Arquivo da categoria: Jogos Históricos

Maior público, entre clubes, da história do futebol mundial! Fla-Flu, com 194.603 presentes, em 1963!

EM PÉ (esquerda para a direita): Luiz Luz (massagista), Murilo, Marcial, Ananias, Luiz Carlos, Carlinhos e Paulo Henrique;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Espanhol, Nelsinho, Airton, Geraldo e Oswaldo.

A cidade estava inteiramente dominada pelo espetáculo que se desenrolou no Maracanã, que definiu o Flamengo como o campeão Estadual de 1963. Nessa partida, no domingo, às 17 horas, do dia 15 de dezembro de 1963, o Fla-Flu registrou o recorde do maior público, entre clubes, no futebol brasileiro e mundial: 194.603 presentes.

O goleiro Marcial saltava para defender, salvando o Flamengo, o juiz Cláudio Magalhães encerrou a partida. Luís Carlos (3) salta de alegria enquanto Murilo (2) corre para comemorar o título de 1963.

O Flamengo, que jogava pelo resultado igual, conquistou o título do Campeonato Carioca ao empatar com o Fluminense em 0 a 0, no Estádio do Maracanã. O Jornal dos Sports destacou o frenesi do pós-jogo pela torcida rubro-negra, que lotou e quebrou o recorde do então, maior estádio do mundo!

(…) a cidade inteira mergulhou em alegrias e comemorações, que se estenderam até a madrugada, em autêntica antecipação do Carnaval Carioca.

O Fla-Flu decisivo sob grande nervosismo, em prejuízo da técnica, mas não decepcionou os 200 mil torcedores que compareceram ao estádio, incluindo os sócios do Flamengo e os ingressos gratuitos.

O Fluminense começou melhor, pressionando bastante os 10 minutos iniciais, mas ao final do primeiro tempo havia igualdade nas ações. Na fase final, o panorama foi idêntico, mas o Fluminense dominava a meia-cancha e teve maiores oportunidades de gol, inclusive um chute de Escurinho na trave. Os times estiveram armados no 4-2-4, mas variavam muito para o 4-3-3, com o recuo dos extremas.

Além do título máximo do futebol, o Flamengo venceu cinco dos sete páreos de remo, pela manhã, na Lagoa Rodrigo de Freitas, encerrando a temporada com ‘chave de ouro’, pois o título já estava assegurado desde a regata anterior.

No final, a campanha do campeão Flamengo foi de um total de 39 pontos em 24 jogos; com 17 vitórias, cinco empates e duas derrotas; marcando 46 gols, sofrendo 17 e um saldo positivo de 29. Airton foi o artilheiro da equipe rubro-negra com 15 gols.    

O vice-campeão Fluminense fechou com 38 pontos em 24 jogos; com 16 vitórias, seis empates e duas derrotas; marcando 48 gols, sofrendo 10 e um saldo positivo de 38. Manuel foi o artilheiro do Tricolor das Laranjeiras com 17 gols.    

Com dois pontos de vantagem sobre o vice-campeão Botafogo, o time de do Fluminense sagrou-se bicampeão de Aspirantes, vencendo o Flamengo.    
EM PÉ (esquerda para a direita): Édson, Zé Luís, Valdez, Laurício, Íris e Nonô;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Calazans, Nélio, Ubiraci, Tito e Gilson.

ADEG informa: Borderô do Jogo

Arquibancadas138.264
Gerais21.525
Gratuidade17.583
Cadeiras numeradas6.341
Concessionários600
Militares402
Cadeiras especiais290
Camarotes de curva110
Camarotes laterais49
TOTAL (Pagantes)177.020
TOTAL (presentes)194.603

Curiosidades:

Os preços dos ingressos foram vendidos pelo preço de Cr$ 350,00;

O departamento médico da ADEG (Administração dos Estádios do Estado da Guanabara), do Maracanã atendeu 48 pessoas. Entre os quais, alguns clínicos, outros curativos em escoriações, contusões e lesões esteo-articulares, e um outro que teve de ser removido para o Hospital Sousa Guiar, com fratura do crânio. Nenhum em estado grave;

Após o jogo, o lateral-esquerdo Paulo Henrique ao sair do Maracanã para ir a sua residência, foi carregado pelos torcedores rubro-negros. Foi necessária a intervenção da Polícia para que o jogador saísse inteiro. Ele revelou: “Puxaram o meu braço direito, exatamente o que me machuquei”;

Os jogadores do Flamengo receberam Cr$ 150 mil pelo empate, havendo ainda uma promessa de mais de Cr$ 1,5 a 2 milhões pelo título.  

Após os 90 minutos de angustia do Fla-Flu, a torcida invadiu furiosamente o campo e carregou nos ombros os heróis do ano. Espanhol, o novo ídolo da Gávea, foi o mais ovacionado. Andou de mãos em mãos, exibindo na face e alegria de um time que venceu o campeonato pela fé inquebrantável (incansável) inspirado por seu comandante Flávio Costa.    

C.R. FLAMENGO (RJ)      0          X         0          FLUMINENSE F.C. (RJ)

LOCALEstádio Mario Filho, o Maracanã
CARÁTERFinal do Campeonato Carioca de 1963
DATADomingo, do dia 15 de dezembro de 1963
HORÁRIO17 horas (de Brasília)
RENDACr$ 57.993.500,00 (cinquenta e sete milhões, novecentos e noventa e três mil e quinhentos cruzeiros)
PÚBLICO177.020 pagantes (194.603 presentes)
ÁRBITROCláudio Magalhães (FCF)
AUXILIARESGuálter Portela Filho (FCF) e Valdemar Meireles (FCF)
FLAMENGOMarcial; Murilo, Luís Carlos, Ananias e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Aírton, Geraldo e Osvaldo. Técnico: Flávio Costa.
FLUMINENSECastilho; Carlos Alberto Torres, Procópio, Dari e Altair; Oldair e Joaquinzinho; Edinho, Manuel, Evaldo e Escurinho. Técnico: Fleitas Solich.  
GOLNenhum
PRELIMINARFluminense 1 x 0 Flamengo (Aspirantes)
HORÁRIO15 horas (de Brasília)
ÁRBITROJorge Paes Leme (FCF)
AUXILIARESMário Vinhas (FCF) e Álvaro Siqueira (FCF)
FLAMENGOGustavo; Joubert, Paulo Lumumba, Ílton e Silas; Nélson e Carlos Alberto; Fio, Paulo Chôco, Foguete e Fraga.
FLUMINENSEÉdson; Laurício, Zé Luís, Valdez e Nonô; Iris e Tito; Calazans, Nélio, Ubiraci e Gilson.
GOLUbiraci aos 36 minutos (Fluminense), do 2º Tempo.
CURIOSDADEO Tricolor das Laranjeiras faturou o Bicampeonato Carioca de Aspirantes de 1962/63.

