Arquivo do Autor: Sérgio Mello

Sobre Sérgio Mello

Sou jornalista, desde 2000, formado pela FACHA. Trabalhei na Rádio Record; Jornal O Fluminense (Niterói-RJ) e Jornal dos Sports (JS), no Rio de Janeiro-RJ. No JS cobri o esporte amador, passando pelo futebol de base, Campeonatos da Terceira e Segunda Divisões, chegando a ser o setorista do América, dos quatro grandes do Rio, Seleção Brasileira. Cobri os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, Eliminatórias, entre outros. Também fui colunista no JS, tinha um Blog no JS. Sou Benemérito do Bonsucesso Futebol Clube. Também sou vetorizador, pesquisador e historiador do futebol brasileiro! E-mail para contato: sergiomellojornalismo@msn.com Facebook: https://www.facebook.com/SergioMello.RJ

Escudo raro de 1956: Clube Atlético Operário – Mafra (SC)

Por Sérgio Mello

Clube Atlético Operário é uma agremiação da cidade de Mafra (SC). Fundado 12 de Maio de 1897, como clube social (Clube Zeppelin) , ou seja, Sociedade Esportiva e Recreativa dos Operários Mafrenses (SEROM). Vinte e três anos depois mudou o nome: Em 12 de outubro de 1920, passou a se chamar: Clube Atlético Operário.

A sua Sede ficava Largo Lauro Müller (atual: Praça Lauro Müller), entre as ruas Felipe Schmidt, Ten. Ary Rauen, Comerciante Jamal Matar e Av. Pref. Frederico Heyse – Centro – Mafra (SC).

O Largo Lauro Müller de Mafra, em Santa Catarina, foi transformado em Praça Lauro Müller pela Lei Ordinária nº 54, de 5 de dezembro de 1949. A sua Praça de Esportes ficava situado na Rua Pedra Amarela, s/n, no Jardim Moinho, em Mafra (SC).

Nestes anos de glória, este clube tem muito, o que comemorar no futebol catarinense e no planalto norte, onde sempre foi uma força e até hoje é muito respeitado, quantos jogadores, que marcaram época neste clube, desfilaram seu futebol no estádio Alfredo Herbst, o popular Pedra Amarela.

Há de destacar o centroavante Chiquinho, entrou para a história do Operário, como principal artilheiro do Campeonato Catarinense de 1978, depois foi contratado pelo Figueirense de Florianópolis.

Nos áureos tempos dos anos 60, envergavam a camisa operariana com muito brilho, o zagueiro Tutão, fez tanto pelo futebol mafrense, que tem ginásio, que leva seu nome no alto de Mafra, além de Nego Tião, centroavante DilceuRexGuimarãesFubáLisandro o xerife e Mano, entre outros.

Nos anos 70, há de enaltecer, Tutinho, Nelinho, Airton Torto, Camiseta, Geada, Nereu Tatara, Nereu Baum, os laterais João Stock e Mario Bartnack, no meio de campo XepaBrandeburgo, o zagueiro Henrique a maioria deles citados, já faleceram, mas marcaram seu nome no glorioso Operário.

Nos anos 90 o Operário disputou a 2ª divisão de profissionais, época que o clube começou a ser administrado pela Sociedade Esportiva e Recreativa Operários Mafrenses (Zeppelin). A maioria dos jogadores eram prata da casa, Tarcísio, Hilário, Abel, Partala, Partalinha, Silvio Lanski, Mineiro, Odir, Edson Eckel, Dejair, Loriel, Miguelzinho e Marcelo.

Escudo raro da década de 60

Hoje o Operário continua no auge do profissionalismo, devido à paixão de Edmar Heiler por este clube, onde depois de vários anos, voltamos ao cenário catarinense. No ano de 1999 ressurgiu na Série C, fazendo uma ótima campanha, ficando entre os semifinalistas, fez jogos memoráveis contra Guarani de Palhoça e XV de Outubro de Indaial. No ano de 2015 o Operário comprou a vaga do Canoinhas Atlético Clube e ressurgiu na Série B do Catarinense.

ESTÁDIO

estádio Alfredo Herbst o popular Pedra Amarela, terreno doado pela família Herbst, recebeu jogos memoráveis, os famosos Peri-Ope, o clássico das multidões, onde até hoje é lembrado, por quem teve o privilégio de assistir estes confrontos, parava a cidade de Mafra aos domingos a certeza de jogos emocionantes, muitas vezes acabava em pancadaria.

HISTÓRIA DESTE CLÁSSICO

Tantas histórias marcaram este clássico Peri-Ope, em campo jogadores que marcaram seus nomes no futebol mafrense, muitos deles já não estão mais em nossos meios. Em 1961 neste clássico houve até trocas de tiros entre um policial e um jogador do Peri. Estava 1 a 0 no primeiro tempo para o Peri, quando o juiz marcou um pênalti. Aí o Jogador Kid do Peri, chamou o juiz de ladrão e foi expulso. Até a polícia precisou ser chamada para que o jogador deixasse o campo pelo lado da torcida do Operário.

O estádio estava cheio. Na sequência o jogador ainda agrediu um policial que disparou dois tiros, que por sorte não acertou ninguém. O jogador saiu correndo em ziguezague. Em seguida dois policiais pegaram o jogador que ainda acertou um soco em um deles. A partida virou uma confusão. Na época não existia cartão amarelo nem vermelho. O Juiz acabou tendo que chamar o Exército para terminar com a pancadaria e a partida terminou ali mesmo.

Equipe Juvenil do C.A. Operário de 1975

PROFISSIONAL

Clube Atlético Operário foi profissionalizado em 1977, sendo incluído no Campeonato Catarinense de profissional, recebendo equipes de ponta de Santa Catarina, Figueirense, Avaí, Joinville, Comerciário (hoje Criciúma)Chapecoense, entre outras, apresentando uma boa campanha.

Em 1978 passou a disputar as finais do campeonato catarinense, após sagrar-se campeão de sua chave e encerrou sua participação dentre os primeiros colocados.

TÍTULOS

Tem quatro títulos da Liga Esportiva Catarinense do Campeonato Regional da Zona Norte, em 1947/48/56 e 1962.

ILUMINAÇÃO

Uma das maiores aspirações do torcedor mafrense, foi realizado em maio de 1980, com a inauguração do sistema de inauguração do estádio Alfredo Herbst, foi uma festa que ficou marcada no esporte, com a participação de várias autoridades políticas.

Dentre as autoridades destacamos o governador do estado, Jorge Konder Bornhauser o prefeito mafrense Plácido Gaissler, que muito lutou para realizar este sonho da iluminação no estádio.

