Arquivo do Autor: Vicente Henrique Baroffaldi

Locomotiva, Ano I – 1951

De pé, da esquerda para a direita: Espanador, Sarvas, Pimentel, Rud, Pierre e Tino; agachados, na mesma ordem: Fescina, Ministro, Dirceu, Tonhé e Guardinha.

Embora fundada em 12 de abril de 1950, a Associação Ferroviária de Esportes, de Araraquara, iniciou suas atividades no futebol apenas no ano seguinte, no dia 13 de maio.

Naquele ano, eis o resumo dos jogos da Ferrinha, na seguinte sequência: ordem numérica, data, jogo/resultado, finalidade e goleadores grenás.

1 – 13.05.51 – Ferroviária 3 x 1 Mogiana de Campinas – Amistoso – Fordinho, Basso e Baltazar

2 – 20.05.51 – Linense 2 x 1 Ferroviária – Amistoso – Fordinho

3 – 24.05.51 – Taquaritinga 1 x 3 Ferroviária – Amistoso – ???

4 – 27.05.51 – Ferroviária 2 x 2 Nacional (SP) – Amistoso – Basso e Gonçalves

5 – 03.06.51 – Uchoa 0 x 0 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão

6 – 10.06.51 – Ferroviária 0 x 5 Vasco da Gama – Amistoso

7 – 17.06.51 – XV de Jaú 3 x 0 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão

8 – 24.06.51 – Ferroviária 2 x 0 Monte Azul – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Rebolo e Fescina

9 – 01.07.51 – Paulista de Araraquara 4 x 0 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão

10 – 08.07.51 – Ferroviária 4 x 2 Palmeiras de Jaú – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Tonhé (2), Fescina e Ismael (contra)

11 – 15.07.51 – Mirassol 2 x 2 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Fescina e Ministro

12 – 19.07.51 – Seleção Varzeana de São José do Rio Preto (?) x (?) Ferroviária – Amistoso

13 – 22.07.51 – Ferroviária 4 x 2 Olímpia – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Ministro (2), Dirceu e Baltazar

14 – 29.07.51 – Internacional de Bebedouro 2 x 0 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão

15 – 05.08.51 – Ferroviária 2 x 1 Barretos – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Dirceu (2)

16 – 19.08.51 – Ferroviária 0 x 1 São Paulo (Araraquara) – Campeonato Paulista, 2ª Divisão

17 – 02.09.51 – Monte Azul 2 x 3 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Espanador, Gonçalves e Dirceu

18 – 09.09.51 – Ferroviária 4 x 1 Uchoa – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Dirceu (2), Fescina e Ministro

19 – 23.09.51 – Ferroviária 1 x 0 Internacional de Bebedouro – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Tonhé

20 – 30.09.51 – São Paulo (Araraquara) 2 x 2 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Dirceu (2)

21 – 21.10.51 – Ferroviária 2 x 0 XV de Jaú – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Gonçalves e Dirceu

22 – 04.11.51 – Barretos 1 x 0 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão

23 – 11.11.51 – Ferroviária 2 x 1 Paulista (Araraquara) – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Dirceu (2)

24 – 18.11.51 – Ferroviária 4 x 0 Mirassol – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Ministro (2), Antônio Carlos e Tonhé

25 – 25.11.51 – Palmeiras de Jaú 1 x 3 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Gonçalves, Dirceu e Tonhé

26 – 01.12.51 – Ferroviária 4 x 2 Olímpia – Campeonato Paulista, 2ª Divisão – Dirceu (3) e Ministro

27 – 09.12.51 – Internacional de Bebedouro 3 x 0 Ferroviária – Campeonato Paulista, 2ª Divisão

28 – 16.12.51 – Olímpia (?) x (?) Ferroviária – Amistoso

29 – 23.12.51 – Ferroviária 6 x 2 Orlândia – Amistoso – Fescina, Gonçalves, Ministro, Dirceu, Basso e Porunga

 

Excetuando-se os dois amistosos cujos resultados não são disponibilizados, assim se apresentou o resumo das atividades da Ferroviária em 1951, seu primeiro ano de futebol:

 

Segunda Divisão

Amistosos

Geral

Jogos

21

6

27

Vitórias

12

3

15

Empates

3

1

4

Derrotas

6

2

8

Gols a favor

39

15

54

Gols contra

30

13

43

Saldo de gols

9

2

11

 

 

Elenco da AFE para o seu primeiro campeonato oficial:

Aléssio – Baltazar – Basso – Espanador – Fescina – Fordinho – Gonçalves – Guardinha – Julião (goleiro) – Marinho – Milton Viana – Ministro – Pádua – Pierre (ex-América) – Pimentel – Rebolo – Rudge (ex-Uchoa) – Sandro (goleiro, ex-Rio Pardo) – Sarvas (ex-Linense) – Tino (goleiro) e Tonhé.

 

Fontes:

Tópicos do Passado da AFE (Prof. Antônio Jorge Moreira)

Jornal O Imparcial (Araraquara)

Texto: Vicente Henrique Baroffaldi

Edição: Paulo Luís Micali

Quem é o maior itinerante (sobe/desce) do Campeonato Paulista?

A partir da implantação da Lei do Acesso e Descenso no futebol paulista, em janeiro de 1948, qual é o clube que mais vezes foi promovido e rebaixado no Paulistão?

