Arquivo da categoria: 20. Diogo Henrique

Um titulo com um gol irregular

[img:fluminense.jpg,full,alinhar_esq_caixa] Foi um jogo inesquecível para a torcida do Fluminense. Até os dias de hoje se comenta o lance do gol de Lula. Todo o estádio do maracanã, mais de 140 mil pessoas, viu a jogada, menos um, o arbitro José Marçal Filho. O jogo estava para terminar e o Botafogo com o empate seria o campeão. Mas o destino e as forças ocultas impediram essa conquista. O campeão seria mesmo o Fluminense. Aos 43 minutos do segundo tempo, Oliveira centrou alto e Ubirajara, goleiro do Botafogo, saiu para cortar o cruzamento. Marco Antonio, lateral do Fluminense, fez falta e evitou que Ubirajara fizesse a defesa. Lula aproveitou a sobra e mandou a bola para as redes do Botafogo. O tumulto foi formado, porque os botafoguenses não aceitavam a marcação do juiz que confirmou o gol e expulsou Carlos Roberto. José Marçal Filho o arbitro que confirmou um gol irregular, ficou na geladeira por muito tempo. Era um castigo para quem cometera uma falha tão gritante.

Com relação ao jogo, tivemos no primeiro tempo um Botafogo que tinha a vantagem do empate, jogando na retranca, deixando apenas Zequinha e Nilson para os contra-ataques. O Fluminense também entrou bastante cauteloso, provocando um absoluto equilíbrio entre ambos. Com isso, a maior parte das jogadas se desenrolava entre as duas intermediarias. O lance mais perigoso desse primeiro tempo acontece quando Lula, cobrando uma falta, mandou no travessão. Aos 28 minutos, o Botafogo perdeu o lateral Carlos Alberto Torres que saiu contundido.

No segundo tempo o Fluminense voltou com Flávio no lugar de Didi e com isso, deu mais agressividade ao ataque tricolor. Mas o Botafogo era perigoso com as investidas de Zequinha. O Fluminense continuou timidamente mesmo com a entrada de Cafuringa no lugar de Wilton. Com a necessidade da vitória os tricolores partiram para o ataque principalmente com os laterais Marco Antonio e Oliveira. Aos 34 minutos Felix praticou a mais sensacional defesa do jogo depois de uma falta cobrada por Paulo César com perfeição. Aos 43 aconteceu o lance que decidiu o jogo e já comentado acima. O juiz confirmou o gol irregular de Lula e a torcida tricolor comemorou ruidosamente o titulo conquistado no campeonato carioca de 1971.

Detalhes do jogo.

Fluminense 1 x Botafogo 0 – decisão do campeonato carioca de 1971.
Gol de Lula.
27 de junho de 1971.
Maracanã.
Juiz: José Marçal Filho.
Publico: 142.339 pagantes.
Fluminense: Felix. Oliveira. Galhardo. Assis e Marco Antonio. Silveira e Didi (Flavio). Wilton (Cafuringa). Cláudio Garcia. Ivair e Lula.
Botafogo: Ubirajara. Carlos Alberto Torres (Mura). Brito.Osmar e Paulo Henrique. Carlos Roberto e Nei Conceição. Zequinha (Paraguaio). Careca. Nilson Dias e Paulo César.

Fonte: Jornal dos Sports

Inauguração do Estádio de Campos Sales

[img:campos_sales.jpg,full,alinhar_esq]
Estádio de Campos Sales

No dia 29 de junho de 1952, América e Vasco da Gama fazia a inauguração do estádio de Campos Sales. O estádio ficou lotado. A social transbordou. A arquibancada sem um lugar vazio. A geral, atrás do gol, apinhada e a barreira com todos os seus melhores lugares ocupados. Ainda tinha os caronas, visinhos dos apartamentos fronteiros ao estádio, assistindo de graça e de camarote o desenrolar dos jogadores.

Foi o presidente Fabio Horta quem concretizou a transformação do campo que não passava de um cemitério de pedras fundamentais e com mil e um projetos sem que saíssem do papel. Até que Fábio Horta chegou a Campos Sales. Com ele as máquinas começaram a fazer o movimento da terra, o campo ficou com a cara de um campo de futebol e as arquibancadas começaram a subir. Para os americanos parecia um sonho, mas era uma realidade. Um estádio com capacidade para 25 mil torcedores. O torcedor esperou oito anos para ver este sonho concretizado. Verdadeiro parto de montanha. Uma obra de um americano de fibra chamado Fábio Horta de Araújo.