FOTOS: Jornal dos Sports (RJ) – Revista Manchete (RJ) O Globo/ Veja

FONTES: Diversos jornais cariocas    

Amistoso Internacional de 1966: Grêmio Maringá bateu a Seleção Soviética

A sexta partida da URSS, em território brasileiro, transcorreu na tarde de domingo, do dia 13 de fevereiro de 1966, na cidade de Maringá (PR). Após perder os dois primeiros jogos para Corinthians e Palmeiras, e três vitórias seguidas (Atlético Mineiro, Cruzeiro e Uberlândia), a Seleção Soviética acabou derrotada pelo Grêmio Maringá pelo placar de 3 a 2, no Estádio Regional Willie Davids, em Maringá/PR.

Capacidade do Estádio aumentada e sorteio para ver a Copa do Mundo de 1966

O Estádio Regional Willie Davids, em Maringá/PR, esteve em obras, durante uma semana, para que fossem construídos novos lances de arquibancadas, aumentando a capacidade de 17 para 22 mil pessoas. Os torcedores que adquiriram ingresso para o jogo, concorreram a duas viagens, ida e volta, a Londres, na Inglaterra, a fim de assistir à Copa do Mundo da 1966.

Jogão de cinco gols

O Grêmio Maringá vive um período de grandes conquistas. Bicampeão do Campeonato Paranaense da 1ª Divisão em 1963 e 1964, e vice-campeão em 1965, chegava para enfrentar os russos com moral elevada.

Mais pelo entusiasmo de seus jogadores, que por uma superioridade técnica, o Grêmio Maringá conseguiu derrotar a Seleção Soviética, levando seus torcedores ao delírio!

O 1º gol do Grêmio Maringá

Aos 13 minutos, Luiz Roberto abriu o placar para os donos da casa, aproveitando a rebatida do goleiro Lev Yashin. Sete minutos depois ampliou com Edgar, após tabelar com Célio. Mesmo com o forte calor e o estado do gramado ruim, os soviéticos não deixaram barato e conseguiram equilibrar as ações e obtiveram dois gols por intermédio de Shesterniev e Banishevskiy, aos 27 e 44 minutos, respectivamente, no primeiro tempo. 

Na etapa final, com a torcida vibrando perto dos seus jogadores, a que não estavam acostumados os soviéticos, e também pelas falhas do campo, desviando quase sempre os lançamentos em profundidade, a URSS acabou sofrendo o 3º gol.

Célio fez o gol da vitória sobre a URSS

Aos 13 minutos, Célio soltou a bomba. O “Aranha Negra” deu rebote e Edgar tocou para o fundo das redes. Daí para frente, o Grêmio Maringá, sem tática alguma, e concentrados na grande área, fazendo do entusiasmo sua arma contra melhor categoria dos soviéticos, garantiram a vitória: terceira derrota da URSS no Brasil.  

O Diário da Tarde (PR) destacou: “A vitória do Grêmio Maringá, frente a Rússia, foi a maior vitória conquistada até hoje, por um clube do Paraná”.

A Tribuna registrou no dia seguinte: “Um belo gol que ficará na história do futebol paranaense”.

Os capitães foram Voronin pelo selecionado soviético, enquanto Haroldo Jarra carregou a braçadeira pelo alvinegro de Maringá.

O público foi de 20 mil pessoas e a renda registrada foi de 63 milhões, mas segundo A Tribuna assinalou: “Como houve venda antecipada de entradas calcula-se que a renda total tenha chegado à casa dos 100 milhões de cruzeiros”.

GRÊMIO MARINGÁ (PR) 3 X 2 U.R.S.S.

LOCALEstádio Regional Willie Davids, em Maringá (PR)
CARÁTERAmistoso Internacional de 1966
DATADomingo, do dia 13 de fevereiro de 1966
HORÁRIO16 horas (de Brasília)
RENDACr$ 63.373.000,00 (sessenta e três milhões, trezentos e setenta e três mil cruzeiros)
PÚBLICO20 mil pessoas
ÁRBITROAntônio Viug (FCF – Federação Carioca de Futebol)
AUXILIARESGenésio Chimentão (FPF) e Pedro Campol (FPF)
GRÊMIO MARINGÁMaurício Gonçalves; Oliveira, Édson Faria, Roderley e Pinduca (Vitão); Haroldo Jarra e Zuring; Luiz Roberto (Danúbio), Edgar, Célio (Ademir) e Valtinho. Técnico: Nestor Alves
URSSLev Yashin, ‘Aranha Negra’; Malafeev (Danilov), Shesternyov, Afonin e Guetmanov; Voronin e Sabo; Slava Metreveli, Ivanov (Prokoniov), Banishevskiy (Kopaiev) e Meshki (Vanist). Técnico: Nikolay Morozov 
GOLSLuiz Roberto aos 13 minutos (Grêmio Maringá); Edgar aos 20 minutos (Grêmio Maringá); Shesterniev aos 27 minutos (URSS); Banishevskiy aos 44 minutos (URSS), no 1º Tempo. Edgar aos 13 minutos (Grêmio Maringá), no 2º Tempo.

FONTES: Jornal dos Sports (RJ) – Diário da Tarde (PR) – Diário do Paraná (PR) – O Jornal

Amistoso Internacional de 1966: Uberlândia x Seleção da União Soviética

Após o título do Torneio Magalhães Pinto de 1966 (postagem anterior), a Delegação soviética viajou pela manhã no dia seguinte (07/02/66), em avião da VASP, com destino a Uberlândia, para realizar a sua 5ª partida em território brasileiro, visando a preparação para a disputa da Copa do Mundo da Inglaterra de 1966.  

A URSS desembarcou em São Paulo, onde enfrentou no dia 25 de janeiro de 1966, o Corinthians, sendo derrotada por 3 a 1, no Estádio do Morumbi. Quatro dias depois, voltou a campo, e, novamente saiu derrotado para o Palmeiras pelo placar de 3 a 1, no Estádio do Pacaembu.  