Resposta: Esporte Clube Noroeste, de Bauru, com seis acessos e seis descensos.

E o seu mais direto perseguidor?
Resposta: Esporte Clube XV de Novembro, de Piracicaba, com cinco acessos e quatro descensos.

O clube bauruense tem o seguinte retrospecto no concernente a participações no principal certame da Federação Paulista de Futebol:

Promovido em 1953; Rebaixado em 1966;

Promovido em 1970; Rebaixado em 1981;

Promovido em 1984; Rebaixado em 1985;

Promovido em 1986; Rebaixado em 1994;

Promovido em 2005; Rebaixado em 2009;

Promovido em 2010; Rebaixado em 2011.

E não é que o alvirrubro da Cidade sem Limites pode subir novamente este ano, aumentando ainda mais a sua liderança no sobe/desce? Atualmente disputando um dos quadrangulares que definirão os quatro próximos felizardos que alcançarão a Série A1 em 2013, o Norusca tem reais possibilidades de chegar ao seu objetivo neste 2012.

Vemos na agremiação de Bauru, fundada no longínquo 1º de setembro de 1910 (centenária, portanto) um mérito extraordinário: jamais esmorece; está sempre acreditando. Se se torna difícil permanecer na elite do futebol bandeirante, o negócio é levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, como bem diz uma bela música do nosso cancioneiro popular. E a cidade de Bauru, pela sua força indesmentível, faz por merecer a presença de um seu representante na vitrine do nosso jogo de bola mais pop.

Fontes:
RSSSF Brasil
O caminho da bola, de Rubens Ribeiro, FPF
Arquivo pessoal
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali

Dudu, antes do Palmeiras


Dudu, o volante raçudo, de fibra, “carregador de piano” surgiu como revelação da grande equipe da Associação Ferroviária de Esportes, de Araraquara,em 1959, ano de ouro grená que representou o início de um período glorioso da representação da “Morada do Sol”. Dudu fez parte de um time forte, que passou a ser considerado, pela mídia esportiva, como o sexto grande do futebol paulista.
Olegário Tolói de Oliveira, nascido em Araraquara em 7 de novembro de 1939, recebeu do avô o apelido de Dudu quando ainda era criança.
Nos cinco anos em que Dudu defendeu a AFE, esta viveu realmente uma fase magnífica. Em 1959, alcançou o terceiro lugar no Campeonato Paulista, juntamente com o São Paulo e atrás apenas de Palmeiras e Santos, que disputaram o título em três partidas, num autêntico supercampeonato. Após, de 1960 a 1963, a Ferroviária só obteve excelentes posições no Paulistão.

1960 – 6º lugar; 1961 – 5º lugar; 1962 – 6º lugar; 1963 – 6º lugar.

Não sem razão, a Ferroviária era tida como o sexto clube “grande” de São Paulo, dado que São Paulo, Palmeiras, Santos, Corinthians e Portuguesa de Desportos eram os cinco tradicionais “grandes” do futebol bandeirante, como de resto seguem sendo, à exceção, infelizmente, da simpática Portuguesa.
Dudu formou um meio-de-campo de rara competência com o grande Bazzani. Ambos foram artífices de vitórias expressivas, comandando, cadenciando, pelo meio da cancha o futebol aparatoso e de bons resultados da esquadra afeana.
O primeiro registro que temos de Dudu com a camisa da Ferroviária data de 13 de agosto de 1959, quando os grenás atuaram na Fonte Luminosa, contra a Ponte Preta, pelo Campeonato Paulista. Foi uma quinta-feira à noite, e a vitória sorriu para o time da casa pela contagem mínima. Formação da Ferroviária naquela oportunidade: Rosan; Porunga, Antoninho e Cardarelli; Dirceu e Rodrigues; Baiano, Cardoso, Nei, Dudu e Benny. Técnico: José Guillermo Agnelli.

Em seguida, viriam as seguintes presenças de Dudu no onze afeano:
19.08.1959 – Santos 0 x 0 Ferroviária – Campeonato Paulista
26.08.1959 – Ferroviária 4 x 2 Taubaté – Campeonato Paulista
30.08.1959 – XV de Jaú 0 x 0 Ferroviária – Campeonato Paulista

Destacamos, como curiosidade, uma formação para cada ano em que Dudu defendeu a Ferroviária de Araraquara:
1959 – Rosan; Porunga, Antoninho e Cardarelli; Dudu e Rodrigues; Baiano,
Cardoso, Nei, Bazzani e Benny
1960 – Rosan; Porunga, Antoninho e Cardarelli; Dirceu e Rodrigues; Faustino, Dudu, Baiano, Bazzani e Benny
1961 – Fia; Ismael, Antoninho e Jurandir; Dudu e Rodrigues; Peixinho, Laerte, Parada, Bazzani e Benny
1962 – Toninho; Geraldo Scalera, Antoninho e Galhardo; Dudu e Rodrigues; Davi, Peixinho, Parada, Bazzani e Benny
1963 – Toninho; Geraldo Scalera, Fogueira e Galhardo; Dudu e Mário; Peixinho, Tales, Lio, Capitão e Ari

Dudu participou, ainda, das duas primeiras excursões da Ferroviária ao exterior, que, somadas, resultaram na seguinte campanha:

Jogos

V

E

D

GP

GC

SG

36

30

2

4

133

25

108

 

Dudu foi também convocado, enquanto defendeu as cores grenás, para defender o Selecionado Paulista, visto que naquela época tínhamos a realização do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.

