Arquivo do Autor: Gilberto Maluf

O maior espetáculo da temporada esportiva

o maior espetaculo
Quase perdi o maior jogo já disputado no Brasil. Como estudava pela manhã, estava dormindo quando meu pai me chamou: “Não vai ser seu time?!”. Estranho o seu Moacyr, que não ligava pra futebol (e talvez por isso se dissesse são-paulino), me despertar para assistir a uma partida do Santos. Acordei, sonolento, e fui para o sofá da sala. A imagem, linda, mesmo em branco e preto, vinha do Maracanã. Já batiam bola o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha, que naquela partida, em 2 de abril de 1963, decidiriam a Taça Brasil, válida pelo título brasileiro de 1962.

Era o único acordado em casa e parecia ser o único vivo no mundo. O silencia chegava cedo naqueles lados ainda ermos da Cidade Dutra. Só a voz do locutor e a luz azulada da tevê povoavam a sala. Havia algo de mágico naquilo tudo e hoje eu sei que não era só uma impressão. Eu estava prestes a apreciar jogadores inigualáveis de uma geração iluminada, como se jogassem só pra mim..

Imagine, em uma mesma partida, os bicampeões mundiais Garrincha, Pelé, Nilton Santos, Zito, Zagallo, Gylmar, Mauro, Amarildo, todos titulares na Copa do Chile, além dos reservas Mengálvio, Coutinho e Pepe. Lá ainda estavam jogadores que seriam titulares na Copa seguinte, a de 1966, casos de Manga, Rildo e Lima. Para completar, outros craques notáveis que só não se firmaram na Seleção pelo excesso de concorrentes naqueles tempos de ouro do nosso futebol, casos de Quarentinha, Calvet e Dorval.

Anos depois, a pedido do amigo Roberto Avallone, fiz uma musiquinha falando daquela noite e só me lembro dos versos: “A bola era branca, branca como o Santos, e o Santos e a bola se davam tão bem… Me fazia acordar na noite para ve-lo jogar. Me fazia acordar na noite para continuar a sonhar”.

Sim, foi como um sonho, pois naquele jogo que nunca mais se repetirá, entre duas equipes que reuniam quase 80% dos titulares da Seleção Brasileira bicampeã do mundo, o Santos realizou uma das partidas mais deslumbrantes de sua história, e ganhou por esplêndidos 5 a 0.
show
No primeiro tempo os gols foram de Dorval aos 24 e Pepe aos 39 minutos. Na segunda etapa, Coutinho aos 9 e Pelé aos 30 e 35 minutos completaram o marcador. Sem ter outra forma de reagir, e mostrando uma elegância que só era possível durante o curto reinado do futebol-arte, o público de 70.324 pagantes aplaudiu os santistas.

A imprensa carioca se rendeu àquele que, com aquela vitória incontestável, confirmava sua condição de campeão mundial. O jornalista Ney Bianchi, que viria a se tornar o único a conquistar três vezes o Prêmio Esso de Informação Esportiva, batizou aquele confronto de “O maior jogo do mundo” e o definiu assim na matéria de capa da revista Fatos& Fotos, uma das mais lidas do País:

O Maracanã ainda não tinha visto tamanha exibição de futebol-arte até quando, terça-feira, o Santos provou ser o maior time do mundo, aniquilando, por 5×0, o Botafogo, com Pelé abusando da condição de gênio. Houve de tudo. Principalmente: 1. O Botafogo, glorioso dias antes, passando ao papel de vítima; 2. A estratégia de Lula anulando a de Marinho, que retirou Zagallo, afastou Nilton Santos da área e abandonou Garrincha; 3. cada um dos gols sendo uma obra-prima; 4. Manga devorando um “frango” servido por Pepe; 5. A torcida (caso único na América do Sul) esquecendo a partida para aplaudir o melhor; 6. O Botafogo, que costuma ferir com “olé”, com “olé” sendo ferido. É preciso repetir que jamais o Maracanã viu espetáculo igual. Foi tão perfeita a exibição que, ao terminar, a partida pareceu a todos a mais curta da história do futebol.
Blog do Odyr Cunha

70 anos do Pacaembu

O relato e as fotos são de Mário Lopomo e sua visão da época. Trata-se de historiador e torce para a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Segundo historiadores o prefeito Francisco Prestes Maia de 1938 a 1945 em sua primeira gestão, passava pelo local e viu um enorme terreno ladeado por dois morros. Como a cidade de São Paulo não tinha um estádio de futebol a altura, ele logo imaginou fazer ali o tão reclamado estádio de futebol. Como arquiteto que era, logo viu que para fazer o estádio não gastaria muito dinheiro, pois o terreno era uma planice, ladeado de dois morros que serviriam para fazer os degraus das arquibancadas. De concreto mesmo, só o fechamento da curva e o portão que ficaria na praça, que mais tarde levou o nome do homem que trouxe o futebol para o Brasil Charles Muller. Do outro lado ele preferiu não fechar e sim fazer uma concha acústica para que o estádio não fosse somente ao futebol, mas também para a realização de shows musicais, como a apresentação de orquestras e coral de musica lírica ou popular. Atrás da concha o ginásio para jogos de cunho amador, e ao lado uma bela piscina e quadra de tênis.

E naquele dia 27 de Abril de 1940, o estádio estava sendo inaugurado com a presença do então presidente da República, Getúlio Vargas, do interventor Adhemar de Barros e do prefeito Prestes Maia, que assistiram a coreografias cívicas e exibições atléticas. No dia seguinte à inauguração, realizou-se o primeiro jogo de futebol, entre o Palestra Itália, atual Palmeiras, e o Coritiba. O Palestra venceu por 6 a 2, e o jogador Zequinha do Coritiba foi o primeiro a colocar uma bola dentro de uma das redes do estádio.

INICIO DA OBRA 1938

pacaembu2

Muitos desfiles no dia da inauguração, conforme foto acima.

