Arquivo do Autor: Eduardo Cacella

O FUTEBOL EM PONTA GROSSA

O esporte, como fenômeno de massas, é bastante recente. No caso do brasileiro, foi a partir da década de 1910 que as atividades esportivas começaram a marcar o ritmo de vida moderno.
Importadas da Europa, as práticas esportivas se enquadravam nos princípios “civilizatórios”, próprios do estilo de vida “moderno”. Atividades como a ginástica, o boxe, a patinação o ciclismo e principalmente, o futebol ganharam destaques nas cidades brasileiras. As ruas e os clubes eram ocupados com manifestações esportivas, fazendo aumentar o clima de agitação urbana.
O futebol, inicialmente praticado pelas elites, difundiu-se velozmente. Ligas amadoras surgiram para organizar partidas e campeonatos. as populações mais pobres começaram a fundar seus próprios times, em bairros ou locais de trabalho.
O entretenimento, a saúde, a rivalidade e até mesmo o narcisismo precediam a remuneração e o profissionalismo.

A partir da década de 1930, com a criação da Liga Pontagrossense de Desportos, o futebol passou a atrair um grande número de aficionados. Já incorporada ao cotidiano urbano, a prática esportiva era vista como uma forma de normatizar socialmente as massas.
Desde a década de 1920, a cidade acompanhou acirrados certames locais disputados por times como o Operário, o OLinda , o Savóia, o Guarany , o União Campo Alegre, o Aymoré, o Corinthians, o Americano, o Germânia , o Castelo Branco , o Bloco Esportivo Pontagrossense e o Nova Rússia , entre outros.

Os Clubes representavam comunidades de bairros, como o Nova Rússia e o Olinda (Olarias). Representavam também segmentos ligados a uma categoria profissional específica, como é o caso do Operário (ferroviários de São Paulo-Rio Grande), ou grupos étnicos, como o Germânia. Já o Guarany tinha a preferência da elite local.
Campos de futebol espalharam-se pela cidade, Nova Rússia, União Campo Alegre, Olinda, Operário e Guarany tinham estádios próprios na década de 1930.
Mesmo com a profissionalização do Operário e do Guarany na década de 1950, os times de bairro continuava a proliferar na cidade. O Flamengo da Vila Madureira , o São Cristóvão do bairro Oficinas , são exemplos de times amadores que continuaram atraindo fiéis e inflamados torcedores ponta-grossenses.

Fonte:Desconheço

Futebol Feminino:Torneio Início do Paraibano será dia 5 de abril

Terça, 18 de Março de 2008 08h40
GLOBO.COM

O Torneio Inicio do Campeonato Paraibano de Futebol Feminino acontece no próximo dia 5 de abril, no estádio Evandro Lélis, em Mangabeira, em João Pessoa. No dia 13 ocorre o início da competição, com as partidas acontecendo na Capital.
Os dez clubes participantes serão divididos em dois grupos (A e B), jogando entre si, no primeiro turno, classificando os dois melhores para o cruzamento olímpico. No segundo turno os times do Grupo A enfrentam os times do B, com os dois primeiros de cada clube se classificando para o cruzamento olímpico.
Fazem parte do grupo A – Pedrafoguense, COPM, Goiás, CCCLB e Portuguesa; B – Santos, River Plate, Santa Cruz, Desportiva e Auto Esporte. Os jogos do torneio inicio serão os seguintes: Goiás x Portuguesa;

Clubes de futebol e a Segunda Guerra Mundial

Clubes de futebol foram alvo da vigilância da polícia política durante a Segunda Guerra Mundial
Medidas influenciadas pela política nacionalista do Estado Novo obrigaram clubes a expulsar associados de origem estrangeira. Reuniões de diretoria só podiam ser realizadas com autorização da DEOPS

Pesquisa do historiador Alfredo Oscar Salun aponta que na época da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1942, Corinthians e Palmeiras foram forçados a expulsar cerca de 150 sócios de origem estrangeira, inclusive alguns de seus dirigentes. Os dois clubes estavam entre as entidades atingidas pela legislação repressora do Estado Novo, especialmente de 1941 até 1945, quando aumentou o rigor na vigilância da polícia política aos grupos estrangeiros e seus descendentes.
Equipes mais populares da época, Palestra Itália (antigo nome do Palmeiras) e Corinthians atraíam grande número de torcedores de origem imigrante, muitos dos quais operários, caracterizando-os como times populares. “Quando o Brasil declarou guerra à Itália, Alemanha e Japão, a vigilância aos estrangeiros pela Delegacia de Ordem Política e Social (DEOPS) aumentou, devido a suspeitas de espionagem”, conta Salun.