Se na capital paulista, os soviéticos só viram derrotas, em Belo Horizonte/MG, a situação foi inversa. No dia 03 de fevereiro de 1966, estreou no Torneio Magalhães Pinto, com uma goleada em cima do Atlético Mineiro por 6 a 1, no Estádio do Mineirão. Três dias depois, bateu o Cruzeiro por 1 a 0, ficando com o título da competição.

Com duas vitórias e duas derrotas, o quinto jogo foi diante do Uberlândia Esporte Clube, na quarta-feira, às 21 horas, do dia 09 de fevereiro de 1966, na reinauguração do Estádio Juca Ribeiro (cuja capacidade de 7 mil, após as obras subiu para 20 mil pessoas).

Pela partida, os soviéticos receberam a quota livre de 15 mil dólares (na época, cerca de 33 milhões e 225 mil cruzeiros). Em relação aos ingressos, foram colocados à venda, com valores elevadíssimos:

GeralCr$ 5 mil cruzeiros
ArquibancadaCr$ 9 mil cruzeiros
CadeiraCr$ 15 mil cruzeiros

Em Uberlândia, a delegação soviética ficou hospedada no Hotel Presidente (atual: B&B Hotel), na Praça Tubal Vilela, nº 192, no Centro da cidade. O jogo, diante de chuva, o treinador da URSS, Nikolay Morozov fez diversas mudanças, mas isso não impediu que a vitória tranquila por 2 a 0 sobre o Uberlândia Esporte Clube. Os gols saíram ainda na primeira etapa, por intermédio de Dunga, contra, aos 25 minutos e Malotiev aos 42 minutos.

EM PÉ (esquerda para a direita): Cafifa, Jorge, Carlinhos, Jair, Gato e Lourenço;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Fazendeiro, Neiriberto, Ferreira, Waldocir e Fioti.

UBERLÂNDIA E.C. (MG)              0          X         2          U.R.S.S.

LOCALEstádio Juca Ribeiro, Uberlândia/MG
CARÁTERAmistoso Internacional
DATAQuarta-feira, do dia 09 de fevereiro de 1966
HORÁRIO21 horas (de Brasília)
RENDACr$ 52.000.000,00 (cinquenta e dois milhões de cruzeiros)
PÚBLICONão informado
ÁRBITROArmando Marques (CBD/RJ)
UBERLÂNDIAAldo (Gutenberg); Germano, Dalmo e Dunga (Zé Roberto); Cafifa e Neiberto; Reis, Índio (Saci e depois Hamilton), Zinho, Jair e Fazendeiro.
URSSKavazashivilli; Ponomaryov (Prussaionov), Ussatores, e Afonin (Ivanov); Danilov e Voronin; Tissabot, Malotiev (Chislenko), Kopaiev, Biba e Vitalis. Técnico: Nikolay Morozov 
GOLSDunga, contra, aos 25 minutos (URSS); Malotiev aos 42 minutos (URSS), no 1º Tempo.

Após essa partida, a Seleção Soviética entrou em campo mais duas vezes, na região Sul do Brasil. Na tarde de domingo, do dia 13 de fevereiro de 1966, foi derrotada pelo Grêmio Maringá pelo placar de 3 a 2, em Maringá/PR. E, a última partida, aconteceu na noite da quarta-feira, do dia 16 de fevereiro de 1966, a URSS foi novamente derrotada, pelo Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense por 2 a 0, em Porto Alegre/RS.

Com isso, o selecionado soviético encerrou a sua excursão pelo Brasil, realizando sete jogos, com três vitórias e quatro derrotas; marcando 13 gols a favor, 12 tentos contra e um saldo positivo de um gol.

FOTOS: Divulgação

FONTES: Acervo pessoal – Jornal dos Sports (RJ)

Amistoso Nacional de 1985: ACEC Baraúnas (RN) 2 x 3 C.R. Flamengo (RJ)

O Flamengo iniciou uma excursão denominada “Senta-levanta”, que começou na terça-feira, às 21 horas, do dia 30 de julho de 1985, diante do Blumenau Esporte Clube. O time catarinense venceu por 1 a 0, no Estádio do Sesi, em Blumenau (SC).

Esse resultado fez o técnico Mario Jorge Lobo Zagallo pedir demissão do cargo. Com isso, o preparador físico, Sebastião Lazaroni assumiu a função de treinador de forma interina.

Na quinta-feira (1º/08/85), às 21 horas, enfrentou o Juventus, de Rio do Sul (SC), no Estádio João Alfredo Krieck. O Mengão se reabilitou com uma goleada de 5 a 0.

O Rubro-negro viajou sem três jogadores: Adílio (entorse no tornozelo esquerdo), Marquinho (luxação no ombro esquerdo, decorrente de um acidente de carro) e Júlio César (problemas de cálculo renal).

A delegação retornou ao Rio, na sexta-feira (02/08/1985), e no dia seguinte (sábado, do dia 03 de agosto), embarcou para o Nordeste para uma série de quatro amistosos:

Domingo (04/08), às 17 horas, goleou o CSA, de Jacozinho, pelo placar de 4 a 0, no Estádio Rei Pelé, em Maceió (AL);

Terça-feira (06/08), às 21 horas, venceu o Sergipe, por 3 a 0, no Estádio Lourival Batista, em Aracaju (SE);

Sexta-feira (09/08), às 21 horas, venceu a Seleção do Rio Grande do Norte, por 1 a 0, no Estádio Humberto Alencar, em Natal (RN);

EM PÉ (esquerda para a direita): Petinha (Técnico) Almeida Sobrinho (ex-vereador), Gelson, Railson, Leleu (Irmão de Júnior Baiano), Coimbra, Carlos Alberto (Selada) Jota Nobre, Vilberto e Júlio César (ex-vereador);
AGACHADOS (esquerda para a direita): Nonato (depois jogou no Cruzeiro), Carlinhos Bacural, Sanderson, Ricardo, Rivaldo e João Carlos.

Vamos falar do último jogo da excursão, realizado no Domingo, do dia 11 de agosto de 1985. O Flamengo enfrentou a Associação Cultural Esporte Clube Baraúnas, às 17 horas, no Estádio Leonardo Nogueira, o “Nogueirão”, em Mossoró (RN).