Duas ausências sentidas  hoje no Pacaembu. A concha acústica  lamentada a todo momento por todos que sempre se encantaram com ela, e também a estátua de David  que ficava bem próximo dela. A magnífica obra  de Miguelangelo, era motivo de muitas brincadeiras quando saiamos do estádio, Quando o time de alguns torcedores perdia, o Davi era xingado dos mais variados palavrões. As mulheres que acompanhavam   maridos ou namorados ao passar pela estatua ficavam de cabeça baixo, mas por cima das pestanas de fina, davam uma olhadinha pra cima.

Leônidas da Silva fez historia no Pacaembu na  sua estréia em 1942 e colocou  grande  numero de pessoas no estádio, 72 mil. O estádio já estava lotado e uma multidão estava do lado de fora para entrar. Foi quando pelo alto falante o locutor pediu para os que estavam dentro do estádio ficassem em pé para que todos pudessem se “acomodar”. Foi um dos  maiores  publicos até hoje computado pelas catracas. Outro   grande  publico foi Palmeiras x Corintians em 1960.

O  publico que lotava o Pacaembu, na decisão do campeonato paulista de 1946 viu o zagueiro são-paulino Renganeschi se prepara para marcar o gol da vitória tricolor. Graças ao gol do zagueiro argentino, o São Paulo conquistou o título daquele ano. O mais curioso é que Renganeschi estava contundido e, por não existirem substituições naquela época, foi obrigado a permanecer em campo. Para não atrapalhar mais a equipe, Renganeschi ficou no ataque e, assim, marcou o único e mais importante gol de sua trajetória no Tricolor.

O Pacaembu recebeu algumas seleções da copa do mundo de 1950. Espanha, Suécia, Suíça. Apenas um jogo do selecionado brasileiro, que empatou com a Suíça por 2 x 2, no segundo jogo do Brasil na copa. Foi um jogo que o publico sentiu a falta do ponteiro direito Claudio Cristovam Pinho do Corinthians. Em seu lugar o técnico Flavio Costa escalou o Alfredo, lateral esquerdo do Vasco da Gama, que por acaso foi o marcador de um dos dois gols do Brasil.

O Pacaembu foi palco das grandes decisões. E foi nos anos 1950 que houve mais emoção nos jogos que decidiam os campeonatos. Nos anos 1940 a decisão maior foi em 1942 contra o São Paulo, quando o Palestra Itália mudava de nome por causa da guerra. Era o mês de setembro e o novo nome era  S.E.P = (Sociedade Esportiva Palmeiras)

O resultado de 3 x 1 a favor do Palmeiras, e um pênalti a favor que seria cobrado por Og Moreira e  o capitão são-paulino, Luizinho Mesquita,  achou melhor tirar o time de campo. Dando o titulo ao palmeiras que já nascia campeão.



Nos anos subseqüentes não ouve decisões porque a maquina são paulina de jogar bola era campeã antecipado, e no ano de 47 o Palmeiras roubou o tri campeonato do São Paulo. 1948 e 49 novamente o São Paulo era campeão antecipado., mas em 1950 o campeonato chegava a três ultimas rodadas com o São Paulo caminho de mais um tri campeonato. Havia uma diferença de três pontos a favor do São Paulo, uma vitoria e mais uma vez ele seria campeão antecipado, e o Pacaembu viu o Ypiranga vencer o forte time do São paulo por 2 x 1, no jogo que o ponta esquerda Paulo do Ypiranga ao marcar o gol da vitoria teve sua perna quebrada pelo “açougueiro “ Saverio zagueiro direito. Ao ser indagado por um repórter Saverio disse: ele ainda marcou o gol o que ele queria mais? No penúltimo jogo o que poderia dar o titulo ao São Paulo foi a vez do santos derrotar o São Paulo em pleno Pacaembu por 2 x 1. E o São Paulo perdeu a vantagem e um empate ele perderia o titulo. Então ficou para o jogo final a grande emoção do campeonato do ano santo. Era o choque rei segundo o Olimpicus, Tomaz Mazzoni de A Gazeta Esportiva. No domingo 28 de janeiro de 1951, chovia a cântaros, e o estado do gramado era muito ruim, foi chamado de o jogo da lama e o empate de 1 x 1 deu o titulo ao Palmeiras.

Outra grande decisão foi em 1954 o campeonato paulista do quarto centenário da cidade de São Paulo talvez o titulo mais almejado pelos clubes o que seria eternizado por séculos. Palmeiras e Corintians foram para o Pacaembu tendo o Corintians a vantagem do empate por ter um ponto de vantagem em pontos PP. (pontos perdidos). Para a surpresa de todos no Pacaembu, o Palmeiras entrou com a camisa da cor azul. Segundo uma macumbeira havia uma macumba contra a cor verde e ela conseguiu fazer com que o presidente do Palmeiras, Pascoal Biron Juliano, troca-se a cor da camisa. De fato deu certo o Palmeiras não perdeu, mas quem foi campeão foi o Corintians pelo empate de 1 x 1.

Santos x Corinthians em 1958, jogaram pelo campeonato paulista. Jogo vencido pelo Santos por 1 x 0. Pelé dava seus primeiros passos em  sua gloriosa carreira, e o Pacaembu viu o seu nascimento para o futebol, na foto, Gilmar larga uma bola e Pelé de bico marca um dos seus primeiros gols no estádio, pois já estávamos em Novembro daquele ano e ele já tinha marcado outros gols no Pacaembu.

santos x corintians- 1957

Quando Pelé nasceu o Pacaembu estava com seis meses, e,  17 anos depois ele iniciava seus Shows  de bola, que encantou o mundo.

