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A invasão do Maracanã – A resposta de um amigo torcedor do Bangu

Esta passagem me fez reviver mais uma das inesquecíveis tardes que
vivencieino Maracanã. A imprensa carioca badalou este jogo durante toda a semana,
conclamando a torcida não só do Fluminense, mas a carioca para impedir a
anunciada invasão Corintiana no nosso templo sagrado do futebol. Creio que
não havia muita crença de que o fato acontecesse e, caríssimo amigo,
aconteceu! Foi um dos mais belos e inacreditáveis espetáculos que tive o
privilégio de presenciar.

Grande parte da caravana Corinthiana chegou ao R.J. ainda na parte da manhã
e antes da ida para o Maracanã fizeram um tour pela cidade. O espetáculo
despertou entre toda a imprensa um frenesi pelo ineditismo do acontecimento.
Ainda assim havia certa incredulidade se realmente a torcida ocuparia metade
das arquibancadas, e aconteceu! Um fato histórico deste quilate,
só poderia acontecer no Maracanã. Desculpe-me, mais em nenhum outro lugar,
seria tão apropriado. A alegria da torcida contagiou e emocionou a todos os
presentes. Acredite que talvez tenha sido um dos jogos em que concentrei as
minhas atenções muito mais nas monumentais arquibancadas do que no gramado,
e
olha que o FLU tinha um timaço, conhecido por aqui como a máquina tricolor.
Foi simplesmente deslumbrante! Até hoje não sei como classificaria a
qualidade do jogo, porque o grande espetáculo nos foi proporcionado pela
fiel torcida do Corinthians. Foi a mais bela demonstração a que assisti de
amor de uma torcida pelo seu clube. Metade do Maracanã transformou-se, para
nossa surpresa, em um mar de bandeiras branco e preto. Nos penaltis
realmente o grande herói foi o Tobias.

Comentário a parte do jogo: Mais tarde quando o Bangu anunciou a contratação
do Tobias eu nem acreditava que teríamos entre nós aquela figura mitológica.
Como na época ainda a TV era muito circunscrita aos jogos locais,
desligamo-nos do desempenho do referido goleiro. Que decepção! Que
goleiro limitado! Ele era realmente fraco ou ocorreu como com tantos
jogadores, o comprometimento da carreira, por fatores extra campo? Teve pelo
Bangu passagem curtíssima e discreta e nem sei que fim levou. Enfim, são os
mistérios do futebol.

Retornando ao tema: Tendo as imagens ainda bem vivas na memória sobre o
belíssimo espetáculo proporcionado pela torcida do seu amado clube, aqui no
R.J, com 32 anos anos de atraso, eu o felicito. Um abraço,

Jairo

Lendas do futebol – A maldição de Pelé

Essa é mais uma daquelas lendas que envolvem o futebol: em 1958, antes de
embarcar para a Copa do Mundo da Suécia, a Seleção Brasileira se despediu
fazendo um amistoso contra o Corinthians. Uma jogada um pouco mais dura de
Ari Clemente, lateral esquerdo, fez com que Pelé se machucasse, deixando de
participar dos primeiros jogos do Mundial. Naquele momento, o Rei teria
prometido que o Corinthians jamais voltaria a ser campeão enquanto ele
jogasse. Pelé parou pelo Cosmos, no dia 1o de Outubro de 1977.
E o Corinthians só reconquistaria o campeonato paulista exatos 12 dias depois.
O jogo foi 5 x 0 para a Seleção Brasileira e conforme o almanaque do Timão,
os gols foram de Mazzola aos 37 do 1o tempo , Pepe aos 11 , 12 e Garrincha
aos 36 e 38 do 2o tempo.
Abs
Gilberto Maluf

O título de mais querido que o São Paulo Futebol Clube recebeu!

