Ao longo dos tempos eu tenho observado que a Seleção Francesa para figurar entre as melhores equipes do mundo da bola, é altamente dependente de um jogador fora de serie, um craque, um gênio. Isto ficou mais que provado agora na Eurocopa realizada na Áustria e Suíça com a eliminação da equipe na primeira fase do torneio com apenas um ponto ganho diante da Romênia na estréia e duas derrotas diante os holandeses por 4 a 1 e para a Itália por 2 a 0, mais vamos voltar um pouco ao passado para comprovar esta teoria.

Nos anos 50 a França teve uma safra de bons jogadores: Piantoni, Vicent, Wisnieski e dentre eles um jogador cerebral Raymond Kopa, na Copa de 54 não passou da primeira fase na Copa seguinte em 58 na Suécia estes mesmo bons jogadores e o craque Kopa tiveram a companhia de Just Fontaine o maior artilheiro em uma só Copa com 13 gols, uma campanha espetacular pela primeira vez em sua historia coroada com um terceiro lugar sendo que na semifinal perderá para o futuro campeão o Brasil e um detalhe a França jogou mais de metade da partida com dez jogadores pois não me lembro o nome do jogador que só passou a fazer numero em campo pois na época as substituições em jogos de Copa não existiam, depois do mundial a França chegou entre os semifinalistas da primeira Eurocopa perdendo para a Iugoslávia, sem Kopa e Fontaine a França ficara fora do mundial do Chile em 62m, voltou sem brilho em 66 na Inglaterra e somente voltou a mundial doze anos depois com o surgimento de um novo gênio em seu futebol; Michel Platini, com ele a França disputa a Copa de 78 com Platini sem jogar tudo o que sabe a equipe fora eliminada na primeira fase mais mostrou um bom futebol, no mundial seguinte o genial Platini comandava uma legião de bons jogadores: Alain Girese, Jean Tigana, Manuel Amoros dentre eles, e eles chegaram até as semifinais novamente perdendo nos pênaltis para a Alemanha e ficando na quarta colocação naquele mundial, em 1986 lá estavam eles novamente revigorados pela conquista da Eurocopa em 1984 a França chega nas semifinais é novamente eliminada pela Alemanha e fica em terceiro lugar como em 58. Após este mundial o seu gênio resolve pendurar as chuteiras e novamente a França fica fora dos mundiais de 1990 e 1994 e da Eurocopa de 88, apesar de ter neste período bons jogadores com Eric Cantona, Papin, Ginola, Sauzee e Perez lês blues caíram diante Iugoslávia e Escócia em 90 e em 94 o drama foi maior pois os franceses perderam a classificação em casa nos jogos diante Israel por 3 a 2 lanterna do grupo e a Bulgária na ultima rodada de virada em Paris.

Doze anos depois finalmente a França estava de volta a um mundial, mais este era jogado em sua casa, mais desta vez não haveria espaços para decepção pois havia um craque, um gênio em sua equipe Zinedine Zidane, de maneira discreta ele iniciou o mundial, fora expulso na segunda partida, voltando somente nas quartas de finais diante a Itália, nas semifinais nem apareceu muito, mais na hora de brilhar ele não negou seu feche de luz potente e categoria ao comandar o massacre da final marcando dois gols e dando a França sua primeira grande conquista, em 2000 mesmo sem brilhar muito mais o suficiente para levar lês blues à conquista da sua segunda Eurocopa, em 2002 vimos o quanto ele era imprescindível a sua equipe, fora dos dois primeiros jogos a França sente a sua falta perde a estréia para Senegal e empata com o Uruguai volta sem condições diante a Dinamarca e a França volta pra casa mais cedo, Zidane cogita deixar a seleção logo após o mundial e para o nosso azar ele volta e comanda a França na campanha do vice-campeonato na Copa da Alemanha, expulso na final a França se recente dele nos penais e perde para a Itália, seu jogo contra o Brasil sua atuação destacada sua aula de futebol bem jogado foi o suficiente para ser eleito o melhor jogador daquele mundial. E agora sem Zizou a França tem bons jogadores muitos deles da época de ouro como Vieira, Henry, Makelele, e novos valores como Ribery, Malouda, Benzema, mais não adianta nada sem um fora de serie a França não é chique feito a sua moda, sua culinária seus perfumes é um time comum à carência de um craque é tamanha e não adianta renovação como vimos acima portanto os franceses coloquem os bigodes e cavanhaques de molho por que mesmo num grupo em que ela é a favorita maior; Romênia, Sérvia e Áustria podem aprontar e as zebras Lituânia e Ilhas Faroe querem tirar uma lasquinha.

S’il soigne France il trouvê bientôt un nouveau génie du football.

Texto: Galdino Silva

O futebol baiano sempre deu sorte em trazer jogadores do Santos que não tinham muitas chances na equipe praiana, e que aqui tomaram conta dos gramados e das praias, uma história de sucesso destes que se tornaram idolos do nosso futebol.