América e Vasco, o chamado clássico da paz, realizaram o primeiro jogo. Foi uma boa partida e os americanos venceram por 1×0. O gol saiu de uma boa manobra do inteligente Maneco. A bola foi para o novato Leônidas da Selva que não perdeu a oportunidade e marcou o primeiro gol no estádio do seu clube.

Fonte: Esporte Ilustrado

Atlético Mineiro – Campeão do gelo

[img:4511_1_.jpg,full,alinhar_esq]
A foto nos mostra o trio final dos atléticanos antes de uma partida com campos de gelo – Juca. Mão de Onça e Osvaldo.

Em determinada parte do hino do Clube Atlético Mineiro diz – “Nós somos campeões do gelo “. A composição aconteceu depois da temporada do clube por gramados gelados da europa.

“O Clube Atlético Mineiro realizou uma temporada pela Europa jogando em campos cobertos de gêlo. Foram dez jogos com seis vitórias, dois empates e duas derrotas. Foram 35 dias que começou em 02 de novembro na Alemanha. Além do gêlo, dos adversários, das viagens, sempre de trem, os brasileiros também jogaram com intervalos até de vinte e quatro horas.

Os jogos realizados foram os seguintes:

Em Munich – Atlético 3 x Munchem 1860 2.
Gols de Lucas. Lauro e Vaguinho.

Em Hamburgo – Atlético 4 x Hamburguer Sport 0.
– Gols de Nivio 2. Alvinho e Lucas.

Em Bremer – Atlético 1 x Werder Bremem 3.
– Gol de Lucas.

Em Gelsen Kirchen – Atlético 3 x Schalke 1.
– Gols de Vaguinho 2 e Lucas.

Em Viena – Atlético 0 x Rapid 3

Em Viena – Atlético 2 x Sarrebruck 0.
– Gols de Nivio dois.

Em Bruxelas – Atlético 2 x Anderletch 1.
– Gols de Vaguinho 2

Em Brunswick – Atlético 3 x Brunswick 3.
– Gols de Vaguinho. Alvinho e Murilinho.

Em Luxemburgo – Atlético 3 x Seleção local 3.
Gols de Vaguinho. Nivio e Lauro.

Em Paris – Atlético 2 x Red Star 1.
– Gols de Lucas e Nivio.

O Atlético Mineiro marcou 23 gols e sofre 17. Seu artilheiro foi Vaguinho com sete gols. Marcaram ainda: Nivio 6. Lucas 5. Lauro e Alvinho 2. Murilinho 1 gol.

Fonte: Esporte Ilustrado

As Grandes Decisões – Taça Brasil de 1959

GRANDES DECISÕES DO FUTEBOL

Bahia 3 x 1 Santos

[img:4857_1_.jpg,full,alinhar_esq]
Time do Bahia campeão no maracanã.
Em pé: Nadinho. Leone. Henrique. Flavio. Vicente e Beto.
Agachados: Marito. Alencar. Léo. Bombeiro e Biriba.

Contra a falsa malandragem de Atiê Jorge Cury e a vivacidade de Osório Vilas Boas. Contra o poderio do time do Santos e a fé no Senhor do Bonfim, a proteção do milagreiro São Judas Tadeu, as velas acesas em 365 igrejas, o rufo de atabaques de mil Candomblés, a Bahia em peso se levantou contra o Santos para ganhar a Taça Brasil de 1959. Era uma questão de honra.

A primeira Taça Brasil começou para o Bahia em agosto de 1959, quando os baianos venceram o CSA de Maceió por 5×0. No nordeste a coisa foi fácil. O tricolor despachou CSA. Ceará e Sport de Recife. Duro mesmo foi vencer o Vasco da Gama. O Bahia ganhou o primeiro jogo, no maracanã por 1×0. Em Salvador, o Vasco venceu por 2×1. A terceira partida, foi também realizada em Salvador. Vitória do Bahia por 1×0. Agora, somente restava o famoso Santos de Pelé na decisão da primeira Taça Brasil.