Fontes:
Arquivo do Prof. Antônio Jorge Moreira
Arquivo pessoal
Foto de Dudu: A Gazeta Esportiva Ilustrada/1962
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali

AFE: Três vezes campeã no início de 1967

Após a extraordinária temporada de 1966, quando se tornou campeã da Primeira Divisão do Campeonato Paulista, a Ferroviária de Araraquara participou, no início de 1967, de três torneios quadrangulares amistosos que envolveram agremiações de expressão do futebol brasileiro.

A exemplo do que aconteceu no ano anterior, a Ferroviária seguiu jogando um futebol primoroso e, como resultado, levantou os três torneios em pouco mais de dois meses, prenunciando um retorno auspicioso à Divisão Especial do Paulistão, o que acabou verdadeiramente ocorrendo, uma vez que a AFE sagrou-se campeã do Interior.

No primeiro desses torneios, o quadrangular de Ribeirão Preto, a agremiação de Araraquara realizou dois jogos na cidade vizinha contra Botafogo e Comercial, fazendo o último jogo em casa, contra o Náutico. Na estreia, venceu o Botafogo; depois, perdeu para o Comercial; e no encontro final e decisivo, ganhou de sete do clube pernambucano, tetracampeão estadual.

Quadrangular de Ribeirão Preto

Botafogo 1 x 2 Ferroviária

19.02.1967, domingo (tarde); Estádio Palma Travassos, em Ribeirão Preto; Árbitro: José Astolphi; Gols: Quarenta, 23’ do 1º tempo; Téia, 23 e Maritaca, 43’30” do 2º tempo. Botafogo: Dirceu; Eurico (Vavá), Zé Carlos, Veríssimo e Carlucci; Paulinho (Cardoso) e Márcio; Paulo Leão, Quarenta (Antoninho), Mosquito (Adílson) e Jair. Técnico: José Carlos Bauer. Ferroviária: Machado; Beluomini, Fernando, Rossi (Paina) e Fogueira; Bebeto (Adão) e Bazzani; Passarinho (Dejair), Dejair (Maritaca), Téia e Pio (Mateus). Técnico: Agenor Gomes (Manga). Obs.: Este jogo foi preliminar de Comercial 5 x 1 Náutico.

Comercial 3 x 2 Ferroviária

22.02.1967, quarta-feira (noite); Estádio Palma Travassos, em Ribeirão Preto; Árbitro: José Favili Neto; Gols: Téia, 4’, Carlos César, 13’ e Peixinho, 30’ do 1º tempo; Paulo Bim, 25’ e Dejair, 43’ do 2º tempo. Expulsão: Téia (AFE), 38’ do 1º tempo. Comercial: Rosan; Ferreira, Jorge, Peter e Piloto; Hélio e Amaury; Peixinho (Luiz Carlos), Luiz Paulo, Paulo Bim e Carlos César (Noriva). Ferroviária: Dado; Beluomini, Fernando, Rossi e Fogueira; Bebeto e Bazzani (Adão); Dejair, Maritaca (Raul), Téia e Coró (Passarinho). Técnico: Agenor Gomes (Manga).

Ferroviária 7 x 2 Náutico-PE

26.02.1967, domingo (tarde); Estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara; Árbitro: Dilson Barroso Moreira, auxiliado por Germinal Alba e Wilson Antônio de Medeiros; Renda: NCr$ 3.237,00; Gols da AFE: Valdir (3), Téia (2), Fogueira e Bazzani; Gols do Náutico: Nino (2). Ferroviária: Dado (Heitor); Beluomini, Fernando e Fogueira; Bebeto e Rossi; Valdir, Maritaca (Raul) (Dejair), Téia, Bazzani e Cacalo (Passarinho). Técnico: Agenor Gomes (Manga). Náutico: Carlos Viana (Navarro); Ivan (Fernando), Mauro, Fraga e Clóvis; Zé Carlos e Rafael (Benedito); Miruca (Jaílson), Bita, Nino e Lala (Marques). Obs.: Ferroviária, campeã do Quadrangular de Ribeirão Preto. Somente no dia 9 de julho de 1967, o presidente Aldo Comito, da AFE, recebeu, do presidente do Comercial, o troféu de campeão. O Comercial foi o patrocinador do torneio.

Quadrangular Baltazar Soares de Castro

Vila Nova-GO 2 x 5 Ferroviária   

02.04.1967, domingo (tarde); Goiânia-GO; Árbitro: Eurias Alves Júnior (Federação Goiana de Futebol); Renda: NCr$ 9.000,00; Gols da AFE: Téia, 8’ e 9’ e Bazzani, 10’ do 1º tempo; Leocádio, 18’ e Valdir, 35’ do 2º tempo. Gols do Vila Nova: Garcia, 29’ e Mauro, 40’ do 2º tempo; Expulsão: Bazzani (AFE), 33’ do 2º tempo. Ferroviária: Machado (Dado); Beluomini, Fernando, Brandão (Rossi) e Joãozinho; Bebeto (Wilson Botão) e Bazzani; Passarinho (Rui), Leocádio (Valdir), Téia e Pio. Técnico: Agenor Gomes (Manga). Vila Nova: não disponível. Obs.: No jogo principal da rodada do quadrangular, o Goiás venceu o Botafogo, de Ribeirão Preto, por 1 a 0, gol de Eurípedes.