A expectativa dos organizadores era de uma renda superior a Cr$ 140 milhões, o que seria o novo recorde do futebol potiguar. Uma curiosidade é que essa partida foi a primeira vez que o rubro-negro carioca jogou na cidade de Mossoró/RN.

A novidade da ACEC Baraúnas, foi a estreia do técnico Ilson Peres, o Petinha, em substituição a Júlio César. A equipe não conta com jogadores conhecidos em outros estados e será a mesma que disputa o Campeonato Potiguar de 1985.

No jogo, o Flamengo venceu o Baraúnas pelo placar de 3 a 2, todos os gols marcados na etapa inicial. Aos 17 minutos, após bela jogada de Bebeto, Zico, de fora da área, abriu o marcador.

À esquerda, Zico (Flamengo) e Nonato (Baraúnas)

Seis minutos depois, Mozer ampliou ao completar um toque de cabeça de Zico, após cobrança de escanteio cobrado por Adílio. No entanto, aos 27 minutos, o Baraúnas diminuiu, por meio do ponta Carlinhos Bacurau, de cabeça, após falha gritante da defesa rubro-negra.

E, aos 40 minutos, a equipe mossoroense chegou ao empate. Novamente Carlinhos Bacurau marcou após outra falha dos defensores do Flamengo. Um minuto depois, Bebeto recolocou o rubro-negro em vantagem, completando de cabeça, um cruzamento de Jorginho, após escanteio cobrado por Tita.

O público pagante de 18.063 é até hoje o recorde do estádio Nogueirão. A Renda de Cr$ 173.365.000,00 milhões superou a expectativa dos organizadores, se transformando no novo recorde do futebol potiguar

ACEC BARAÚNAS (RN)  2          X         3          C.R. FLAMENGO (RJ)

LOCALEstádio Leonardo Nogueira, o “Nogueirão”, em Mossoró (RN).
CARÁTERAmistoso Nacional de 1985
DATADomingo, do dia 11 de agosto de 1985
HORÁRIO17 horas (de Brasília)
RENDACr$ 173.365.000,00
PÚBLICO18.063 pagantes (recorde de público)
ÁRBITROFrancisco Freire (FNF)
AUXILIARESGilberto Pimenta (FNF) e Ezequiel Braga (FNF)
BARAÚNASGilberto (Parom); Leléu, Coimbra (Djavan), Railson e Nonato; Gelson, Sanderson (Zacone) e Rivaldo; Carlinhos Bacurau (Gaúcho), Ricardo (Mário) e João Carlos. Técnico: Petinha. 
FLAMENGOCantarelli; Jorginho, Ronaldo, Mozer e Adalberto (Nem); Andrade, Adílio (Ailton) e Zico; Tita, Bebeto e Élder (Paulo Henrique). Técnico: Sebastião Lazaroni.
GOLSZico aos 17 minutos (Flamengo); Mozer aos 23 minutos (Flamengo); Carlinhos aos 27 e 40 minutos (Baraúnas); Bebeto, de cabeça, aos 41 minutos (Flamengo), no 1º Tempo.
Adílio (Flamengo) e Zacone (Baraúnas)

Rubro-negro fechou com saldo positivo dentro e fora das quatro linhas

A delegação rubro-negra retornou ao Rio, na segunda-feira (12/08/85), às 4h30min., no Aeroporto do Galeão, no bairro da Ilha do Governador. 

Para cada apresentação, o Flamengo recebeu a cota de Cr$ 100 milhões, livres de despesas e hospedagens, arrecadando um total de Cr$ 600 milhões, o suficiente para o pagamento da folha salarial do grupo durante o período de inatividade.       

No final, o Flamengo encerrou a excursão com um saldo positivo. Dos seis jogos, venceu cinco e perdeu um; marcando 16 gols, sofrendo três e um saldo de 13 tentos.

Após a excursão, o Flamengo, comandado pelo técnico Jouber, fez os últimos ajustes antes da estreia no Campeonato Carioca da 1ª Divisão de 1985. Mas essa é uma outra história para uma outra postagem.    

O Estádio Leonardo Nogueira, o “Nogueirão”, em Mossoró (RN), palco do jogão entre Baraúnas e Flamengo, com recorde de público que perdura até hoje

Colaborou: Adeilton Alves

FOTOS: Página do Facebook “Relembrando Mossoró-RN”- Acervo de Jota Nobre

FONTES: Jornal dos Sports (RJ) – Diário de Natal (RJ) – O Poti (RN)

Amistoso estadual de 1958: Motorista FC (RJ) versus C.R. Flamengo (RJ)

O pontapé inicial da temporada futebolística em Rio Bonito, aconteceu na tarde de domingo, do dia 05 de Janeiro de 1958, no amistoso entre Motorista x Flamengo. Um público apenas regular, que compareceu no estádio Carlos Gonçalves.

A explicação foi o fato de o Flamengo ter enviado um time misto. O time principal, viajou um dia antes (04/01/58), para uma série de amistosos internacionais no Peru, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai.

No entanto, os rubro-negros, comandados por Modesto Bria, conseguiram espetacular vitória pela contagem de 10 a 0. Não teve dificuldade o Flamengo para construir esse marcador.

Já no primeiro tempo, vencia por 4 a 0, com gols de Adalberto, Julinho, Milton Bororó, e, novamente, Adalberto. Na fase complementar, Francinha, Babá, Milton Bororó, Julinho, Bolero e Babá.

A delegação rubro-negra foi composta assim: Valter Miralha (direção técnica), Dr. Pelosi (médico), Luiz Borracha (veterano massagista), além dos jogadores – o goleiro argentino Levy, Dante, Tomires, Décio Leal, Marinho, Bolero, Valdir, Luiz Roberto, Hugo, Ailton, Milton Bororó, Francinha, Sarcinelli, Julinho, Babá, José Almir, Eubio e Marcelino.

MOTORISTA F.C. (RJ)      0          X         10       C.R. FLAMENGO (RJ)

LOCALEstádio Carlos Gonçalves, no Centro de Rio Bonito/RJ
CARÁTERAmistoso Estadual
DATATarde de domingo, do dia 05 de janeiro de 1958
HORÁRIO16 horas (de Brasília)
PÚBLICONão divulgado
RENDACr$ 16.700,00
ÁRBITRONão informado
MOTORISTAValério; Eugenio e Getúlio; Mingote, Leire Luizinho; Marileno (Babá), Moisés, Chiquinho, Ceci e Alcides.
FLAMENGOLevy (Tarciso); Tomires (Bolero) e Sérgio; Décio Leal (Carlinhos), Luiz Roberto e Ailton; Milton Bororó (Humberto), Adalberto (Francinha), Sarcinelli (Eubio), Julinho e Babá. Técnico: Modesto Bria.  
GOLSAdalberto, Julinho, Milton Bororó, e, novamente, Adalberto, no 1º Tempo. Francinha, Babá, Milton Bororó, Julinho, Bolero e Babá, no 2º Tempo.