Time posado da década de 60.

MAIOR PÚBLICO

Foi o maior público registrado até hoje no estádio Alfredo Herbst, estava totalmente tomado, faltava lugares para acomodar a fanática torcida operariana, mais de 3 mil torcedores fizeram parte desta festa de inauguração da iluminação.

Na ocasião o Mafra Atlético Clube, que passou a denominar-se, esta agremiação em 21 de setembro de 1979, enfrentou o Joinville Esporte Clube, pelo Campeonato Catarinense da divisão especial, naquela época não existia segunda divisão.

Com nomes consagrados na equipe do MAC, o goleiro Roberto, o meio campista Luiz Everton, os atacantes Chiquinho e Mauricio, apontou o empate em 00 a 00, contra a consagrada equipe do JEC, comandado pelo técnico Velha, o goleiro Borrachinha o meio campista Nardela e o atacante Zé Carlos Paulista.

FAMÍLIAS MARCANTES

Quantas famílias marcaram seu nome na história do Operário, onde destacamos, Herbst, Pigatto, Mann, Oscar Scholze, Abelardo Luiz de Oliveira, Weinschutz, Álvaro Weber, Cavalheiro, Arthur Sallai, Tadeu Munhoz, Boetcher e Heiler, entre tantas outras que de alguma forma, contribuíram e estão contribuindo, para com esta agremiação, que é a paixão do torcedor mafrense.

ARTE: Desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

COLABOROU: Cícero Alves Urbanski

FONTES & FOTOS: Página do Facebook “C.A. Operário Mafrense” – Blog Camisa 10 – Click Rio Mafra – Página do clube no Facebook – Página do Instagram “Torcida Fanáticos do Glorioso

Noroeste Atlético Clube – Umuarama (PR): disputou o Estadual da 2ª Divisão de 1995

Por Sérgio Mello

O NAC – Noroeste Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de Umuarama, situado a 558 km da capital (Curitiba) do estado do Paraná. Segundo o censo do IBGE/2022, a “Capital da Amizade” conta com uma população de 117.095 habitantes.

Fundado na segunda-feira, do dia 03 de abril de 1995. A sua Sede administrativa ficava no Avenida Pres. Castelo Branco, Edifício Itália – nº 3.806, no Centro de Umuarama (PR). As suas cores: vermelho, verde e branco.

Estádio Municipal Lúcio Pepino

A equipe mandava os seus jogos no Estádio Municipal Lúcio Pepino, com capacidade para 3 mil pessoas, localizado na Avenida São Pedro, nº 220, no bairro Zona III, em Umuarama/PR.

Na esfera profissional, o NAC debutou na Divisão Intermediária de 1995 (equivalente ao Paranaense da 2ª Divisão), organizado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF). A competição contou com a participação de seis clubes, divididos em dois grupos:

Grupo SulCaxias (Palmas); União (União da Vitória) e XV de Novembro (Colombo);
Grupo Norte – Maringá Futebol Clube; Arapongas e Noroeste Atlético Clube (Umuarama).

Apesar de avançar para o Quadrangular Final os dois primeiros de cada grupo, o Noroeste terminou na lanterna da sua chave e deu adeus ao sonho do acesso. No final, o Maringá Futebol Clube se sagrou campeão da Divisão Intermediária de 1995.

ARTE: Desenho dos escudos e uniforme – Sérgio Mello

FOTOS: Prefeitura de Umuarama – Páginas do Facebook “Central Umuarama” e “Acervo Futebol do Interior Paranaense – Profissionais”

FONTES: Levy Mulford – Rsssf Brasil

Humaytá Futebol Clube – Mossoró (RN): Fundado em 1919

Por Sérgio Mello

O Humaytá Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de Mossoró (conta com uma população de 264.577 habitantes, segundo o censo demográfico do IBGE de 2022), localizado a 281 km da capital (Natal) do estado do Rio Grande do Norte.

Fundado na terça-feira, do dia 14 de outubro de 1919, o Humaytá Futebol Clube foi 1º grêmio esportivo da cidade de Mossoró/RN. O clube participou de diversas edições do Campeonato Citadino de Mossoró, onde travou grandes jogos com os seus adversários da época, como o Centro Esportivo Mossoroense, o Palmeiras Futebol Clube e o Ipiranga Esporte Clube.

Humaytá e o bando de Lampião

O episódio, ocorrido às 13 horas, da segunda-feira, do dia 13 de junho de 1927, mostrou a coragem, a determinação e a união dos mossoroenses. A população, liderada pelo então prefeito Rodolfo Fernandes, reuniu-se, armou-se como pôde e conseguiu defender a cidade do ataque de Lampião e seu bando. A resistência inesperada de Mossoró é hoje um marco histórico e motivo de orgulho para os seus cidadãos.

O famoso cangaceiro e seu grupo planejavam saquear a próspera cidade, que na época já se destacava por sua produção de sal e petróleo. No entanto, ao contrário de outras localidades, Mossoró reagiu: montou barricadas, distribuiu armas entre seus moradores e aguardou o bando de cangaceiros. Quando o combate começou, a coragem dos mossoroenses prevaleceu, resultando na retirada do bando e marcando a resistência como um triunfo da cidade sobre o temível Lampião.

Como tudo aconteceu

No entanto, o clima festivo foi abruptamente interrompido com a notícia que começou a circular: Virgulino Ferreira, o temido cangaceiro conhecido como Lampião, estava se aproximando da cidade.

A sociedade de Mossoró estava fervilhando de animação na noite de domingo, do dia 12 de junho de 1927, graças a uma grande celebração organizada pelo Humaytá Futebol Clube. A festa, repleta de glamour, acontecia na véspera do dia de Santo Antônio.

Poucas horas antes, Lampião e seu bando haviam atacado a vila vizinha de São Sebastião (hoje conhecida como município de Governador Dix-Sept Rosado). Em questão de instantes, o rigoroso código de vestimenta da festa – branco para os cavalheiros e azul e branco para as damas – perdeu o seu charme. O acontecimento desfez o clima de elegância que prevalecia, abalando a elite do sertão que, até então, desfrutava de um momento de pura ostentação.

O coronel Rodolfo Fernandes, o prefeito, já havia alertado, nos últimos dias, sobre o perigo do ataque do rei do cangaço ao município. Contudo, a maioria dos residentes parecia desacreditada.

A tranquilidade era tamanha que, naquele mesmo dia, 12 de junho, Mossoró parecia mais absorvida pelo aguardado jogo de futebol entre Ipiranga e Humaytá do que pela possibilidade de uma invasão por Lampião. O jogo de futebol ocorreu sem maiores ocorrências. Porém, a atmosfera do baile mudou drasticamente.