“No Palestra Itália, predominavam os italianos, e no Corinthians havia também italianos, além de espanhóis, alemães e até árabes”, explica o historiador, que pesquisou os efeitos das medidas de nacionalização para sua tese de doutorado no Núcleo de Estudos de História Oral (NEHO) na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Após a entrada do Brasil na guerra, o Conselho Nacional de Desportos (CND) baixou uma série de regulamentações para o esporte, em acordo com o projeto nacionalista do regime do Estado Novo (1937-1945). “Os clubes de futebol foram atingidos, tendo que expulsar dirigentes e associados estrangeiros, principalmente os ligados aos países do Eixo, rotulados como ‘Súditos do Eixo’.”

Vigilância
A desobediência às normas de nacionalização poderia levar ao fechamento dos clubes. “No caso do Palestra Itália, isso gerou rumores não confirmados de que dirigentes do São Paulo manobravam nos bastidores para tomar seu patrimônio”, relata Alfredo Salun. “Os boatos e a mudança de nome para Palmeiras, em 1942, tornaram o episódio marcante na história do clube e dos seus torcedores, ao contrário dos fatos ocorridos no Corinthians.”
A aplicação das leis levou a destituição do presidente do Corinthians Manuel Correncher, espanhol de nascimento. “O clube conquistou vários títulos na gestão de Correncher, considerado uma figura folclórica, comparada a de Vicente Matheus”, conta Salun. “A presidência foi assumida por Mario de Almeida, interventor indicado pelo CND, que ocupou o cargo por alguns meses, até o clube escolher um novo presidente.”

“Em um clube é uma história conhecida e celebrada e no outro, silenciada e apagada”, destaca o historiador. Nesse aspecto, o pesquisador desenvolve um trabalho em História Oral, com torcedores, jogadores e dirigentes. “Esses clubes não foram os únicos na capital paulista que foram alvos da repressão, mas tinham maior torcida e prestígio.”
Reuniões de diretoria dos dois clubes só eram feitas com autorização da DEOPS e a presença de um agente do órgão. “Os clubes também precisavam de permissão oficial para jogos fora de São Paulo, especialmente no litoral, devido a importância estratégica das regiões costeiras na Segunda Guerra Mundial.”
Após as expulsões, Corinthians e Palmeiras realizaram uma “campanha de nacionalização” para atrair novos sócios, nascidos no Brasil. “A imprensa da época viu essa iniciativa como uma prova de patriotismo”, diz Salun. “Os estrangeiros expulsos começaram a retornar aos clubes após 1945, como reflexo do final da Guerra, de medidas liberalizantes adotadas pelo governo de Getúlio Vargas e o fim da perseguição à ‘quinta-coluna’, espiões e os ‘Súditos do Eixo’.”

Fonte:USP-Julio Bernardes

Copa de 78, uma história obscura!!!!!

Ezequiel Fernández Moores(AFP)
Buenos Aires, Argentina

“Em minha própria terra, senti, eu juro, o pior de tudo… Todo mundo falando a mesma coisa: ‘este traidor da pátria, por que vem aqui…'”. Rodulfo Manzo nem sequer pode escapar à vergonha em San Luis de Cañete, a 140 km de Lima, sua terra natal. Confessou há alguns anos. Mas essa vergonha ameaça persegui-lo por toda a vida. Manzo foi um dos zagueiros-centrais da seleção peruana que foi goleada em 6 a 0 pela Argentina na Copa de 1978, em uma das partidas mais escandalosas da história das Copas do Mundo e cujos fantasmas foram resgatados esses dias por Fernando Rodríguez Mondragón.