O Santos achando que o titulo seria decidido em duas partida, programou uma temporada pelo exterior para logo após a decisão da Taça Brasil. O clube paulista era poderoso, tinha Pelé, ganhador de muitos títulos e o grande favorito da competição. Entretanto, já no primeiro jogo realizado na Vila Belmiro, o Bahia mostrou que pensava seriamente no titulo. O Santos marcou logo 2×0. Foi quando veio a reação que ninguém esperava. O Bahia venceu por 3×2 com um gol de Alencar assinalado em cima da hora. O segundo jogo foi em Salvador. O Bahia jogava bem, e os baianos acreditavam que a festa poderia ser mesmo na Boa Terra. Acontece que neste jogo, Pelé estava num dia de genialidade comum e esmagou a defesa do Bahia. O Santos venceu por 2×0. A diretoria do Santos não quis jogar o terceiro jogo em Salvador e exigiu um campo neutro. A CBD atendeu. A segunda partida deveria ter jogada no dia 30 de dezembro. O Santos argumentou que não tinha datas disponíveis. A CBD manteve o jogo para a data programada. Foi então que o presidente do Bahia, Osório Vilas Boas entrou na jogada. Psicologicamente, seu time não estava nada bem depois da derrota em Salvador. A temporada do Santos no exterior iria desgastar a equipe paulista. O Bahia teria tempo para se refazer. Por isso, concordou com o Santos e fez a CBD aceitar uma outra data: 29 de março, no maracanã.

Enquanto o Santos se arrebentava na Europa, jogando um dia sim outro não, o Bahia se preparava para a decisão. Na volta do clube da Vila Belmiro, Pelé teve que ser operado das amígdalas e ficou de fora da final. Entre os baianos, o treinador Geninho teve que retornar ao Rio de Janeiro por problemas particulares. Assumiu Carlos Volante.

Na noite de 29 de março de 1960, o maracanã recebe um bom publico, quase todos torcendo pelo Bahia que entrou em campo com Nadinho. Beto. Henrique. Vicente e Nezinho. Flavio e Mario. Marito. Alencar. Léo e Biriba. O Santos jogou a final com Lalá. Getulio. Mauro. Formiga e Zé Carlos. Zito e Mario. Dorval. Pagão. Coutinho e Pepe. O carioca Frederico Lopes foi o juiz. O início do jogo era igual, mas foi o Santos quem abriu a contagem através de Coutinho. O Bahia empatou com Vicente cobrando uma falta da intermediária. Nessas alturas, os baianos dominavam o jogo e os santistas demonstravam um cansaço com pouca disposição para disputar as bolas divididas. No primeiro minuto do segundo tempo, Léo marcou o segundo gol do Bahia. O Santos se desesperou. Coutinho tentava romper a defensiva dos baianos, mas tinha a marcação de Vicente em todas as partes do campo. O treinador Lula ainda tentou Tite no lugar de Pagão, mas não deu certo. Aos 24 minutos o juiz expulsou Getulio. Formiga reclamou exageradamente e também expulso. Aí o Santos começou a apelar. Aos 32 minutos, Coutinho agrediu Nezinho e foi colocado para fora. Vicente deu um soco em Coutinho e também foi obrigado a sair. Perdido por dois, perdido por mil, os santistas resolveram parar os baianos no pau. A policia entrou em campo e esfriou os ânimos. O juiz Frederico Lopes expulsou outro santista. Dorval deu um tapa em Henrique e também saiu mais cedo. Aos 37 minutos, o Bahia sacramentou o titulo assinalando o terceiro gol. A festa já tinha começado na Bahia de todos os santos. Era também a vitória da malícia de Osório Vilas Boas que se impunha contra à pretensão de Atiê Jorge Cury. O dirigente do Santos , antes da decisão, havia enviado um telegrama ao San Lorenzo de Almagro, da Argentina, propondo datas e locais para os dois jogos pela Taça libertadora. Só que o San Lorenzo jogou mesmo foi contra o Esporte Clube Bahia, o campeão da primeira Taça Brasil. Para ser campeão, o Bahia jogou quatorze vezes. Venceu nove. Empatou duas e perdeu três.

Fonte: Revista Placar

A origem do Galo

[img:mascote_atletico_mg_2_1_.gif,full,alinhar_esq_caixa] Em 1945, o desenhista Fernando Pierucetti, mais conhecido como Mangabeira, recebeu a incumbência especial de Álvares da Silva, editor do Jornal Folha de Minas para criar símbolos para os principais clubes mineiros. O próprio Álvares sugeriu um índio para ser o mascote atleticano, mas Mangabeira recusou. – “Vou desenhar bichos”.

O Atlético sempre foi um time de raça. Mais parece um galo de briga, que nunca se entrega e luta até morrer. Assim nasceu o Galo. Mas o apelido só pegoui na época do primeiro pentacampeonato mineiro conquistado pelo clube de 1951 a 1955. Ídolo da torcida, o craque Zé do Monte começou a entrar em campo segurando um galo e popularizando de vez a mascote.