Apesar dos esforços de alguns participantes e dos diretores do Humaytá para minimizar as notícias que chegavam de São Sebastião, a festa foi dominada por uma onda de inquietação e medo. O som agudo do apito da locomotiva ferroviária ecoava sobre o pânico dos mossoroenses, conforme descrito pelo jornalista Lauro da Escóssia, que testemunhou os eventos, em seu livro “Memórias de um Jornalista de Província”. Os trens começavam a se movimentar, conduzindo famílias e quantos quisessem fugir de Mossoró. Segundo ele, durante toda a noite e na manhã seguinte, a ferrovia permaneceu ininterruptamente agitada.

Nas primeiras horas da manhã de 13 de junho, muitos moradores de Mossoró, que naquela época contava com cerca de 20 mil habitantes, já haviam abandonado suas casas.

No entanto, o êxodo não era apenas um resultado do medo. A estratégia traçada pela prefeitura, que conseguiu assistência oficial em termos de armas e munições, porém não em efetivos para combate, era manter na cidade somente os cidadãos que pudessem estar armados.

Na avaliação do coronel Rodolfo Fernandes, um ambiente mais vazio aumentaria a chance de resistir à invasão do bando de cangaceiros. Havia algum tempo que Lampião cogitava a audaciosa tarefa de invadir Mossoró.

Essa seria a mais grandiosa tentativa de saque do seu bando, conforme relata o historiador Frederico Pernambucano de Mello em seu livro “Guerreiros do Sol”, onde argumenta que o cangaço era um modo de vida.

Pouco antes de alcançar a cidade, Lampião enviou um bilhete à prefeitura, numa clara tentativa de extorsão. No bilhete, Lampião exigia um pagamento de 400 contos de réis para poupar a cidade de um ataque.

Esse montante era ao menos dez vezes maior do que o que ele costumava solicitar em situações similares. Na tarde do feriado de Santo Antônio, 13 de junho, ele e seu bando já se posicionavam nas imediações do município potiguar.

Lampião, ao centro, e o seu bando

Sangue e areia mancharam a reputação do Rei do Cangaço

Lampião liderava um bando de 53 cangaceiros. No entanto, ele não esperava encontrar uma resistência composta por pelo menos 150 homens armados defendendo a cidade. O jornalista Lauro da Escóssia estava no local, testemunhando tudo de perto.

Durante toda a noite, disparos de armas podiam ser ouvidos. “Parecia uma noite de São João bem comemorada”, escreveu em O Mossoroense. Enquanto isso, as mulheres oravam a outro santo junino, Santo Antônio, homenageado naquele dia.

Durante o ataque, Lampião sofreu perdas significativas em seu bando. Colchete teve parte do crânio destruída por balas. Jararaca, após ser capturado, foi praticamente enterrado vivo.

Em menos de uma hora depois do início do confronto, o capitão do sertão – um dos muitos apelidos do famoso cangaceiro – percebeu que conquistar a cidade seria praticamente inalcançável.

Então, ele ordenou a retirada do seu bando, na tentativa de evitar mais baixas e proteger ainda mais sua reputação. “A partir desse momento, a estrela do bando começaria a brilhar cada vez menos”, escreveu o historiador Pernambucano de Mello.

Comemorada todos os anos, a data de 13 de junho é uma ocasião em que a cidade reverencia a sua resistência contra o bando de Lampião, a qual se tornou um símbolo da valentia e da unidade do povo de Mossoró.

O acontecimento é lembrado no Museu do Sertão, que reúne uma rica coleção de itens históricos e uma exposição permanente sobre o cangaço. Além disso, a cidade realiza uma encenação ao ar livre da resistência, chamada “Auto da Liberdade”, que atrai milhares de visitantes todos os anos. O espetáculo conta com a participação de atores locais e narra, de maneira dramática, os eventos daquele dia de 1927.

A data é sempre um lembrete do espírito de união, força e coragem da população mossoroense, que fez história ao ser a primeira cidade a resistir ao bando de cangaceiros de Lampião.

A resistência de Mossoró não só marcou a história da cidade como também sinalizou o início do declínio do cangaço no Nordeste brasileiro. A partir daí, a invencibilidade de Lampião foi questionada e outras localidades foram encorajadas a se opor à ameaça do cangaço. A corajosa cidade de Mossoró é uma prova viva de que, com união e determinação, é possível enfrentar e superar qualquer desafio.

ARTE: desenho do escudo e uniformes – Sérgio Mello

FOTO: Acervo de Walter Wanderley

FONTES: jornalista e escritor, Lauro da Escóssia – O Melhor de Natal

Escudo e uniforme de 1910: Sport Club Rio Grande – Rio Grande (RS)

Por Sérgio Mello

O Sport Club Rio Grande é uma agremiação do município do Rio Grande, situado no litoral sul do estado do Rio Grande do Sul. A localidade, segundo a estimativa do censo do IBGE de 2021, conta com uma população de 191.900 habitantes. Fica a 317 km da capital de Porto Alegre.

O “Vovô” foi Fundado na quinta-feira, do dia 19 de julho de 1900, por Alfredo Kladt, Amadeu Schmidt, Arthur Cecil Lawson, Boje Schmidt, Carlos Bornhorst Filho, Gustavo Poock Júnior, Henrique Buhle, J. Minnemann, Manoel E. Castro, Max Bornhorst, Oscar Schmidt e R. Kladt. As suas cores são o verde, vermelho e amarelo, em referência à bandeira do estado do Rio Grande do Sul.

O 1º Presidente foi o Sr. Rodolpho Dieticker, que governou por quatro mandatos (1900, 1901, 1903 e 1903). A sua Sede fica localizada na Rua General Bacelar, nº 197, no Centro do Rio Grande/RS. Já o Centro Esportivo Denis Lawson (Estádio Arthur Lawson) fica na Avenida Itália, nº 1.815, na Vila Trevo, no Rio Grande/RS

S.C. Rio Grande: O clube mais antigo do Brasil!

O clube foi registrado na Confederação Brasileira de Desportos (CBD), o clube de futebol mais antigo do Brasil, em 22 de julho de 1975, o Almirante Heleno Nunes enviou o Ofício nº PRE(SAD) 7111, confirmado pelo Ofício PRE(SAD) 7281, com o seguinte teor:

Em adiantamento ao nosso Ofício 7111 de 22 do corrente, informamos V.S. ter sido anotado, nos registros da Confederação Brasileira de Desportos, que o Sport Club Rio Grande é o clube de futebol mais antigo do Brasil. Por outro lado, comunicamos que foram arquivados todos os documentos enviados por V.S. comprovando o fato.”