O filho de Gilberto Rodríguez Orejuela e sobrinho de Miguel Rodríguez Orejuela, líderes do Cartel de Cali, revelou um dado inédito ao assegurar que o narcotráfico contribuiu com dinheiro para subornar o Peru. Saberá por acaso se o Cartel de Cali tinha algum vínculo com hierarcas da ditadura que governava a Argentina e com alguns de seus membros interessados em que o mundial servisse de plataforma a suas ambições políticas?
Esse suposto vínculo, que me foi sugerido anos atrás por fontes ligadas à própria ditadura, teria servido à goleada de 6 a 0 que permitiu à Argentina estar à frente do Brasil por melhor saldo de gols e classificar-se para a final do mundial que aconteceu em sua própria casa. Jamais houve evidências concretas. Mas os próprios jogadores reabriram as portas às suspeitas em torno do desenvolvimento e do resultado final desta partida, fundamental para que a Argentina ganhasse justamente esse Mundial, para a alegria não só de seu povo, mas também da sangrenta ditadura comandada pelo general Jorge Rafael Videla.

Ainda tenho fresca a imagem de Juan Carlos Oblitas, outro integrante daquela seleção peruana, quando o perguntei sobre essa partida na tribuna de imprensa no Estádio Azteca, no dia da abertura da Copa do México de 86. “Essa partida não foi normal, nessa partida houve coisas raras”, revelou Oblitas.
Já no ano de 1982, numa investigação que realizei para a Rádio Continental, de Buenos Aires, o falecido jornalista argentino Carlos Juvenal contou que, depois do 6 a 0, encontrou-se com um grupo de jogadores peruanos no centro de Buenos Aires e que o próprio capitão da equipe, Héctor Chumpitaz, lhe confessou sobre “um dinheiro adicional”, mas completou que nunca o admitiria em público.
Chumpitaz, é claro, sempre rechaçou as suspeitas. O fez inclusive há alguns dias, logo quando houve a denúncia do colombiano Fernando Rodríguez Mondragón e o havia desmentido em outro programa de investigação cujo roteiro escrevi e que foi transmitido em 2003 pelo canal Telefe da Argentina, logo retransmitido em diversos países pelo History Channel (“A festa paralela”).

Foi nesse mesmo programa que Manzo, então um humilde pedreiro, contou que até seu próprio povo o chamava de “o vendido”. Por que ele e não outro dos jogadores peruanos que atuaram naquela partida? Ocorreu que um ano depois, comprado pelo clube argentino Vélez Sarsfield, Manzo, numa conversa informal sobre aquele 6 a 0, respondeu uma piada em Buenos Aires afirmando que a Argentina teve que pagar em dinheiro para lograr essa goleada. Só horas depois teve que assinar uma retratação diante das câmeras de TV assegurando que jamais havia dito isso.
Também o goleiro argentino daquela seleção peruana, Ramón Quiroga, rachaçou sempre as suspeitas sobre sua figura, mas não sobre a de outros. “Dos que agarraram a grana, vários morreram e outros morreram para o futebol”, disse Quiroga, numa entrevista ao diário La Nación, de Buenos Aires, do dia 8 de outubro de 1998, que logo, igual a Manzo, se encarregou de desmentir.
“Nesta partida jogou (Roberto) Rojas, um tipo que nunca havia jogado. Ele morreu em um acidente… Marcos Calderón morreu na queda de um avião”, seguiu Quiroga na entrevista. E adicionou que no intervalo dessa partida ele e também Chumpitaz pediram a Calderón que tirasse Manzo, porque “não parava ninguém. No gol de (Alberto) Tarantini, o “Negro” Manzo agachou-se e o deixou sozinho. Não sei nem por onde anda Manzo agora. Era um bom jogador, mas não o queríamos”.
Quiroga afirmou que contra a Argentina “jogaram jogadores que não haviam estado em nenhuma outra partida”, e mencionou Raúl Gorriti (“que entregou o quarto ou quinto gol”), a Roberto Rojas e o próprio Manzo, e admitiu que a equipe peruana estava dividida entre os jogadores do Alianza Lima de um lado e os do Sporting Cristal de outro.