FONTES: Jornal dos Sports (RJ) – Correio da Manhã (RJ)

No dia que Roberto Rivellino jogou no ABC de Natal (RN), no amistoso contra o Vasco da Gama (RJ), em 1979

Roberto Rivellino faturou 100 mil cruzeiros para vestir a camisa do ABC de Natal

A grande atração do amistoso nacional, entre ABC e Vasco da Gama foi o craque Roberto Rivellino (ex-jogador do Fluminense Football Club e Al Hilal, da Arábia Saudita). Para esse jogo, o “Patada Atômica” recebeu a quota de Cr$ 100 mil, livres de despesas, além de passagens e estadas para ele e a esposa Maysa Gazzola, pagas pelo ABC.

O técnico Ferdinando Teixeira acertou com Rivellino sua participação no treino de terça-feira (03 de Julho de 1979), para que o craque tenha o mínimo de entrosamento com o time. “Trata-se de um amistoso, mas pretendemos derrotar o Vasco para dar animo à equipe. Fomos campeões do primeiro turno e não podemos cair de produção“, afirmou Ferdinando Teixeira.

Curiosidades do Vasco da Gama para esse jogo

A Delegação do Clube de Regatas Vasco da Gama, seguiu para Natal às 9 horas, da terça-feira, do dia 03 de Julho de 1979, no avião da Transbrasil, onde fez escalas em Salvador/BA e Recife/PE. Pelo jogo, o Vasco recebeu a cota de Cr$ 300 mil cruzeiros.

Foi chefiada por Paulo Neri Garcia (Vice-presidente de futebol), Emílson Pessanha (Supervisor), Edmundo Filho (Coordenador), Oto Glória (treinador), Raul Carlesso (preparador físico), Eduardo “Pai” Santana (Massagista), Severino (Roupeiro), além dos 17 jogadores:

Emerson Leão, Paulinho II, Abel, Gaúcho, Marco Antônio, Dudu, Helinho, Toninho Vanusa, Wilsinho, Roberto Dinamite, Artino, Jair, Argeu, Paulo César, Carlos Alberto Garcia, Geraldo e Jader.

Ao desembarcar em Natal, às 13h40min., a delegação ficou hospedada no Hotel São Francisco (anteriormente a primeira informação era de que o local seria no Hotel Ducal), no bairro do Alecrim, em Natal/RN.

No dia após o jogo, na quinta-feira, após o almoço, o grupo seguiu de ônibus especial, para João Pessoa (PB), onde no dia seguinte, o Vasco enfrentou a Seleção Paraibana, às 16h30min., dentro do programa de festividade da capital da Paraíba. Para essa partida, o Vasco recebeu a quota de Cr$ 400 mil cruzeiros.         

O treinador vascaíno não pode contar com Guina, Paulinho e Orlando Lelé. Os dois primeiros foram convocados para a Seleção Brasileira de Novos. Já ó último ainda sentia um desconforto na virilha e ficou no Rio fazendo tratamento para se recuperar da lesão.   

EM PÉ (esquerda para a direita): Cláudio Oliveira, Baltazar, Carpinelli, Carlos Augusto, Vuca e Domício;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Tinho, Dentinho, Roberto Rivellino, Danilo Menezes e Berg.

Preços dos ingressos

O promotores do jogo, mandaram confeccionar 47.500 mil ingressos, de arquibancadas ao preço de Cr$ 50,00; Gerais em Cr$ 25,00; numeradas no valor de Cr$ 100,00 e especiais no valor de Cr$ 200,00.   

Jogo: ABC de Natal e Vasco ficaram no empate

Em noite de festa para o público de Natal, na quarta-feira, do dia 04 de Julho de 1979, com a presença de Roberto Rivellino jogando pelo time da casa, o ABC e Vasco empataram em 1 a 1, com gols de Roberto Dinamite aos 43 minutos do primeiro tempo, e Noé Soares, aos seis minutos da etapa final.

O técnico do Vasco, Oto Glória promoveu o juvenil Artino na ponta esquerda e o garoto agradou em cheio, demonstrando personalidade e fazendo uma série de boas jogadas, tentando sempre a linha de fundo para os cruzamentos.  

A maior estrela do espetáculo foi Rivellino, que vestiu a camisa nº 10 do ABC. O Reizinho mostrou que ainda era um dos maiores jogadores do mundo. O momento ruim, aconteceu aos 32 minutos, quando o ponta-direita Wilsinho, “O Xodó da Vovó“, deu uma entrada violenta em Dentinho e acabou sendo expulso, deixando o Vasco com um a menos.  

Mesmo assim, o Vasco abriu o placar aos 43 minutos, com Roberto Dinamite mandou um balaço no ângulo superior esquerdo, sem chances para o goleiro Carlos Augusto, que viu a bola morrer no fundo das redes.

Estádio Humberto de Alencar Castelo Branco, o “Castelão”

Na etapa final, foi emocionante, o ABC voltou com tudo, querendo mudar o marcador, aproveitando estar com um jogador a mais, chegou ao empate logo aos 6 minutos, Noé Soares, recebeu a bola nas costas do zagueiro Gaúcho e chutou sem chances de defesa para Emerson Leão.    

O ABC criou algumas boas chances de virar o jogo, mas o Vasco, na raça, soube segurar o marcador até o fim. O jogo amistoso, aconteceu no Estádio Humberto de Alencar Castelo Branco, o “Castelão” (em 1989, alterou o nome para Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o “Machadão”).