Elizeu Antonio Ferreira Vinagre de Godoy, nascido em Santos no dia 17/10/1945, chegou ao Bahia em 1967 com bagagem do Santos de Pelé, Elizeu mostrou a sua categoria e caiu nas graças da torcida tricolor de imediato, com uma categoria fora do comum ele comandou a equipe campeã baiana em 1967, seu estilo vibrante de jogo, correndo o campo inteiro e fazendo perfeitos lançamentos – sua principal característica -, que acabavam levando o Bahia a retumbantes vitórias. Talvez por seus cabelos loiros e olhos azuis, que balançaram muitos corações na torcida feminina tricolor, e foram responsáveis, segundo alguns, pela grande presença das mulheres nos estádios a partir daquela época.

Eliseu teve três passagens pelo Bahia – a primeira em 1967, a segunda em 1969 e a terceira em 1971/1972 marcando 27 gols com a camisa do Bahia. Ele começou nas equipes inferiores do Santos, em 1962; passando em 1964 pela Seleção Brasileira que disputou as Olimpíadas no Japão; pelo São Cristóvão do Rio em 1965 (campeão do acesso); e Fluminense e Olaria em 1966. Mais: Santos e New York General’s dos Estados Unidos, em 1968; Anderlecht, da Bélgica, em 1970; Belenenses, de Portugal, em 1973; e Vitória de Salvador, em 1975.

Mesmo tendo “traído” a torcida do tricolor – como dizem alguns torcedores que lamentam até hoje ter visto Eliseu jogar com a camisa do Vitória, maior rival do Bahia -, ainda hoje Eliseu Antônio Ferreira Vinagre de Godoy, é constantemente cercado por fãs nas ruas de Salvador. Sua fama era tão grande que tempos atrás foi escolhido pela própria torcida para representá-la num filme publicitário, como torcedor-símbolo do Bahia. Outra evidência é sua incontestável audiência como apresentador de um programa esportivo na televisão baiana.

Douglas da Silva Franklin nascido em 09/09/1949 foi revelado pelo Santos no final da década de 60, com sua cabeleira pressa por uma fita tricolor é até hoje para mim o maior jogador que vi jogar pelo Bahia, chegou aqui em 1972, depois de quase se transferir para o América, participou da campanha do heptacampeonato de 1973 a 1979, é o segundo maior goleador do tricolor com 211 gols, em 1978 foi escolhido como o melhor jogador do Brasil e sendo o vice-artilheiro do ano com 51 gols marcados, seu estilo irreverente e clássico era preciso tanto nas armações como nas finalizações, atuava de cabeça erguida e formou para muitos a melhor meia cancha do Bahia de todos os tempos ao lado de Baiaco e Fito. Ele além de líder dentro de campo fora dele também por ter um bom nível cultural causava pânico com a diretoria tanto nas suas renovações de contrato e nas dos companheiros de equipe, alem de Santos e Bahia defendeu também o Vitória e o Leônico onde encerrou a sua brilhante carreira em 1985, marcando um gol de bicicleta justamente contra o time pelo qual mais jogou e dedicou a sua carreira.

Adolfo José de Lima Neves, mais conhecido no mundo da bola como Fito nascido em 11/04/1951, também revelado pelo Santos chegou aqui vindo do Coritiba em 1973, procedido de bom cartaz por atuações justamente contra o Bahia, outro que participou de toda a campanha do heptacampeonato Fito se notabilizou como o meia canhoto elegante de passe milimetricos e certeiros e excelente cobrador de faltas, entrou de vez para a história do clube ao marcar o gol do título em 1979 o gol do hepta sobre o Vitória, acometido por uma contusão no joelho ele entrara no lugar de Gilson para fazer o gol mais importante da sua carreira, Fito em 1977 num Ba-Vi quando eu tinha 8 anos de idade marcou um gol de falta no ultimo minuto de jogo, era o meu primeiro clássico ao vivo no estádio da Fonte Nova, ainda em 1979 ele marcou de falta contra o Goiás o gol que classificou o tricolor para a próxima fase do brasileiro daquele ano, depois do gol ele que vinha jogando no sacrifício caiu no chão com dores mais saiu aplaudido de pé pela galera, com a camisa do Bahia foram 61 gols alguns deles para sempre vivo na minha memória, além de Santos, Coritiba e Bahia, Fito encerrou sua carreira em 1980 ainda jovem mais devido aos problemas no seu joelho e iniciou a carreira de técnico de futebol e brilhando só que do lado contrario pelo futebol da Bahia, levando o Vitória ao vice campeonato de 1993.