Tão dividido estava o time que Calderón foi pressionado por uns jogadores para que não incluísse Quiroga nessa partida, dada sua condição de argentino, mas que o goleiro se manifestou seguro de poder atuar sem pressões e por isso foi finalmente incluído pelo treinador. Vários gols foram feitos debaixo de seu nariz, por rivais sem qualidade. Mas também é certo que, depois daquela goleada e durante muitos anos, no Brasil, cada vez que um goleiro cometia erros grosseiros, dizia-se que era “um Quiroga”. Quinze dias depois do Mundial, a Argentina do general Videla, que antes da partida tinha ingressado ao vestiário peruano junto com o ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger, “outorgou um crédito não reembolsável” ao Peru “para a aquisição de quatro mil toneladas de trigo a granel”, segundo publicou o diário La Razón daquele dia, na sua página 11 e sob o título “Trigo”. Essa doação, segundo afirmou o escritor inglês David Yallop em seu livro de 1999 “How they stole the game” (“Como eles roubaram o jogo”), formou parte do suposto acordo da ditadura argentina com a peruana, cuja seleção, a pedido do técnico Calderón, atuou nessa partina com a camiseta alternativa (vermelha), “para não passar vergonha com a tradicional alvi-rubra”.
Yallop cita como autor do suborno o almirante Carlos Lacosta, homem forte da ditadura na organização do Mundial, logo premiado pela Fifa, que o designou vice-presidente. Lacoste, falecido em 2004, era mão direita do almirante Emilio Massera, por acaso o mais sanguinário e mais ambicioso politicamente dos três integrantes da Junta Militar que comandava a Argentina. Contra Lacoste e Massera apontou também o então Secretário da Fazenda da Argentina, Juan Alemann, crítico dos gastos que demandava o Mundial e que teve uma bomba explodindo em sua casa, localizada a metros de uma sede policial no elegante bairro Norte de Buenos Aires, no mesmo momento em que a Argentina marcava seu quarto gol no Peru. Era o gol que bastava para classificar-se como finalista do Mundial. “Quem armou toda essa operação sabia que iam ter quatro gols”, disse Alemann no documentário de TV “A festa paralela”.
Poucos sabem que a ditadura argentina já havia se interessado pela seleção peruana alguns meses antes da Copa, quando a equipe conseguiu a classificação para o Mundial diante do Chile, onde mandava o ditador Augusto Pinochet, de pouca afinidade com os militares argentinos. Fato confirmado pelo conflito de Beagle que quase acarretou uma guerra, no fim daquele mesmo 1978. Não agradava à Argentina de Videla e Massera que o Chile jogasse em seu Mundial. E a Junta se interessou, portanto, vivamente, pela classificação do Peru.
O técnico César Luis Menotti e o goleiro Ubaldo Matildo Fillol juraram até por seus filhos, no documentário de TV, que o triunfo era legítimo. Recordaram que a Argentina já tinha vencido com facilidade o Peru, em Lima, num amistoso pouco antes do Mundial e que, quando se enfrentaram no torneio, o Peru era uma seleção debilitada pelas lesões e pelo cansaço e que só queria voltar a seus país.
Mas o testemunho mais notável foi de outro jogador, Osvaldo Ardiles, peça-chave daquela Seleção Argentina e ex-técnico do Huracán: “Se vocês me perguntam se a Junta Militar fez algo, eu vou te dizer que não sei, mas essa gente estava preparada para fazer absolutamente tudo. Tomara que não tenham feito nada, que o triunfo tenha sido simplesmente esportivo. Se não tivesse sido assim, me sentiria muito mal, estaria pensando provavelmente em devolver minha medalha”.

A equipe de futebol que preferiu morrer a perder PARTE 2

Amigos achei uma história um pouco diferente em alguns aspectos,principalmente que não foi o time todo fuzilado e sim 4 jogadores

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as Copas que seriam disputadas em 1942 e 1946 não puderam ser realizadas (a guerra acabou em 1945, mas em 1946 a Europa ainda estava arrasada e tentando se reconstruir). Isso não impediu que um dos momentos mais heróicos e ao mesmo trágicos da história do futebol acontecesse nesse período.

A Ucrânia é um país localizado no leste europeu que teve no século 20 a nada invejável experiência de conhecer a opressão de dois regimes totalitários: o stalinista, da União Soviética, e o nazista, que então vigorava na Alemanha.