Em 1957, Na semifinal do campeonato brasileiro de seleções, os Paulistas jogavam contra os mineiro, o jogo estava 1 x 0 para os mineiros. Era um domingo de Janeiro no ápice do verão. Um pouco antes de terminar o primeiro tempo a chuva caiu a cântaros, e o gramado que era muito ruim, ficou encharcado e o jogo suspenso. Resolveram continuar a partida na tarde do dia seguinte com portões abertos. O goleiro Mineiro Edgar estava pegando tudo. Dizem que Paulo Machado de Carvalho pediu ao repórter da TV Record, Silvio Luiz encher o saco do goleiro, pois sabia que ele era nervoso. Encher o saco dos outros era com ele mesmo. Então ele foi cumprir sua gostosa missão. Só sei que ele fez o serviço direitinho, pois teve uma hora que o goleiro não agüentou e saiu correndo atrás de Silvio Luiz que foi se refugiar no túnel onde era o acesso dos vestiários, para o riso geral do publico. Resultado do Jogo Paulista 2 x 1 Mineiros. A decisão foi contra os cariocas como sempre acontecia.
Coisas hilárias aconteciam no Pacaembu. Em 1957 o São Paulo ia em frente para ser campeão, e num sábado à tarde o São Paulo jogava com o Linense, o elefante da Noroeste, O resultado foi 7 x 1 para o São Paulo. Ao final do jogo os jogadores foram para os vestiarios sob o portão monumental. Mas o goleiro do Linense que estava dando entrevista, na certa respondendo perguntas cobre os sete gols tomados não percebeu para onde tinha que ido seus companheiros. Rodou pelo lado da concha acústica e depois foi ao alambrado defrote as cabines de transmissão perguntar a um torcedor onde era o vestiário.

Foi tambem em 1957, que aconteceu a decisão das mais   emocionantes do campeonato paulista. O Corinthians tinha uma boa vantagem no campeonato, mas devido a taça dos invictos de A Gazeta Esportiva para quem ficasse mais tempo sem perder, o Corinthians se contentava com alguns empates, em vês de ganhar dois pontos, perdia um (a classificação era por pontos perdidos), e ficava com 35 jogos sem perder, ficava com a taça, mas no campeonato deixava o São Paulo igualado em pontos perdidos. E No dia 29 de dezembro de 1957, Corinthians e São Paulo entravam pau a pau na disputado titulo.
Era um jogo de riscos, porque havia uma rixa entre o centro avante tricolor Gino, Que chamava Luizinho de marido traído e ter um irmão gay. Em resposta Luizinho acertou uma tijolada na testa de Gino, o que causou grande expectativa dos torcedores. No inicio do jogo Gino meteu o dedo em riste na cara do “pequeno polegar” que não apareceu no jogo. E ao final o São Paulo que tinha o técnico Húngaro Bela Gutmam e o mestre Ziza (Zizinho) como capitão, venceu pelo placar de 3 x 1. tornando-se o campeão paulista de 1957. Esse jogo foi denominado de o jogo das garrafadas. Uma montanha de garrafas de cerveja estava na pista de atletismo. E segundo consta um torcedor que pulou o alambrado foi morto de tanto levar borrachada.

Mauroramosoliveira

Na foto ao lado, Maurinho, vai marcar o terceiro gol do São Paulo. Gol que originou protestos dos corintianos, por acharem que o ponteiro tricolor estava impedido. O Arbitro da partida mudou o bandeirinha de lado, e depois de o jogo terminar o zagueiro corintiano Olavo, deu-lhe uma sonora bofetada na cara. Todos viram menos o pessoal do colendo esportivo.

-gol de maurinho SP 3 x 1 COR 1957

Quando o Palmeiras ficou melhor em 1958, resolvi acompanhar meu time mais de perto, e o palco era sempre o Pacaembu. Era muito difícil o Palmeiras jogar no Parque Antártica, a não ser jogos com “os pequenos”.

O Palmeiras, não era mais aquele time capenga de um ano antes. Para começar tinha mudado a diretoria. Delfino Fachina era o presidente no lugar de Mário Beni. Osvaldo Brandão estava como técnico no lugar de Mario Vianna, que entrou no lugar de Aymoré Moreira, em 1957.
Os jogadores também eram novos em sua maioria. Aníbal goleiro, Formiga que veio do Santos FC, Enio Andrade e Chinezinho, de Porto Alegre, Julinho que tinha voltado da Itália, e Américo Murollo do Linense que também estava na Itália. Do time anterior estava Valdemar Carabina, Mazzola, Nardo que era do Corinthians.
No torneio Rio São Paulo, teve o jogo contra o Santos, e dois jogadores chamavam atenção. Dois jovens que no ano anterior haviam marcado os dois gols do selecionado brasileiro contra a Argentina no Pacaembu. Mazzola e Pelé.
O jogo começou do jeito que o Santos gostava, metendo uma goleada logo no primeiro tempo 5 x 2. Jair chutava de fora da área e o goleiro Edgar (seleção mineira) ia largando e vinha Pelé e Pagão, empurrando para a rede. Mário Moraes comentarista esportivo da rádio Bandeirantes dizia a Braga Junior que estava irradiando o jogo que era cinco vira e dez acaba. Tinha palmeirense que já tinha saído do estádio. O Palmeiras voltou para o segundo tempo com Victor no lugar do goleiro Edgar. E o Palmeiras voltou de forma diferente. Era outro time. Urias marca o terceiro gol, depois ele mesmo marcou o quarto, Paulinho de pênalti marcou o quinto, e na empolgação Nardo marcou o sexto gol palmeirense. Ninguém que estava no Pacaembu desde o inicio acreditava no que estava vendo. Palmeiras 6 x Santos 5. Só que aos 38 Pepe empatou o jogo e Dorval
se encarregou de dar a vitoria para o Santos.
Apesar da derrota, a torcida viu que o Palmeiras era outro time, e  veio o jogo contra o Corinthians que não perdia do Palmeiras desde 1951, com aquele gol de Ponce de Leon para o Palmeiras.
O Derbi sempre lotou o Pacaembu, e aquele dia novamente o estádio recebeu muita gente, como sempre com mais corintianos. Um dia antes do jogo, o diretor do Corinthians, Albino Lotito, disse na Folha da Noite que ganhar do Palmeiras era tradição do Corinthians.
O jogo logo no primeiro tempo estava 2 x 0 para o Palmeiras, gols de Paulinho ex-Flamengo e Julinho. Para amenizar o placar teve um pênalti a favor do Corinthians que Olavo bateu e Aníbal defendeu. Tudo fazia crer que era o dia do Palmeiras e um pouco antes de terminar o primeiro tempo Olavo deu pontapé em Julinho, fazendo com que o ponta direita saísse de campo desmaiado. A meu lado um torcedor palmeirense disse a
Olavo na saída de campo para o intervalo: “se eu te ver na rua, passo meu caminhão por cima de você,
seu…!
Como não se podia fazer substituição o Palmeiras voltou para o segundo tempo com dez jogadores, mas aos 10 minutos Julinho aparece na boca do túnel para continuar  na partida. Nunca me esqueço. O Pacaembu todo aplaudiu. Inclusive os Corintianos. Quem pagou o pato foi o lateral esquerdo Oreco que tomou um baile de Julinho. Em um  lance perto da bandeirinha de escanteio Oreco tomou um drible seco que caiu por cima da bandeirinha. Paulinho que estava com a macaca marcou mais dois gols e o placar de 4 x 0 muita gente esfregou na cara do Albino Lotito.

