A vinda do Atlanta à nossa càpital teve a responsabilida de da Confederação Brasileira de Desportos, que para aqui mandou, precedendo à delegação argentina, o dirigente Irineu Chaves para tomar as providências, junto à Federação, referente à hospedagem, preço dos ingressos, árbitro, campo e adversários.
A embaixada estrangeira chegou a Recife a 27 de janeiro de 1937, viajando pelo navio “Pará” e estava assim formada:
Chefe – Ernesto Lubet; Médico – Gregório Cupesode; Técnico- Garay; Secretário – Elias Slinin; Jornalista – Isac Slinin e os seguintes jogadores: Herrera, Cargliano, Muna, Ibanez 1, Ibanez II, Bianco, Dei Felice, Valdatti, Speron, Freye, Spitali, Morales, Tornarolli, Irazogui, Martins, Lozano, Perez, Miranda, Cripi e
Lamas.
Os argentinos ficaram hospedados no Hotel Avenida.
A estréia do time portenho foi numa sexta-feira, à noite, no campo da Avenida Malaquias, perante um público bem numeroso. Seu adversário, o Náutico, enxertou o time com jogadores de outros clubes, o que era comum no futebol do passado. Os visitantes foram muito aplaudidos ao entrarem em campo com a bandeira brasileira esticada nas mãos dos seus jogadores. Ao término dos 90 minutos, receberam grande ovação pelo rico futebol que apresentaram.10×6, ao seu favor, foi o resultado da partida, que chegou a ficar empatada em 5×5.
Artur Carvalheira, estrela do Náutico, confirmou todo seu cartaz de artilheiro, assinalando quatro dos seis gols feitos por sua equipe, que esteve numa noite de muita inspiração, só perdendo a partida porque o Atlanta era de fato um time de alta categoria.
Todos os jornais foram unânimes em elogiar a estréia dos argentinos.O Diario de Pernambuco encerrou a crônica da partida, dizendo: “Recife pode ter assistido a um jogo de conjunto superior ao do Atlanta, mas não nos lembramos…”.
Equipes
Náutico – Orlando (Muniz); Fernando e Salsinha; Zé Orlando, Edson e Ernani; Zezé, Artur, Fernando, Bermudes (Sidinho) e Celso (Siduca).
Atlanta – Herrera; Blanco e Ibanez II; ibanez 1, Del Felice e Speron; Freye, Morales, Miranda, Irazogui e Martino.
Manoel Pinto foi o juiz e Alonso Rodrigues o cronometrista.
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Outra goleada
O segundo jogo, contra o Sport, que foi derrotado por 7×2, caracterizou-se pela violência por parte dos jogadores do Sport, que começaram a apelar quando o placar começou a se dilatar. Os argentinos revidaram os pontapés, mas a partida chegou ao seu final sem graves conseqüências. Fernando Carvalheira e Siduca, que reforçaram o time rubro-negro, foram os autores dos tentos do Sport, cujo time alinhou da seguinte maneira: Muniz; Morato (Domingos) e Fernando; Gersomino, Edson e Horácio; Alcides, Ornar, Artur, Marcílio (Fernando) e Siduca.
Harry Leça foi o árbitro.
Por causa dos incidentes havidos entre brasileiros e argentinos, no Sul-Americano que se realizava e sobre os quais os jornais recifenses deram grande destaque, a Federação houve por bem não consentir a terceira apresentação do Atlanta contra o Tramways, “sem que esta deliberação importe numa desconsideração à distinta delegação argentina que ora hospedamos”, concluía a nota oficial da entidade.
Fonte:Historia do Futebol em PE