Fonte: Placar

A maior virada da história do Botafogo

Somente quem esteve em General Severiano pode dizer o que realmente aconteceu naquele dia 27 de novembro de 1948. Somente eles poderão dar um testemunho sincero do espetáculo em sua grandiosidade dramática. Botafogo e Flamengo jogavam pelo campeonato carioca.

O Flamengo de Luiz Borracha. Newton e Norival. Biguá. Bria e Jaime. Luizinho. Zizinho. Gringo. Jair da Rosa Pinto e Durval. O Botafogo de Osvaldo. Gerson e Nilton Santos. Rubinho. Avila e Juvenal. Paraguaio. Geninho. Pirilo. Otávio e Braguinha. O arbitro foi o inglês Mr. Devis. Nos primeiros quarenta e cinco minutos, os rubros negros foram melhores. O Botafogo parecia apático, frio, sem vontade. Uma jogada de Zizinho para Jair e Jair para Zizinho, um drible prá lá outro prá cá, um passe para Gringo que deixou Durval livre na frente da meta de Osvaldo. Era o primeiro gol do Flamengo. Nova saída e outra jogada da dupla Jair e Zizinho e o segundo gol do Flamengo através de Gringo. A torcida rubro negra começou a balançar lenços brancos. Certo locutor da época dizia ao microfone de sua emissora: “Esse é o Flamengo do tri campeonato”. O clube da Gávea continuava jogando bem e sua torcida antecipava uma vitória sensacional.

[img:virada_botafogo.jpg,full,vazio]
Ataque do Botafogo na virada de 5×3. Paraguaio, Geninho, Pirilo, Otavio e Braguinha.

De repente, tudo mudou. O Botafogo surgiu do nada e saiu em busca de uma reação. O Flamengo que não esperava aquele reação estremeceu. Recuou aguardando o adversário na defensiva. O placar do primeiro tempo terminou com 2×0 para o Flamengo. Logo no inicio da segunda etapa, Paraguaio recebeu uma bola em profundidade, driblou o goleiro Luiz Borracha e marcou o primeiro gol do Botafogo. Um gol no peito e na raça e que deu mais forças ao clube alvi negro. Sua torcida começou a acreditar no time. Mas, veio um lance que poderia ter enterrado a reação do Botafogo. O goleiro Osvaldo chutou a bola para frente que caiu nos pés de Gringo quase no meio do campo. O atacante do Flamengo devolveu com um chutão enquanto o goleiro voltava para sua meta e estava de costa para o campo. A torcida do Botafogo e seus companheiros começaram a gritar advertindo o goleiro. No desespero, Osvaldo correu, saltou, se abraçou com a bola e caiu dentro de sua meta. 3×1 para o Flamengo. Mas o Botafogo era bom, estava em ótima forma e não foi atoa que terminou campeão carioca naquele ano de 1948.

Mesmo assim, com 3×1 no marcador, ninguém duvidava da vitória do Flamengo. O Botafogo voltou a engrenar depois da anulação de um gol de Gringo quando bandeirinha assinalou impedimento confirmado pelo juiz. E veio o gol de Otávio: Flamengo 3×2. Logo depois, o gol de Braguinha: 3×3. Pirilo fez Botafogo 4×3 e Paraguaio sacramentou o placar fazendo Botafogo 5×3.Diz a crença popular, que a fé remove montanhas, e o Botafogo soube celebrizar as leis da sabedoria humana na crença. Não é fácil, em jogo de gigantes, transformar uma jornada que se prenunciava tranquila para o Flamengo, em 45 minutos de epopéia dramática. Em outra circunstância, aquela etapa complementar, fértil em emoções e dramaticidade, poderia ser fatal para qualquer dos clubes, porém, ali estava o Botafogo com o ânimo e a bravura dos grandes campeões. Foi uma vitória que se encontra em lugar de destaque na história do Botafogo.

Fonte: Globo Esportivo

Juiz abandona o jogo no primeiro minuto

No inicio do ano de 1949, Barroso e Santa Cruz disputaram uma partida ainda valida pelo campeonato do ano anterior. Um jogo que, pode-se dizer, começou duas vezes. Foi, sem duvida, uma das partidas mais tumultuadas do futebol alagoano. O juiz foi Mário Santa Rita. O bandeirinha Adávio Camelo.