Quando dos grandes clássicos a gente tinha que ir bem cedo porque o estádio lotava. Era a profecia de Prestes Maia quando ele foi criticado por fazer um estádio tão grande numa cidade de poucos milhares de habitantes. Ele foi bem claro, um dia esse estádio ficará bem pequeno devido a grandeza dessa cidade que vai crescer bastante. Prestes Maia tinha  visão grande. Ele estava muito a frente do seu tempo. O estádio do Pacaembu era um verdadeiro cartão postal. Estando nele tanto eu como os demais espectadores ficavamos abismados com tudo o que ele tinha dentro o fora . Para eu que sempre fui um “geraldino” olhava para a esquerda onde estava nua de Davi, do escultor Leonardo da Vinci. Na saída do estádio aqueles que saiam pelo lado do ginásio, faziam brincadeiras.
O Pacaembu era a extensão da minha casa. Para ir até ele não precisava ser jogo do meu Palmeiras. Grandes clássicos eu estava lá. Palmeiras e Santos e Corinthians e Santos foram os clássicos que mais vi Pacaembu. Palmeiras e Santos era certeza que ia ver uma vitoria do Palmeiras, pois era o único time que ousava derrotar o grande time do Santos FC. É bem verdade que não era sempre.

Em 1959, Palmeiras e Santos chegavam ao final do segundo turno do Campeonato Paulista empatados em pontos perdidos. Naquele tempo não havia esse negocio de hoje que quem tem mais vitorias ou mais gols marcados é declarado campeão. O campeão tinha mesmo era que sair no campo de jogo através de um jogo desempate. Naquele ano já no inicio de 1960 A federação resolveu fazer uma melhor de três. Era também um motivo para arrecadar mais, a renda do espetáculo era dividida aos dois clubes. E as datas marcadas foram dia 5 de Janeiro (Terça feira), dia 7 (quinta feira) e o terceiro jogo se necessário no domingo dia 10. Devido a reforma dos refletores as partidas foram realizadas a tarde. No primeiro jogo ouve empate de 1 x 1. No segundo outro empate de 2 x 2, e a final ia ser decidido pau a pau. Alguns torcedores e até membros da imprensa diziam que os dois primeiros jogos tinham sido marmelada para forçar o terceiro jogo.
Mais uma vez estava eu no majestoso estádio. Fui com alguns amigos da radio Pan-Americana que com uma credencial, sentei numa cadeira numerada. Quando vejo  senta a meu lado Amacio Mazzaropi. Sim aquele artista de radio, cinema e televisão. Perguntado se ele ia torcer pelo palmeiras disse que não. Mas com aquele sobrenome italiano era difícil de acreditar. O estádio não estava totalmente lotado, porque os jogos eram televisados direto.

O locutor do estádio J. Domingues, colocava sua voz nos potentes alto falantes do estádio: “O posto de serviços Esso de Francisco Zambrana, informa as escalações das equipes.
O time do Palmeiras entra em campo debaixo de um foguetório, com o capitão Waldemar Carabina a frente, Waldir Djalma Santos, Americo Murollo, Romeiro, Nardo, Aldemar, Geraldo Scotto, Zequinha, Julinho, Chinesinho .

Logo depois veio o Santos. Laércio, Getulio, Urubatão, Formiga, Zito Dalmo, Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão. Pele e Pepe.
13 minutos de pois que o arbitro Anacleto Pietrobom, apitou o inicio do jogo, Pelé aparece na frente de Waldir e manda a bola para o fundo da rede. Quando estava perto de terminar o primeiro tempo Julinho pegou um rebote e empatou o jogo.

Logo no inicio do segundo tempo teve uma falta perto da grande área do Santos, e Romeiro exímio batedor de falta mandou de trivela para as redes de Laércio. (foto ao lado). Daí para frente o Palmeiras segurou a vitoria e se tornou super campeão de 1959, e a torcida gritava: Com Jair, com Pagão o Palmeiras é Campeão.

Nardo vai ao fundo da rede para comemorar o segundo gol que seria o gol da vitoria e do titulo. Chinesinho comemora o titulo ainda no gramado. foto abaixo.

O dia que eu vi o estádio mais lotado foi em 1960, uma quarta feira da semana santa. Era o Derby Palmeiras e Corinthians. Nunca tinha visto tanta gente no estádio. O que dava a dimensão exata, do enorme publico, era nos corredores do alambrado com os degraus da arquibancada e geral. Estava entupido de gente a toda volta. Não havia lugar para se sentar. O jogo não foi muito bom para minha  memória. 1 x 0 para o Corinthians. Luizinho pega um sem pulo da pequena área, a bola bate no peito do goleiro Waldir, e o meia direita Lanzoninho, pega o rebote e manda para o fundo da rede. Depois o Palmeiras encurralou o Corinthians, mas no gol do Corinthians, tinha um moço chamado Gilmar que se encarregou de fechar o gol, e fazer eu sair de cabeça inchada. O locutor do estádio anunciou a renda e o publico que foi de 65 mil e 500 torcedores.