Em 1922, a Ucrânia foi incorporada à União Soviética e conheceu os horrores da ditadura de Stalin. Em 1941, a Alemanha nazista decidiu atacar a União Soviética, quebrando o tratado de não-agressão assinado em 1939.
Ocupação nazista na Ucrânia
Assim, a Ucrânia acabou sendo ocupada pelas forças nazistas. Os ucranianos mais otimistas tentaram se conformar com a situação, alegando que, sob o domínio de Stalin, eles já viviam no inferno, e que, portanto, o domínio de Hitler não poderia ser pior. Estavam enganados: a maioria da população ucraniana acabou sendo aprisionada, escravizada e enviada para morrer em campos de concentração e de extermínio.

Um dos principais times de futebol da Ucrânia era o Dínamo de Kiev, formado por funcionários de uma padaria. Durante a ocupação nazista, o time ucraniano mudou o nome para F.C. Start. Em 1942, para conferir uma aparência de normalidade ao país ocupado e conquistar apoio de parte da população ucraniana, as autoridades nazistas permitiram que um campeonato de futebol fosse realizado na Ucrânia.
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Alegria do povo
Para os ucranianos, vitimados pela fome e outras dificuldades decorrentes da ocupação, assistir a uma partida de futebol acabou se tornando uma das poucas formas encontradas para se divertir e esquecer um pouco os problemas.

Nesse campeonato, o Dínamo de Kiev, já rebatizado de Start, venceu todas as partidas. Algumas das partidas foram ganhas contra de times que eram da Ucrânia ou de outros territórios ocupados, não chamando a atenção dos alemães. Isso começou a mudar quando no dia 17 de julho, uma sexta-feira, o time ucraniano disputou uma partida com o PGS, o time de uma unidade militar alemã.

O time alemão acabou sendo goleado pelo time ucraniano (6×0). No dia 6 de agosto daquele ano, o Start disputou uma partida com outro time alemão, o Flakelf, formado por membros da Luftwaffe, a famosa força aérea alemã. Nova vitória dos ucranianos por goleada: 5×1. Os alemães não quiseram acreditar.

Vitória inesquecível
Parecia impossível que um time formado por ucranianos, que estavam sofrendo com a subnutrição e eram considerados uma “sub-raça” pelos nazistas, pudessem vencer os alemães, que estavam muito mais bem alimentados. Inconformados com a derrota, os alemães marcaram uma revanche para o domingo, dia 9 de agosto.

No dia da revanche, o estádio Zenit estava lotado. Os jogadores ucranianos haviam sido instruídos no vestiário a cumprimentar os adversários no início da partida fazendo a saudação nazista “Heil Hitler!”. Num ato de rebeldia, os jogadores ucranianos fizeram outra saudação, gritando “Fizsculthura!”, uma mistura das palavras fitzcultura (“cultura física”) e “hurrah”, que significa “vida longa ao esporte”.

Apesar de o árbitro ignorar todas as faltas cometidas pelos alemães e marcar todas as supostamente cometidas pelos ucranianos, o Start conseguiu vencer o Flakelf na revanche por 5×3. Para os torcedores ucranianos presentes no estádio, aquilo foi mais do que um jogo de futebol, foi um ato de resistência. Os jogadores do Start se transformaram em heróis nacionais, o que incomodava e preocupava as autoridades nazistas.
Prisão, tortura e morte
Os jogadores ucranianos não comemoraram a vitória. Pelo contrário, passaram a temer represálias. Poucos dias depois, na padaria onde trabalhavam, os jogadores foram presos pela Gestapo.

O pretexto usado para prendê-los foi o fato de que a maioria deles fazia parte da NKVD, a polícia secreta soviética. Na verdade, para a maioria dos jogadores do Dínamo de Kiev, a filiação a NKVD não passava de uma mera formalidade que os permitia jogar futebol antes da ocupação nazista.

O que os livrava de problemas com Stalin, acarretou problemas com as forças de Hitler. Levados para interrogatório, os jogadores ucranianos foram torturados pela Gestapo. Quatro deles acabaram sendo mortos pelos nazistas; Nikolai Korotkykh, Nikolai Trusevich, Ivan Kuzmenko e Alexei Klimenko. Dos que sobreviveram, a maioria estava tão debilitada fisicamente que nunca mais puderam jogar futebol.