Em 28 de Julho de 1975, a Extinta Confederação Brasileira de Desportos (CBD), sucedida pela atual CBF, envia Oficio Pré (SAD) nº 7281, informando que o clube foi anotado como clube de futebol MAIS ANTIGO DO BRASIL, assinado pelo Pres. Heleno de Barros Nunes e Pres. Do S. C. Rio Grande Jorge Numa.

Outra marca importante: o clube foi considerado de Utilidade Pública Municipal pela Lei nº 1.979, de 25/11/1968 e considerado Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul pela Lei 12.225, de 05/01/2005.

Estádio das Oliveiras e Arthur Lawson

No domingo, do dia 20 de Novembro de 1904 o Sport Club Rio Grande adquire da Intendência Municipal, por concorrência pública, no valor de Cr$ 1.200,00 (mil e duzentos), um terreno para construir a Praça de Esportes localizada na Av. Buarque de Macedo.

Presidido por Arthur C. Lawson, no domingo, do dia 03 de Julho de 1910, foi construído o 1º Pavilhão Social do futuro Estádio, na ocasião foi disputado um jogo inaugural, onde o S. C. Rio Grande venceu o Sport Club Pelotas pelo placar de 3 a 2.

Em 1911, foi concluída a construção do Estádio das Oliveiras. As instalações originais do 1º Pavilhão Social do Estádio foram destruídas num grande incêndio, sinistro datado na quinta-feira, do dia 13 de setembro de 1934.

O 2º Pavilhão foi então erguido, e teve inauguração na segunda-feira, do dia 19 de julho de 1948, em ato cerimonial comemorativo alusivo aos 48 anos de existência do Clube, que na ocasião era presidido pelo Sr. Ernani R. Lages.

O ​Estádio Arthur Lawson, com Capacidade para 4.661 pessoas, foi inaugurado no sábado, do dia 31 de Agosto de 1985, na derrota para o Grêmio Santanense por 5 a 2. O técnico foi o ex-atacante Nandinho. O árbitro da FGF foi o riograndino Aimoré Silva.

Primeiro gol do estádio, jogador do Grêmio Santanense João Pedro. O 1º gol do S.C.R.G., foi assinalado por Baltazar. Era presidente Nelton V.P. Feijó. Jogo válido pelo Campeonato Gaúcho da 3ª Divisão de 1985.

História da fundação do S.C. Rio Grande

Os primeiros movimentos que redundaram na fundação do clube, começam no final do século retrasado e alvorecer do século passado, eis os fatos: A humanidade vivia em clima de paz e de otimismo na velha Europa, uma espécie de coexistência pacifica entre as três potências econômicas da época: Alemanha, Inglaterra e França.

Havia muita euforia no mundo, com a expansão acelerada da economia e com novas descobertas. Germinavam novas ideias e novos ideais, no campo do direito, na economia e na sociologia.

Os três gigantes dividiam um mercado próspero e ávido em todos os continentes. O Brasil tinha 11 anos de república e seus portos se agitavam em comércio intenso com o exterior. A cidade de Rio Grande, berço da civilização Rio Grandense, estrategicamente situada no extremo meridional do Estado do Rio Grande do Sul era inebriada por intensa atividade portuária e fabril.

Falava-se em pé de igualdade, o Alemão, o Francês e o Inglês com a Língua Portuguesa. A Sociedade local, era cosmopolita e isto influência as artes, as letras e a cultura em modo geral. As maiores companhias teatrais da época, tinham passagem obrigatória em Rio Grande, oriundas do velho continente. Os clubes fechados, reuniam os nacionais de cada país.

Surgiram clubes Alemães, Ingleses, como os tradicionais Clube do Comércio e Clube de Regatas Rio Grande. O “Sport” na Europa surgiria numa modalidade viril que vinha se tornando o encanto da juventude. Era o “Foot Ball”, disputa que exigia muita coragem dos competidores. A notícia chegou rápida, e nesse ambiente, um grupo de jovens de 20 a 25 anos, resolveram se reunir para organizar um Clube esportivo que viesse a difundir no solo Pátrio, a atraente modalidade.

Foi quando o jovem alemão JOHANNES CHRISTIAN MORITZ MINNEMANN nascido em Hamburgo em 17 de julho de 1875, reuniu alemães, ingleses, portugueses e brasileiros, com o fito de fundar um Clube, nos escritórios da extinta firma THONSEN & Cia., JOHANES MINNEMANN, além de fundador, foi orador, secretário, guarda esportes e atleta, e conseguiu projetar e realizar a fundação do Sport Club Rio Grande.

Ele estava a pouco tempo no Brasil e ainda dominava muito mal o vernáculo. Como secretário do grupo fundador, ajudou a redigir os documentos iniciais no mais puro alemão. Razão pela qual os registros da fundação do Clube estão escritos neste idioma, em caracteres góticos.

O entusiasmo de Minnemman era contagiante. Assim programada a reunião inicial marcada para o sábado, do dia 14 de Julho de 1900, com início às 20h30min., sendo escolhido o local da “Casa dos Atiradores” também conhecido pelo nome germânico de “Tiro Alemão“.

A convocação era também para um “match”, que seria realizada na mesma manhã, entre às 9 e 10h30min., com a participação das equipes A e B. Prova-se assim, com este documento oficial, que já se praticava o esporte bretão, nos campos da cidade do Rio Grande.

Entretanto não foi ainda no dia 14 de Julho de 1900, a lavratura da ata de fundação. Foi marcada então nova data. Seria uma terça-feira, dia 17 de julho, na sede do Clube Germânia, no prédio situado a rua Benjamim Constant esquina Conde de Porto Alegre, atualmente mais recentemente conhecida como ‘Sociedade Cruzeiro do Sul’, alteração sofrida em 1952, ao reabrir suas portas, fechadas com a eclosão da II Guerra Mundial em 1943.

O Clube Germânia, fundado em 1863, era á época, uma sociedade chamada fechada, privada a alta sociedade Alemã e aos seus familiares. Assim na noite de 17 de Julho de 1900, houve um protesto de um dos associados, que não concordava com a concessão da Sede para realização de uma reunião que também congregava elementos de outras raças.

Foi preciso um esforço intenso dos interessados de nacionalidade alemã para a realização da reunião no sentido de contornar o impasse, sendo finalmente a mesma sido realizada na quinta-feira, do dia 19 de julho de 1900, no referido Clube Germânia, quando foi fundado o Sport Club Rio Grande.