Em 1961, o Pacaembu recebeu o nome de Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, em homenagem ao homem que comandou a delegação no mundial de futebol na Suécia em 1958.
Em 1967, Mais uma decisão de titulo. Outro grande jogo de futebol. São Paulo x Corinthians. Era o ultimo jogo do campeonato daquele ano. Para o São Paulo era ganhar e ser campeão sem se importar com o resultado do jogo Santos x Portuguesa Santista. O Pacaembu estava todo vermelho.  Era a torcida do São Paulo com milhares de bandeiras que eram agitadas por todo o estádio. Até o David (estatua) estava com o uniforme do São Paulo.
Na preliminar a torcida xingava a mãe do Juiz. Era um ex-repórter esportivo da TV Record dos anos 1950. Silvio Luiz Machado. Como árbitro de futebol ele era um excelente repórter.
Veio o jogo principal Quando entrou o São Paulo tinha se a impressão de que aquele dia era a consagração do time do Morumbi. O Pacaembu estava em festa. Eu estava na geral bem perto do túnel na lateral onde ficava o gol do portão monumental.
Logo no primeiro tempo o médio volante Lourival do São Paulo encheu o pé e mando a bola aonde a coruja faz o ninho. 1 x 0 para o São Paulo. Todos diziam que era difícil o titulo não vir aquele dia. No segundo tempo o grande zagueiro central Jurandir teve distenção muscular e não havendo substituição, além do goleiro, o São Paulo jogou com praticamente 10 jogadores, pois Jurandir mancava na ponta esquerda.
O jogo estava indo para o fim e o Pacaembu era só bandeiras desfraldadas. Teve uma falta contra o gol de Picasso do São Paulo e Rivelino se preparava para chutar. Enquanto a barreira era feita um rapaz a meu lado ficou de costas para não ver o pior. Quando as vaias saíram em profusão o rapaz ficou de frente com ar de felicidade.
Já aos 44 minutos e 45 segundos uma bola veio da ponta esquerda corintiana e Tales saltou junto a Ditão e cabeceou a bola na trave, ela correu pala linha de gol e veio um tal de Bene e de canela botou a bola na rede. O Pacaembu emudeceu.  Eu estava com meu radio Spika, ouvindo a difícil vitoria do Santos contra a Lusa santista. A torcida ainda tinha esperança de pelo menos um empate para dar o titulo ao São Paulo. Houve um pênalti a favor do Santos, e um torcedor me disse: coloca no Pedro Luiz para ter maior emoção no lance. Com 3 x 1 para o Santos a decisão foi na quarta feira seguinte, e o Pacaembu seria mais uma vez o palco do espetáculo. Na quarta feira seguinte o Pacaembu via a decisão do titulo contra o Santos que acabou vencendo.

Tive o dissabor de ver algumas derrotas, como aquela de um domingo à noite num jogo que fizeram para a Rainha da Inglaterra, que se minha memória não tiver falhando foi em 1965. Estava na curva do portão monumental e o placar da concha acústica marcava Santos 5 x Palmeiras 3.
Corinthians e Santos era outro que eu gostava de ver. Era o tempo do Tabu. E como era gostoso ver corintianos chorando  . Em 1964 fui ver esse clássico que por causa do tabu que  estava ficando famoso. Nesse ano o Pacaembu estava vendo uma grande revelação no futebol. Rivelino. Ele jogava na preliminar por ser muito novo em idade.  A fila para a compra do ingresso era muito grande e pelo jeito ia entrar no estado já ao final da preliminar. Então resolvi pular o muro do estádio que dava para a casa do administrador do estádio. Quando pulei, já tinha outros torcedores fazendo a mesma coisa que eu. Só que o cachorro veio justamente em cima de mim. Botou aquele boca grande na minha perna me segurando, e eu no desespero de querer tirar a perna fiquei com ela sangrando até que um torcedor veio com um pedaço de pau, e ele me liberou.
Consegui assistir a preliminar todinha com Rivelino pelo lado do Corinthians e Zoca (irmão do Pelé) do lado do Santos. Resultado 6x 2 para o Corinthians.
No jogo principal, com a gozação do resultado da preliminar o pau quebrava a todo o momento. Com o estádio superlotado eu estava de pé de baixo da marquise na geral.
No jogo principal eu com a perna doendo muito, vi o Corinthians muito atrevido. Não é que tal de Ferreirinha marcou um gol para o Corinthians? Ai Pele e Coutinho resolveram mostrar quem era o Santos. 1 x 1, 2 x 1 para o santos, 2 x 2, 3 x 2 para o Santos. Depois veio um rosário de gols. 4 x 2, 5 x 2, 6 x 2. 6 x 3, 7 x 3, e quase ao final um pênalti contra o Santos e Silva chutou com êxito marcando o quarto gol Corintiano. Ninguem gritou gol, pelo contrario algumas vaias foram ouvidas.
Votei para casa mancando de dor, e passei a noite toda com muita dor na perna. No dia seguinte fui ao instituto Pasteur, na Avenida Paulista, e o medico me disse para ver o cachorro por sete dias. Caso o cachorro não tivesse problema eu estaria livre das vinte injeções na barriga. Segundo ele o cachorro fica louco depois que morde uma pessoa.
Tive que ir ao Pacaembu para falar com o administrador. Chegando lá nem sabia como explicar. sabe eu , quer dizer o seu cachorro… – Já sei você pulou o muro da minha casa para não pagar ingresso, né? _ Não foi por causa do ingresso, mas para ver o Rivelino na preliminar. – Sei, sei, disse ele com ironia. Mas pode ficar tranqüilo, o cachorro é vacinado Pode ligar para a minha casa até o sétimo dia.