A saida foi dada pelo Santa Cruz que foi ao ataque com uma bola lançada para o centro avante, Seu Zé, que estava na ponta direita. Ele foi a linha de fundo e centrou para Tião fazer o primeiro gol. O relógio ainda não tinha marcado um minuto de jogo. O juiz que tinha confirmado o gol, foi alertado pelos jogadores do Barroso de que o bandeirinha tinha marcado que a bola saiu antes do centro para a área. O juiz aceitou a marcação do auxiliar e anulou o gol. A coisa se complicou porque os jogadores de Santa Cruz cercaram Mário Santa Rita alegando que ele já tinha marcado o gol e não poderia voltar atrás. O juiz também aceitou as alegações do Santa Cruz e, mais uma vez mudou seu comportamento mantendo o gol. A turma do Barroso não se conformou, queriam agredir o juiz e terminou sentados em campo até que os dirigentes resolvessem o problema.
A torcida também começou a reclamar. Sentindo que a situação não era boa, Mário Santa Rita entregou o apito na mesa de representação da Federação e foi embora. Depois de trinta e dois minutos de paralisação e muita discussão, Dr. Carlos Miranda, presidente do América, aceitou apitar o jogo com uma condição: a partida começaria de novo. Naturalmente apagando o gol e o marcador ficando em zero a zero.
E o jogo começou novamente com a saída do Santa Cruz. Quando placar era de 3×2 para o Barroso, o juiz, Dr. Carlos Miranda, suspendeu a partida por falta de visibilidade. Na pajuçara, na época, não havia iluminação artificial. O jogo não tinha como prosseguir. Foi a partida ser suspenso e Tião do Santa Cruz agrediu o goleiro Fontan do Barroso. Biquara correu em socorro do companheiro e brigou todo mundo. Uma luta campal que envergonhou o futebol alagoano. Zé Grilo e Fontan, do Barroso, saíram direto para o Hospital.

São fatos como esses que acontecem no futebol e poucos entendem. Jogadores selvagens e despreparados que fazem de um campo de futebol um ringue de luta livre. O pior, é que, muitas vezes, os dirigentes acobertam seus jogadores e, até lutam por eles. Mas, tudo fica registrado no livro da história do futebol.

Fonte: Museu do Esporte

Porque Coxa-Branca?

[img:vovo_coxa_branca.gif,full,alinhar_esq_caixa] O drama de Breyer, o zagueiro alemão que deu origem ao apelido do Coritiba e que teve sua carreira abreviada pelo preconceito. O apelido nasceu em 1941. Foi na decisão do campeonato paranaense daquele ano, na primeira vez que a dupla Atletiba disputou uma final.

O Mundo vivia Segunda Grande Guerra Mundial e o cartola Jofre Cabral e Silva decidiu agitar o clássico, com uma provocação: “Quem for brasileiro deve torcer pelo Atlético. O Coritiba tem até um alemão no elenco, o Breyer, aquele COXA BRANCA” – teria vociferado o dirigente atleticano. Hans Hergon Breyer, teve sua carreira abreviada no futebol por causa por causa do rótulo que lhe impuseram. Torcedores do Atlético o chamavam de quinta coluna e coxa-branca. Aquilo foi aborrecendo Breyer que terminou decidindo encerrar sua carreira aos 24 anos de idade. O zagueiro alemão se despediu da bola no dia 12 de dezembro de 1943, ironicamente num clássico contra o Atlético.

Breyer, radicado em Curitiba, deixou de ir aos estádios assistir os jogos do Coritiba. O trauma somente acabou em 1969 com a torcida alvi-verde comemorando o titulo aos gritos de “Coxa, Coxa, Coxa….”. O retorno de Breyer aos jogos parece ter dado sorte ao clube que, a partir daquele ano ganharia seis títulos consecutivos. E o alemão dizia feliz – “Quando vi a torcida gritar coxa tirei um peso das minhas costas e fiquei muito orgulhoso”. Em 1939, era velocista, especialista nos 200 metros rasos. Sem um ponta direita, o Coritiba convidou Breyer para ocupar a posição. Usando sua velocidade, ele deu conta do recado, mas, com 1,86 m, logo foi deslocado para a zaga. Aquele alemão que nasceu em Düsseldorf e chegou ao Brasil com seis anos de idade fugindo da Primeira Guerra Mundial, se tornou ídolo da torcida do Coritiba. Entre 1939 e 1943, Breyer foi apontado como o melhor zagueiro do Paraná. É por sua causa que hoje há uma legião de Coxas-brancas.

Fonte: revista placar de 1999