Meus amigos, a tempos ouvi no programa “São Paulo de todos os tempos” da
rádio Eldorado, de um historiador, o dia em que o São Paulo Futebol Clube
foi escolhido como o time mais querido da cidade.
Ele contou que Getulio Vargas foi ao Pacaembu na década de 40 para comemorar
o dia do trabalhador, 1o de Maio.
São Paulo na época sentia-se traído desde a época da Revolução
Constitucionalista, movimento deflagrado pelos paulistas contra a ditadura
de Getúlio Vargas, que não queria promulgar nova Constituição para o País.
Então os auto-falantes anunciaram a presença do ditador, que foi recebido
com vaia estrondosa. Mas Getulio não se abalou e falou ao então governador
Ademar de Barros: Puxa, eu não sabia que o senhor era impopular!
Mas na época o povo era muito educado. Passado o momento da vaia, veio o
desfiles das equipes paulistas que participariam do Torneio Início.
Uma a uma, as equipes eram apresentadas pelos auto-falantes. Quando entrou o
time que levava o nome da cidade, São Paulo Futebol Clube, os aplausos foram
demasiados, numa forma de mostrar fidelidade ao estado de São Paulo contra o
então ditador.
Desde então, por ser o time mais aplaudido no Pacaembu, foi escolhido como o
time mais querido da cidade.
Abs
Gilberto Maluf

Não é só botafoguense que é supersticioso

Meus amigos, li muitas histórias de superstição sobre o Botafogo . Vou
contar alguma coisa do que li.
O presidente do Botafogo era o Carlito Rocha, um grande supersticioso. Foi
ele que criou verdadeira pérola para que os jogadores não bebessem.
Distribuia mangas à larga a seus jogadores. Na hora de ir embora,
normalmente no sábado, um dia antes do jogo, desferia o golpe mortal:
– Cuidado, manga com cachaça mata.
Carlito era assim, cheio de artimanhas.
Teve um goleiro que ele não conseguiu intimidar, foi o Vitor, que depois de
tomar uma branquinha, entrava em campo e pegava todas as bolas. Mediante o
que ocorria, o Carlito não atrapalhava a preparação etílica do goleiro.
Mas no que Carlito confiava mesmo era nas santas.
Contam que ele mandou fazer um alfinte de fralda de ouro. Era enorme, uns
quinze centímetros. Nele o Carlito enfiava as medalhinhas de todas as santas
eleitas. Na hora de um ataque ao Botafogo, ele segurava o alfinetão com as
duas mãos e beijava as medalhinhas e ia beijando-as até terminar o ataque
adversário. Já pensaram na cena?
Tempos de um futebol apaixonante e inocente.
Mas eu vivi uma superstição a meu modo. Em 12 de novembro de 1978 o
Corinthians iria jogar contra o Palmeiras, jogo dificílimo. Em frente à
minha casa tinha um comerciante meio poderoso e palmeirense. Falou assim
para mim no sábado: Gilberto, me dê dois gols de lambuja e pago 10 para 1.
Ele gostava de fanfarronar. Foi tentador, mas enfiei o rabo entre as pernas
e declinei.
Fui ao Morumbi no dia seguinte e antes de chegar às bilheterias, resolvi
entrar por uma rua que dava uma volta imensa, a título de sacrifício,
entendem? Para dar sorte.
E deu! O Corinthians ganhou de 3 x 0, com atuação memorável do time todo e
em especial do Sócrates. Dois gols dele e um do Vaguinho.
E a aposta que não apostei? É assim mesmo.
Mas esta superstição ficou comigo e depois sempre entrava por esta rua
quando um jogo era muito difícil. Desde que fiz este propósito de dar a
volta por tal rua , não me consta de lembrar de uma derrota . Tempos depois
me esqueci da tal rua.
Abs
Gilberto Maluf