Em 1972 novamente Palmeiras e São Paulo decidiam um titulo e o empate de 0 x 0 deu o titulo de campeão invicto ao Palmeiras e pela terceira vez o Palmeiras tirava o tri campeonato do São Paulo.
Em 1961, o estádio recebeu o nome de Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, em homenagem ao homem que comandou a delegação no mundial de futebol na Suécia em 1958.
Em 1970, foi reformado e aumentou a sua capacidade para 15 mil novos lugares. Para a maioria dos que gostavam de futebol foi cometido um crime ao derrubar a concha acústica para construir uma arquibancada para aumentar sua capacidade, tirando a sua originalidade. Essa arquibancada teve vários nomes irônicos. Tabua de lavar roupa, Tobogã, e também para os mais cáusticos, chamado de “puleiro”. Tinha também duas cabines de transmissão de radio abertas que ficavam em meio as cadeiras numeradas que pertenciam as emissoras, Pan-Americana a esquerda de quem subia os degraus e a da Radio Bandeirantes a direita, foram retiradas. Elas pertenciam a historia do estádio. Quantas vezes depois dos jogos os torcedores conversavam com os radialistas esportivos, que faziam a transmissões entre eles Pedro Luiz, Aurelio Campos, Geraldo José de Almeida, Fiori Gigliotti, Leônidas da Silva, Mario Moraes. Tinha também acima dessa cabines também o reservado a imprensa escrita, que era vigiada pelo funcionário de muitos anos senhor Teixeira, que não deixava de maneira alguma a entrada de penetras.
Antes de tomar tais atitudes os executivos e seus secretários deveriam fazer uma pesquisa para ver se aqueles (torcedores)que eram a razão da existência do estádio estariam a favor de certas coisas. Quando a gente conta a historia do estádio para filhos e netos ele não acreditam que tais coisas foram feitas e que eles gostaria de ver nos dias de hoje,e de passagem também a retirada da estatua de David, que ficava ao final da geral
que hoje é chamado de “arquibancada”.


Mas a reforma de verdade aconteceu no ano de 2008, quando o estádio totalmente reformulado com as rachaduras extintas, ficou realmente bonito e um gramado excelente. No Pacaembu morreu gente, não se sabe quantos. A maioria do coração devido à emoção. Um torcedor morreu de tanto levar borrachadas da Força Publica, no jogo final de 1957, São Paulo x Corinthians, o jogo das garrafadas. Mas a tragédia que ninguém esquece foi a de 1985 num jogo de juniores que foi decidido no gol de ouro. Marcou Ganhou. Pedras, madeiras e ferros da reforma do Tobogã foram usados pelos torcedores das duas equipes.

Varias  reformas foram feitas no estádio, principalmente no gramado. Quando chovia era um lamaçal a desculpa era por que ali era um brejo, mas na verdade o gramado não tinha a drenagem ideal. Em 1969 o gramado foi todo reformado  aproveitando o tempo que o estádio teve a demolição da concha acústica para a construção do Tobogã. Em 1984 outra reforma, quando de mais uma reabertura jogaram Palmeiras 1 x 0 São Paulo, gol de Carlos Alberto Borges, num  jogo que quem fosse com uma camisa amarela entrava de graça, patrocínio das pilhas Everead (as amarelinhas). Os crimes se  cometiam  contra o gramado do Pacaembu eram os Shows, musicais em que o publico pisoteava a grama, e sempre chovia nesses eventos. Para não dizer que ouve somente show de musica,  mais duas vezes o gramado foi destruído, quando o cantor que gravou Fuscão Preto rodou com o carro num dia chuvoso  e, em outra oportunidade um Show de motociclismo, onde os responsáveis se propunham a fazer um novo gramado.