Rivellino e Carpinelli

ABC DE NATAL (RN)       1          X         1          VASCO DA GAMA (RJ)

LOCALEstádio Humberto de Alencar Castelo Branco, o “Castelão”, em Natal (RN)
CARÁTERAmistoso Nacional
DATANa quarta-feira, do dia 04 de Julho de 1979
HORÁRIO21 horas (de Brasília)
RENDACr$ 1.174.725,00
PÚBLICO23.185 pagantes
ÁRBITROJáder Correia (FNF)
AUXILIARLuís Meireles (FNF) e Afrânio Messias (FNF)
CARTÃO VERMELHOWilsinho (Vasco da Gama)
ABCCarlos Augusto; Vuca, Domício, Cláudio Oliveira e Carpinelli; Baltazar, Danilo Menezes e Rivellino (Noé Soares); Tinho, Dentinho e Berg. Técnico: Ferdinando Teixeira
VASCOEmerson Leão; Paulinho II, Abel, Gaúcho e Marco Antônio; Carlos Alberto Garcia, Helinho e Dudu; Wilsinho, Roberto Dinamite e Artino (Toninho Vanusa). Técnico: Oto Glória
GOLSRoberto Dinamite aos 43 minutos (Vasco), no 1º Tempo. Noé Soares aos 6 minutos (ABC), no 2º Tempo.

Colaborou: Adeilton Alves

FOTOS: Acervos de Zuzuarte – Válberson Sousa – Galdino Silva

FONTES: Jornal dos Sports (RJ) – Jornal do Brasil (RJ) – Diário de Natal (RN)

Escudo raro de 1906: Foot-Ball and Athletic Club – Rio de Janeiro (RJ)

POR: Sérgio Mello

O Football and Athletic Club foi uma agremiação da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Fundado no domingo, do dia 27 de Setembro de 1903, por moradores dos bairros da Tijuca, Andaraí e Engenho Velho {São Francisco Xavier do Engenho Velho é uma antiga freguesia (conjunto de bairros) que compreendia toda a região hoje denominada Grande Tijuca}.

As cores escolhidas foram o vermelho e o branco. Porém, é importante ressaltar que o verde foi agregado, não sabemos se num curto período ou de forma esporádica. No desenho acima, há o verde num dos uniformes, realizado no domingo, do dia 20 de Maio de 1906, no campo da Rua Sá Ferrer, na derrota para o Bangu pelo placar de 3 a 1.

A sua Sede era no Andaraí, e depois na Rua Haddock Lobo, nº 187 A, na Tijuca. A sua Praça de Esportes (terreno da antiga Praça Hippodromo Nacional) ficava na Rua Campos Sales, na Tijuca, na zona norte do Rio.

O seu campo de treino ficava na Rua Asylo Izabel (atual Rua Mariz e Barros), na Tijuca. Pelo seu campo passava o Bonde de Asylo Izabel, servindo também os Bondes de Andarahy (Leopoldo) e Villa Izabel que transpunham perto.

Suas cores eram o vermelho e o branco. A sua 1ª Diretoria foi constituída pelos seguintes membros e cargos:

Presidente – Claudino Reis;

Procurador – Arthur Irineu de Souza;

Thesoureiro – Joaquim José de Almeida Coutinho;

Secretário – Oscar Fagundes.

Descrição da bandeira, uniforme e cores

Seu uniforme consiste em camisas vermelhas com o monograma F.A.C. em branco no peito e calções brancos. Sua bandeira era listrada em vermelho e branco na horizontal com o monograma no quadrante superior esquerdo em vermelho, em estilo semelhante à bandeira dos Estados Unidos. Em uma partida amistosa contra o Bangu Atlético Clube, em 1904, o clube usou um uniforme tricolor (verde, branco e vermelho).

O Football and Athletic Club seguiu vencendo amistosos e logo se tornou uma das equipes mais fortes da cidade, contando com bom número de sócios na zona norte.

Foto posada do Football and Athletic Club, em 20/05/1906

Athletic ajudou a fundar a Liga Metropolitana de Football

A partir da iniciativa dos dirigentes do Athletic, este em conjunto com os clubes Fluminense, Botafogo, Bangu, Paysandu e Rio Cricket fundaram a Liga Metropolitana de Football, no sábado, do dia 08 de Julho de 1905.  que organizou o Campeonato Carioca da 1ª Divisão de 1906.

Athletic jogou o 1º Campeonato Carioca da 1ª Divisão em 1906

O Athletic, no entanto, terminou em sexto e último lugar (foram dois pontos em 10 jogos: uma vitória e nove derrota; marcando dois gols, sofrendo 55 tentos e um saldo negativo de 53). A única vitória aconteceu na última rodada, em razão do Rio Cricket, não ter comparecido para jogar no Campo da Guanabara, em Laranjeiras. Consequentemente o Athletic foi declarado vencedor por W.O.

Mudança: sai o ‘Athletic’ e entra o ‘Internacional

Na quarta-feira, do dia 21 de novembro de 1906, mudou a sua denominação Associação Athletica Internacional. A sua Diretoria foi formada com os seguintes membros e cargos:

Presidente – tenenteSantiago Rivaldo;

Vice-Presidente – José da Rocha Gomes;

1° Secretário – Lindolpho Costa;

2° Secretário – Gaspar Marques Leite;

1° Thesoureiro – Armando de Carvalho;

2° Thesoureiro – Arnaldo Werneck Campello;

Procurador – João Leite;

Comissão de Campo – Hildebrando Paranhos; Alberto Alvarenga, “Baby”; John Walmsley e Álvaro Alvarenga.

Em 1907, também disputou o campeonato ao ficar em 3° lugar, empatado com o Paysandu. A Internacional ainda seguiu disputando alguns poucos amistosos, até o seu fim definitivo, nos idos de 1912.

Algumas formações do Foot-Ball and Athletic Club

Time base de 1904:

Goal keeper – Octavio Nascimento Silva (Americo Couto e Irineu de Souza);

Full-backs – Armando Cerqueira (Luiz Steele ou Luiz Maia) e Gaspar Leite (Arthu Irinco de Souza ou Jayme Cardoso);

Half-backs – Cesar Leite (Octavio Jardim), Lindolpho Costa (Amélio P. Silva) e Antonio Pereira da Silva (Carlos Leite ou I. Paranhos);

Forwards – Ary Werneck (João Pereira), Antonio Carneiro de Mendonça (Raul Muniz), Francisco Coelho (Álvaro de Alvarenga), Jerony Mesquita (Mario Kock de Vasconcellos) e Antonio Martins Pereira (Alberto de Alvarenga, ‘Baby’);

Reservas – Cordeiro Junior e Armando de Carvalho.

Capitães: Francisco Coelho, Alberto de Alvarenga e Armando Cerqueira.