Dessa reunião existe até hoje o texto do discurso pronunciado por Johannes Minnemann, em língua alemã. Estavam presentes à reunião, os cidadãos de diversas nacionalidades, que assinaram a Ata de Fundação:

R. Schwamerkurg     –     R. Kladt     –     R. Dietiker     –     S. W. Robinson     –     M. E. Castro     –     R. BernittO. Bernitt     –     N. Benz     –     E. Kunz     –     C. Nieckels     –     F. Reimar     –     H. Volkers     –     G. KladtM. Bornhorst     –     E. Lohmann     –     J.C.M. Minnermann     –     Walter Gerdau     –     Boje SchmidtArthur Cecil Lawson     –     William R. Ashlin     –     Henrique Buhle     –     O. Bernitt.

Cores do clube

Na sexta-feira, do dia 12 de julho de 1901, foi realizado uma Assembleia Geral, ficando na ocasião estabelecido, que as cores do clube seriam as mesmas da Bandeira Rio-grandense: verde, vermelho e amarelo.

Diga-se de passagem, que a história do futebol está intimamente a pessoa de Charles Miller, nascido em São Paulo, em 24 de Outubro de 1874. Estudou no Reino Unido, retornando ao Brasil em 18 de Fevereiro de 1894. Foi neste ano que introduziu a prática do futebol no seu clube, São Paulo Athletic Club, que tinha como principal atração o “Cricket“.


Os pioneiros do futebol nacional

1894São Paulo Athletic Club – São Paulo (Clube de “cricket” onde CHARLES MILLER, um de seus sócios, introduziu o futebol no Estado de São Paulo. O Clube fechou o futebol no início do século, voltando às atividades sociais e esportivas, para as quais foi fundado).
1898A.A. Mackenzie College – São Paulo (departamento de futebol extinto).
1899Sport Club Internacional – São Paulo (extinto).
1899S.C. Germânia – São Paulo (departamento de futebol extinto).
1900Sport Club Rio Grande – Rio Grande/RS (Clube de Futebol Mais Antigo em Atividade inimterrupta, fundado em 19/07/1900).
1900Associação Atlética Ponte Preta – Campinas/SP (fundado em 11/08/1900).
190214 de Julho – Santana do Livramento/RS (fundado em 14/07/1902).
1902Fluminense Foot Ball Club – Rio Janeiro/RJ (fundado em 21/07/1900).
1903Esporte Clube Vitória – Salvador/BA (fundado em 13/09/1903).
1903Grêmio Foot Ball Porto Alegrense – Porto Alegre/RS (fundado em 15/09/1903).

Curiosamente dos Precursores, restaram como Mais Antigo, o nosso Sport Club Rio Grande de 19/07/1900 e como segundo mais antigo a Ponte Preta, fundada em Agosto do mesmo ano. Os demais foram tragados pelo tempo ou retornaram a suas atividades esportivas iniciais, embora tenham sido fundados anteriormente.

1º jogo do Sport Club Rio Grande

​A primeira partida contra equipes externas, foi no ano da fundação, contra os marinheiros do navio inglês “NYMPH” que visitava a cidade. Terminou em empate de 2 a 2 . Na época, o Sport Club Rio Grande, possuía duas equipes, “A” e “B“.

TIME “A”: Artur Lawson, Barthgen, A. Kladt, Schimidt, Bonhorst, Buhle, Poock, Trail, Robinson, Minnemmann e Legeren

TIME “B”: G. Kladt, R. Bernitt, Stewart, Benz, Dietiker, R. Kladt, Gerdau, Darlsy, Volckers, Ernst e Castro.

​Primeiros jogos internacionais

A partir daí, passou a fazer diversas apresentações pelo estado do Rio Grande do Sul. Em 1901 lançou o futebol em Pelotas/RS, 1903 em Porto Alegre, em festividade memorável para os porto-alegrenses. Em 1906 foi fazer a sua demonstração na cidade de Bagé/RS.

Foi ainda o primeiro clube brasileiro, a realizar uma partida internacional, em 1910 contra o Clube Atlético Estudiantes, da Argentina e em 1911 contra a Seleção Uruguaia. Em 1912 contra o “scratch” Paulista. Em 1919, contra a Seleção Argentina.

Títulos em todas as divisões

​Em 2014, O Sport Club Rio Grande garantiu uma marca histórica no futebol gaúcho, com o título da Série B do Gauchão e é, juntamente com o Guarany Futebol Clube, da cidade de Bagé/RS, um dos únicos clubes do Rio Grande do Sul a conquistar o título de todas as Divisões estaduais, triunfando na Primeira Divisão em 1936, a Segunda Divisão em 1962 e a Terceira Divisão em 2014.

Atletas Riograndinos destaques que passaram pelo Clube:

Fruto – Atleta símbolo do Clube.

Scala e Neca – Ambos integrantes da Seleção Brasileira.

Alcindo Martha de Freitas (O Alcindo)Seleção Brasileira de 1966.

Toquinho, oriundo das categorias inferiores, brilhou no futebol paulista, Portuguesa de Desportos.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

Colaborou: Moisés H G Cunha

FOTOS: Revista Trip (julho de 2003)

FONTES: Site do Sport Club Rio Grande – RAMOS, Miguel Glaser. SC Rio Grande – Centenário do futebol brasileiro. Rio Grande: Editora da FURG, 2000, 211 p. – Memorial JOHANNES CHRISTIAN MORITZ MINNEMAN – DACOSTA , LAMARTINE (ORG ). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CONFEF  2006 , Artgo: Futebol em Rio Grande-RS, por: Leonardo Trápaga Abib – Revista GOOOL nº 77 ano 2000/edição histórica; S.C. Rio Grande

Volante Atlético Clube – Fortaleza (CE): Uma participação na 1ª Divisão Cearense de 1950

Por Sérgio Mello

O Volante Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de Fortaleza (CE). Fundado em Dezembro de 1930, por motoristas da Praça da cidadeAssociação dos Chanffeurs do Ceará“. A sua Sede na Rua Marechal Deodoro, s/n, no bairro Benfica, em Fortaleza/CE.

Disputou o Campeonato Cearense da Segunda Divisão em 1940 e 1941. Nesse período, o Volante teve algum sucesso na divisão de acesso, sendo considerado um dos conjuntos mais fortes.

A sua primeira e única participação na Elite do Futebol Cearense aconteceu em 1950, quando o Volante terminou na 8ª colocação. Nessa competição o clube já estava atuando nas cores em preto e branco.

Após realizarem sete jogos (nenhuma vitória, um empate e seis derrotas; sete gols pró, 20 gols contra e um saldo negativo de 13), Porangaba e Volante foram eliminados por falta de pagamento à federação e suas partidas foram anuladas.