Todos os jogos da Portuguesa de Desportos – 1961

Todos os jogos da  Portuguesa de Desportos – 1961

Abaixo todos os jogos disputados pela Portuguesa em 1961

Foram realizadas 60 partidas, sendo 21 oficiais e 39 amistosos

Data
Equipe
Placar
Equipe
Camp.
Local
15/01/1961 Portuguesa
3 x 1
Guaratinguetá
AM
Guaratinguetá
21/01/1961 Portuguesa
4 x 3
São Cristóvão – RJ
AM
São Paulo
24/01/1961 Portuguesa
3 x 1
Ferroviária – PR
AM
Curitiba
29/01/1961 Portuguesa
6 x 2
Coritiba
AM
Curitiba
09/02/1961 Portuguesa
4 x 2
S. C Corinthians
AM
São Paulo
19/02/1961 Portuguesa
0 x 1
Uberlândia – MG
AM
Uberlândia
01/03/1961 Portuguesa
1 x 3
Botafogo
R.S.P
Rio de Janeiro
05/03/1961 Portuguesa
3 x 1
América – RJ
R.S.P
São Paulo
09/03/1961 Portuguesa
2 x 2
São Paulo FC
R.S.P
São Paulo
12/03/1961 Portuguesa
2 x 3
Vasco da Gama
R.S.P
São Paulo
16/03/1961 Portuguesa
0 x 2
S. C Corinthians
R.S.P
São Paulo
19/03/1961 Portuguesa
0 x 3
Santos FC
R.S.P
São Paulo
25/03/1961 Portuguesa
0 x 2
Flamengo
R.S.P
Rio de Janeiro
31/03/1961 Portuguesa
1 x 2
S. E Palmeiras
R.S.P
São Paulo
04/04/1961 Portuguesa
5 x 4
Cruzeiro – RJ
AM
Pretópolis
09/04/1961 Portuguesa
0 x 7
Fluminense
R.S.P
Rio de Janeiro
16/04/1961 Portuguesa
3 x 1
Bolivar – BOL
AM
La Paz
20/04/1961 Portuguesa
4 x 1
Always Ready – BOL
AM
La Paz
23/04/1961 Portuguesa
4 x 3
The Strongest – BOL
AM
La Paz
26/04/1961 Portuguesa
1 x 1
Municipal – BOL
AM
La Paz
30/04/1961 Portuguesa
3 x 1
San José – BOL
AM
La Paz
04/05/1961 Portuguesa
2 x 1
5 de Octubre – BOL
AM
Catavia
07/05/1961 Portuguesa
7 x 0
White Star – PER
AM
Arrequipa
14/05/1961 Portuguesa
4 x 1
J. Wilstermann – PER
AM
?
27/05/1961 Portuguesa
1 x 2
São Paulo FC
AM
São Paulo
01/06/1961 Portuguesa
2 x 1
São Paulo FC
AM
São Paulo
04/06/1961 Portuguesa
1 x 1
Noroeste
AM
Bauru
08/06/1961 Portuguesa
3 x 3
Botofogo – SP
AM
São Paulo
18/06/1961 Portuguesa
0 x 1
S. C Corinthians
AM
São Paulo
25/06/1961 Portuguesa
2 x 2
Guaratinguetá
AM
Guaratinguetá
02/07/1961 Portuguesa
3 x 1
C. A Juventus
C. P
São Paulo
09/07/1961 Portuguesa
4 x 2
Noroeste
C. P
Bauru
15/07/1961 Portuguesa
5 x 1
Jabaquara A. C
C. P
São Paulo
23/07/1961 Portuguesa
2 x 3
Botofogo – SP
C. P
Riberão Preto
30/07/1961 Portuguesa
1 x 0
Taubaté
C. P
Taubaté
06/08/1961 Portuguesa
1 x 2
XV de Piracicaba
C. P
Piracicaba
13/08/1961 Portuguesa
1 x 6
São Paulo FC
C. P
São Paulo
20/08/1961 Portuguesa
2 x 0
Portuguesa Santista
C. P
Santos
30/08/1961 Portuguesa
2 x 1
S. E Palmeiras
C. P
São Paulo
03/09/1961 Portuguesa
1 x 3
Guarani
C. P
Campinas
06/09/1961 Portuguesa
3 x 1
Guaratinguetá
C. P
São Paulo
09/09/1961 Portuguesa
2 x 1
Comercial
C. P
São Paulo
17/09/1961 Portuguesa
1 x 6
Santos FC
C. P
Santos
23/09/1961 Portuguesa
1 x 6
S . C Corinthians
C. P
São Paulo
27/09/1961 Portuguesa
4 x 1
Ferroviária
C. P
São Paulo
01/10/1961 Portuguesa
3 x 1
Guarani
C. P
São Paulo
15/10/1961 Portuguesa
4 x 3
C. A Juventus
C. P
São Paulo
18/10/1961 Portuguesa
3 x 1
Noroeste
C. P
São Paulo
28/10/1961 Portuguesa
1 x 3
Santos FC
C. P
São Paulo
01/11/1961 Portuguesa
3 x 0
Jabaquara A. C
C. P
Santos
05/11/1961 Portuguesa
2 x 0
Portuguesa Santista
C. P
São Paulo
12/11/1961 Portuguesa
0 x 0
Ferroviária
C. P
Araraquara
15/11/1961 Portuguesa
7 x 0
S. C Corinthians
C. P
São Paulo
19/11/1961 Portuguesa
2 x 1
Comercial
C. P
Riberão Preto
25/11/1961 Portuguesa
4 x 1
Guaratinguetá
C. P
Guaratinguetá
29/11/1961 Portuguesa
5 x 2
Botafogo – SP
C. P
São Paulo
03/12/1961 Portuguesa
1 x 3
S. E Palmeiras
C. P
São Paulo
10/12/1961 Portuguesa
0 x 6
São Paulo FC
C. P
São Paulo
13/12/1961 Portuguesa
6 x 3
XV de Piracicaba
C. P
São Paulo
16/12/1961 Portuguesa
4 x 1
Taubaté
C. P
São Paulo

Obs: o jogo do feriado de 15/11/61 marcou a estréia de Beirute  e Adilson no ataque do Corinthians. Estavamos esperando o jogo com esperanças, mas o ataque da Lusa era infernal. Gols de Servílio, Ocimar ( 2 ), Jair, Didi, Nilson ( 2 ).

Servílio depois foi para o Palmeiras e Jair da Costa para a Itália.

Gilberto Maluf

Legenda: C.P – Campeonato Paulista

Legenda: R.S.P – Rio São Paulo

Legenda: AM – Amistoso

fonte: Alma Lusa

13 pontos em 1977

O dia em que pensei ter ficado milionário

Adalberto Day cientista social e pesquisador, apresento um momento de pura nostalgia vivenciada por mim, e mais alguns amigos em 1977.  Conversando dia 31/12/2009 na virada 2009/10 , resgatamos um feito de 32 anos atrás.
13 Pontos:
Frente e Verso
A famosa loteria esportiva já me fez por uns instantes acreditar que poderia ter ficado milionário. Mas tudo não passou de um sonho.
Com já era de costume, nós do nosso setor de trabalho na área de Recursos Humanos, antes empresa Garcia e depois na Artex, também fazíamos nossa aposta na loteria esportiva, na intenção de acertar os 13 pontos.
Nossa expectativa se tornava sempre atenta à TV a cada final de semana, e um dia se tornou realidade.
No teste 353 – data 03/04/09/1977 meu nome apareceu como titular deste tão cobiçado prêmio.
No dia 03/04 de setembro de 1977, esse instante mágico chegou. Fizemos os 13 pontos, eu fiquei feliz e vibrei muito por certo momento. Como não tínhamos telefone, na época, fomos até a casa do nosso amigo Danilo de Oliveira (aquele que mais apostava da nossa turma e foi ganhador em outras oportunidades) distante uns 2 Km de nossa residência, tão logo constatamos ser um dos ganhadores, isso no domingo à noite.
Chegando à residência do amigo Danilo, ele já nos desestimulou, dando gargalhadas e já foi avisando: “vão ser mais de 10 mil acertadores, pois não pintou nenhuma zebra”. A famosa zebrinha na telinha da Globo realmente não apareceu.
Olha eu aí…
Os resultados indicados em cada coluna, são os verdadeiros da época
Foram realmente milhares de acertadores, não lembro quantos. A quantia que ganhamos foi de Cr$ 7.011,76 divididos entre os  sete participantes da aposta. Coube a cada um de nós a quantia de R$ 1.001,68 (equivalente em reais hoje de uns R$ 300,00) menos que um salário mínimo.
Mas o que importa foi o sonho, e a sorte pelo menos naquele dia chegou, e guardo com carinho este volante da aposta teste nº 353, um belo número.