Após o término da guerra e a derrota dos nazistas, o Start voltou a se chamar Dínamo de Kiev. Uma estátua foi construída em homenagem aos quatro jogadores mortos. Mais detalhes sobre essa emocionante história podem ser encontrados no livro “Futebol e Guerra”, escrito pelo jornalista britânico Andy Dougan, publicado no Brasil pela editora Jorge Zahar.

Fonte:Túlio Vilela*

VASCO,Campeão Sul-Americano de Clubes Campeões 1948

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Os vascaínos têm hoje um grande motivo para se orgulhar. Há exatos 60 anos, em 1948, o Gigante da Colina sagrou-se campeão invicto do Sul-Americano de Clubes Campeões. O inesquecível Expresso da Vitória conquistou o primeiro título internacional de um clube brasileiro e, de quebra, assegurou o primeiro caneco do futebol nacionalno exterior. Em 1997, a Conmebol reconheceu o título, considerando o Vasco campeão sul-americano.

O time foi ao Chile por ter conquistado o Carioca de forma invic¬ta em 1947. O Colo Colo, além do campeão chileno do ano anterior, era o anfitrião. River Plate e Nacional detinham títulos argentino e uruguaio,respectivamente. Emelec (EQU),Litoral (BOL) e Municipal (PER) eram os outros participantes.
Depois de estrear com vitória de 2 a 1 sobre o Litoral, o Vasco enfrentou o Nacional. Os uruguaios não seguraram o Expresso da Vitória,que aplicou inapeláveis 4 a 1. Jogadores que cravaram seus nomes na história do Clube da Colina e do futebol brasileiro, como Ademir de Menezes e Friaça, deixaram suas
marcas na goleada.

Na seqüência, foi a vez de o Municipal sentir a força do Expresso.
A goleada de 4 a 0, com dois gols de Friaça, foi a terceira vitória em três jogos. A partida seguinte, contra os equatorianos do Emelec, terminou com vitória vascaína por 1 a 0.
O excelente início de competição permitiu ao Vasco chegar bem posicionado na tabela às duas partidas finais, contra Colo Colo e River Plate. Contra os chilenos, empate em 1 a 1.
Finalmente, em 14 de março, uma nova igualdade em 0x0 contra o River Plate.

Fonte:Lance

O Expresso da Vitória!!!

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Base da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950; três vezes campeão estadual invicto em quatro anos(1945, 1947 e 1949) e, no quinto,bicampeão (1950); primeiro clube brasileiro a ganhar um torneio no exterior o dos Campeões Sul-Americanos, no Chile, em 1948 e dono de um tabu de seis anos sem derrotas para o maior rival (o Flamengo).O que mais um torcedor pode querer de seu time? Nos anos 40, os felizes vascaínos tiveram tudo isso. E muito mais: um esquadrão que, pelas qualidades individuais de seus jogadores e pela força de seu conjunto, entrou para a posteridade como o Expresso da Vitória.

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No começo, chamava a atenção pelo seu fantástico ataque.Djalma, Lelé, Ademir, Jair da Rosa Pinto e Chico marcaram 58 gols em apenas dezoito jogos, na campanha pelo título de 1945.
Treinado pelo uruguaiao Ondino Vieira (que mexeu até no uniforme do time, fazendo-o parecido com o do River Plate) e, posteriormente, por Flávio Costa, o Vasco, porém, era mais que aquela linha demolidora. Contava também com a segurança de Barbosa, cujo prestígio. no clube não seria abalado nem pela perda da Copa do Mundo para o Uruguai,com Maneca, o talentoso meia que chegou em 1946 e viveu toda a fase áurea do Expresso, até 1952; com a regularidade de Eli e Jorge em sua linha-média; e, sobretudo, com Danilo Alvim, o Príncipe, que personificava o toque de classe àquele esquadrão.Impulsionado pelos gols de Ademir de Menezes, que, depois de rápida passagem pelo Fluminense, em 1946, voltaria para ser campeão e artilheiro em 1949 e 1950, com 30 e 25 gols, o Expreso reinou absoluto e a todo o vapor até 1952, quando conquistou mais um título carioca. Em 1947, o Supervasco aplicaria no Canto do Rio a maior goleada do profissionalismo: 14 x 1. O América, derrotado por 8 x 2 em 1949, o Botafogo e o Fluminense, ambos goleados por 4 x 0 em 1950, foram outras vítimas do Expresso. Entre elas, aliás, a maior foi sempre o Flamengo,que, entre abril de 1945 e setembro de 1951, passou vinte jogos sem ganhar do Vasco.
A consagração daquele time viria com a conquista da Taça América del Sur, no Chile, em 1948. O torneio, promovido pelo Colo-Colo, reunia os clubes campeões dos países sul-americanos numa espécie de “campeonato vovô” da Taça Libertadores da América. E o título, o primeiro de uma equipe brasileira no exterior foi ganho com um 0 x 0 contra La Maquina do Ríver Plate. Mesmo assim, porque o juiz anulou um gol do ponta Chico.