A foto acima remete a partida, do dia 10/09/1950, na goleada sofrida para o Ceará pelo placar de 7 a 2.

Abaixo, as partidas realizadas pelo time dos motoristas:

3ª-feira – 15 de agostoGentilândia2X2Volante
6ª-feira – 15 de agostoFortaleza2X0Volante
Domingo – 10 de setembroCeará7X2Volante
Sábado – 23 de setembroNacional1X0Volante
Domingo – 08 de outubroAmérica3X2Volante
Sábado – 21 de outubroPorangaba3X1Volante
Sábado – 05 de novembroFerroviário2X0Volante
7 jogos e um ponto – nenhuma vitória, um empate e seis derrotas; sete gols pró, 20 gols contra e um saldo negativo de 13
Outro modelo do escudo da década de 40

FOTOS: Jornal Unitário – Acervo de Yan de Abreu

Colaborou: Yan de Abreu e Roberto Feitosa

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FONTES: Rsssf Brasil – diversos jornais cariocas e cearenses  

1º Escudo: União Bandeirante Futebol Clube – Bandeirantes (PR)

Primeiro distintivo

O União Bandeirante Futebol Clube foi uma agremiação da cidade de Bandeirantes (uma população de 31.526 habitantes, segundo estimativa do IBGE de 2018), que fica a 381 km da capital do estado do Paraná.

O ‘Caçula Milionário’ foi Fundado no domingo, do dia 15 de Novembro de 1964, com o fim exclusivo de participar do Campeonato Paranaense de Futebol profissional. O 1º nome do clube foi denominado de Usina Bandeirante Futebol Clube, com a ideia de se propagar o nome da indústria dirigida pelos seus fundadores. Com a fusão com o Guarani, foi sugerido o nome de União.

A sua Sede social ficava na Rua Benedito Bernardes de Oliveira, nº 1.079, no Centro de Bandeirantes (PR). O Estádio Comendador Luís Meneghel, com Capacidade para 8 mil pessoas, estava situado na Rua Vicente Inácio Filho, s/n, na Vila Maria, em Bandeirantes/PR.

O crescimento do clube deve-se muito a chegada do campeão mundial de 58 Nilton De Sordi, contratado pelo presidente A. Meneghel nos anos 60 para a lateral-direita do União e atraindo multidões aos dias de jogos.

Nas décadas de 60 e 70, o União já mostrava sua força na revelação de jogadores. Os primeiros a se destacarem no futebol paranaense foi a dupla Paquito – atual auxiliar técnico do Coritiba – e Tião Abatiá.

Assim que foi montado o time profissional pelo competente técnico Pupo Gimenez em 1964, num dos últimos coletivos para estrear no campeonato da 1ª Divisão, um determinado repórter da Rádio Cabiúna se aproximou do saudoso Sr. Luís Meneghel que assistia ao treino junto ao alambrado e comentou:

Seu Luís, o senhor está gostando do time? Ao que nos consta, só falta o entrosamento para que o time fique perfeito!” … Imediatamente o Sr. Luís respondeu: – “Veja onde é que está esse jogador que vou pedir para o meu filho Antoninho comprá-lo!” … hehehe! Pelo visto, dinheiro na época não era problema!

EM PÉ (esquerda para a direita): Serafim, Orlando Maia, Geraldo Roncatto, Tião Macalé, Orlando e Pescuma;
AGACHADOS (esquerda para a direita): Tião Abatiá, Paquito, Carlinhos, Charuto e Osvaldinho.

Cinco finais e todos terminou com o vice

Em 1966, o time do norte do estado perdeu o título do Paranaense para o Ferroviário, mas em compensação teve o artilheiro do campeonato Paquito com 13 gols.

Nos anos de 1969 e 1971, o União foi vice-campeão estadual perdendo o título para o Coritiba. Tião Abatiá marcou 19 gols no estadual de 71.
Em 1989 o União voltou a disputar a final do Campeonato Paranaense, mas perdeu novamente para o Coritiba, na 1ª partida 0 a 0 e no último jogo 2 a 0 para o Coxa no Couto Pereira.

Em 1992, o União nunca esteve tão perto de ser campeão, mas perdeu o título do estadual para o Londrina no Estádio do Café, no 2º jogo vencia por 2 a 0 quando o Tubarão conseguiu o empate e tirou a Taça do time de Bandeirantes.

Na história gloriosa do União da Vila Maria, não podemos deixar de citar o glorioso treinador Pupo Gimenes, que muito contribuiu na formação de talentos. Nos últimos anos, o União tem feito campanhas regulares nos estaduais, batendo na porta de acesso para a Série B do Brasileiro, e disputado com brilhantismo torneios nas categorias inferiores como a Dallas Cup nos EUA, e tem revelado bons jogadores como é o caso do goleiro Fábio que já atuou pelo Cruzeiro, Santos, Atlético/PR e disputou a Copa João Havelange pelo Vasco da Gama, conquistando o título brasileiro de 2000.

Último escudo do União Bandeirante F.C.

União Bandeirante fecha as portas

Sem qualquer alarde, uma página do futebol paranaense foi encerrada na sexta-feira, do dia 4 de agosto de 2006. Após 42 anos de ininterrupta participação no Campeonato Paranaense (um recorde no interior), o União Bandeirante encerrou suas atividades, alegando dificuldades financeiras. A FPF (Federação Paranaense de Futebol) só foi comunicada da desistência em dezembro, mas a saída era esperada desde o ano passado.

O primeiro sinal veio com o afastamento (por problemas de saúde) do patriarca Serafim Meneghel do comando da Usina Bandeirante, a mantenedora do clube. Meneghel, celebrado por um vasto folclore no interior, fundou o União em 1964 e, desde então, a história de criador e criatura se confundiram.

O alvinegro obteve cinco vice-campeonatos estaduais (1966/69/71/89/92) e mostrou sangue na despedida, este ano: venceu o Coritiba, por 1 a 0, no estádio Luís Meneghel.

Entre as décadas de 60 e 70, o União revelou a “dupla caipiraTião Abatiá e Paquito (ídolos também no Coritiba) e alimentou polêmicas envolvendo seu presidente. Reza o anedotário de Bandeirante que, certa vez, Meneghel, com seu inseparável chapelão, invadiu o gramado e “convenceu” o árbitro a trocar o pênalti que favorecia o visitante Seleto de Paranaguá por um tiro de meta para o time da casa.

Se a história acima é fato ou lenda pouco importa. O fim do União Bandeirante encerra uma era em que o futebol do interior pertencia à uma cidade, à gente daquela cidade, ao folclore daquela cidade.