Time base de 1905:

Goal keeper – Octavio Nascimento Silva (Arnaldo Cerqueira);

Full-backs – Luiz Steele e Hildebrando Paranhos (Gaspar Leite);

Half-backs – Frank Slade, Luiz Maia (Cesar Paranhos) e Alberto de Alvarenga, ‘Baby’ (Souza Netto);

Forwards – Antonio Carneiro de Mendonça (Guedes de Mello), Adhemar Faria (A. Vieira), Julio Cramer (Alencar), Nabuco (Teixeira Pinto) e Augusto Alvarenga (Carlos Leite).

Time base de 1906:

Goal keeper – Octavio Nascimento Silva (J. Maragliano, Americo Couto e Ary Werneck);

Full-backs – H. Helbert (H. Ellis ou Armando Motta) e Hildebrando Paranhos (Luiz Steele);

Half-backs – Luiz Maia (Edgard), Gaspar Leite  (Julio Cramer) e Cesar Paranhos (Arnaldo Cerqueira ou Djalma Bittencourt);

Forwards – B. Alvarenga (João Pereira), J. Abreu (J. Allen), Amado Gay Filho (John Walmsley) e Adhemar Faria (Torres ou Alberto de Alvarenga, ‘Baby’).

Capitão: Luiz Maia.

Colaboraram: Auriel de Almeida – Flávio Almeida

FOTO: Acervo de Cláudio Galvão

FONTES: Correio da Manhã (RJ) – Wikipédia – Revista da Semana (RJ) – Jornal do Brasil (RJ) – Jornal do Commercio (RJ)

Fotos posadas da Seleção Brasileira: Final da Copa do Mundo de 1970

EM PÉ (esquerda para a direita): Carlos Alberto Torres, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo e Everaldo;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Mário Américo (massagista), Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé, Rivellino e Nocaute Jack (massagista). 

A Taça do Mundo é nossa!! Na tarde de domingo, do dia 21 de Junho de 1970, a Seleção Brasileira colocou a Itália na roda e se sagrou Tricampeã do Mundo ao golear pelo placar de 4 a 1, no Estádio Azteca, na final do Copa do Mundo FIFA, no México. Os gols da partida foram marcados por Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto Torres. Boninsegna fez o gol de honra dos.

Com a conquista, o Brasil encerrou uma campanha de seis vitórias em seis jogos, tornando-se a 1ª equipe a ter 100% de aproveitamento nas Eliminatórias e na Copa do Mundo. Além disso, também foi o primeiro time a chegar ao tricampeonato mundial, fato que lhe garantiu a posse definitiva da taça Jules Rimet. Além deste título, o Brasil foi campeão também em 1958 e 1962.

Com todos os jogadores disponíveis para a partida, Zagallo levou a campo o que tinha de melhor para a Seleção Canarinho. Os italianos vinham de uma batalha histórica contra a Alemanha Ocidental na semifinal da Copa do Mundo. Altamente considerado um dos melhores jogos da história dos Mundiais, a partida terminou com triunfo da Azzurra por 4 a 3, após dois tempos extras. Os 90 minutos terminaram empatados em 2 a 2, a Itália chegou a sair na frente na prorrogação, sofreu novo empate e finalmente fez o gol da classificação, aos 114 minutos de partida.

Todo esse desgaste fez com que o Brasil chegasse à final com um pouco mais de disposição física. Além disso, a Itália é sempre um grande adversário, por sua escola tradicional de futebol, mas a Alemanha de Gerd Mûller e Franz Beckenbauer se apresentava como um dos melhores times do torneio.

A partida ainda marcou uma série de feitos individuais para a Seleção Brasileira. Jairzinho terminou o Mundial como vice-artilheiro, com sete gols, e se tornou o primeiro campeão a marcar em todos os seis jogos de sua seleção. Pelé voltou a marcar em uma final de Copa do Mundo e se tornou o único jogador três vezes campeão mundial da história. O Rei ainda terminou a competição com seis assistências, um recorde até hoje em passes para gol na mesma edição de um Mundial.

História do jogo

EM PÉ (esquerda para a direita): Carlos Alberto Torres, Félix, Brito, Piazza, Clodoaldo, Everaldo e Admildo Chirol (preparador físico);
AGACHADOS (esquerda para a direita): Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivellino. 

Apesar do cansaço da semifinal, a Itália começou bem a partida no calor do Azteca. Em um início equilibrado, a Azzurra foi a primeira a finalizar na final da Copa do Mundo. A oportunidade surgiu logo aos dois minutos de jogo, em finalização de fora da área de Riva, que foi muito bem defendida por Félix.

Nos minutos seguintes, o Brasil ameaçou em duas cobranças de falta de Rivellino, mas a ‘Patada Atômica’ não acertou em cheio nenhuma delas. Uma foi para fora e a outra para as mãos do goleiro Albertosi. Mas o arqueiro italiano não levaria tanta sorte na próxima chance.

O relógio marcava 18 minutos de jogo quando Tostão bateu lateral pela esquerda. Rivellino, de primeira, esperou a bola quicar para alçá-la na área. Era só o que ele precisava fazer. em meio aos gigantes italianos, Pelé, de 1,72 metro de altura, subiu muito e testou para o fundo da rede. Estava aberto o placar na Cidade do México.

Após o gol de Pelé, a Itália ficou um pouco atordoada em campo e deu espaço para o Brasil dominar mais a partida. Os italianos só voltariam à carga perto dos 30 minutos de primeiro tempo, em chutes de fora da área sem muito perigo. O jogo parecia controlado, mas nunca se pode subestimar a Itália em um jogo de Copa do Mundo.

Aos 37 minutos, em bola tocada por Brito, Clodoaldo tentou sair jogando com um toque de calcanhar para Everaldo, sem ver o companheiro. O meia também não enxergou a chegada de Roberto Boninsegna, que roubou a bola e, depois de dividida entre Félix e Brito, completou para o gol vazio: 1 a 1.

O Brasil quase desempatou a partida antes do intervalo. Na verdade, chegou a fazer o 2 a 1, quando Pelé dominou a bola dentro da área e chutou de bico para o fundo do gol italiano. Mas o juiz alemão Rudi Glockner anulou o tento, marcado aos 45 minutos de jogo. O árbitro pegou a bola e saiu para o túnel, encerrando o primeiro tempo.