E Wadhi Helu levou o clássico Santos x Corinthians para o P.S.Jorge

Meus amigos, o Corinthians tentava de tudo para vencer o Santos em jogos do
campeonato Paulista. Resolveu seu presidente levar o jogo para o Parque São
Jorge. O jogo aconteceu em 04 de novembro de 1962. Eu tinha quase 12 anos de
idade. Meus pais deixavam eu ir ao Parque São Jorge porque os filhos do dono
da padaria Record na rua Carneiro da Cunha iam comigo. Pois bem, fomos neste
jogo.
Pegamos o ônibus Parque São Jorge da Viação Tupi, que tinha o ponto final no
final da rua São Jorge. Os ônibus daquela época eram menores, do tipo 28
sentados e 32 em pé. Se for ver, no máximo 60 passageiros. Lembro-me que ao
chegar no ponto final o trocador/cobrador falou ao motorista: Você acredita
que trouxemos nesta viagem 105 passageiros? Gente, ninguém desceu pelo
caminho. Estas coisas ficam gravadas na memória tão somente porque por trás
disso estava o grande clássico.
O público presente no campo do Corinthians foi de 33.000 pessoas, não sei
como. O jogo começou e eu no alambrado, vendo aqueles jogadores tão perto,
em especial os inimigos Pelé e Coutinho, com aquele uniforme branquinho. Aos
16 do primeiro tempo, Cássio bateu uma falta no ângulo de Gilmar, 1 x 0 para
o Corinthians, Só que aos 21 Coutinho empatou e aos 35 do mesmo primeiro
tempo Pelé virou para o Santos, placar final de 2 x 1 para o Santos.
Não tinha jeito mesmo. Resolvi contar esta passagem porque encontrei nosso
centroavante da época aqui no Rio por estes dias , o Silva, que veio jogar
no Rio de Janeiro. Ele não me conhecia e falei assim que o vi: Marcos,
Silva, Nei e Lima ( era um ataque conhecido do Corinthians ) . O Silva ficou
surpreso e falou: Não brinca, que saudades. Realmente ele ficou surpreso e
feliz. Eu também ficaria se depois de 36 anos alguém se lembrasse desta
forma.
O olhar de alegria de um antigo jogador de futebol é muito gratificante. Eu
também fiquei muito contente.
Para registro, informo o ataque do Corinthians do jogo de 04/11/62:
Bataglia, Silva, Nei e Lima. Técnico Fleitas Solich. Pelo Santos todo
sabemos o famoso ataque e seu técnico.
Abs
Gilberto Maluf

As dez disputas de pênaltis mais emocionantes – por um torcedor do Flamengo

1- Brasil 1 x 1 França, 1986. Valia vaga na semifinal. Júlio César, zagueiro, mandou na trave, depois que o craque Platini mandou a bola na arquibancada. Sócrates perdeu o dele porque não tomou distância. Na hora em que Sócrates perdeu, um locutor da TV Manchete começou, “PPPPP…….OOOMBBA!”. Veio João Saldanha e detonou: “POMBA nada. É PORRA mesmo”. E começou a gritar, enquanto Sócrates voltava, cabisbaixo, da cobrança: “Palhaço”, “Irresponsável”, “Moleque”.

2- Flamengo 0 x 0 Vasco, 1977. Ouvi pelo rádio. Valia o título estadual daquele ano. Uma das minhas primeiras decepções no futebol. Tita, iniciando no futebol, perdeu o único dos dez pênaltis batidos naquela noite. No ano seguinte, lavaríamos a alma com o gol de Rondinelli. Mas o trauma ficou em todos os torcedores, até que Tita, dez anos depois consolidaria a traição fazendo o gol do título vascaíno de 1987.

3-Brasil 0 x 0 Itália, 1994. Depois de 120 minutos sem gols, com Romário perdendo um fácil, e Taffarel salvando a pátria em cima de Baggio na prorrogação, a emoção de ver o mesmo Baggio mandando a bola para o céu, e o país explodindo, tetracampeão.

4-Vasco 0 x 0 Corinthians, 2001. O time pelo qual eu tenho certa antipatia , disputa um campeonato mundial no Maracanã, e quem perde o pênalti é o jogador mais …….que existe, Edmundo, que manda a bola longe. Festa corintiana. Naquele dia, durante a prorrogação, fiz um juramento de que, caso o Timão ganhasse, jamais secaria o Corinthians (a menos que jogue contra o Flamengo).

5-Flamengo 1 x 1 Fluminense, 2001. Difícil esquecer que o imbecil do Cássio chutou mal demais o pênalti, Murilo defendeu, mas o Sobrenatural de Almeida trocou de time e soprou a bola “pererecando” para dentro do gol. Inesquecível. Assim como inesquecível a corrida do Beto, meio-campo, Deus da Raça, após converter o pênalti dele, o último, em gol.