TÍTULOS
Campeonato Paranaense da Segunda Divisão: 2 vezes (1988 e 1992).

HINO 

Avante União Bandeirante 

O caçula milionário 

Que em gramados daqui ou de lá 

Não teme nenhum adversário 

Hip! Hurra! União! 

Que em nossos corações é o primeiro 

Orgulho do esporte brasileiro!

Link do Hino: https://www.youtube.com/watch?v=Zd1loe-iM0U

ARTE: desenhos dos escudos e uniformes – Sérgio Mello

FOTO: Acervo da Flâmula, José Elcides Cunha Pires – Acervo de Navarro Júnior

FONTES: Blog Um Time Por Dia – Revista Placar 

Escudo raro de 60/70: Atlético Clube Três Corações – Três Corações (MG)

Por Sérgio Mello

Atlético Clube Três Corações é uma agremiação do município de Três Corações (com uma população de 78.079 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2024), que fica a 287 km da capital (Belo Horizonte) do estado de Minas Gerais.

O “Galo do Sul” foi Fundado no sábado, do dia 13 de Setembro de 1913, quando um grupo de apaixonados pelo futebol reuniu-se na casa do Sr. Miguel Ainda e elegeu sua primeira diretoria, tendo como Presidente o Sr. Valério Ludgero de Resende.

Inicialmente adotaram a cor vermelha e as iniciais do America do Rio de Janeiro (AFC), optando pelo nome de Atlético Futebol Clube. Tempos depois foi proposta uma nova denominação, e por todos aceita. Atlético Clube Três Corações.

O Estádio Municipal Elias Arbex, com Capacidade para 7 mil pessoas, localizado na Rua Seis, nº 92, no Jardim das Hortências, em Três Corações/MG.

A eterna rivalidade esportiva com a vizinha cidade de Varginha é tão antiga quanto o próprio Atlético, pois já na primeira partida, em 20 de janeiro de 1914, houve muita confusão e pancadaria, na vitória do Atlético por 2 a 0.

Em 1927, devido a grandes desavenças entre as diretorias do Atlético e da Associação Esporte Clube, o agente executivo (Prefeito) Cornélio Andrade Pereira foi obrigado a intervir, promovendo a extinção dos dois clubes.

Esta decisão duraria até o ano de 1938, quando o médico Dr. Daniel volta do Rio de Janeiro e juntamente com outros companheiros, conseguem reerguer o Atlético.

Da esquerda para a direita: Dirceu Batista, o Rei Pelé e o atleta não identificado.

Em 1941, a Liga Esportiva Tricordiana (LET), reunindo jogadores do Atlético, Raul Chaves (Canto do Rio) e Colégio Estadual conquista a Taça Guaraína, a mais importante competição do sul-Mineira. Naquele time jogava Dondinho, pai do maior jogador de futebol de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, Pelé.

De 1941 até 1966, mesmo no amadorismo, o Atlético formou grandes times e viu despontar inúmeros craques. Em 1960, conquista o difícil e decantado Torneio sul-mineiro.

Em 1966, inaugura a sua sede social e, em 1967, forma o primeiro time profissional. Em 1970, disputa o Campeonato Mineiro da 1ª Divisão, com jogadores trazidos do Cruzeiro de Belo Horizonte, onde se destaca o ponta direita Roberto Batata.

Em 1971, além de formar talvez a sua melhor equipe, ficando atrás apenas dos três grandes da capital: Atlético, Cruzeiro e América, viu o craque Vanderley Paiva, oriundo de suas fileiras (e filho da terra) sagrar-se Campeão Brasileiro, defendendo o Atlético de Belo Horizonte.

Depois de um longo período de altos e baixos, o Atlético volta a se destacar em 1986, ano em que se sagra Campeão Mineiro da Segunda Divisão, fato que se repetiria em 1992.

Em 2019, o clube volta as atividades após pagamentos de dívidas, e disputou o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. O Atlético fez boa campanha, chegando às semifinais da competição, caindo para o Pouso Alegre, que conseguiu acesso ao Módulo II de 2020. Voltou a jogar o Mineiro da 2ª Divisão de 2020, mas acabou sendo eliminado logo na primeira fase, após apenas quatro jogos.

ARTE: desenho do escudo e uniforme – Sérgio Mello

FOTO: Página Craques Do Rádio, acervo de Dirceu Batista Jr.

FONTES: Página do clube no Instagram e Facebook – Blog Os Pelés – Revista Sport Illustrado (RJ)  

Escudo de 1932: Caxias Futebol Clube – Joinville (SC)

Por Sérgio Mello

O Caxias Futebol Clube é uma agremiação da cidade de Joinville (SC). A Sede e o Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho, o “Ernestão” (capacidade para 5 mil pessoas) estão localizados na Rua Coronel Francisco Gomes, nº 1.000, no Bairro Bucarein, em Joinville (SC). A sua mascote é o Pingüim.

O “Gualicho Alvinegro” foi Fundado na terça-feira, do dia 12 de Outubro de 1920, por vários simpatizantes de um esporte que então ainda dava seus primeiros passos na Manchester Catarinense. Vários clubes se iniciavam na nova arte, sendo o mais proeminente o América Futebol Clube, fundado seis anos antes.

Entre os pequenos de então se encontravam o Vampiro e o Teutônia. Seus adeptos resolveram juntar forças para fundar uma agremiação maior. Reunidos na propriedade dos Marquardt, na esquina das ruas São Pedro (atual Ministro Calógeras) e São Paulo, Antônio Vian, Armandos Paul, Edgar Schneider, Felipe Zattar, Genoviano Rodrigues, Jaser Vieira, Joaquim das Neves, João Lorenzi, Osvaldo Marquardt, Paulo Kock e Rigoletto Conti fizeram surgir o Caxias Futebol Clube, nome dado em homenagem ao Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro.

As cores escolhidas foram o branco do Teutônia e o preto do Vampiro. Surgia assim um adversário à altura do alvirrubro. Seu 1º presidente foi Osvaldo Marquardt. O primeiro prélio registrado entre aqueles que se tornariam os maiores rivais do futebol joinvilense se deu no campo do América, então situado na Rua do Mercado (atual Av. Procópio Gomes), esquina com a atual Rua Padre Kolb, onde hoje está o SENAI.

Foi disputado no domingo, do dia 6 de março de 1921, como parte das festas pelo 70º aniversário da cidade. E o alvinegro ganhou por 2 a 1. Marcaram Afonso Kruger e Waldemar Moreira para o Caxias, descontando Alfredinho Zattar para o América. O time do primeiro clássico foi: Paschoa, Camarão, Braga, Mané Gaspar, Paulo Koch, Joaquim da Neves, Carlos Butschardt, Afonso Kruger, Carlos Lopes, Candinho e Waldemar Moreira.