Goiás 0 x 1 Ferroviária

07.04.1967, sexta-feira (noite); Estádio Pedro Ludovico, Goiânia-GO; Árbitro: Eurias Alves Júnior (FGF); Renda: NCr$ 4.866,00; Gol: Leocádio, 2’ do 1º tempo; Expulsões: Valdir (AFE) e Baltazar (Goiás). Goiás: Joel; Japonês (Vavá), Macalé, Baltazar e Dias; Baçú e Afonso; Eurípedes, Claudinho, Marrom (Goiano) e Laírson. Ferroviária: Machado; Beluomini, Fernando, Brandão e Joãozinho; Bebeto e Bazzani; Valdir, Leocádio (Dejair), Téia e Pio. Técnico: Agenor Gomes (Manga).

Ferroviária 1 x 0 Botafogo, de Ribeirão Preto

09.04.1967, domingo (tarde); Goiânia-GO; Gol: Roberto (contra), 2’ do 1º tempo. Ferroviária: Machado; Beluomini (Wilson Botão), Fernando, Brandão (Rossi) e Joãozinho; Bebeto (Adão) e Bazzani; Passarinho (Valdir), Leocádio (Dejair), Téia e Pio. Técnico: Agenor Gomes (Manga). Botafogo: Dirceu; Calegari, Zé Carlos (Veríssimo), Roberto e Carlucci (Zé Carlos); Edílio (Carlos Silva) e Márcio; Jair, Quarenta, Mirinho e Ganzepi (Antoninho). Técnico: José Carlos Bauer. Obs.: Na preliminar, Goiás 2 x 2 Vila Nova. Ao final do jogo principal, foi entregue, ao capitão da Ferroviária, Olivério Bazzani Filho, a Taça Baltazar Soares de Castro.

Classificação final do Quadrangular de Goiânia:

1º) Ferroviária, 0 ponto perdido (campeã);

2º) Goiás, 3

3º) Botafogo, 4; e

4º) Vila Nova, 5

Quadrangular do Recife-PE

Santa Cruz-PE 0 x 2 Ferroviária


23.04.1967, domingo (tarde); Recife-PE; Árbitro: Aírton Maio (PE); Renda: NCr$ 18.250,00; Gols: Téia, 6’ e Bebeto, 21’ do 2º tempo. Santa Cruz: não disponível. Ferroviária: Machado; Beluomini, Fernando, Rossi e Fogueira (Wilson Botão); Bebeto (Adão) e Bazzani; Passarinho (Valdir), Leocádio (Maritaca), Téia (Dejair) e Pio. Técnico: Agenor Gomes (Manga).

Náutico-PE 3 x 0 Ferroviária


26.04.1967, quarta-feira (noite); Estádio da Ilha do Retiro, Recife-PE; Árbitro: Aírton Vaz (Federação Pernambucana de Futebol); Renda: NCr$ 15.872,00; Público: 7.253 pessoas; Gols: Bita, 12’, Miruca, 35’ e Bita, 37’ do 2º tempo. Náutico: não disponível. Ferroviária: Machado; Beluomini, Fernando, Rossi e Fogueira; Bebeto (Adão) e Bazzani; Passarinho (Valdir), Leocádio (Maritaca), Téia (Dejair) e Pio (Passarinho). Técnico: Agenor Gomes (Manga).

Sport Clube Recife-PE 0 x 4 Ferroviária


01.05.1967, segunda-feira, feriado; Estádio dos Aflitos, Recife-PE; Árbitro: Erílson Gouveia; Gols: Bebeto, 6’ e Valdir, 23’ do 1º tempo; Bazzani, 22’ e Téia, 37’ do 2º tempo. Sport: Gilberto (Délcio); Aguiar (Ti Carlos), Bibiu, Baixa e Gilvan (Helmiton); Goioba, César (Bite) e Soares (Canhoto); Renê, Renato e Ricardo. Técnico: Schiller Diniz. Ferroviária: Machado (Dado); Beluomini (Wilson Botão), Brandão, Rossi e Fogueira; Bebeto e Bazzani; Valdir (Passarinho), Dejair (Maritaca), Téia e Pio. Técnico: Manga. Obs.: Na preliminar, Náutico 3 x 1 Santa Cruz.

A Ferroviária foi a vencedora do Quadrangular por gol average.


A Ferroviária obteve os três torneios quadrangulares no início da temporada de 1967, antes do Campeonato Paulista. A foto acima exibe a equipe grená já campeã do Interior do Paulistão, em final de temporada.

Fontes:

Arquivo do Prof. Antônio Jorge Moreira (Museu do Futebol e Esportes de Araraquara)
Sport – Retrospecto – 1960 a 1979 (Carlos Celso Cordeiro e Luciano Guedes Cordeiro) – Ed. Autor – 2006
Arquivo pessoal
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali

Operário Esporte Clube, de Araraquara

Fundado em 05 de setembro de 1978, pelos amigos Zinhão e Carlão Pastre, o Operário Esporte Clube, de Araraquara, teve o primeiro jogo realizado no campo do Seminário Verbo Divino, contra o SESI, vencendo por 5 a 1. O time jogou com a seguinte formação: Goleiro: Carlão Pastre; lateral-direito: Gilberto Carrapicho; central: Marião; quarto-zagueiro: Nardini; lateral-esquerdo: Leiteiro; volante: Zinhão; meia-direita: Chuva; meia-esquerda: Toninho Perego; ponta-direita: Dircinho; centroavante: Zé Grandão; e ponta-esquerda: Zé Roberto. Técnico: Moacir Perego.