Segundo tempo

Mário Jorge Lobo Zagallo

Disposta a decidir o jogo, a Seleção Brasileira voltou em outra velocidade para a segunda etapa. Logo aos dois minutos, Carlos Alberto fez ultrapassagem, recebeu de Jairzinho e cruzou seco. A bola passou pela pequena área, mas Pelé não conseguiu completar para o gol.

Mais solto no meio, Gérson subia ainda mais, pressionando o sistema defensivo da Itália, que apelava para as faltas. Foram várias oportunidades de bola parada na entrada da área italiana nos primeiros 15 minutos de segundo tempo. Em uma delas, Pelé rolou para Rivellino, que bateu de direita e a bola explodiu na trave. Na outra, a Patada Atômica veio direto e só não estufou a rede porque Albertosi fez uma defesa monumental.

A única boa chance da Itália nesse início de segundo tempo veio quando Domenghini tentou cruzar, a bola bateu em Everaldo e parou na rede pelo lado de fora. Mas o domínio era brasileiro e não demorou para a Seleção transformar a pressão no desempate.

Aos 20 minutos do segundo tempo, Gérson pegou sobra após jogada de Jairzinho. Na intermediária, cortou para a perna esquerda e soltou uma bomba. A Canhotinha de Ouro só parou no fundo da rede, um golaço de tirar o fôlego no Azteca, o primeiro de Gérson na Copa do Mundo.

O golpe, que já seria duro para a Itália, ficou ainda pior apenas cinco minutos depois. Gérson lançou para a área e encontrou Pelé. De cabeça, o Rei escorou para Jairzinho, que, meio aos trancos e barrancos, completou para o gol, o sétimo dele no torneio. 

Com o 3 a 1 no placar, o Brasil se encontrava praticamente com as mãos na taça. Já cansada em campo, a Itália não mostrava muita força para reagir. E o Brasil seguia em busca do quarto gol, que veio aos 42 minutos, da melhor maneira possível.

A jogada começou lá atrás, quando Tostão voltou para ajudar Everaldo na marcação, roubando a bola de Domenghini. A pelota caiu nos pés de Brito, que a empurrou para Clodoaldo. O Corró aproveitou a descida de Pelé e Gérson para acioná-los e recebeu a bola em seguida.

A Itália tentou subir a marcação, mas Clodô tirou de letra. Foram quatro adversários batidos em uma sequência de dribles curtos: Riva, Rivera, Domenghini e Mazzola. Depois de limpar o lance, ele abriu para Rivellino, que se aproximou perto da linha central.

O movimento de Rivellino abriu espaço na ponta esquerda e foi para lá que Jairzinho se direcionou. O lançamento do Riva veio na meia altura, em velocidade, para o Furacão dominar e partir para cima da marcação. Após passar pelo primeiro adversário, Jair encontrou Pelé na meia lua da área.

Nesse momento, o Rei já sabia o que fazer. Mas caso não soubesse, havia Tostão, logo a frente dele, apontando para o lado direito da área. Era ali que apareceria Carlos Alberto Torres, em uma corrida fulminante, para receber o passe no espaço vazio e encher o pé, de primeira, para fazer o gol. Estava desenhado ali o maior símbolo daquela geração. O jogo bonito resumido em um lance, uma jogada, que teve de tudo. Drible, passe, improviso, dedicação, defesa, movimentos táticos, velocidade, enfim. Um gol brasileiro.

O gol foi a pá de cal em qualquer pretensão de virada dos italianos. Depois do tento do Capita, as duas equipes praticamente só esperaram o jogo acabar para a definição do título. Após o apito final, os jogadores brasileiros comemoraram em Êxtase. Torcedores, jornalistas e seguranças mexicanos invadiram o gramado, desesperados por qualquer peça de roupa de qualquer um dos jogadores. O Rei Pelé ficou apenas de cueca e ‘sombrero’, o tradicional chapéu do país, enquanto comemorava o título nos ombros do povo.

Estava escrita ali a mais bonita página da história do futebol. Uma trajetória tão bonita que não parecia de verdade. Que faz crer que este texto não é uma crônica, mas uma fábula. era como se o futebol fosse esse poder extraordinário do povo brasileiro, que o permitia ser amado pelo resto do mundo. Talvez seja por isso que o brasileiro ame tanto o futebol. Mas podemos ter certeza, principalmente depois da Copa de 1970: o futebol também nos ama de volta.

BRASIL  4  X  1  ITÁLIA

LOCALEstádio Azteca, na cidade do México (MEX)
CARÁTERFinal da Copa do Mundo de 1970
DATADomingo, do dia 21 de Junho de 1970
HORÁRIO12 horas (15 horas, em Brasília)
PÚBLICO107.412 pagantes
RENDANão divulgado
ÁRBITRORudi Georg Gloeckner (Alemanha Oriental)
AUXILIARESRudolf Scheurer (Suíça) e Angel Norberto Coerezza (Argentina)
ÁRBITRO RESERVAVital Loraux (Bélgica)
INSPETOR FIFAMihailo Andrejevic (Iugoslávia)
CARTÕES AMARELOSBurgnich (Itália) e Roberto Rivellino (Brasil)
BRASILFélix (nº 1); Carlos Alberto Torres (nº 4), Brito (nº 2), Piazza (nº 3) e Everaldo (nº 16); Clodoaldo (nº 5) e Gérson (nº 8); Rivellino (nº 11), Jairzinho (nº 7), Tostão (nº 9) e Pelé (nº 10). Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo
ITÁLIAAlbertosi (nº 1); Burgnich (nº 2), Cera (nº 5), Rosato (nº 6) e Facchetti (nº 3); Bertini (nº 10) e De Sisti (nº 16); Mazzola (nº 15), Domenghini (nº 13), Boninsegna (nº 20) e Riva (nº 11). Técnico: Ferruccio Valcareggi
SUBSTITUIÇÕESJuliano (nº 18), no lugar de Bertini (nº 10) e Rivera (nº 14), na vaga de De Sisti (nº 16), ambos na Itália.
GOLSPelé aos 18 minutos (Brasil); Boninsegna 37 minutos (Itália), no 1º Tempo. Gérson aos 20 minutos (Brasil); Jairzinho aos 25 minutos (Brasil); Carlos Alberto Torres aos 42 minutos (Brasil), no 2º Tempo.

FOTOS: Alberto Lopes Leiloeiro

FONTES: CBF  – Jornal dos Sports (RJ)