6-Itália x Holanda, Eurocopa de 2000. Poucas vezes na história do futebol um goleiro foi tão heróico como Toldo. Poucas vezes uma seleção teve tanta raça quanto a Azzurra. Jogando com um a menos desde o primeiro tempo, os italianos viram até Del Piero dando carrinho, e Toldo pegando TRÊS pênaltis (dois no jogo e um na disputa decisiva) de De Boer (Ronald ou
Frank? Não lembro)

7-Brasil x HolandaCopa do Mundo de 1998. Essas cenas sempre são repetidas. O velho Zagallo ali no meio, dando força a cada um. Era a hora do coração, da coragem, da entrega, da emoção (a única vez em que eu vi Scolari passar alguma emoção foi quando deu uma banana para a torcida do Corinthians). Quem se esquece de Taffarel ajoelhando e colocando as mãos para o céu? Só me lembro de, depois do pênalti perdido por Cocu, a galera do Jornal do Brasil abraçada, gritando “A-ha, u-hu, ô Cocu ….”

8-Flamengo x San Lorenzo, Copa Mercosul 2001/2002. Poucas vezes eu xinguei um jogador
tantas vezes seguidas quanto o Roma, do Flamengo, ao querer imitar o Romário e bater colocado um pênalti decisivo. O goleirinho argentino do San Lorenzo chegou a rir na hora da cobrança. Três dias depois, fui a Flamengo x Guarani no Maracanã só para xingar Cássio e Roma. Perdemos o título de forma boba – e talvez não tivéssemos perdido se o Edílson não tivesse sido expulso no jogo do Maracanã.

9- Juventude x Flamengo, Copa do Brasil de 2001. O time jogou com nove jogadores grande parte do segundo tempo, a pressão do Juventude era gigantesca, os caras batiam pacas e o juiz não dava nem amarelo. Fomos para os pênaltis na raça, e depois que o Júlio César, goleiro do Flamengo, pegou mais um, virou-se para os repórteres secadores de trás do gol e mandou todo mundo para aquele lugar. Excelente, um grande momento de disputa de pênaltis.

10 – São Paulo x Flamengo, Supercopa, 1993. Depois de sermos roubados pelo Renato Marsiglia no tempo normal (Renato Gaúcho quase foi esfaqueado dentro da área e Marsiglia nada marcou), sofremos e perdemos a disputa de pênaltis. Marcelinho, que mais tarde seria ídolo do Corinthians, perdeu o pênalti decisivo.
Ele ainda faria isso também no Corinthians. Mas isso é outra história.
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A invasão do Maracanã – Eu não fui

Meus amigos, em 1976 eu era casado de novo e uma das coisas que mais sinto
foi não ter presenciado o jogo Corinthians x Fluminense de 05/12/1976.
Foi o maior deslocamento popular por causa de um evento esportivo. No sábado
que antecedeu o jogo ainda tentei conseguir alvará em casa para viajar para
o Rio. Não teve jeito. Resolvi então ir ver os ônibus estacionados na rua
Santa Efigênia que sairiam à meia-noite.
Nem na rodoviária se via tantos ônibus. Veio um rapaz meio choramingando
perto de mim falando: por favor, compre a minha passagem, não poderei ir,
minha mãe está doente. Puxa, que tentação. Mas lembrei-me do ultimato
recebido em casa: se você for não precisa voltar. O gozado da história é que
hoje moro no Rio. Poderia ter antecipado a mudança.
No domingo, desde as 10h a JovemPan estava a postos com a equipe de Osmar
Santos. Quando deu 01h da tarde, metade do estádio estava tomado pela
torcida paulista e o presidente Francisco Horta falou ao vivo na Pan:
sensacional, nunca vi nada igual. Vou imediatamente clamar para a torcida
do Fluminense comparecer em massa. E foi isso que aconteceu. Público de
146.043 pagantes.
Lembro-me que desde as 11h fiquei concentrado na sala à espera do jogo na
TV.
Com gols de Carlos Alberto Pintinho aos 18 e Ruço aos 29 do primeiro tempo,
tivemos o jogo terminado em 1 x 1 . A chuva que caiu beneficiou o
Corinthians, menos técnico. Nos pênaltis, Corinthians 4 ( Neca, Ruço, Moysés
e Zé Maria) x Fluminense 1 ( Carlos Alberto Pintinho ).
O herói nas penalidades foi o goleiro Tobias.

Abs
Gilberto Maluf