho, o Bonsucesso F.C. em plena Baixada do Cemitério por 1×0.

Em 15 de junho promoveu um grande festival varzeano em beneficio da construção do seu campo, perdendo o jogo principal para o Floresta F.C. por 1×0.

Em 28 de setembro realizou uma inédita excursão até Caçador, onde venceu o Ginásio Futebol Clube por 2×0. Foi o primeiro clube do litoral a aventurar-se numa excursão até o Oeste Catarinense.

Em 18 de Outubro, promoveu em festival em comemoração ao seu 3º aniversario, onde recebeu o forte Artilheiro Futebol Clube de São Francisco do Sul e empatou em 2×2.

Em 23 de Novembro, em um festival promovido pelo Grêmio Esportivo da Prefeitura Municipal, foi derrotado por 5×1 pelo Caxias F.C.

1942

 Em 3 de março de 1942 voltou a brilhar nos gramados da cidade ao vencer um festival promovido para auxiliar a Campanha Nacional da Aviação. O festival contou com a participação dos cinco principais clubes da cidade e foi decidido em um jogo desempate, onde o tricolor derrotou o América F.C. por 1×0.

Em 8 de março voltou a surpreender a cidade ao empatar em 2×2 com o Caxias Futebol Clube num jogo valido pelo festival de inauguração do estádio do São Luiz Atlético Clube (antiga L.E. São Luiz).

Em 15 de março promoveu um festival onde recebeu a visita do Palmeira Futebol Clube, tricampeão da 2ª divisão de Curitiba. Foi a sua estréia num jogo interestadual, mas o resultado do jogo é desconhecido.

O sucesso alcançado no início do ano encorajou o clube a voltar a disputar o campeonato da 1ª Divisão da Liga Joinvillense de Desportos (entidade sucessora da A.C.D.).

Em 22 de março conquistou o Torneio Inicio batendo o Afonso Pena F.C. por 2×0 na final.

Em 14 de abril estreou no campeonato da L.J.D. empatando em 1×1 com o Afonso Pena.

Em 3 de maio alcançou uma de suas vitorias mais sensacionais ao vencer o Caxias F.C. por 1×0 num jogo disputadíssimo e cheio de confusões.

Em 24 de maio, em seu terceiro jogo pelo campeonato venceu com autoridade o São Luiz por 5×2

Nos primeiros dias de junho mudou seu nome para Clube Atlético Operário*.

*Não existe relação alguma com o clube homônimo fundado em 1949 e  campeão estadual de 1956.

Em 7 de junho, num jogo ansiosamente aguardado entre os lideres do campeonato, empatou com o América F.C. em 4×4.

Em 28 de junho, abrindo o returno, manteve-se como forte postulante ao título após vencer o Afonso Pena por 2×1.

Os três últimos jogos do campeonato foram contra os fortes Caxias, São Luiz e América e valeram a conquista de mais um vice-campeonato para o clube, que desta vez, viu o América Futebol Clube sair campeão.

Terminado o campeonato de 1942, nunca mais ouviu-se falar do clube, que deste modo, encerrou uma curta, porém, vitoriosa trajetória no futebol joinvillense.

O seu tão sonhado campo jamais ficou concluído, por outro lado, a sua imponente sede, situada na esquina das ruas Inacio Bastos e São Paulo, ainda resiste bravamente alheia ás modernas construções e grandes empreendimentos que a rodeiam.

SEDE DO CIRCULO OPERÁRIO DE JOINVILLE

UNIFORME

ESCUDO

Fontes: www.circulooperario.org, jornal A Noticia, Google maps.

Agradecimentos ao amigo Sergio Mello pelos desenhos.

Fotos Raras, de 1916: Primórdios do Futebol Piauiense

Uma reportagem e registro fotográfico mais antigo do Futebol Piauiense, publicado pela Revista Fon Fon em 1º de Janeiro de 1916.

Um autêntico clássico entre os teams Bruxellas e Antuerpia, ambos pertencentes ao Belga Foot-Ball Club, de Parnahyba.

FONTE: Revista Fon Fon 

 

São Bento Futebol Clube – Porto União (SC)

São Bento Futebol Clube, fundado em 1958, á partir de uma dissidencia do São Bernardo Futebol Clube, de União da Vitória/PR.

Disputou o Campeonato Catarinense de 1961.

Mandava seus jogos no extinto Estádio Municipal de Porto União.

Cores: Preto e Branco

Existiu por aproximadamente 10 anos.

Não tem qualquer relação com a cidade de São Bento do Sul/SC.

Foto do time, acervo pessoal do ex-jogador Celso R. Divoisin.