Osni Lopes, nascido em Osasco São Paulo em 13/07/1952 começou a sua carreira no Santos com apenas 1,56 de altura mais rápido e habilidoso chegou ao Vitória em 1972 e de cara caiu nas graças da torcida, campeão baiano em 1972 formou a famosa linha de ataque com Osni, André e Mario Sérgio, bola de prata em 1974 o baixinho infernizava as defesas com seus dribles e gols muitos gols, caçado dentro de campo pelos beques ele não se intimidava num Ba-Vi se deu ao luxo de sentar na bola e chamar Romero do Bahia para mais uma secção de dribles e o lateral o agarrou por sua longa cabeleireira o que foi a senha para um dos maiores quebra paus da Fonte Nova marcou 85 gols pelo rubro negro baiano, em 1976 se transfere para o Flamengo onde fica até 1978, quando desembarca na Bahia para defender agora o tricolor e ai foi o inicio de um amor eterno com a torcida, apesar de quase ser considerado inutilizado para o futebol com seguidas contusões e cirurgias nos joelhos, quantas vezes eu o encontrei na piscina da Vila Olímpica da Fonte Nova fazendo tratamento com professor Walter, em 1979 for emprestado ao Maranhão, voltou em 1980 e nova contusão em 1981 já completamente curado ele passou a cada partida a cair nas graças da torcida dando ao clube títulos e muitos gols foram 138 e em 1984 além de ser jogador assumiu o comando técnico atuando nas funções de jogador e treinador e levando o Bahia a conquista do titulo, neste ano também foi o fim de seu romance com o clube, em 1985 ele encerou a sua carreira no Leônico .

Roberto de Oliveira, Léo Oliveira nascido em 29/06/1949 também revelado pelo Santos ficou no clube até 1975 quando esteve na Bahia pela primeira vez para defender o Vitória, ficando até 1976 quando seguiu para o América-RJ, em sua primeira passagem por aqui Léo não mostrou o seu futebol vistoso de meia armador cerebral, no Rio ficou até 1979 alternando entres partidas primorosas e outras em que sumia dentro de campo em 1980 Léo retorna a Bahia agora para defender o Leônico em sua segunda passagem ele arrebenta e em 1981 chega ao Bahia seu grande futebol retorna, em campo um jogador técnico, inteligente, armando e chegando a frente para marcar gols, exímio cobrador de faltas logo começa a se destacar, uma boa campanha no brasileiro de 1981 e 1982 mais os títulos regionais destes mesmos anos e o de 1983 além da artilharia da competição sendo um dos maiores goleadores daquela temporada no país, contudo em 1984 já aos 33 anos Léo sofre uma contusão no braço direito e durante uma intervenção cirúrgica ele sofreu um trauma que o afetou muito e ele deve de abandonar o futebol, sem duvidas foi um dos grandes meias que já vi vestir a camisa do Bahia, pelo Vitória não teve o mesmo desempenho, pelo Leônico jogou muito pelo campeonato baiano de 1980 marcando muitos gols de falta nesta competição.

Paulo Robson Gomes da Silva, nascido em Belém no dia 28/07/1960 começou a carreira no Paysandu e em 1984 chegou ao Santos clube que defendeu por quatro anos e conquistou o titulo paulista do mesmo ano, em 1988 desembarca em Salvador para defender o Bahia, logo de cara caiu nas graças da torcida com seu futebol eficiente e de muita raça, no mesmo ano ainda pelo campeonato baiano ele marca um golaço num Ba-Vi vencido pelo o tricolor por 4 a 0, muito o comparam a Romero um dos maiores laterais da historia do clube, campeão brasileiro de 88 ele fica no Bahia até meados de 1990 quando se transfere para o Vitória e sempre mantendo suas boas atuações sua raça e vibração mais não teve no rubro negro as mesmas glorias que conquistou no tricolor, em 1991 inclusive o Vitória acabou caindo para a segunda divisão e ele voltou ao Pará para encerrar sua carreira no papão da Curuzu.

Joel Mendes, nascido em Curitiba em 25/06/ 1946 iniciou a carreira no Coritiba mais no inicio dos anos 70 chegou ao Santos onde permaneceu até 1974 quando chegou por empréstimo ao Vitória, fez um tremendo sucesso aqui na Bahia ganhando inclusive a Bola de Prata no brasileiro daquele ano, voltou ao peixe em 1975, em 1976 chega ao Bahia onde volta a ter o mesmo sucesso que teve no rubro negro só que desta vez conquistando títulos os de 1976 e 1977, no final deste ano chegou ao Santa Cruz, depois retornou ao Paraná para defender o Colorado esteve no Operário/MS e retornou ao Colorado em 1984 para encerrar a carreira, Joel foi um goleiro arrochado, com elasticidade incrível pegou a fase final da sensacional dupla de ataque Pelé e Coutinho na Vila, além de ter sido companheiro de outros jogadores que participaram da conquista do tricampeonato da Copa de 1970, no México, como Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Joel Camargo e Edu.
Hoje vive em Curitiba onde tem um restaurante e uma panificadora.

Fonte: Texto Galdino Silva pesquisa Futpédia e EC Bahia na net e Canal EC Vitória.