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Chico

Mas o melhor estaria ainda por vir: em 1950, na Copa disputada no Brasil, nada menos que oito vascaínos;Ademir, Alfredo, Augusto,Barbosa, Chico, Danilo, Eli e Maneca faziam parte da Seleção que, apesar do brilhante futebol demonstrado, perdeu a final para o Uruguai, por 2 x 1. E quem viu o Expresso da Vitória jogar garante até hoje: se, em vez da Seleção, o Vasco estivesse em campo, o resultado seria outro.

Fonte:Placar

Primórdios do Futebol Piauiense

Várias instituições precederam o que hoje é a Federação de Futebol do Piauí. Na primeira metade do século passado, quando o então chamado esporte bretão ainda sobrevivia de forma amadorista, os campeonatos estaduais tinham, efetivamente, ares citadinos. Uma liga realizava o certame com os clubes de Parnaíba,enquanto a outra com os da capital.

Ressalte-se, por oportuno, que a Confederação Brasileira de Desportos (a CBF de hoje), reconhecia apenas a Liga de Parnaíba. Entre 1916 e 1940 convivemos com esta realidade, sendo o campeonato, ao longo desses anos, promovido pela Liga Sportiva Parnahybana, Liga Piauiense de Esportes Terrestres (Parnaíba), Diretório Piauhyense de Esportes Terrestres, Liga Sportiva Theresinense, Liga Piauhyense de Sports Athleticos, Liga Piauhyense de Sports Terrestres e Liga Teresinense de Esportes Terrestres (Teresina). Esse período ficou marcado pela existência de dois campeões a cada temporada.

A disputa pela supremacia do futebol piauiense, entre Parnaíba e Teresina, começou a acabar quando o Presidente da República, Getúlio Dorneles Vargas, assinou o Decreto-Lei nº 3.199, de 14 de abril de 1941, que estabelecia as bases de organização dos desportos em todo o país, criando o Conselho Nacional de Desportos. Os estados teriam que ter apenas uma Federação e o artigo 47 determinava que esta fosse nas capitais. As outras cidades poderiam ter ligas.

A 25 de novembro de 1941, Automóvel, Artístico, Botafogo, Flamengo e Terríveis fundaram a Federação Piauiense de Futebol, elegendo como primeiro presidente o desportista Raymundo Ney Baumann. Com a implantação do profissionalismo (gestão Alfredo Alberto Leal Nunes), ela passou a chamar-se Federação Piauiense de Desportos e em 1991, por ocasião das comemorações do seu cinqüentenário, transformou-se na atual Federação de Futebol do Piauí.
Nos anos 40, nasceu o maior campeão do Estado, o River. Ele conseguiu o seu primeiro título em 1948, mas foi na década de 50 que pulverizou todos os adversários. Faturou um heptacampeonato entre 1950 e 1956 e um hexa entre 1958 e 1963.
Atualmente também tem destaque é a equipe do Parnahyba tricampeão 2004,05 e 06.

Número de títulos por clube

* 27 – River Atlético Clube
* 15 – Esporte Clube Flamengo
* 5 – Botafogo Esporte Clube,Piauí Esporte Clube e Sociedade Esportiva Tiradentes
* 4 – Sociedade Esportiva Picos
* 3 – Parnahyba Sport Club
* 2 – 4 de Julho Esporte Clube
* 1 – Associação Atlética Cori-Sabbá

* Nota:O título de 1975 foi dividido entre River e Tiradentes.

Fonte:Arquivos pessoais e FPF