O Operário passou a jogar em fazendas da região por vários anos. Em 1996 começou a construção da sede própria, hoje uma realidade, numa área de 22 mil metros quadrados, onde possui um salão para eventos, cozinha industrial, vestiários, um mini-campo, um campo oficial e uma quadra de areia.

Nessa jornada de 32 anos o Operário E.C. conquistou vários títulos, entre eles quatro campeonatos amadores de Araraquara. Nos últimos três anos, foi campeão, vice-campeão e semifinalista.

Moacir Perego, por diversos anos na função de presidente, abraçou a causa do Operário e junto com familiares e amigos deu sequência ao projeto de desenvolvimento do clube. Ele é considerado o esteio e sustentáculo do Operário.

Diretoria: Presidente – Lucas Marsole Perego; Secretário – Otávio de Angelis; Tesoureiro – Moacir Perego; Diretor de Esportes – Luís Antônio Gonçalves da Silva.


A equipe do Operário E.C. com a seguinte formação: Em pé: Minguito, Suru, Nardini, Hermínio, Ovídio. Edemilson, Nivaldo, Pereira e Carlão; agachados: Casão, Cacá, Joaquim, Mário Sônego, Zé Roberto e Índio.


Formação do Operário E.C.: Em pé: Pedrão, Humberto, Índio, Moacir, Donisete e Luiz; agachados: Miltinho, Toninho, Bolão, Suru e Assunção.


Time do Operário E.C. em disputa do Campeonato Amador de Futebol de Araraquara.

Fonte:

Revista  ea – esporte Araraquara, edição 03, novembro de 2010

Edição: Paulo Luís Micali

Biografia de vascaínos campeões/1952

Eis como se apresentava a biografia de cada jogador que formava o elenco do Vasco da Gama, campeão carioca de 1952:

BARBOSA – Moacir Barbosa Nascimento nasceu em Campinas, São Paulo, em 27 de março de 1921. É casado, mede 1,74 e pesa 70 quilos. Iniciou sua carreira como infantil do Almirante Tamandaré, aos 12 anos. Mais tarde, de 37 a 41, atuou no A.C.E.A. de L.P.B. Em 1941 e 42 jogou pelo Ipiranga, para em 1944 ingressar no Vasco. Títulos conquistados: Campeão carioca em 45, 47, 49, 50 e 52. Diversas vezes campeão brasileiro; campeão sul-americano de 1949; vice-campeão do mundo de 1950.

AUGUSTO – Augusto da Costa é carioca, tendo nascido em 22 de outubro de 1920. Mede 1,77 e pesa 71 quilos. Começou no São Cristóvão, em 1935, como juvenil; permaneceu no clube alvo até 1944, quando se transferiu para São Januário. É funcionário do D.F.S.P., servindo na Polícia Especial. Títulos conquistados: campeão carioca, pelo Vasco, nos anos de 45, 47, 49, 50 e 52. Campeão dos Campeões, tri-campeão brasileiro pela F.M.F.; campeão sul-americano de 1949 e vice-campeão do mundo de 1950.

HAROLDO – Haroldo de Magalhães Castro nasceu no Distrito Federal, em 20 de dezembro de 1931. Mede 1,78 e pesa 72 quilos. Em 1947 foi para General Severiano, não podendo jogar devido à idade. Começou realmente em 1948, no quadro de juvenis. Em 1951 passou a integrar a equipe de aspirantes. Na excursão que o Botafogo empreendeu à Venezuela e Colômbia atuou pela primeira vez no time principal. No Vasco, estreou contra o Bangu, conseguindo uma espetacular vitória por 6 a 2, tornando-se, daí por diante, efetivo. Títulos conquistados: bicampeão do Torneio Paulo Goulart de Oliveira, pelo Distrito Federal. Campeão Sul-Americano de Amadores de 1949. Campeão brasileiro de juvenis em 1951.

ERNANI – Ernani Ribeiro Guimarães nasceu no Distrito Federal, em 24 de outubro de 1928. Iniciou a sua carreira jogando pelo São Bento, e no mesmo ano passou a integrar a equipe de juvenis do Vasco, tendo conquistado o título da categoria. Jogou apenas uma vez mas está satisfeito por ter podido colaborar para o grande feito dos vascaínos.

ELI – Eli do Amparo nasceu eu Paracambi, no Estado do Rio, em 14 de maio de 1921. Mede 1,80 e pesa 82 quilos. É casado. Começou como juvenil do América, com 17 anos, permanecendo entre os rubros nos anos de 39 e 40. Neste ano foi para o Canto do Rio, de onde saiu em 45 para o Vasco. Títulos conquistados: campeão carioca de 45, 47, 49, 50 e 52. Campeão dos campeões de 48; campeão sul-americano de 1949. Vice-campeão do mundo de 1950.