Abaixo um breve resumo da história do clube entre as década de 30 a 50:

No domingo, do dia 16 de Abril de 1933, o Caxias inaugurava seu Estádio. Depois de ocupar o antigo campo do Vampiro (que ficava na atual Rua Orestes Guimarães, onde hoje se encontra a Fiação Joinvilense) e um terreno emprestado, na Rua Imaruhy (atual Henrique Meyer, onde hoje está o Hotel Tannenhoff), o Caxias resolveu investir na aquisição de uma área própria.

O local escolhido foi o terreno onde até hoje está o seu estádio, na Rua Coronel Francisco Gomes. Pertencia a Ernesto Schlemm Sobrinho, que o vendeu em condições extremamente favoráveis. O pagamento foi concluído somente em 1947.

A partida inaugural, foi contra o Coritiba (clube que aniversaria no mesmo dia do Caxias), com vitória alvinegra por 3 a 1. O 1º gol dessa peleja foi assinalada pelo atacante caxiense, Bananeiro.

ANOS 30

A década de 30 foi uma época conturbada para o futebol catarinense. A Federação Catarinense de Desportos (FCD – nome da LSCDT a partir de 1927) sofria forte oposição por não estar conseguindo organizar as competições no estado. Em várias edições do torneio estadual não houve participação de equipes do interior e em outras ocorreram muitos protestos por favorecimento aos times de Florianópolis.

Assim outras associações de clubes foram formadas no Estado. A ACD, Associação Catarinense de Desportos, reunia os clubes do norte do Estado. Filiou-se à CBD (Confederação Brasileira de Desportos), credenciando-se a ser o representante catarinense no futebol brasileiro. O mesmo não ocorria com a FCD, que então não estava filiada à CBD. Comprovando a tese da representatividade da ACD, no Campeonato Brasileiro de Seleções o Estado de Santa Catarina foi representado por uma seleção formada apenas por jogadores de clubes filiados a essa Associação.

No Campeonato promovido pela ACD o Caxias foi o campeão, ficando o América com o segundo posto. A formação do alvinegro Campeão Estadual de 1935 era a seguinte: Otávio, Lauro, Reco, Onça, Emílio, Boca, Meyer, Marinheiro, Raul Schmidlin, Ata e Parucker.

Na década de 30 o Caxias dominou amplamente a cena no futebol de Joinville, conquistando todos os títulos da cidade de 1935 a 1939. No Estadual, foi Vice-campeão em 1937 (perdeu a final para o Figueirense por 2 a 1) e terceiro colocado em 1938 e 1939.

Foi marcada para o Caxias pelos Vice-campeonatos. Em 1941 perdeu a final para o Figueirense por 3 a 0. Em 1945 venceu o Avaí por 2 a 0 em Joinville. No jogo de volta a equipe azurra da capital venceu por 7 a 2 no tempo normal e por 2 a 0 na prorrogação.

Caxias Futebol Clube campeão Estadual de 1929

ANOS 40 & 50

No campeonato citadino, levantou os títulos de 1940, 1941, 1944,1945 e 1946. Além de não ganhar o campeonato da cidade desde 1946, o Caxias assistiu o arqui-rival ganhar dois títulos estaduais na década anterior. Os anos 50 começaram mantendo o que se desenhara em 1947 e 1948: o América foi o Campeão Estadual de 1951 e 1952, depois de ter ganhado os títulos citadinos.

Era preciso fazer alguma coisa. E a diretoria do Alvinegro montou um time invejável para o campeonato de 1953. Trouxe, entre outros, o consagrado Teixeirinha. Considerado o melhor jogador catarinense da época, Nildo Teixeira de Melo, o Teixeirinha, havia jogado em grandes clubes do futebol brasileiro, onde consolidou sua fama de grande craque barriga-verde.

Vice-campeão estadual de 1952 no Carlos Renaux de Brusque, chegou ao Caxias como a grande esperança de quebrar a hegemonia do América. E não decepcionou, sendo o grande nome do Caxias na temporada. Porém no último jogo do campeonato da cidade o Caxias precisava ganhar do América para levantar o título.

Quase conseguiu. Com um gol de Renê em completo impedimento, validado pelo árbitro Arthur Lange, ex-jogador do Caxias, o América chegou ao tri-campeonato. O estadual foi ganho pelo Carlos Renaux, com o rubro de Joinville ficando em segundo.

Para 1954 o Caxias juntou um elenco que acabou se transformando naquele que muitos consideram o melhor time do futebol catarinense de todos os tempos. Foi campeão invicto da cidade, com uma campanha incrível: 13 jogos (12 vitórias e 1 empate), marcando 39 gols e sofrendo apenas 8.

Vencida a competição doméstica, era preciso encarar o desafio de ganhar o Estadual, depois de quase 20 anos. A campanha foi igualmente impressionante:

Quartas de finais

Baependy 2 x 4 Caxias

Caxias 10 x 0 Baependy 

Semifinais

Caxias 2 x 1 Carlos Renaux

Carlos Renaux 1 x 2 Caxias 

Finais

Caxias 6 x 3 Ferroviário

Ferroviário 2 x 2 Caxias

Caxias 7 x 0 Ferroviário 

O time base tinha: Puccini; Hélio e Ivo Meyer; Joel, Gungadin e Arno Hoppe; Euzébio, Didi, Juarez, Periquito e Vi.

O atacante Juarez foi o artilheiro do certame, com uma marca estupenda: 18 gols em 7 jogos. Juntamente com Vi (Leôncio Vieira, filho do legendário Cilo, campeão estadual em 1929) saiu do Caxias para jogar por muitos anos no Grêmio de Foolball Portoalegrense.

Ambos vestiram a camisa da Seleção Brasileira em torneios sul-americanos. Foram escolhidos pela torcida gremista para a o “Grêmio de todos os tempos”. Uma curiosidade: o Grêmio os queria imediatamente após o término do campeonato catarinense.

Estavam com as passagens marcadas para ir diretamente de Florianópolis para a capital gaúcha. Depois da goleada no jogo final, a torcida exigiu sua presença para a comemoração do título e ambos vieram a Joinville antes de embarcar para terras gaúchas.

ARTE: desenhos do escudo, uniforme e mascote – Sérgio Mello

FOTO:Acervo de Adalberto Klüser (papel timbrado)

FONTES: Site do clube- Blog Caxienses Fanáticos – Página do clube no Facebook