Romeiro decidiu o campeonato paulista de 1959

O palco da decisão melhor de três  de 1959 entre Palmeiras e Santos  era novamente o Estádio Municipal do Pacaembu, que neste dia recebeu um público de 37.023 pessoas, que proporcionou uma arrecadação de Cr$ 3.076.375,00. O árbitro da partida foi Anacleto Pietrobon e neste dia o técnico Lula mandou a campo os seguintes jogadores; Laércio, Urubatão, Getúlio, Dalmo, Formiga, Zito, Dorval, Jair da Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe. Sem dúvida alguma, um time que impunha muito respeito a qualquer adversário. Já pelo Palmeiras, o técnico Osvaldo Brandão mandou a campo os seguintes jogadores; Valdir, Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar, Geraldo Scotto, Zequinha, Chinesinho, Julinho Botelho, Américo, Nardo e Romeiro.

Aos 14 minutos de jogo Pelé abriu o placar. A torcida santista foi ao delírio, que só parou aos 43 minutos, quando Julinho empatou a partida. Final do primeiro tempo e tudo igual no placar. Quando menos a confiante torcida peixeira esperava, aos três minutos da etapa final, falta para o Palmeiras, de meia-distância. Romeiro batia forte e de três dedos, com um veneno incrível. E aquela batida de falta tornou-se imortal: por cima da barreira, a bola foi no ângulo do ex-palmeirense Laércio, que nem se mexeu.


gol de romeiro

Fonte: Foto Classico é classico e vice-versa e Jose Carlos de Oliveira


Associação Esportiva Santacruzense

Nome: Associação Esportiva Santacruzense

A.E.Santacruzense

Data fundação: 25/01/1931

Endereço: Rua Simão Cabral n° 318

Cidade: Santa Cruz do Rio Pardo/SP

CEP: 18900-000

Telefone: (14) 3372-7989

Estádio: Municipal Deputado Leônidas Camarinha (10.058 torcedores)

Cores: Preto, vermelho e branco

Site: http://www.esportivasantacruz.com.br/default.asp

Títulos:

Campeão Segunda Divisão 1962

Vice-campeão Terceira Divisão 1956, 1986

Vice-campeã Série João Mendonça Falcão – Primeira Divisão 1966

 

Mascote:Mascote

 

 

Esportiva Santacruzense é mais uma entre tantas equipes do interior paulista que prestaram homenagem aos seus fundadores na hora da escolha de sua mascote. O clube fundado em 1931, pelos funcionários da Estrada de Ferro Sorocabana e tornou-se referência da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo.

História:

A Associação Esportiva Santacruzense foi fundada no dia 25 de janeiro de 1935 por um grupo de atletas amadores da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo. O objetivo era competir com outra agremiação do município, o Operário Futebol Clube. Entretanto, com o passar do tempo o clube foi conquistando o carinho dos torcedores e se tornou o time oficial da cidade.

Antes de profissionalizar-se, a Santacruzense oficializou ainauguração do estádio Leônidas Camarinha, que apesar de já existir, não era utilizado pelo clube. Na partida de estréia, o resultado foi uma vitória por 3 a 2 sobre o Bauru Atlético Clube (BAC).

A estréia em competições da Federação Paulista de Futebol foi em 1954, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão (atual Série A3), onde permaneceu até 1958. Neste meio tempo, em 1956, o clube alcançou sua melhor classificação em uma competição até então: o vice-campeonato.

Após um período de três anos sem inscrição em torneios profissionais, a Santacruzense retornou em 1962, agora na Segunda Divisão (que também era equivalente à A3), onde sagrou-se campeã.

gol contra a ferroviaria em 1963

Com essa conquista, teve o direito de disputar, no ano seguinte, o Campeonato Paulista da Primeira Divisão, onde permaneceu até 1967, quando novamente ficou longe dos gramados. No segundo retorno, em 1969, estava na Segunda Divisão e, ao final do torneio, novamente passou um tempo sem competir profissionalmente.

As atividades foram retomadas profissionalmente em 1979, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão, que na época equivalia à Quinta Divisão Estadual. Como em 1980 o número de divisões foi diminuindo, apesar de continuar sob a mesma denominação, o campeonato era equivalente à Série A3. Em 1981, o clube não participou das competições da FPF e retornou no ano seguinte, disputando também as temporadas de 1983 e 1984.

A Santacruzense não se inscreveu nas competições de 1985, mas em 1986 disputou o Campeonato Paulista da Terceira Divisão. Outra parada em 1987 por um ano, antes de disputar a Terceira Divisão em 1988 e 1989.

Em 1990,mais uma interrupção, até voltar com força em 1991 na Segunda Divisão, onde permaneceu por três anos. Chegou à Série A2 em 1994.

Após outro longo período licenciado, a Associação Esportiva Santacruzense participou da Série B2 do Campeonato Paulista em 2004. Porém, no ano seguinte, disputando o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, conseguiu o acesso à Série A3 do Estadual, onde permanece.

Fonte:

Jogo histórico – Rio Preto 3 x 1 Hepacaré de Lorena

escudoRioPreto60_
Rio Preto
Paulinho; Jacintho Angelone, Martin e Brandão; Zé Carlos
e Icão; Colada, Milton, Joãozinho, Bulau e Palácio. Técnico: Oswaldo Iembo, o Dicão.
hepacareescudo_
Hepacaré de Lorena
Zé Maria; Canindé, Laércio e Geraldo; Jacaré e Ronaldo; Machado, Félix, Bacu, Mário e Milton. Técnico: não obtido.

Gols: Joãozinho fez os três do Rio Preto e Félix marcou para o Hepacaré.
Juiz: Albino Zanferrari.
Renda: Cr$ 1,1 milhão.
Público: não divulgado.
Local: estádio Victor Brito Bastos, em Rio Preto, domingo, 21 de junho de 1964, na última rodada do hexagonal final da Segundona, quando
o Rio Preto sagrou-se campeão e subiu para a Primeira Divisão.