DANILO – Danilo Alvim é natural do Distrito Federal, tendo nascido em 3 de dezembro de 1921. Começou a sua carreira em 1939, no América, onde ficou durante 4 anos. Em 1943 transferiu-se para o Canto do Rio, retornando um ano depois a Campos Sales. Finalmente ingressou no Vasco em 1946. Títulos já conquistados: campeão juvenil-amador de 39-40; campeão dos campeões de 48; campeão sul-americano de 49; campeão da cidade em 47, 49, 50 e 52 e vice-campeão do mundo de 1950.

JORGE – Jorge Dias Sacramento nasceu eu Recife, em 22 de março de 1924. Mede 1,75 e pesa 68 quilos, é casado e tem dois filhos. Deu início à sua carreira jogando como infantil do Primeiro de Maio, clube da várzea pernambucana. Em 40, ingressou no Íris F.C., onde permaneceu até 43, quando transferiu-se para o Portela F.C., já como profissional. Em 1945 veio para o Vasco da Gama. Já foi zagueiro e centro-médio. Títulos já conquistados: campeão carioca p-elo Vasco da Gama, nos anos de 47, 49, 50 e 52. Campeão de reservas e aspirantes de 45; campeão dos campeões de 48, título alcançado no Chile, e campeão brasileiro de 46.

BELINI – Hideraldo Luís Belini é natural de Itapira, São Paulo, e nasceu aos 7 de junho de 1930. Mede 1,81 e pesa 81 quilos. Começou em 43 em Itapira, na categoria de juvenil. Em 1949 foi para o Sãojoanense, de São João da Boa Vista, para integrar o primeiro quadro. Este quadro disputava o Campeonato da Divisão de Acesso da Federação Paulista. Em 1952, ingressou no Vasco da Gama, e por três vezes atuou pela equipe titular, tendo enfrentado o Madureira, Canto do Rio e Bonsucesso. Este é o seu primeiro título.

SABARÁ – Onofre de Souza é paulista, tendo nascido em Campinas, aos 18 de junho de 1931. Começou no juvenil da Ponte Preta, em 1942, tendo neste mesmo ano conquistado o título de campeão estadual da categoria. Em 1948, ascendeu ao quadro principal, assinando o seu primeiro contrato, com Cr$ 800,00 mensais e Cr$ 10.000,00 de “luvas”. Mede 1,66 e pesa 72 quilos. Pretendido por vários grandes clubes bandeirantes, acabou vindo para o Vasco, no transcurso deste certame. Custou perto de Cr$ 800.000,00, afora a cessão de mais três jogadores do plantel vascaíno. No Vasco percebe, atualmente, 7.000 cruzeiros de ordenado mensal. Títulos conquistados: Campeão estadual juvenil, em 42; campeão da cidade de Campinas, de 51 e campeão carioca de 52.

MANECA – Manoel Marinho Alves é baiano, tendo nascido em Salvador, no dia 20 de janeiro de 1925. É solteiro; mede 1,75 e pesa 65 quilos. Iniciou sua carreira futebolística em 1943, atuando pelo juvenil do Galícia, da capital baiana. Em 45 e 46 jogou pelo S.C. Bahia, de onde saiu para ingressar no C.R. Vasco da Gama. No grêmio da Cruz de Malta, já jogou em todas as posições do ataque. Títulos já conquistados: bicampeão juvenil pela Galícia; campeão baiano pelo Bahia; campeão carioca de 45, 47, 49, 50 e 52, pelo Vasco; campeão dos campeões de 48 e vice-campeão do mundo de 50.

IPOJUCAN – Ipojucan Lins de Araújo nasceu em Maceió, Alagoas, em 3 de junho de 1926. Mede 1,85 e pesa 78 quilos. Ensaiou os primeiro chutes nos Unidos de Cachambi, onde permaneceu até 1940. Nos anos de 41 e 42, jogou pelo River, tendo se transferido para o Vasco em fins de 42. É um autêntico malabarista da pelota, usando e abusando do extraordinário controle de bola que possui. Títulos conquistados: Campeão juvenil de 44; tricampeão de aspirantes (45, 46 e 47); campeão de reservas de 48 e campeão de profissionais de 49, 50 e 52, todos estes títulos conseguidos pelo Vasco.

ADEMIR – Ademir Marques de Menezes é pernambucano, natural de Recife, tendo nascido em 8 de novembro de 1922. É casado, mede 1.72 e pesa 70 quilos. Iniciou-se no futebol em 1938, jogando pelo S.C. Recife. Em 41, veio para São Januário, atuando pelo Vasco até 1945, transferindo-se neste mesmo ano para o Fluminense, disputando o certame de 46, pelo tricolor das Laranjeiras, para retornar em 47 ao Vasco. Títulos conquistados: Campeão infantil e juvenil pelo S.C. Recife; campeão carioca pelo Vasco em 45, 49, 50 e 52, e pelo Fluminense, em 46. Tricampeão brasileiro; campeão sul-americano de 49.

EDMUR – Edmur Pinto Ribeiro nasceu em Saquarema, Estado do Rio, em 9 de setembro de 1929. Mede 1,76 e pesa 70 quilos. Apareceu com destaque no Fonseca, de São Gonçalo. Transferiu-se em 1948 para o Flamengo, onde ficou até 1949. Neste ano foi para o Canto do Rio e devido às suas boas atuações foi contratado pelo Vasco em 51. Neste campeonato jogou dez vezes na ponta direita e duas como “in sider” direito. O Campeonato de 1952 é o seu primeiro título oficial.

ALFREDO – Alfredo dos Santos é natural do Distrito Federal, tendo nascido em 1º de janeiro de 1920. Mede 1,76 e pesa 73 quilos. Começou sua carreira em 1935, jogando pelo Costa Lobo F.C., onde permaneceu até 37, quando foi para São Januário. Estreou na equipe principal em 39, frente ao poderoso quadro argentino do Independiente, com um espetacular triunfo por 5 a 2. Já jogou em todas as posições, exceto de arqueiro – é o homem dos sete instrumentos. Títulos conquistados: campeão carioca de 45, 47, 49, 50 e 52; vice-campeão do mundo e sul-americano.

CHICO – Francisco Aramburu nasceu em Uruguaiana, Rio Grande do Sul, em 7 de janeiro de 1923. Mede 1,70 e pesa 68 quilos. Começou atuando pelo Grêmio Porto-Alegrense, de Porto Alegre. Títulos conquistados: campeão juvenil de 38, pelo Grêmio; campeão dos torneios de 43 e 46, ainda pelo campeonato gaúcho; campeão carioca de 45, 47, 49, 50 e 52; campeão dos campeões de 48 e vice-campeão do mundo de 50.

VAVÁ – Edivaldo Ezídio Neto é conterrâneo de Ademir, tendo nascido no Recife, aos 12 de novembro de 1934. Começou em 49, no S.C. Recife. Sagrou-se bicampeão juvenil de Pernambuco. Mede 1,75 e pesa 68 quilos. Em 51 veio para o Vasco, como amador, continuando nesta situação defendendo o grêmio da Cruz de Malta. Jogou duas vezes na equipe titular, estreando contra o Bangu, marcando o gol da vitória; jogou o prélio de encerramento da campanha do Vasco, atuando frente ao Olaria. Foi titular da meia-esquerda da seleção brasileira que disputou as Olímpíadas de Helsinque, em julho de 1952.

FRIAÇA – Albino Friaça Cardoso nasceu no Estado do Rio, em 20 de outubro de 1924, na cidade de Porciúncula. Contudo, iniciou sua carreira futebolística em Carangola, Minas Gerais. Em 45, juntamente com o seu companheiro de ala, naquela cidade mineira, Elgem, transferiu-se para São Januário, onde atuando pelo quadro de aspirantes chamou logo a atenção de todos, como ponta-esquerda. Mais tarde, ascendeu ao quadro efetivo. Devido à sua versatilidade como jogador é elemento de grande utilidade para qualquer plantel, pois joga, indiferentemente, em qualquer posição da linha de ataque. Em 49, integrando o quadro do São Paulo Futebol Clube sagrou-se campeão bandeirante, retornando ao Vasco em 51. É campeão carioca de 45; paulista de 49; campeão brasileiro; campeão dos campeões de 48; vice-campeão do mundo em 50 e campeão pan-americano de 51.

JANSEN – Jansen José Moreira é carioca, tendo nascido em 10 de julho de 1927. Mede 1,72 e pesa 68 quilos. Jogou este ano como ponta-esquerda. Iniciou-se como juvenil do América em 42, e um ano mais tarde transferiu-se para o Grêmio da Colina. No Vasco da Gama era amador; e em meio à temporada foi contratado pelo clube campineiro, Ponte Preta. Integrou a seleção de amadores que disputou as Olimpíadas de Helsinque, em julho de 52, como ponta-esquerda, formando ala com Vavá. É campeão juvenil de 44; aspirantes nos anos de 46, 47, 48 e 49; e profissional de 50, todos os títulos defendendo as cores do Vasco. Campeão Sul-Americano de Amadores, título alcançado no Chile em 49; Campeão Sul-Americano Universitário de 1950.

TÉCNICO: GENTIL CARDOSO – A Gentil Cardoso, quer queiram ou não, cabem os méritos da recuperação dos jogadores vascaínos. Foi o verdadeiro mago da “ressurreição” do famoso plantel vascaíno. Um plantel – é bom que se diga – tido e havido como liquidado. Mas os resultados do trabalho profícuo de Gentil aí estão: o Vasco da Gama campeão da cidade; e os jogadores, que foram considerados como acabados para o futebol, em plena forma, foram, quase todos, novamente convocados para a seleção brasileira. Barbosa, Eli, Danilo, Ademir e Ipojucan, cinco deles, defenderão, mais uma vez, o renome do nosso “soccer”, em campos peruanos. E estamos certos de que hão de fazê-lo com o brilho de sempre.

Gentil Cardoso é o mais antigo “coach” do Brasil, tendo-se iniciado como treinador no Sírio-Libanês, em 1929. Foi precursor do WM no nosso futebol, numa época em que não se admitia a sistematização, mentalidade que perdurou durante muito tempo, haja vista a campanha que sofreu o competente treinador húngaro Dori Kruschner, em 1935.

Declarações de Gentil Cardoso:

“Embora desde o início de minha carreira usasse o WM, isto em 1929, no antigo Sírio-Libanês, somente em 32, quando dirigia o Bonsucesso, comecei a ser alvo de críticas, devido ao meu método de trabalho. E como era obrigado a vir a público para defendê-lo ganhei um título: o de falador.”

Sobre ser partidário da sistematização no futebol, apesar das decantadas virtudes individuais dos jogadores brasileiros:

“A priori, devo dizer-lhe que a minha formação naval, em contato com as marinhas inglesa e americana, ensinou-me que a especialização e o método conduzem a resultados positivos. É um verdadeiro axioma, e os axiomas não se discutem; são evidentes por si sós… E as decantadas virtudes dos jogadores nacionais fortalecem a nossa convicção da especialização, e consequentemente o aperfeiçoamento.”

“E se assim não fosse, não se lapidariam os gênios…”

Fonte:
Esporte Ilustrado Nº 775, de 12.02.1953, edição especial.
Edição: Paulo Luís Micali

Ferroviária de Araraquara: 62 anos de existência

Ferroviária de Araraquara: 62 anos de existência
Neste 12 de abril de 2012, a Ferroviária de Araraquara completa 62 anos e tem uma bela história nos registros do futebol.

Com o declínio acentuado do sistema ferroviário no Brasil, as agremiações de futebol que nasceram com ligação estreita junto às ferrovias acabaram sucumbindo.
Tivemos boas representações que fizeram história no futebol mas que não resistiram às transformações marcadas pelo tempo. Vide Ferroviária de Assis, Botucatu e Pindamonhangaba, para ficarmos no âmbito paulista. Esses clubes têm um histórico de respeito, mas não se sustentaram.

A Ferroviária de Araraquara, apesar das muitas e aflitivas situações de dificuldade manteve-se em atividade, fazendo frente às adversidades e tendo como trunfo maior a força do seu nome, pela rica história que criou. A Ferroviária de Esportes, querida de muita gente, foi a primeira a afrontar os clubes grandes, tornando-se também grande no final dos anos 50 e nos anos 60.

Camisa da AFE em exposição no Museu da Arena da Fonte - Araraquara/SP

Jogando um futebol técnico e vistoso, a Ferroviária fez com o Santos F.C. o clássico da técnica. Era o jogo mais bonito de ser visto.

“Sparrring” da Seleção Brasileira

Folha de São Paulo 30-04-1962

Era tão técnico e tão bonito o futebol afeano que os próceres do futebol nacional escolheram-na, em 1962, para servir de “sparring” da Seleção Brasileira.
Assim, no dia 29 de abril de 1962, há 50 anos, a Ferroviária de Araraquara ajudou a Seleção Brasileira nos preparativos que culminaram com a conquista do bicampeonato mundial no Chile.
Tendo por local a cidade de Serra Negra (SP), a Ferroviária atuou dois períodos de 40 minutos contra o Selecionado Nacional, empatando o primeiro período em 0 x 0 com a Seleção Azul (Reservas). Formações:
Seleção Azul – Castilho; Jair Marinho, Mauro, Calvet e Altair; Zequinha e Mengálvio; Jair, Quarentinha, Amarildo e Germano.
Ferroviária – Toninho; Ismael, Antoninho, Mário e Zé Maria; Dudu e Bazzani; Peixinho (Mateus), Laerte, Aurélio e Benny.
O outro período de 40 minutos reuniu a Seleção Brasileira (Amarela) e a Ferroviária. Os titulares do Brasil venceram por 2 a 0, gols assinalados por Didi, ambos de bola parada: aos 5’, de pênalti, e aos 25’, de falta.
Seleção Amarela – Gilmar; Djalma Santos, Belini, Jurandir e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo.
Ferroviária – Toninho; Ismael, Antoninho, Rodrigues e Zé Maria; Dudu e Bazzani; Mateus, Laerte, David e Benny.
A arbitragem foi de Domingos de Marco (FPF), a renda somou Cr$ 1.697.700,00 e o público pagante foi de 5.034.
Portanto, num dia como o de hoje – 12 de abril – há 62 anos, era fundada a Associação Ferroviária de Esportes, de Araraquara; e há exatos 50 anos, no mês de abril, a Ferroviária servia de “sparring” à Seleção do Brasil.

Fontes:
Folha de São Paulo
Arquivo pessoal
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís Micali

O primeiro gol na Arena Fonte Luminosa

O estádio Dr. Adhemar Pereira de Barros, em Araraquara, que se popularizou com o nome de Estádio da Fonte Luminosa, sofreu uma remodelação radical, transformando-se na Arena Fonte Luminosa. A reinauguração aconteceu no dia 22 de outubro de 2009, quando Ferroviária e Ituano jogaram pela Copa Paulista.
A Ferroviária venceu por 2 a 1, numa noite de festa que contou com a presença de 21.254 pessoas. Com uniforme diferente do usual, todo amarelo, a equipe afeana inaugurou o marcador aos 35 minutos do primeiro tempo.
Laertinho, o camisa 10, cobrou infração na esquerda do ataque, no gol de entrada.
Alçou a bola na pequena área ituana, onde houve um primeiro cabeceio para a meta.
O goleiro Éder defendeu parcialmente a bola, sobrando o rebote para o lateral esquerdo Fernando Luís, que bem próximo ao gol cabeceou de forma inapelável para as malhas do Ituano, para enorme vibração da platéia presente à Arena.

Sequência fotográfica do primeiro gol da Arena Fonte Luminosa:




Texto: Vicente Henrique Baroffaldi
Edição e fotos: Paulo Luís Micali